A campainha soava estridente, enquanto eu tentava ligar a grelha elétrica, que Seth havia insistido para que eu comprasse na black friday, alegando o quanto seria útil, se ao menos eu soubesse como ligar.

—Estou indo. –gritei. –Isso! –comemorei assim que tive sucesso com o aparelho.

Quando abri a porta, Alice estava sorrindo e pulou para me abraçar. Eu havia sentido muita falta dela e só havia percebido o quanto, exatamente naquele momento.

—Oi Bella! Nem acredito que finalmente conseguimos almoçar juntas. –ela disse após se afastar.

—Oi Allie, entre por favor. –após sua passagem eu fechei a porta. –Parece que não nos vemos há meses.

Ela arqueou a sobrancelha e assentiu, indo se sentar em um dos bancos da copa.

—Parece até mais que isso. Na última vez, eu estava te arrumando para o coquetel, aliás, gostaria de saber como foi, fiquei sabendo de algumas coisas, mas não tivemos tempo para conversar.

Engoli em seco. Era claro que ela sabia. Mas, até que ponto?

—Bom, antes disso quero te contar sobre os preparativos do casamento e minha nova casa. –disse mudando de assunto e muito animada.

—Claro, quero que me conte sobre isso. Vou colocar os bifes para assar. –disse. –Você quer uma cerveja?

—Uma cerveja seria ótimo! Você quer ajuda com o almoço? –Alice perguntou já se levantando e vindo para meu lado.

—Você pode cortar as batatas? Já estão cozidas, só precisa do corte e colocar molho e após precisa ir ao forno.

—Certo. –ela assentiu.

Enquanto fazíamos o almoço juntas, Alice começou a contar sobre os preparativos da sua festa de casamento, seria algo muito grande e literalmente teria de tudo, ela prometera que depois mostraria as fotos para que eu tivesse noção de como tudo aconteceria.

—Pretendo começar a procurar meu vestido de noiva ainda essa semana, quero entrar em contato com alguns estilistas na França, Itália e Alemanha.

—Tenho certeza que encontrará o modelo certo.

Com certeza Alice seria a noiva mais linda, nem que tivesse vestida em um saco.

—Sobre a data, será daqui a oito meses.

Olhei para ela curiosa.

—Pensei que seria o mais breve possível.

—Quero preparar tudo com muita calma, Bella. Até poderia ser antes, mas as datas não coincidiam, não queria que batesse com nenhuma data comemorativa em nossa família e também tive problemas na Irlanda. Já que nosso casamento lá, será uma semana antes.

—E como estão os preparativos para esse casamento?

A essa altura, os bifes estavam quase prontos e as batatas já estavam no forno. Alice resolvera fazer um macarrão que ela gostava e eu já havia experimentado na mansão. Receita da mamãe, ela dissera.

—Será tudo mais simples, reservei quartos em um hotel para ficarmos todos juntos. E reservei a igreja também. Vai ser servido um almoço em uma tenda decorativa, com algumas bebidas e doces.

—Isso parece muito elegante. –sorri.

—Eu estou tão ansiosa, talvez até mais que o casamento aqui na Califórnia. As paisagens são fascinantes e a Irlanda possui algo encantador.

—Eu ficaria também. Acho que quando me casar, vou querer algo mais intimista, em alguma paisagem exuberante.  Quer mais uma cerveja?

—Sim, eu aceito Bella. Mal posso esperar, quero te ajudar com tudo!

Assim que pegamos novas garrafas, nos sentamos para esperar a comida ficar pronta.

—Bom, guarde sua ansiedade, isso pode demorar um pouco. –disse rindo.

Alice deu de ombros e resolveu mudar de assunto.

—Você deve imaginar que Jas e eu convidaremos a você para ser nossa madrinha, certo?

Senti meu peito inflar, e eu sorri.

Não poderia imaginar algo mais significativo e bonito do que ser madrinha do casamento de alguém. Ainda mais de Alice.

