omega escrita por softbennet


Capítulo 2
1.02 Mysterious Developments


Notas iniciais do capítulo

Olá,
aqui está mais um capítulo que diga-se de passagem, deu mais trabalho que o anterior para ser finalizado. Realmente ocorreu um bloqueio criativo.

Boa leitura!



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Capítulo dois: Desenvolvimentos misteriosos

Palavras: 6.209

⁎✶⁎

Alguns dias depois

Comecei a pegar meu material e meus sapatos atropelando tudo que estava na minha frente. Acordei atrasada e eu teria uma matéria importante no primeiro período. As provas já são difíceis por si só, imagina se eu não assisto a aula.

Chego no andar de baixo já com meu tênis no pé e mochila nas costas, pego um sanduíche que minha mãe deixou em um prato em cima da mesa e começo a procurá-la. Eu perdi o ônibus, então preciso urgentemente de uma carona.

Assim que a encontro, explico a situação e ela á contra gosto decide me levar. Durante todo o caminho no jipe, vou comendo meu sanduíche e lamentando da falta do café da minhã. Eu sou uma garota com um apetite muito grande.

Quando chegamos na frente da escola, eu já estou pronta para saltar de dentro do carro.

— Da próxima vez que perder o ônibus, pode vir andando - comenta a minha mãe.

— Se eu correr, chego antes do ônibus - fiz uma cara provando que eu estava certa.

— Não se esqueça de convidar Rhydian para jantar. Precisamos falar com ele sobre se transformar de um jeito seguro - lá vem essa história de novo...

— Me deixe falar com ele antes. 

— Não Maddy, convide-o. 

— Prometa que não vai envergonhá-lo - eu quase implorei.

— Claro que não vou. Eu tenho algum tato - eu não acredito nisso nem por um segundo. Meus pais possuem o dom de me envergonhar em infinitas formas.

Saí do carro e estava andando até a porta quando escuto a buzina diversas vezes, então viro já sabendo quem é.

— Diga que quarta é noite porco assado - ela grita absurdamente do carro. Eu não disse que ela tem o dom de me envergonhar?

Depois do vexame que minha mãe me fez passar, ela vai embora e me deixa entrar no prédio. Hoje é definitivamente um dia bem desanimador, então caminho sem vontade alguma de estar ali, mas algo nos corredores me chama a atenção.

Colado em quase todas as janelas existem fotos da floresta. Me aproximo e pego uma delas para observar melhor.

"Monstro do Pântano"

Debaixo de troncos na floresta, é possível ver uma sombra escura com olhos brilhantes. Eu poderia dizer ser um Wolfblood, mas não é possível ter certeza. Ainda sim, sei muito bem quem colou todas essas fotos pela escola e não seria nada fácil fazê-la esquecer dessa história que atrapalha tanto sua vida, afinal estamos falando de algo real, mesmo que ela não possa saber.

A questão é, Shannon e eu, vários anos atrás, fomos á um acampamento da escola. Estávamos dormindo em nossa barraca, mas de acordo com ela, durante a noite ela viu uma sombra e pensando ser alguma criança tentando pregar uma peça em nós duas, ela resolveu abrir a barraca e verificar ela mesma. Mas o que ela viu foi muito diferente de um dos alunos. Foi um animal grande e de olhos brilhantes. O grito dela acordou tanto a mim que dormia ao seu lado, mas também o acampamento todo.

A questão é, ninguém acreditou nela e quando voltamos do acampamento, a escola toda já sabia. Depois disso, ela nunca mais foi a mesma. Desde sempre pesquisadora, Shan foi á fundo em sua investigação sobre o Monstro do Pântano. Mas nunca encontrou provas concretas de que pudesse fazer mais pessoas além de mim e Tom, acreditar nela. Bom, até agora.

Por ser minha melhor amiga, eu sempre acreditei nela, mesmo que eu nunca tivesse pensado ser um da minha espécie, afinal ninguém invadiria o nosso território, não é? Mas quanto mais provas ela achava, mas eu me diria errada sobre isso.

Desperto dos meus devaneios, quando Tom que estava na sala ao lado, pula na minha frente para chamar minha atenção.

— Mads, olha só! É incrível, não é? Finalmente uma prova - falou ele entusiasmado. No fundo eu conseguia ver Shannon rodeada de alunos e todos observando as fotos. Pelo jeito ela conseguiu o impacto que queria.

Entro na sala juntamente com Tom, para darmos apoio a nossa melhor amiga. O tempo todo estou fingindo um sorriso, mesmo que não queira. É o conflito de sempre: eu querer dar todo o meu apoio á Shannon, porque ela realmente merece. Em contrapartida, aquilo que eu sou, é tudo de mais importante que eu tenho. Eu me amo desse jeito e não gostaria de forma alguma de expor aquilo que meus ancestrais morreram fazendo. Guardar o segredo da humanidade.

— É tão assustador! Onde você conseguiu isso? - perguntou Katrina.

— Tirei hoje de manhã - ela estava tão feliz e radiante, mais do que ultimamente. Isso cortava meu coração.

