Table for two escrita por Florence


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

BOA TARDE!!!
Meus amores, como estão?
Antes de qualquer coisa espero que vocês ainda estejam acompanhando essa fic, sei que sumi, mas meu sumiço tem um motivo. Meu computador morreu e levou a historia junto, fiquei completamente chateada e desanimada, pois nao havia como recuperá-la, ja que estava salva apenas no me notebook. Mas, por um milagre levei para o conserto e ele voltou a ligar, e consegui todos meus arquivos de volta! Fiquei mais de três semanas esperando o conserto e finalmente estou aqui.
Espero que gostem do novo capítulo.



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A semana passou como um borrão, o trabalho triplicou, e todos estavam fora de seus ânimos. Eu não consegui mais ficar sozinha com Edward, muito menos consegui falar com ele fora do trabalho. Não vi Seth, nem Alice, apenas com ligações. Seth havia viajado aquela semana para a Austrália e voltaria na sexta feira, Alice planejava as festas do seu casamento, enquanto conciliava com seu trabalho. E eu me sentia uma péssima amiga, por não conseguir dar total atenção para nenhum dos dois.

Na sexta-feira, quando cheguei no escritório, me lembrei que eu não havia pagado a conta de energia do apartamento e por incrível que pareça eu não conseguiria tempo para aquilo, por isso pedi a Jessica aquele favor, ela sempre ia até o banco, então poderia fazer aquilo. 

Edward estava incrivelmente bravo, estressado e ansioso para a reunião que teríamos naquela manhã, quando entrei na sala. E ele ficava incrivelmente bonito. Aliás, acho que não havia alguma forma dele ficar menos bonito. Nós ainda dividíamos a sala, e vê-lo daquela forma estava me incomodando. Eu tirava os olhos do meu computador sempre que o via bufar, puxar os cabelos ou andar de um lado para o outro e depois se sentar novamente.

—Serio, Edward, você está me dando nos nervos.

Ele semicerrou os olhos para mim.

—Você acha que tem necessidade de tanto nervosismo? –perguntei ainda sobre julgamento.

—Você não entende, Isabella. Esses caras são extremamente chatos e difíceis de lidar.

—Edward, só tem lugar para um estressado na sala e no caso sou eu, você é o mais calmo daqui.

Ele bufou e revirou os olhos.

—Não adianta nada. Preciso de um café.

Edward pegou o telefone.

—Jessica, café, por favor, agora.

Vi quando ele abaixou a cabeça nas suas mãos, tenso e preocupado e eu sentia uma necessidade absurda de reconforta-lo, não só com palavras, talvez com um abraço e...

Eu me levantei e parei de frente a sua mesa.

—Ei, Edward, você é capaz, nunca vi alguém não ser convencido por você.

Ele me encarou. Era difícil não sentir as entranhas estremecerem quando ele me olhava daquele jeito. Seus olhos estavam azuis claros e agora brilhavam.

—Eu ainda não te convenci a sair comigo.

Eu ri e sua boca começou a se curvar num sorriso.

—Nem para dormir você tem tempo.

—Você iria para algum lugar comigo? Só nós? –ele insistiu.

—Claro que eu iria.

Seus olhos se intensificaram e ele abriu a boca para falar, mas fomos interrompidos por Jessica.

Edward se levantou para pegar o café no mesmo momento que a secretaria tropeçou em seus saltos, jogando todo o café na camisa de Edward. Eu tapei a boca para não rir, ao mesmo tempo que os olhos de Jessica saltaram para fora da orbita e Edward soltou um grito.

—MAS QUE DROGA, PORRA! ISSO ESTA ME QUEIMANDO!

—Desculpe, Edwar... senhor, me desculpe, vou pegar um pano. –ela disse desesperada.

—Não me venha com a porra de um pano, saia. –ele disse entre dentes.

O rosto de Jessica parecia que ia pegar fogo quando ela deixou a sala. Nunca havia o visto tão bravo!

—Mas que droga Isabella, eu tenho uma reunião daqui 40 minutos e não tenho como arranjar outra camisa.

Ele disse olhando para baixo e vendo o estrago. Eu acompanhei seus olhos, não era bom. Uma longa mancha estava em toda a frente de sua camisa, antes incrivelmente branca.