—Bom... não queria ser muito direta, mas eu imaginava que sim.

Ela sorriu.

—Você e Edward. –disse completamente radiante.

Eu engasguei com a cerveja e depois da crise de tosse passar, a encarei.

—Eu e Edward?

Alice arqueou a sobrancelha.

—Não se faça de desentendida Isabella.

—Eu realmente não sei do que você está falando.

Nesse mesmo momento, a grelha apitou, avisando que os bifes estavam prontos.  Escapei de seu olhar interrogativo e intenso, para desligar o aparelho e aproveitei para desligar o forno. Tirei a assadeira com as batatas de lá, e peguei pratos e talheres para nos servir. Quando me virei, Alice ainda me fitava.

—O que?

—Estou esperando. Na verdade, não precisa me dizer, eu já sei. –ela sorriu.

—Sabe do que exatamente? –de repente, a cozinha ficou pequena e quente e eu senti falta de ar.

—Bella... você está tão nervosa. –ela riu.

—Alice. –gemi. –O que quer que seja que você saiba...

—Bella, você e Edward estão juntos e isso é tudo o que eu sei.

Eu a olhei como se ela tivesse duas cabeças.

—Não me olhe assim. –deu de ombros. –Não tenho culpa se sou muito perspicaz, ousada e persistente.

—Edward te contou? –perguntei chocada.

—Ah não! Foi Emmett. Ele disse que vocês estavam próximos, que via vocês dois para cima e para baixo na empresa, mas, não se preocupe, Emm disse que são discretos. Porém conhece o irmão e sabe o quanto ele estava diferente e o sabe o quanto você tinha a ver com aquilo.

Empalideci.

—Bom, pelo menos não são todos que sabem ainda. Não faz muito tempo que estamos juntos.

—Ah finalmente! Eu sabia que você não ia me decepcionar, já que Edward faz esse papel perfeitamente. –ela franziu o cenho. –E Eu sei. Foi depois do coquetel que algo mudou, Emm disse isso também.

Bufei enquanto ela sorria.

—Eu estou tão feliz, Bella. Na verdade, feliz é pouco, eu estou quase explodindo de felicidade. Eu amo Edward e saber que ele finalmente encontrou alguém tão respeitável e amável quanto você, me deixa finalmente em paz.

—Alice... –disse com a voz embargada enquanto controlava a emoção.

—Não precisa dizer nada. Mamãe também sabe. –senti meu sangue fugir do rosto novamente.  -Mas não se preocupe, eles são muito discretos e provavelmente vai esperar Edward dizer algo, quando estiver preparado.

Suspirei.

—Como ela sabe?

—Bom, mãe é mãe. Dona Esme conhece seus filhos como a palma da mão e ela viu como ele lhe tratou no dia do acidente da piscina, ela simplesmente me olhou e sorriu e suspirou tranquila.

—Já sei para quem puxou essa intuição.

Alice sorriu.

—Eu diria que é algo mais para sensibilidade, minha mãe sabe ler muito bem as pessoas.

Alice segurou minha mão na sua, enquanto tornou a falar.

—Se tem uma coisa que nós temos é respeito uns pelos outros. –ela disse. –Só queria que você soubesse que independente de qualquer coisa, todos nós estamos realmente muito felizes. Nós vamos esperar o tempo que for para que vocês nos contem. Enquanto isso, fingimos que nada aconteceu. Edward me mataria.

Eu ri, com os olhos embaçados.

—Obrigada Alice, você é a melhor amiga que eu poderia ter. Estava com tanto medo de você não aceitar...

Ela sorriu balançando a cabeça.

—Besteira Bella, de uma forma ou de outra, eu já sabia que aconteceria isso. Quando vocês chegaram juntos na festa surpresa para Edward, de repente tudo fez sentido, vocês são perfeitos.

Eu a abracei e deixei escapar algumas lagrimas, quando a soltei, segurei sua mão.

—Eu sou muito sortuda por ter você.