— É incrível! Shannon, sempre achei que você era louca, mas parece que estive errada - diz Kay.

Todos começaram a especular sobre o que parecia a criatura misteriosa. A maioria concordava que era um lobo, o que me fez entrar em pânico imediatamente. Senti o cheiro de Rhydian ficando mais forte, o que indicava que ele já estava próximo da sala. Em menos de segundos vejo ele na porta da sala segurando uma das fotos. Sua feição, era igual ou se não pior á que eu estava.

Rápido como chegou, ele foi embora. Queria ir atrás dele, mas nesse momento tenho coisas mais importantes para fazer. Jimi e sua gangue chega na sala e daí eu já sei que vai vir confusão. Os três sempre foram um dos que mais caçoavam de Shannon.

— Você chama isso de prova? - pergunta ele acusador.

— Sim, chamo. Do que você chama? - Shannon já estava entrando na defensiva.

— Photoshop? - nesse momento todos da sala que até então estavam acreditando em Shan, começam a rir.

— Pode rir quanto quiser, mas o cartão de memória da câmera com as imagens originais está no quarto escuro. Não tem como falsificar isso - ela diz isso frente a frente com Jimi.

— Tudo bem, então vamos lá ver - desafia ele.

Shannon pega o molho de chaves que continha a da sala escura e marcha com todos os alunos atrás dela, até a sede do clube. Assim que abre a porta e vai direto ás câmeras em cima da mesa principal, vejo sua expressão mudar imediatamente. O compartimento onde fica o cartão de memória, está literalmente vazio.

Sentindo um odor diferente, me concentro e vejo um rastro amarelo de um Wolfblood passar por toda a sala e a mesa, junto com as câmeras. Rhydian. Ele certamente entrou aqui e pegou o cartão. Fico brava, pois sei o quanto isso é importante para minha amiga e aquelas fotos nunca nos entregariam. As pessoas nem sabem o que são Wolfbloods.

— Estava bem aqui - diz Shan desesperada.

— Talvez o seu mostro que pegou - todos que estavam na sala começaram a realmente acreditar em Jimi e riram de Shannon.

— Alguém pegou.

— Por favor. Não diga que é uma conspiração - Jimi parecia bem decido a provar para todos o quão errada Shannon estava.

— Esqueça. Não vale a pena Shan! - tentei apaziguar a situação. Ela parecia cada vez mais frustada e fora de si.

— Você pegou para eu fazer papel de idiota!

— Pelo jeito você não precisa de ajuda para fazer isso - todos começaram a ir embora depois do "xeque-mate" de Jimi.

— Não! Ele existe e eu vou achar o cartão de memória - ela tentou dizer, mas ninguém mais a ouvia.

— Shan, tudo bem... - Tom tentou dizer.

— Não! - mas foi interrompido por ela - Nunca tinham acreditado em mim, Tom. 

— Nós acreditamos e você sabe a verdade. Isso é tudo que importa - falei a ela.

— Não, esse foi o mais perto que já cheguei e a prova está naquele cartão de memória!

Ninguém mais quis dizer nada. Shannon estava completamente transtornada e Tom e eu, chateados por vê-la tão triste. Pelo jeito precisarei dar uma palavrinha com um certo lobo teimoso.

Todo o momento depois do ocorrido até a aula de artes, Shannon não quis falar mais nada. Já estava sendo o motivo dos cochichos pela escola toda e como se isso não bastasse, ela voltou a ser a louca que acredita em monstros.

Sentei com Rhydian, enquanto pintávamos o que a professora pediu, algo que nos deixasse tranquilos. Obviamente ele estava se saindo infinitamente melhor do que eu. Esse aí tem um talento de causar inveja á todos.

— Sei que foi você - eu sussurro para ele.

— Sim, pode me agradecer depois - Agradecer? Ele deve estar zoando com a minha cara.

— A Shannon fez papel de idiota.

— Que pena - ele aparentemente não se importava muito.

— Se não pusesse o lobo para fora na floresta, ela não teria tirado a foto - eu arrisquei, mesmo sem ter certeza do que eu estava falando. Não acho que ele seria tão burro de se transformar a luz do dia, mas ainda sim era a teoria mais plausível.

— Não fui eu - ele disse com convicção me olhando nos olhos.

— Então quem foi? 

— Eu sempre sou culpado até provar ser inocente, não é? - disse ironicamente.

— Nossa alcateia não é vista em Stoneybridge há anos. De repente você aparece e a Shannon tira foto, qual é!

— Não podia ser seus pais? - ele pergunta.

— Eles não poem o lobo para fora em público. Você pegou o cartão para se proteger. 

— Fiz isso para nos proteger, você não entende? Se prefere proteger a reputação idiota da sua amiga, vá em frente - ele tira do bolso o cartão de memória e coloca dentro da minha mão direita.

— Ela não é idiota - defendi ela sem muito sucesso. Rhydian está muito fechado para se enturmar aqui e nem um pouco disposto a conhecer mais meus amigos. Bom, ele que está perdendo.