—Que ironia do destino, justo hoje eu colocar branco, droga! –Edward puxou seu cabelo.

—Espere, eu tenho um plano.

Ele me encarou sem expressão.

—Não me diga que é lavar minha camisa, ou abotoar o paletó...

Deixei ele falando sozinho enquanto discava para o celular de Alice, ela atendeu no segundo toque.

—Alice Cullen.

—Alice? É a Bella.

—OI Bella!!! Como você esta?

—Estou bem, mas seu irmão está com problemas. –disse olhando para ele, Edward me devolveu o olhar de dúvida.

—O que você está fazendo? –ele sussurrou para mim.

—Que tipo de encrenca Edward se meteu? –Alice disse ao telefone.

—Ele precisa de uma camisa nova, temos uma reunião em 30 minutos, acha que consegue? Depois te explico tudo.

—Chegarei dentro de 15 minutos, com uma camisa nova.

E desligou.

—Sua irmã vai nos arrumar uma camisa.

Eu disse me virando para o encarar, e encontrei um Edward sem terno e gravata e com a camisa aberta, ele analisava sua pele do abdômen com uma cara de dor.

Meus olhos se perderam na pequena visão que eu tive da sua pele, era clara como seu rosto, parecia ser macia... se eu pudesse toca-lo... e aparentava ser firme, cheio de músculos, eu podia ver os gomos em seu abdômen.

—Bella, acho que me queimei.

—Você quer que eu dê uma olhada? –disse com a voz entrecortada, se ele não tivesse tão distraído ia perceber o desejo por ela.

—Sim.

Eu andei até ele, ficando de frente para seu corpo, meus dedos gentis tatearam a mancha vermelha que se atenuava cada vez mais, sua pele se estremeceu ao meu toque, mas eu pude sentir sua textura, era melhor do que eu imaginara.

—Acho que você se queimou. –disse ainda encarando seu peito.

Quando olhei para cima vi que estava errada, ele não estava alheio ao meu desejo, porque ele também estava com desejo, seus olhos azuis estavam escuros e intensos cravados em mim.

Ele se curvou deixando seu rosto a centímetros do meu, seus lábios relaram nos meus levemente e eu senti sua mão dando um aperto firme em minha cintura, puxando meu corpo perto do seu.

—Eu não suporto mais ficar perto de você sem te tocar.

Seus lábios foram para meu pescoço, chupando e lambendo a pele. Subi minhas mãos para seu cabelo e puxei os fios da sua nuca.

—Não fique. –murmurei.

—Se você soubesse o que eu queria fazer com você...

—Provavelmente seja o mesmo que eu.

Os dedos de Edward estavam em meu quadril quando ele me puxou de encontro a sua ereção. E eu quase engasguei. Colei meu corpo no seu, sentindo todas as sensações que eram ter sua boca e mãos em mim, ao mesmo tempo.

—Eu te quero tanto. –ele murmurou sobre minha boca, olhando em meus olhos.

—Por favor. –eu implorei, agarrando seu braço. Queria tanto sentir a pele de seu peito e abdômen, mas tive medo de o machucar, por isso me contive.

Antes que ele me beijasse, a porta foi a aberta. Me afastei em um pulo de Edward, enquanto via Alice entrando na sala.

—O que aconteceu aqui? –ela perguntou.

—A secretaria derramou café em mim. –Edward disse com a voz firme.

Eu ainda não olhara para Alice.

—E porque você está com a camisa aberta? –ela questionou.

—Porque eu me queimei Alice.

—Oi, Bella, está tudo bem? –ela perguntou por cima do ombro de Edward.

—Oi Allie, só um pouco de vertigem. –confessei.

Ela assentiu.

—Não temos tempo, você conseguiu achar alguma coisa para mim? –Edward disse, tirando a atenção que a irmã estava dando para mim.

—Tome, vista-se.

Edward sorriu e beijou a bochecha da irmã e migrou para o banheiro de seu escritório.

Ele voltara antes que Alice me enchesse de perguntas, e nos descemos para pegar o carro que nos levaria para o prédio, onde aconteceria a reunião. Uma Mercedes preta esperava por nós, eu entrei e Edward me seguiu.

—Cadê Carlisle? –perguntei.

—Já está vindo.