—Eu te amo Bella, e sempre vou querer o seu melhor. Mesmo que algo aconteça, veja bem, vocês são perfeitos, mas eventualidades pode acontecer, como qualquer outra casal, você sempre terá a mim e isso nunca vai mudar.

—Você não sabe como eu fico feliz em ouvir isso, te perder seria como arrancar um braço.

—Bom. –ela limpou uma lagrima solitária que caiu. –No momento, você está arrancando meu estomago com a fome.

Nós rimos.

—Céus, me desculpe. Vamos almoçar.

.

.

A segunda parte do dia que eu mais ansiava (a primeira... bem, a primeira era ver Edward) era pelo meu momento de distração na academia, eu levantava alguns pesos e treinava no saco de pancadas. Aquilo sim era extremamente relaxante e viciante. Eu podia socar até sentir toda a raiva e o estresse serem descarregados, até meus músculos ficarem flácidos pelo exercício desgastante e ainda assim me sentia melhor do nunca.

Eu costumava treinar antes do trabalho, acordava cedo e saia para correr em alguns dias e em outro ficava na academia, que ficava dentro do prédio onde Edward morava. Nossos prédios estavam de certa forma interligados.

Era domingo de manhã, todos deveriam estar dormindo, era muito cedo e a academia estava vazia, achei perfeito. Fui direto para a sala onde ficava os sacos de pancadas, calcei as luvas e iniciei meu treino. Eu estava insegura e com raiva. Nunca havia me sentido assim e não gostava disso. Edward havia prometido que me ligaria no sábado à noite, mas ele não ligou e minha mente me pregou peças fazendo mil e uma objeções. Enquanto eu lembrava disso sentia a raiva me dominar, eu não podia ser tão insegura assim, alguma coisa deveria ter acontecido, ou ele talvez não quisesse mesmo me ligar. Mas, nós estávamos namorando, não estávamos? Droga.

Ficar com Alice havia sido ótimo, mas ela teve que ir no final da tarde e eu fiquei sozinha novamente.

Estava tão concentrada na força que eu socava e chutava que não percebi quem se aproximava, vi duas mãos rodearem o meu saco de pancadas e então me assustei, quem quer que fosse não deveria chegar dessa forma sem avisar, me preparei para socar e quando a pessoa apontou o rosto do lado do saco eu ataquei. Golpeei a perna com a minha, e ouvi um grito, enquanto a pessoa se curvou, eu lhe soquei as costelas. Era um homem. Ele caiu de barriga para cima, com as duas mãos na frente, me impedindo de chegar mais perto. Mas, eu pude ver o rosto.

—Droga, Edward!

Eu me agachei perto dele.

—Você me acertou. –ele gemeu, pressionando suas costelas.

—Me desculpe, eu não sabia que era você. Você foi muito imprudente em me abordar assim.

—Eu não sabia que você era tão valente. Ai.

—Não acredito nisso, me deixe ver.  –eu me aproximei mais, porém Edward me empurrou levemente.

—Sai para lá Bella, eu vou ter alguns hematomas aqui. Você bate forte.

—Me deixe ver. –insisti.

Eu me aproximei e verifiquei enquanto ele também olhava o vermelho em suas costelas. Antes que eu pudesse reagir, ele havia preso minhas mãos na sua e de repente eu estava de costa no chão com seu rosto próximo ao meu e o seu corpo inteiro em cima de mim. Não consegui me mexer, ele havia me imobilizado por inteira.

—Que merda você está fazendo, me solte... –eu grunhi.

—Sua boca é muito bonita para falar tanta besteira.

—Edward Cullen, me solte, antes que... –eu ameacei.

—Antes que, o que? –ele chegou mais perto. Seu hálito soprou me rosto e eu gemi. Eu estava excitada por lutar com ele.

—Droga... –eu murmurei.