Depois da aula de artes, guardei meus materiais no armário e peguei outros. Quando voltava por um dos corredores, vi que Shannon fez folhetos presos nas paredes perguntando se alguém viu seu cartão de memória. Pelo jeito essa vez foi pior que as outras, pois ela não estava disposta a ceder. 

Ela então aparece descendo as escadas com cara de poucos amigos. Quase nem me percebe ali, mas paro na sua frente para ver como está.

— Você está bem? - pergunto mesmo sabendo a resposta, é óbvio que ela não está nada bem.

— Estou ótima, tirando o fato de ser motivo de piada.

— Isso não me surpreende. "Viram este cartão de memória?" - falei a ela lendo o papel em minhas mãos - Sério, Shannon?

— Vou ficar de detenção amanhã - ela pelo jeito ignorou meu comentário anterior - Parece que tirar 30 cópias é uso indevido de propriedade escolar - Shannon de detenção é um feito inédito. Ela é uma das pessoas mais inteligentes, esforçada e comportada que conheço. Mas pelo andar da carruagem do dia de hoje...

— Não estou surpresa... - eu disse fazendo uma careta.

— E ainda por cima ganhei advertência por brigar - diz ela envergonhada.

— Você o quê? - agora sim eu estava muito surpresa.

— Fui revistar Liam para procurar o meu cartão de memória, ele me empurrou e eu bati nele - apesar de embaraçada, não parecia sentir muita culpa - Eu preciso encontrar aquele cartão.

Algumas meninas passaram pelo corredor cochichando e rindo de Shannon, obviamente por todo esse assunto de monstro envolvido. Eu queria deixá-la menos triste, quem sabe até tirar um sorriso dela.

— Venha Shan - tentei puxar seu braço para levá-la até o quarto escuro, lá teríamos mais privacidade. Mas ela continuou no lugar.

— Quer saber? Acho que vou para casa...

— Vá para a minha. Comemos uns biscoitos do meu pai e assistimos a alguns filmes - eu estava muito disposta a fazer com que melhorasse, mas mesmo depois dessa ideia que sempre a agradou, ela continuou com a feição triste.

— Não estou a fim hoje.

— Quem é você e o que fez com Shannon Kelly? - perguntei tentando fazer uma piada.

— Desculpa Mads - virou as costas e foi lentamente andando até sair da minha vista, me deixando sozinha no corredor refletindo que essa história toda deve ter aberto uma grande ferida em seu coração.

Deitada na minha cama com o notebook no colo, vejo todas as fotos que Shannon tirou hoje de manhã. Eu precisava descobrir um jeito do cartão aparecer milagrosamente sem que ela desconfie de Rhydian, ainda sim estava no conflito de apagar ou não as fotos.

— Vamos comprar comida. Rhydian vem amanhã? - pergunta minha mãe entrando no quarto.

— Não sei - quase não falei com ele durante a manhã e esqueci de perguntar se ele queria jantar amanhã.

— O que houve? Está com essa cara desde que chegou.

— Nada - ela me olha com uma cara de que não vai sair daqui sem respostas - Só estou cansada de mentir o tempo todo. Não é legal, nem posso nem contar aos meus amigos quem eu sou.

— Tem um amigo para quem não precisa mentir - ela está se referindo á Rhydian, mas ainda não o conheço muito e meus pais estão forçando isso - Faça um esforço com ele, Mads. Ele pode aprender muito com você.

— Ele não vai nos ouvir - digo irritada. Nos poucos dias em que conheço ele, sei que é cabeça dura.

— Tenha paciência com ele. O coitado nunca teve família, muito menos uma alcateia - eu sei que nesse ponto ela está certa, ele precisa de alguém com quem compartilhar essas coisas que mais ninguém pode - Precisamos cuidar uns dos outros.

Eu assinto com a cabeça e ela sorri, feliz com a minha resposta. Depois que ela já está fora do quarto, eu volto novamente a analisar aquelas fotos no computador. Minha mãe mesmo disse: "precisamos cuidar uns dos outros". Nessa hora aperto o botão de excluir arquivos e torcendo mentalmente que minha melhor amiga nunca descubra.

No dia seguinte

Saio do ônibus escolar juntamente do restante dos alunos e já vou direto procurar Shannon. Meu medo é que ela estivesse tão ruim ou pior que ontem. Atravesso os corredores e vejo ela em seu armário, então me aproximo com medo de que ela explodisse comigo.

— Oi Shan. Você está bem?

— Estou, por quê? - ela pergunta sorrindo, aparentemente fingindo que nada aconteceu.

— Você estava bem chateada ontem. Pensei que estivesse furiosa - comentei o óbvio.

— Sábado, traga sua câmera - tenho certeza que vem um plano absurdo por aí.

Depois de algumas aulas, chega a hora do intervalo. Durante a manhã toda, não consegui falar com Rhydian, mas desse momento não pode passar. Se eu não convidar para o jantar hoje, minha mãe me mata e ele precisa aos poucos a se acostumar que agora tem uma matilha.