Edward passou o braço sobre meus ombros, e aproximou seu rosto do meu cabelo. Eu virei meu rosto, ficando a centímetros do seu.  Ele me encarou, seus olhos derretendo os meus.

—Pare de fazer isso. –pedi.

—O que? –quis saber.

—Me deixando sem respirar. –disse e virei para encarar a rua, enquanto ouvia seu riso baixinho.

Após Carlisle e Emmett entrarem no carro, nós partimos. Edward não se afastou de mim, ele estava tão perto que eu pude sentir seu perfume e aquilo me deixava tonta, novamente. Será que ele percebia como meu corpo reagia a ele? E será que eu não causava nenhum pouco das mesmas sensações nele? Edward estava tão concentrado na conversa com seu pai e irmão, mas ao mesmo tempo não deixou de tocar minha pele do ombro.

Tive ciência das pessoas que nos acompanhavam quando descemos do carro, Aro e Alec. Fomos recebidos por duas mulheres que focaram sua atenção em Edward, eu revirei os olhos, ficando para trás do bando. Que idiotice ter vindo com eles. Elas nos conduziram para o elevador, nem tomando conta da minha presença, se não fosse Edward ter segurado as portas do elevador para mim eu ficaria de fora. Depois dessa, ele não saiu do meu lado, e nunca perdia oportunidade de tocar na base das minhas costas.

Quando chegamos na sala de reunião, notei olhares sugestivos para mim. Me sentei perto de Carlisle e Edward, assim me sentia mais segura.

A reunião começou e eu podia ver pelas expressões que todos estavam entediados, assim como eu. Carlisle tentou lapidar a ideia, mostrando pontos essenciais, com a ajuda de Aro e Emmett.

—Bom, acho que se agíssemos com alguma divulgação, talvez eles pudessem entender nossa  ideia. –eu tomei a voz para falar, pela primeira vez.

O CEO olhou enojado para mim e eu não entendi sua reação.

—Não pretendemos relevar sua opinião, aliás, o que essa mulher faz no meio da nossa reunião?

Ouvi um rosnado saindo da garganta de Edward, ele bateu com o punho na mesa, me fazendo pular.

—Essa mulher, trabalha comigo, como meu braço direito e a opinião dela foi uma das mais sensatas que ouvi hoje. Antes de você usar da sua ignorância e destratar uma mulher, deveria estudar mais sobre o assunto que deveria ser apresentado hoje.

Eu abaixei minha cabeça, envergonhada, sentindo meu estomago revirar.

—Nós estamos de saída, não pretendo ouvir mais nenhuma palavra.

Eu olhei para seu rosto, apavorada, ele não podia fazer aquilo.

—Não queremos sua parceria. –completou Carlisle. –Espero que em um futuro próximo, você pense melhor em como atingir sua meta e talvez podemos retornar.

—Carlisle pense sobre isso. –Aro pediu.

—Você ouviu o que foi dito aqui? –Carlisle perguntou e Aro balançou a cabeça. –Pois bem, você já sabe o que devemos fazer.

Eles se levantaram, mas eu estava petrificada. Eu causara aquilo.

—Vamos, Isabella. –Edward pediu.

.

O caminho de volta tentei esconder minhas lagrimas, olhando pela janela, Carlisle, Edward e Emmett discutiam a imbecilidade daquele grupo. Eu concordava com tudo que eles estavam falando, porém, minha língua parecia estar inchada e minha garganta tampada, se eu dissesse uma palavra eu não suportaria.

—E pensar que eu estava nervoso por essa reunião. –Edward bufou.

—Depois que o antigo CEO morreu, as coisas desandaram, mas eu não imaginava que estava daquela forma, eles irão falir. –Carlisle disse.

—Cara, não deveríamos ter perdido nosso tempo. Inaceitável a forma com que trataram a Bella, poderia ser qualquer uma ali, isso não lhes dá direito de agir de tal forma.

Quando o carro parou em frente o prédio da empresa Cullen’s, eu desci apressada não olhando para trás. Entrei em minha antiga sala, que ainda estava desocupada, mas eu logo voltaria para ela. Aquela sala tinha uma espécie de refúgio, era como se eu me sentisse segura lá dentro. Sentei atrás da mesa e coloquei minha cabeça no meio das mãos. Deixei que todos os sentimentos me inundassem.