Eu me debatia e vão, então desisti e olhei em seus olhos, ele tinha um olhar de predador e o azul da sua íris estava escuro. O sorriso sacana fez meu coração palpitar forte. O calor do seu corpo sobre o meu, me fez fraquejar, se eu não tivesse deitada, tinha caído ali mesmo.

—Me solte. –eu disse com dificuldade. Cruzei minhas pernas em sua cintura e joguei todo o meu peso e força em cima dele, conseguindo finalmente nos virar e eu estava sobre ele.

Edward ria e tentava segurar meus braços, enquanto eu me debatia para libertar, ele segurou minhas coxas e me virou novamente, ficando por cima de mim. Dei dois socos em sua costela e ele gemeu.

—Ai Bella, pare.

—Você merece.

Ele riu e eu soquei seu braço, enquanto rodei sua cintura com a perna que estava livre, porque a outra estava imobilizada. Edward passou sua mão por ela e eu aproveitei para lhe socar novamente.

—Posso saber por que está me batendo? –ele disse segurando meus braços.

Edward saiu de cima de mim e se ajoelhou na minha frente, eu me levantei pronta para atacar, mas ele foi mais rápido e segurou meus braços para trás, enquanto ria.

—Não sabia que era tão brava.

—Só quando estou com raiva.

—E você está com raiva, por que?

Eu cerrei os olhos e tentei me libertar, mas ele me prendeu mais ainda perto do seu corpo. Ele me olhou de forma tão intensa, e sorriu, e por um momento eu esqueci porque estava brava com ele. Agora só queria me jogar em seus braços.

—Onde você esteve ontem à noite?

Ele olhou para mim e surpreso e ainda achando graça, depois me soltou. Edward se sentou ao meu lado e pediu para que eu me sentasse ali também.

—Em casa.

—Há-há. –revirei os olhos e olhei para frente.

—Se duvida de mim, pergunte a Jacob ou Emmett.

—Jake...

Olhei para ele que deu de ombros. Edward abraçou as pernas com os braços e continuou olhando para mim.

—Emmett quis conhecer Jacob e poder conversar com ele. Isso se estendeu mais do que deveria, sabia que tinha que te ligar, mas não podíamos usar telefone, Jacob estava fazendo algumas coisas e não podia ter o sinal interferido. Eu não sei como funciona bem, mas ele disse que seria muito perigoso ativar qualquer sinal dentro do meu apartamento.

—E depois?

—Já era tarde, não queria te acordar. Minha vontade era de ir até seu apartamento.

Eu dei de ombros.

—Seria aceito.

Ele disfarçou um sorriso, achando graça. Colocou um pedaço da minha franja que havia se soltado do rabo de cavalo, atrás da minha orelha.

—Você me socou por causa disso?

Olhei para ele dando de ombros novamente.

—Bom, eu mereci.

Tirei as luvas, e suspirei.

—Não me faça sentir mais culpada do que já estou.

Edward virou meu rosto, segurando meu queixo.

—Me perdoe? –ele pediu, com aquele olhar que eu nunca seria capaz de ignorar.

—Como se eu tivesse opção.

Ele sorriu torto.

—Por que?

Eu bufei.

—Porque quando você me olha assim, fica difícil raciocinar.

Edward se inclinou para mim e aproximou seu rosto do meu, sua boca estava na minha no outro segundo e ele me beijou, até perdemos o folego.

—Eu sou louco por você, Isabella. Você tem que entender isso. Eu prometi que seria nós, e é isso. Eu sou seu, até quando você me quiser.

—Me perdoe pelos socos.

Ele riu, e beijou meu pescoço e ombro, seu braço que estava ao redor da minha cintura, me puxou para mais perto dele e então eu estava em seu colo. Edward acariciou meu rosto e eu tive vontade de chorar, tamanha era sua gentileza e seu olhar me fazia sentir como a única pessoa do seu mundo.

—Eu peço desculpas por ter sido tão imprudente, certamente não sabia aonde nos levaria a reunião, mas deveria ter te avisado.