Vou até a fila onde vejo que ele está. Inquieto demais, Rhydian não consegue parar de se mexer e fica o tempo todo olhando até onde está o lanche de hoje.

— Oi - eu chego até ele com uma vergonha absurda do pedido. Meus pais com toda certeza vão me constranger.

— Está tudo bem? - ele pergunta me olhando rapidamente.

— Sinto muito sobre o cartão de memória. Você fez bem em pegar.

— Sim, claro. 

— Pode jantar lá em casa hoje? - pergunto de uma vez antes que eu perca a coragem - Minha mãe e meu pai querem falar com a gente sobre... pôr o lobo para fora em segurança - sussurro a última parte - Sei que é constrangedor, mas é melhor resolver isso de uma vez.

— É, resolver de uma vez - será que ele se quer está prestando atenção no que estou falando?

— Quando você se transformar, eu e minha mãe vamos trançar seu cabelo com um laço - testo ele para ver se realmente ele está me escutando - E tirar várias fotos!

— Legal! - ele sorri para mim como se fosse um plano genial.

— Não está nem me ouvindo!

— Desculpe, sabe qual é o cardápio de hoje? - meninos realmente pensam com o estômago.

— Acho que quarta é dia de comida vegetariana - falei já cansada do trabalho todo que eu tive para convidá-lo e ele nem sequer escutou.

A feição de Rhydian na hora se transformou na de um predador que correu absurdamente atrás de sua caça e perdeu-a no último minuto. 

— Carne - eu conclui.

— Onde? - na hora ele virou a cabeça em minha direção quase desesperado.

— Está precisando de carne?

— Eles são vegetarianos, Maddy. Meus pais adotivos - ele fala emburrado. Se eu já não o tivesse visto bravo em forma de lobo, eu diria que foi adorável.

— Então, esse é seu dia de sorte! Quarta é dia de porco assado. Pegamos um porco inteiro e assamos - aos poucos sua feição foi suavizando - Com todos os acompanhamentos.

— Um porco inteiro? - pergunta ele quase salivando.

— Você gosta?

— Gosto.

— Então será muito bem vindo em nossa casa - falei piscando pra ele.

Depois que já tínhamos nos alimentado, resolvemos tomar um ar fresco do lado de fora. Curiosamente, não vi Tom, muito menos a Shan. O que já era estranho por si só considerando que sempre fazemos tudo juntos.

Tudo estava normal, se não fosse por uma confusão que começou na entrada da escola. Shannon saiu voando pela porta e pulou em cima de Jimi, que certamente aprontou alguma. O dia para ela realmente não está nada fácil!

Nos aproximamos para tentar impedir que algo pior aconteça, mas o professor já estava tentando resolver as coisas.

— O que está acontecendo aqui? - pergunta ele bravo.

— Ela me atacou, professor! - impossível de acreditar que ela tenha feito isso sem motivo.

Ele olha sem acreditar muito e pega uma folha que estava nas mãos de Shannon. O garoto tinha colocado a cabeça dela no corpo do Monstro do Pântano em um programa de edição. Típico vindo de alguém bem infantil como ele.

— Mais cartazes? - Sr. Jeffries pergunta.

— Ela está ficando louca! - Jimi não parava com as ofensas contra a minha amiga.

— Não! Aquele monstro é real e eu vou provar - eu queria saber em que momento ela começou a parecer tão fragilizada com isso e por que eu não percebi.

— Pode fazer isso depois da detenção. Todos vocês!

Todos começaram a reclamar, mas já era tarde demais. Até aqueles que não estavam envolvidos, acabaram sofrendo as consequências. A escola não é incrível?

— Shannon, hoje não. Pensei que íamos no fim de semana - comentei tentando não fazer barulho na detenção.

— Scott esperou até o fim de semana para ir á Antártica? - ela respondeu com uma de suas alusões históricas.

— Pois é, mas ele morreu - eu disse o óbvio, esse definitivamente foi um péssimo exemplo.

— Esse não é o ponto! No fim de semana ele já pode ter ido embora, mas ele está lá agora.

— Esta noite eu não posso. Tenho um jantar com os meus pais - eu precisava fugir disso a qualquer custo, minha mãe iria me matar caso eu adiasse, afinal como ela sempre diz "matilha em primeiro lugar".

— Não vá - ela responde como se fosse tão fácil assim.

— Não posso, estão me enchendo há semanas.

— Tudo bem - ela respondeu contrariada, aparentemente queria mesmo que eu fosse - Mas você vai, não é Tom?

— Tem jogo hoje na televisão... - assim que viu a cara de mandona da Shannon, vi ele se assustando - Que eu posso gravar e assistir depois.

— Ótimo! Vamos nos encontrar hoje no Bernie, ás 17h.

Depois que Shan combinou tudo com Tom, ficamos em silêncio. A detenção que já estava com uma grande onda de tédio, ficou ainda mais quando a cada cinco minutos, Sr. Jeffries nos olhava claramente nos mandando fechar a boca. 