E se aquele homem estivesse certo? E se eu não fosse qualificada para aquele cargo? E se Carlisle tivesse errado em me colocar ali? Edward era inteligente e eficaz ele precisava de uma pessoa ao seu nível e não uma que estragaria suas parcerias. Mas, o que eu havia feito de errado para aquele homem agir daquela forma?

Talvez, aquela sala fosse definitivamente meu lugar.

E a contrapartida de Edward e Carlisle? Pelo menos eles e Emmett tinham a mesma opinião. Mas, Aro não. E Aro era meu problema, ele sempre me sondava e me avaliava e um dia ouvira quando ele questionara Carlisle sobre meu cargo, se ele percebesse qualquer coisa a mais poderia deduzir outras. Eu estava muito próxima de Edward e aquilo era um perigo. Sua reação exagerada poderia ter colocado meu cargo a prova, se alguém sugerisse que eu e Edward estávamos nos relacionando de alguma forma.

Batidas na porta tiraram meus pensamentos e eu levantei minha cabeça limpando as lágrimas.

—Pode entrar.

Claro que era ele, porque Edward tinha que se preocupar tanto comigo?

—Bella, você está bem? –Edward olhou bem o meu rosto. –Droga você estava chorando?

—Eu estou bem. –menti.

—Bella, olha esqueça tudo o que você ouviu lá, você não merecia passar por aquilo, nem uma mulher merece, aliás. Onde estão os direitos iguais? Que merda!

Eu me levantei, alisando meu vestido, dei a volta na mesa e fiquei de frente para ele.

—Não faça isso, Edward. Não aja como se a culpa fosse sua, ou se ele não tivesse razão.

—Mas, ele não tem, nenhum um pingo da razão. –disse furioso.

—Você sabe que meu lugar não é do seu lado. –aquela frase tinha um duplo sentindo e talvez realmente fosse verdadeira para os dois.

—Não, eu não sei. O que eu sei é, que sem você eu não teria conseguido nada aqui na Cullen’s, você teve toda a paciência necessária para me ensinar, me treinar.

Edward andava de um lado para o outro, com uma das mãos no quadril e a outra fechada em punho. Ele parecia prestes a explodir.

—Edward, por favor. Você nasceu para ser CEO, eu não fiz nada.

—Você conhece essa empresa e os processos tão bem quanto Emmett.

—Então por que não coloca ele como seu vice?

Ele andou em minha direção e parou a centímetros de mim.

—Por que ele é necessário em outra área, cada um é necessário no seu cargo, entenda isso.

—Por que você fez aquilo? Acabou com a parceria? –questionei.

—Aquela parceria estava acabada assim que aquele imbecil começou a falar. Eu nunca poderia aceitar que falasse com você daquela forma.

—Você não tinha esse direito! –esbravejei, jogando as mãos para o alto.

—Não? E quem tinha esse direito se não o dono da empresa? –ele disse com imposição e ficando mais bravo a cada segundo.

—Você não deveria ter feito aquilo. –murmurei.

—Eu sou o CEO e faço o que for melhor para os negócios.

—Você só fez aquilo pela forma que ele falou comigo, agora todos vão saber o que temos. –quase gritei.

—Ainda que eu esteja bravo como o inferno por aquilo, não foi meu único motivo, eles eram runs. Você deveria estar me agradecendo e não brava comigo, porra. Agora será que dá para você parar com isso? –ele disse exausto.

—Parar com o que?

—Auto piedade ou culpa, não sei exatamente. Eu defenderia qualquer mulher, eu fui ensinado assim.

—Ah por favor, Edward. Você viu como Aro Volturi reparou na sua reação? Pois bem. –disse engolindo o bolo que formava em minha garganta pela enorme vontade de chorar. Nós não deveríamos estar brigando.

—Quero que ele se foda, se eu quiser posso mandar Aro embora também.

—Você sabe que não pode e sabe que o que temos acabaria com nossas vidas aqui dentro.

—Bella, nós não temos nada. Ainda.

Aquilo foi como um soco em meu estomago, mas ele estava certo, nós não tínhamos nada, nada além de atração física.

—É, nada.