—Está tudo bem. –murmurei, enquanto passava os braços pelos seus ombros.

—Não vai se repetir.

Edward me beijou rapidamente,  me afastei dele e o encarei.

—Agora que estamos civilizados, você vai me explicar o que está fazendo aqui.

—É aonde eu moro. –Edward explicou.

Revirei os olhos.

—Eu nunca te vi aqui.

—Isso é porque eu não venho aqui.

—Você pode dizer uma coisa que eu não sei. –ergui uma sobrancelha.

Ele me observou por um tempo.

—Foi quase impossível eu não tirar sua roupa e transar com você há quase dois minutos atrás. Isso é claro, se você quisesse. –Edward sorriu com malicia e eu gemi baixinho.

Eu corei. Eu aceitaria qualquer coisa, meu corpo ardia de necessidade por ele, na posição que estávamos, podia sentir seu corpo dando indícios de que sentia o mesmo.

—Outra coisa. –murmurei.

—Eu não venho aqui porque eu treino na cobertura, Bella. Tenho um personal que está comigo todos os dias, as vezes saímos para as ruas e as vezes usamos a academia de lá.

—Você tem uma academia lá em cima? –disse perplexa.

—Estou vendo que preciso levar você para conhecer o resto da casa. –ele riu.

—Parece que sim. O que te trouxe aqui?

—Eu precisava sair um pouco de lá, não consegui dormir muito bem. Muitos pensamentos juntos.

O lampejo de alguma coisa passou por seus olhos, mas eu não pude identificar o que era. Então, ele continuou.

—Nunca imaginei te encontrar aqui. Mas, te vi pela parede de vidro e resolvi entrar.

—Eu deveria imaginar que você tinha uma vida muito ativa de exercícios, ninguém tem um corpo como o seu sem fazer nada.

—Um corpo como o meu?

Ele olhou para si, e me forçou a olhar também. Edward vestia uma camiseta branca e shorts de esporte. Eu não consegui desviar meu olhar.

—Por favor, não seja modesto.

Ele me encarou.

—Não estou sendo.

—Não vou ficar aqui te elogiando.

—Pensei que tivesse resolvido nossas indiferenças. –ele disse rindo, enquanto acariciava minha cintura e descia para minhas nadegas.  

Ele olhou sugestivo. Que droga de homem. Eu fiquei de pé, ainda o encarando.

—Que tal uma revanche?

—Está mudando de assunto?

Joguei um par de luvas para ele, e no outro segundo ele já estava em pé.

—Sim.

—Vamos lá. –Edward sorriu malicioso.

Eu poderia derrotar ele, apesar de ser extremamente grande e forte.

—Se eu ganhar, quero escolher algo. –ele disse.

Edward me rodeava, procurando um movimento para me atacar, eu observava cada movimento seu.

—Não sabia que estávamos apostando alguma coisa.

Arrisquei um soco fechado em seu braço, ele se esquivou e tentou me acertar, mas eu desviei antes que pudesse pegar em mim, então acertei deu abdômen, e ele nem pareceu se afetar. Edward acertou minha perna, e eu acertei seu braço, enquanto ele protegia seu rosto, no outro segundo seus braços estavam como agarras ao redor do meu pescoço, me segurando, eu lhe dei cotoveladas e ele me soltou, Edward me acertou em cheio na coxa e me derrubou, mas ele estava com os braços ao redor do meu corpo, então não senti o impacto.

—Se eu ganhar... –disse recuperando o fôlego. –Também quero escolher algo.

Ele bloqueou meu corpo inteiro novamente, e eu me debati embaixo dele.

—Justo.

Consegui virar o rosto para o lado e cravei os dentes em seu braço, ele grunhiu, aliviou só um pouco o peso do seu corpo e eu nos virei, o montando. Passei meu braço embaixo do seu pescoço.

—Não sabia que podia usar a boca na luta. –ele disse com dificuldade.