Quando fomos liberados, fui correndo até a minha casa. Mamãe disse que eu era obrigada a ajudar a deixar nossa casa apresentável para o nosso convidado e eu não queria enfrentar a fúria dela caso eu não fizesse.

Durante toda a tarde aspirei a casa, arrumei os quartos, a toca e os banheiros. Quando terminei já estava exausta e quase pedindo que cancelassem toda essa frescura de jantar, mas me coloquei no lugar de Rhydian: o garoto Wolfblood sem matilha.

Um pouco nervosa, tomei meu banho e peguei um suéter vermelho com jeans, não fugindo do meu habitual. 

Lá de cima conseguia sentir o cheiro da comida que minha mãe fazia. Ela podia ser mandona, mas cozinhava muito bem e como na maioria das vezes eu penso com o estômago, eu tentava levar essa característica ruim.

Quando desci, avisto o porco brilhante no centro da mesa, junto de diversos acompanhamentos. Minha mãe parecia realmente empolgada com a visita, assim como meu pai. 

Pego um pedaço de carne e como com vontade, trabalhei demais durante a tarde para não ser recompensada. Minha mãe que estava na pia, vira em minha direção e deposita um pequeno tapa na minha mão.

— Ainda não é hora de comer mocinha, além do mais do jeito que te conheço vai comer tudo que está na mesa e não deixar pra ninguém!

— Rhydian não vai se importar se eu comer um pouco... - dei de ombros voltando a comer o que tinha em mãos.

— Sua mãe teve trabalho para conseguir isso, afinal o preço do bife está nas alturas - dizendo isso ele levanta o pedaço de carne que selava na frigideira. Estava demorando para começar as piadas geniais dos dois!

Os dois começam a rir enquanto minha cara permanecia de tédio. Do jeito que as coisas estão indo, eles vão me envergonhar mais cedo que o esperado e ainda por cima assustar Rhydian que certamente não está acostumado com uma família calorosa.

Escuto batidas na porta da frente indicando que ele já tinha chego. Preparada ou não, o desastre iria começar.

Meu pai abre a porta e recepciona o novato, enquanto minha mãe e eu terminávamos de por tudo á mesa. Como padrão, assim que sentamos e começamos a comer, meus pais de forma nem um pouco sutil, começam a interrogá-lo fazendo diversas perguntas pessoais, pelo menos nada que o constrangesse.

Rhydian comia com vontade de tudo e mais um pouco do que estava na mesa. Devia ser bem difícil mesmo conviver com vegetarianos quando se é carnívoro de carteirinha. 

— Deve ser legal ter uma família com quem pode ser você mesmo - ele disse timidamente.

— Você será muito bem-vindo sempre que quiser - ele agradece balançando a cabeça - Se tiver perguntas sobre qualquer coisa, basta perguntar.

Passado um tempo de silêncio, vejo que ele tem diversas dúvidas em sua cabeça, talvez apenas tenha vergonha de perguntar.

— Na lua cheia, vocês se transformam em casa? Aqui? - pergunta ele de uma vez.

— Não, temos um quarto seguro lá embaixo - meu pai responde.

Mesmo explicando, é difícil pensar que a transformação ocorre em uma espécie de porão, então depois que nos damos por satisfeitos, arrumamos a mesa e descemos para mostrar a toca para ele.

A toca consiste em um porão bem grande com grandes toras de madeira de sustentação. Em um dos cantos existe algumas prateleiras com livros bem antigos que contam nossa história Wolfblood. Mais atrás temos um colchão de casal velho e uma poltrona. Nada demais, tudo bem rústico e confortável para passarmos a lua cheia, claro que eu não me incluía ainda. Quem sabe daqui alguns meses?

 - Gostou? - minha mãe pergunta curiosa - Tem tudo que um lobo quer. É seguro para nós e para todo mundo. Isso é responsabilidade!

— Mas nunca querem correr livres por aí? Não é isso que significa ser um Wolfblood?

— Não, ser um Wolfblood não é só ceder aos seus instintos primitivos de lobo, é ser parte de uma comunidade maior - ela responde.

— Temos uma cultura e heranças ricas! Existem livros aqui que certamente não encontrará na biblioteca da escola. Sabia que existem Wolfbloods que foram famosos na Antiguidade? - meu pai diz animado, ele sempre se empolga com nossa história.

— Mas é claro que a maioria de nós concorda que é melhor domar nosso instinto... - minha mãe resmunga.

Eu que até então estava sentada num canto apenas ouvindo, despertei rapidamente. Se a maioria de nós concorda que é melhor domar nosso instinto, significa que uma parcela pequena faz o contrário, certo? Meus pais nunca me contaram isso, sempre achei afinal que o modo que vivíamos era o único a seguir.

— A maioria? - não iria aguentar segurar essa pergunta dentro de mim.

— Eu quis dizer... - sabia que ela iria me enrolar, então não de dei espaço.

— Não, você disse "a maioria de nós". Sempre me disse que que todos nós ficávamos trancados na lua.