Edward suspirou. Ele levou sua mão até o meu rosto, mas eu não podia suportar seu toque, cada vez que isso acontecia eu queria mais. E nada disso fazia sentido.

—Eu não vi aqui brigar com você, ainda que vejo que é impossível. Só vim ver como você estava.

—Agora que você viu, já pode ir embora.

Eu não deveria estar tão chateada com ele, mas eu simplesmente não conseguia esconder isso. Edward formou uma linha fina com a boca, tirou sua mão do meu rosto e se afastou.

—Por que você sempre afasta as pessoas que tentam te proteger ou te defender? –ele disse olhando em meus olhos.

—Porque eu não preciso, eu sei fazer isso sozinha.

Pude ver em seus olhos que eu o havia afetado, Edward suspirou antes de voltar a falar.

—Bom, é ai que muita gente se engana, ninguém é autossuficiente sempre. Vou sair.

Ele bateu a porta, alto o suficiente para me fazer tremer com a batida. Era isso que eu fazia mesmo. Afastava a todos, ainda que os amigos que eu tivesse eram teimosos demais para saírem de perto de mim. Eu não poderia me cogitar no mundo que Edward vivia, não poderia nem cogitar tem um beijo ou uma noite com ele, era demais para mim e colocaria muita coisa em risco.

Com certeza ver ele me defendo havia sido incrível, mas eu não queria prejudicar seus negócios, eu sentia que a culpa havia sido minha. Além disso, nós não tínhamos nada. Nada para que pudesse acabar. Ainda assim, eu me sentia como uma merda e não havia simplesmente nada que me provasse que as coisas foram reais. Eu deixei que mais lagrimas me inundassem.

.

.

Se Seth estivesse aqui, ele diria o quanto eu estava sendo idiota, diria que as pessoas podem sim se importar com as outras e diria também para eu não morrer de coma alcoolico. Depois, ele me deixaria chorar, enquanto me abraçava e me colocaria na cama para dormir. Eu sempre acordava uma merda no dia seguinte e isso era suficiente para me fazer esquecer o motivo principal daquilo.

Mas, hoje, ele não estava ali e eu fodidamente não conseguia ligar para ele. Pensei em Alice, eu sentia sua falta e queria ela comigo, mas como eu justificaria meu estado, se meu principal problema era seu irmão? Como eu justificaria algo que nem eu sabia entender?

Eu nunca havia me sentido tão horrível por brigar com alguém, porém, era Edward. Era tudo diferente do que eu já havia sentido desde então. Eu estava me sentindo tão fodida que nem a droga do vinho me fazia esquecer, tomei um banho quente e me deitei na cama, todas as sensações tomaram conta de mim novamente.

Os rostos duvidosos, a reação de Edward, o olhar de Aro, mas o que mais me doeu foi ver a expressão de Edward quando eu disse que eu não precisava da ajuda de ninguém.

Amanhã seria outro dia e eu pedia fervorosamente para que fosse melhor.

.

No dia seguinte, Carlisle nos reuniu para falar sobre novas parcerias, ele parecia muito aliviado por ter se livrado da empresa do dia anterior. Não foi como eu imaginei, ninguém comentava sobre o acontecido, muito menos lamentava. O clima era outro. Aquilo me aliviou internamente, porém Edward mal me olhara nos olhos. Ficou fora da sua sala o dia inteiro, mal me dando chance para falar com ele, tirando questões empresariais.

 No outro dia, Edward e Carlisle passaram o expediente fora, visitando empresas de matérias primas, por isso não o havia visto também.

Estava tarde quando eu ainda trabalhava, Edward entrou em sua sala parecendo confuso em me ver ali. Ele estava lindo, vestido com um terno azul escuro e camisa e gravata pretas, o tom escuro realçava sua pele, cor dos cabelos e olhos, ele me parecia incrível e eu desviei meu olhar, assim que percebi que estava de boca aberta.

—Oi Bella, não sabia que estava aqui. -ele me cumprimentou com um sorriso.

—Estava terminando uns relatórios para amanhã, mas já acabei.

Peguei as últimas páginas da impressora e grampeei as folhas, enquanto ele se apoiou em sua mesa e cruzou seus braços sobre seu peito e me encarou.

—Você faz muito além do que seu serviço pede. –Edward comentou.

—Quero ajudar você como eu puder e voltar para minha sala o mais rápido possível.