Edward enlaçou minha cintura com as pernas, e virou seu corpo contra o meu com facilidade e me imobilizou novamente. Seu rosto estava próximo, e seus olhos ardiam nos meus, eu sabia que ele via desejo nos meus olhos, Edward gemeu e abaixou seu rosto, tomando com urgência meus lábios. Sua boca não tinha preocupação nenhuma e sua língua adentrou meus lábios explorando minha boca, não tinha como lutar contra ele, não havia motivos, porque tudo o que eu queria estava ali. Edward soltou minhas mãos, e segurou meu rosto, uma das mãos contornou meu corpo apertando minha cintura e depois descendo para minha coxa. Ele gemeu quando chupei seu lábio inferior. Eu queria mais, ele queria mais, mas nada seria suficiente para aquele desejo. Minha mão entrou dentro da sua camisa, encontrando sua pele soada e eu cravei minhas unhas ali. Ele ia ganhar, eu sabia disso, mas não estava nenhum pouco preocupada. Arquei meu corpo fazendo com que meu quadril encontrasse o seu com mais força, Edward gemeu enquanto chupava a pele do meu pescoço.

Edward me virou, deixando que eu ficasse em cima dele, eu podia sentir sua ereção cutucando meu sexo, eu não conseguiria resistir aquela tentação, mas ele estava me deixando ganhar... não era justo, ele era muito melhor que eu. Beijei e mordi a pele de seu pescoço, enquanto ouvia seu gemido, lambi toda sua mandíbula e voltei para sua orelha.

—Ganhei. –sussurrei em seu ouvido.

Ele nos virou novamente, e encarou meu rosto. Edward estava ofegante, ele passou a mão de leve pelos meus lábios e desceu até o início do decote do meu top de ginastica, sobre meus seios.

Eu gemi, Edward me beijou de leve. Ele levantou e eu protestei segurando sua camisa, Edward riu e sentou me puxando junto com ele, no seu colo.

—Está pronta para fazer seu pedido?

Havia tantas coisas... poderia pedir para que ele ficasse comigo para sempre? Para que me amasse sempre? Para que nunca saísse da minha vida? Eu queria. Mas, talvez ele ainda não tivesse todas essas respostas.

—Já sei o que eu quero.

—Bom, sou todo ouvidos.

—Hoje vai ter uma fogueira na praia, com meus amigos de La Push, queria que viesse comigo.

.

.

Eu estava um tanto nervosa e queria voltar atrás assim que pensei com mais clareza no convite que fizera a Edward. Naquela noite haveria nossa reunião em volta da fogueira que acontecia toda semana com o grupo que Seth fazia parte, eram os descendentes de Quileutes e de uma forma havia parentescos entre eles. Mas, eu era próxima apenas de Jacob e Leah, tirando Seth.

Seth veio até o meu apartamento para que pudéssemos ir juntos, ele vestia um short e uma camiseta com chinelos de dedos, eu estava vestida com um short jeans e uma regata branca, apesar de ser na praia, o vento poderia se voltar contra nos naquela noite.

—E ai Bella, está ansiosa por levar o Cullen?

Eu gemi.

—Pode o chamar de Edward.

—Hmmmm, Edward então.

Estávamos no elevador. Desde que Seth voltara de viagem eu só havia o visto três vezes, contando com hoje.

—Vocês estão namorando.

Aquilo não era uma pergunta, nem uma dúvida, Seth afirmava aquilo, como se ele tivesse toda certeza. Eu o encarei.

—Não me olhe como se eu tivesse duas cabeças em cima do meu pescoço, Isabella. –ele estalou a língua. –Isso é tão obvio quanto o tanto que você está nervosa.

—Eu estou nervosa porque eu o convidei para ir, e ele incrivelmente aceitou. –disse de má gosto.

—E isso é ruim? –ele franziu o cenho. –Ele é seu namorado.

—Tecnicamente sim, ele é um CEO, provavelmente nunca se sentou em uma roda na praia com um grupo de índios.