Meus pais trocam olhares claramente não querendo nos contar o que quer que fosse, eles realmente acham que sou uma criança que vai ser correndo para se esconder debaixo de uma mesa.

— Existem outros Wolfbloods que não se trancam, não é? - Rhydian fala mais rápido do que meus pais fariam.

— Isso é verdade? - simplesmente não conseguia acreditar que aquele papo de "não há segredo entre nós" era tudo uma farsa.

— Íamos contar depois que você se transformasse - minha mãe responde como se estivesse tudo normal.

— Não queríamos assustar você, querida - ele realmente acha que usando "querida" muda o fato de que eles esconderam algo importante?

— Me assustar? - sinto pena de Rhydian que acabou de entrar nesse mundo e já há milhões de informações para absorver.

— Há outros Wolfbloods que não têm os mesmos valores que nós, considerados selvagens. Mas são muito raros - minha mãe diz - A maioria de nós concorda que é melhor ser útil para a sociedade.

— Em vez de odiar os humanos e nos odiar - completa meu pai - Eles são extremamente perigosos, muito agressivos e raramente conseguem controlar seu lado lobo, por isso achamos melhor que você não soubesse.

Isso me leva a entender que aquilo que vivo, jeitos, tradições, são na verdade uma pequena parte da comunidade Wolfblood. Eles provavelmente vivem de um jeito que eu nem ouso imaginar.

— Não era mesmo você na foto não é? - perguntei á Rhydian, já sabendo a resposta.

— Eu disse que não era - ele fala como se fosse óbvio.

— Shannon e Tom estão lá fora!

Trocamos olhares rapidamente já entendendo a situação e a gravidade disso. Nem pensamos sabiamente, apenas disparamos para fora da casa com o intuito de ir procurá-los. Se aquilo que meu pai disse sobre os Wolfbloods selvagens for verdade, meus amigos não tem chance alguma. Um lobo pode ser fatal, ainda mais se sob ameaça.

Meus pais viram nossa inquietação e nos pediu uma explicação. Sem mais delongas, subi até o meu quarto correndo e peguei uma das fotos que Shannon tirou ontem para mostrar a eles.

— Veja! Shannon tirou outro dia. Achei que fosse Rhydian, não sabia dos Wolfbloods selvagens - eu praticamente gritei.

— Para onde eles foram? - meu pai pergunta para decidir o que fazer.

— Para a floresta. Para cá - Rhydian aponta para a foto.

— Sim, mas onde é isso?

— Não sei explicar, mas consigo achar - exclama Rhydian.

— Não, vocês ficam aqui! É muito perigoso - minha mãe diz já pegando seu casaco juntamento com meu pai - Se um Wolfblood estiver lá fora, nós vamos farejar.

Sem dar tempo de mais discussões, meus pais entram no jipe e aceleram sem rumo pela estrada, certamente uma ideia ridícula considerando que o lobo tem vantagem em sua forma.

— É ridículo. Sei onde estão - ele diz ao meu lado, falando exatamente o que havia passado por minha cabeça.

— Eles devem saber o que estão fazendo - eu fiz uma careta, nem mesmo acreditando no que disse. Eu apenas tinha um grande abito de confiar cegamente nos meus pais.

— De carro? - ele responde em um tom que expressa claramente o quanto estúpida é a ideia de ir atrás de um lobo de carro, porque realmente é - Se tem um lobo lá, ele está usando seus instintos e vai acabar com Tom e Shannon. Conseguimos chegar lá mais rápido.

Penso nas consequências caso realmente eu siga seu plano. Castigo na certa. Mas assim que olho para ele ao meu lado, seus olhos me encaram profundamente me convencendo na mesma hora. Que se dane as regras, não é mesmo? A ideia dos meus pais foi absurda de qualquer forma e nós teríamos que agir por conta própria, pelo bem dos nossos amigos.

— Você tem razão. Mas cuidado ao se expor, Shan está com a câmera - eu digo em repreensão. Esse garoto tem aptidão para o mau caminho.

Corremos na direção por onde ele achava que eles estavam. Se ele estiver certo, em algum momento sentiremos o cheiro de ambos. Pela adrenalina, nossa velocidade estava surreal, realmente precisávamos chegar lá o mais rápido possível e no meu interior eu torcia para que não tivesse nenhum intruso que nos pudesse fazer mal.

No meio do caminho, ouvimos um uivo de lobo mostrando que ele ou ela já estava pela floresta. Quando conseguimos captar o odor dos nossos amigos, foi muito fácil seguir uma direção certeira e Rhydian que lembrava vagamente do local foi na frente.

Trombamos em algo quando vimos uma forte luz em nossa direção. Shannon estava com uma lanterna bem potente virada para nós. Não apenas Tom estava com ela, mas Jimi, Liam e Sam também estavam presentes. Mesmo que seja muito confuso a presença dos idiotas, o bem estar deles é mais importante.

— Vocês estão bem? - pergunto diante do grito aterrorizado do grupo quando chegamos.

— Estaríamos se vocês não aparecessem do nada - diz Jimi com a voz irritada.

— O que fazem aqui? - pergunto finalmente aos três que provavelmente só retiraram-se de suas casas para pregar uma peça em meus amigos. Patético, eu sei. Quem faz isso a noite em uma floresta?

— O que vocês fazem aqui? - Shannon redireciona a pergunta a nós, sem dar tempo dos meninos se explicarem - Não ia jantar com seus pais?

— Foi jantar com Rhydian? - pergunta Tom quase nos acusando de algo - Um encontro?

Não sei de onde esse menino tira essas ideias malucas, mas quando íamos responder protestando, ouvimos um barulho extremamente próximo do local e viramos para trás a fim de ver o invasor.

Quase conseguia ouvir Jimi, Sam e Liam chorando de medo, enquanto Shannon tirava fotos de sabe-se lá o quê. Um vulto corre por trás de mim, então percebo que Rhydian desapareceu. Enquanto isso um lobo enorme aparece com seus olhos brilhantes, rosnando e mostrando seus dentes afiados. Provavelmente eles nem perceberam que se trata de um animal e não de um monstro, afinal está extremamente escuro e um ser humano não conseguiria enxergar nem se quisesse. 

Antes que o animal pulasse em cima de um de nós, gritei absurdamente alto para que o grupo corresse e sem pensar em nada, todos estavam indo em qualquer direção. No meio do caminho, Tom tropeça e torce o tornozelo.

— Shannon me dê sua câmera - pedi já bolando um plano em minha mente. Ela me olha sem entender - O flash vai cegar o monstro!

O trio de garotos já nos havia deixado depois de perceber que Tom não conseguia mais correr, certamente não queriam ficar para trás e ser atacados pelo Monstro do Pântano.

— Me dê e fique com o Tom! - eu mandei. Não podia deixar Rhydian sozinho com um lobo daquela magnitude. Ele poderia se ferir seriamente.

Corro voltando pelo caminho de onde viemos, deixando meus amigos para trás em segurança, ou pelo menos esperava que estivessem. Assim que me deparo, existem dois lobos grandes, apesar de um ser maior que o outro, na minha frente.

Rhydian com seu pelo claro e olhos azuis brilhantes, tenta não se intimidar com o tamanho superior do adversário. Os dois começam um embate agressivo, trocando mordidas e pulando em cima do outro.

Querendo proteger ele, meus olhos começam a mudar de coloração chamando a atenção do Wolfblood selvagem. Nesse instante, Rhydian que até então estava caído, aproveita a distração ficando ao meu lado.

O desconhecido que em momento algum parou de rosnar para nós dois, está com sangue escorrendo dos dentes indicando que meu amigo está ferido. Sem mais delongas, começo a tirar diversas fotos com flash ligado cegando o lobo á minha frente.

Desorientado e sem saber o que fazer, ele foge loucamente pela floresta saindo de nossas vistas. Cansado, Rhydian volta a sua forma humana e nos apoiamos em uma grande árvore para descansar. Nosso primeiro encontro com um Wolfblood selvagem não foi muito agradável e olhando a testa dele, vejo que deixou marcas, já que há um corte acima de sua sobrancelha.

— Me desculpe por não acreditar em você - falei de maneira sincera enquanto analisava as fotos no rolo da câmera. Com o flash, muitas delas mostravam visivelmente a criatura, mas não podia deixá-las lá. Não existe nenhum lobo que seja desse tamanho atualmente. Certamente atrairia pessoas curiosas.

— Não te culpo. Nem sabíamos dos Wolfbloods selvagens - dizendo isso, se aproxima de mim me ajudando a deixar algumas fotos que não mostre o verdadeiro Monstro para Shannon, afinal ela não podia passar por tudo isso e só voltar com fotos de árvores.

— Onde estão os outros? - ele pergunta curioso.

— Shannon está com Tom, ele torceu o tornozelo quando estava fugindo. Já os três idiotas fugiram. Saíram correndo antes que pudéssemos falar Monstro do Pântano.

— Eles são covardes, não me espanta - no momento em que diz isso tenho uma ideia brilhante. Certamente vai aliviar a reputação de Shannon na escola.

Levanto sem dar oportunidade á Rhydian protestar e corro procurando o trio de meninos. Sentindo seu cheiro, ando suavemente sem fazer barulho para não anunciar minha chegada e grito atrás deles para assustá-los. Quando me olham, gritam de medo fazendo caretas engraçadas e tiro uma foto. Isso vai ficar adorável em um cartaz!

Saio correndo antes que dê tempo deles entenderem o que eu tinha feito e volto pela estrada para encontrar com meus amigos que certamente estão tentando sair daqui. Quando os encontro, pulo a frente deles.

— Onde você estava? - Rhydian pergunta, afinal eu deixei-o sozinho sem nem dar explicações. Mas eles vão entender mais tarde.

— Procurando por vocês - eu omito a verdade.

— O que eu vi era certamente maior que uma raposa, garotos! Tinha alguma coisa lá - Shannon provavelmente continua o assunto em que estavam antes da minha chegada.