Seth soltou uma gargalhada que ecoou no estacionamento que estávamos naquele momento.

—Você é hilária. Ele continua sendo seu namorado. Nossa.

—O que?

—É estranho dizer isso. Namorado da Bella.

Grunhi entre dentes.

—Qual é a parte estranha Seth?

—Provavelmente a parte de que você nunca teve um namorado, e agora...

—E agora?

—Eu não sou um crítico com pensamentos femininos, mas o cara é boa pinta e é CEO, herdeiro de uma das maiores fortunas.

—Não estou preocupada com isso.

—Eu sei que não. Bella, você nunca foi de aceitar pouca coisa, sabe? Mas, eu sei que se está namorando com Edward, foi porque de alguma forma ele tocou seu coração.

—Você sabe que eu não namorei ninguém até hoje porque nunca achei alguém que valesse a pena.

—Eu sei. –afirmou.

Disparei o alarme do meu carro e Seth logo se acomodou no banco de carona. Eu lhe dei um tapa no ombro.

—Ei. –ele reclamou.

—Para o banco de trás.

—O que? –Seth me olhou ofendido. –Não acredito que eu vou ter que...

Eu sorri maliciosamente e ele bufou. Seth saiu do carro e entrou pela porta de trás.

—Eu odeio a Bella com namorado.

—Você está com ciúmes? –olhei por cima do ombro, já dando partida no carro.

—Não, Bella, fico feliz que você tenha com quem transar.

Fuzilei Seth com os olhos.

—Eu não saio com ele somente para transar. Eu realmente gosto dele.

—Claro, claro. –murmurou Seth, sorrindo. –Mas, eu realmente estou feliz que você arrumou um namorado. Estava na hora. Ser trocado pela Alice, cansa.

—Eu não te troco pela Alice. Aliás, agora tenho que ouvir reclamações dos dois.

Ele riu, enquanto parávamos em frente ao prédio de Edward.

—Relaxa, não vou reclamar.

.

Edward entrou no carro e seu perfume invadiu todo o ambiente apertado, ele trocou um aperto de mão com Seth e me beijou na boca demoradamente, enquanto apertava minha perna. Eu tive que reorganizar meus pensamentos após ele se afastar. Olhei seu rosto buscando alguma expressão ruim, não achei nada, ele estava mesmo animado. Edward estava lindo e exagerado, ele sabia que a reunião era na praia, não sabia? Ele vestia uma camisa azul de botões e uma calça preta.

 Então, partimos.

—Me sinto estranho. –Edward murmurou.

—Com o que? –eu perguntei.

—Estamos indo ao um encontro e você está dirigindo com seu amigo no banco de trás.

Seth riu e eu também, ele logo nos acompanhou.

—Nada desse encontro vai ser como você está acostumado. –eu disse.

—Terá muitas pessoas lá, Edward. –Seth disse rindo.

—Talvez depois desse encontro nada convencional, eu te leve a um.

—Bella é durona assim mesmo, Edward.

Ele me olhou e eu não olhei de volta, cravei meus olhos na estrada.

—Bom, eu também sou daqueles que não larga o osso.

 Eles riram.

—Isso vai ser incrível.

—Por que eu sinto que vocês estão rindo de mim?

—Porque estamos. –Seth respondeu.

Senti a mão de Edward em meu cabelo e logo depois seu dedo desenhava círculos na pele do meu pescoço. Por que ele tinha tanto poder sobre mim?

—Eu não ousaria rir de você. –ele disse, sorrindo de lado.

Eu bufei.

A essa altura havíamos chegado na praia. Pude ver os carros estacionados ali e parei meu carro do lado, Seth saltou antes mesmo que nós tivéssemos saído do carro. Pude ver que estavam ali, Jacob e Leah, Quill, Embry e agora Seth. Edward contornou o carro e me alcançou antes que eu pudesse começar a andar.

—Estou ansioso por isso. –ele disse enquanto eu fechava o carro.