Paramos no meio da estrada quando uma luz forte quase nos cega nessa escuridão sem fim. Tom, que estava apoiado em Rhydian por ter o tornozelo machucado, pergunta o que era isso, mas assim que é revelado ser um carro, mais especificadamente um jipe, percebo que esquecemos completamente dos meus pais que também tinham saído. Ainda bem que não obedecemos eles, a essa altura, meus amigos já seriam uma ceia de Natal antecipado. Arrepio só de pensar.

— Estão todos bem? - pergunta minha mãe assim que desce do automóvel.

— O que estão fazendo aqui? - meu pai ignora a pergunta da minha mãe e nos olha se perguntando de quem foi a ideia maluca de desobedecê-los.

— O que vocês estão fazendo aqui? - Shannon certamente achou estranho, pois como eu havia dito, eu tinha um jantar de família.

Eles perceberam que essa história estava furada e começaram a criar várias desculpas idiotas como dar uma voltaobservar os pássaros ou ver as estrelas. Eles realmente acharam que foram convincentes? Resolvo ajudar, antes que mais alguém queira perguntar algo que nos entregue.

— Tom machucou o tornozelo - eu digo querendo logo ir embora e acabar com isso.

— Vamos levá-lo de volta para casa - minha mãe diz já imaginando que a mãe de Tom, por ser médica, vai conseguir ajudá-lo.

Meu pai ajuda a levar ele até o carro, juntamente com Rhydian. Entro junto com meus amigos e decido perguntar como Tom está.

— Você está bem?

— Sim, apenas um pouco assustado - ele me responde timidamente. 

Pelo canto do olho observo minha mãe dizendo algo para Rhydian. Ela acaba de acusá-lo de culpado por levar sua filha pequena e indefesa para o encontro de um Wolfblood selvagem na floresta. Claro, que não com essas palavras. 

Ela definitivamente tem um jeito maluco de fazer alguém se sentir confortável dentro da matilha. Rhydian, apesar de ser quem deu a ideia, não fez nada sozinho. Não tem porque minha mãe achar que fui coagida a fazer algo do tipo. Ela, apesar de ser minha mãe, não conhece a filha inconsequente que tem.

Depois de convencer minha mãe de que nada do que fizemos deixou sequelas em alguém, além de um corte e um tornozelo machucado, deixamos a mãe de Tom examinar o ferimento que não passava de uma dor pelo tropeço. Fomos deixados na casa de Shannon para passar a noite depois de muita insistência. Era muito comum dormirmos na casa um do outro sem nossos pais reclamarem. 

Em seu quarto, Shannon junto com Tom olhavam as fotos que foram tiradas pela câmera em seu computador. Eu, sentada na frente de Rhydian limpava o corte em sua testa e fazia um curativo.

Depois que acabo, mostro algumas fotos que ela poderia colocar em um cartaz, mas ela certamente vê que não há nada nítido nas fotos, não quer arriscar e se encrencar novamente. Decidida então, diz que acabaram os cartazes.

— Tem certeza disso? - pergunto e começo a passar as fotos até chegar naquela que tirei mais cedo do trio. Assim que eles vêem, começam a rir na hora. Realmente a cara deles ficou impagável, merecia um cartaz apenas para fazê-los calar a boca. Então combinamos que no dia seguinte, iríamos mais cedo para imprimir e colocá-los pela escola.

Fizemos chocolate quente e conversamos bastante. Depois da metade de um filme antigo que passava na televisão, dormimos na sala tranquilos por saber que sempre teríamos uns aos outros.

A lição que tirei do dia seguinte quando vi as feições de vergonha de Jimi, Liam e Sam, foi de nunca duvidar da loucura de outra pessoa, porque sempre pode existir alguém que irá pendurar fotos suas escrito Bebês chorões do Pântano.


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Notas finais do capítulo

01. Vamos confessar que é impossível um lobo ser vegetariano, certo? Por isso e apenas por isso, todos os Wolfbloods dessa história são extremamente carnívoros para efetuar uma dieta igual á de um lobo selvagem. Apesar disso, a caça deles é semelhante a de um animal predador igual ao que vemos em vídeos, sendo necessário para sobrevivência. Só queria deixar isso claro, pois sei que muitos lugares hoje em dia não possuem o mínimo de compaixão ao abate animal e isso não ocorre aqui, pois como já disse, é um predador pegando sua presa;

02. Maddy reclama de não saber sobre a existência dos Wolfbloods selvagens porque apesar de parecer algo banal, é muito sério e importante. Eles vivem de maneira extremamente rústica, bem semelhante ao de uma matilha de lobos, por isso sabem usar desde muito novos seus instintos e são muito mais agressivos, sempre recorrendo á força física antes de qualquer coisa. A existência deles prova que não há apenas um jeito de um Wolfblood viver e que aquele papo de sua mãe de "ter responsabilidades e viver trancados" não é a única solução.

Espero que tenham gostado. Deixe seu comentário e se tiver qualquer dúvida, eu espero poder ajudá-lo.

Até a próxima!



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