Pelo canto do olho pude ver que ele sorriu torto, eu ainda não o havia encarado.

—É tão entediante assim trabalhar aqui?

—Não, não é nada pessoal, só é bem difícil tudo isso. –percebi que ele havia ficado em silêncio, eu não queria que o clima ficasse pesado entre nós. -Só é chato quando as pessoas puxam saco do chefe. –disse tentando aliviar o clima.

Ele riu.

—Você tem razão.

Coloquei as folhas em cima da sua mesa, e depois imitei sua pose, ficando ao seu lado.

—Agora sei porque Carlisle tem tanto apresso por você.

—E por que?

Ele me encarou, e eu perdi o ar. Costumava acontecer várias coisas quando ele me olhava daquele jeito, mas eu não estava interessada em nenhuma delas, além de absorver aquela sensação.

—Porque você é diferente Bella, acredite se quiser, mas a maioria das pessoas hoje em dia não estão dispostas a subir por mérito, elas preferem se aproximar das influencias.

—Às vezes Edward, o mundo é injusto, infelizmente as pessoas que tem influências conseguem passar na frente daquelas que fazem um trabalho mais honesto.

—E você prefere o trabalho honesto, suponho. –ele riu, seus olhos se encurvaram nos cantos.

—Sim. –eu sorri.

—Isso é bom.

Edward mexeu nos papeis que eu havia colocado em sua mesa, analisou-os e depois suspirou.

—Eu não vou ter trabalho algum amanhã, você fez tudo. –ele me olhou de volta, mas eu encarava minhas mãos.

Quando eu o encarei de volta, senti minha convicção e palavras sumirem da minha mente.

—Eu tinha muitas coisas para te dizer, mas eu simplesmente não consigo com você tão perto.

—Isso é bom ou ruim? –ele sorriu levemente.

—Bom... ruim, eu realmente não sei.

Edward gargalhou, senti sua mão na minha cintura, me puxando para sua frente e me deixando entre suas pernas. Eu criei a coragem necessária para começar.

—Me desculpe sabe, por tudo o que eu te disse, eu sei que é clichê, mas eu nunca queria ter te magoado com aquilo. Você tem sido muito gentil comigo e sua intenção foi a melhor. Eu só estava me sentindo muito humilhada naquele momento e minha cabeça estava girando.

Ele suspirou.

—Eu também peço desculpas. –Edward colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. –Eu não queria ter te deixado sozinha, mas eu te respeito acima de tudo. Você tem algo que me faz querer ficar por perto e eu vou sempre proteger. –ele deu de ombros. –Aprendi com a dona Esme, por isso reclame com ela.

Eu sorri e coloquei meus braços sobre seus ombros.

—Estamos bem então? Você não vai mais me ignorar? –cerrei os olhos.

—Eu só ignorei porque a vontade de ter você perto estava me matando. Foi difícil saber que você havia ficado tão brava com algo que eu julgo ser inocente.

—Isso não faz sentido. –eu ri. –E bom, eu queria te agradecer por isso Edward, acho que foi a primeira vez que eu fui defendida por alguém.

—Bom, faz para mim. O que acha de bebermos algo?

—Agora? –disse surpresa.

—Sim, por que não? –ele sorriu. Eu ergui uma das sobrancelhas. –Vamos lá, quero continuar de onde paramos, mas não aqui.

Ele piscou. Eu estava fodida.

—E por que não?

.

Fomos a um bar onde eu nunca havia entrado, estava mais acostumada com pubs e bares inferiores, mas aquele era para gente como Edward. Não era muito longe da empresa então não tive problemas em ficar fechada com ele dentro de um carro, já estava me acostumado com nossa aproximação. Edward abriu a porta para que eu pudesse entrar e uma atendente nos levou até a bancada do bar, ele se sentou ao meu lado e fez nossos pedidos.

—Essa mulher deve ser a primeira que não te cobiça. –eu murmurei para ele.

—Deve ser porque ela está cobiçando você. –ele disse se curvando levemente para mim.

Olhei por cima do ombro e ela realmente me encarava, desviei o olhar e percebi que ele ria baixinho, enquanto tentava disfarçar olhando para frente.

—Não tem graça. –sussurrei, inclinando levemente para ele também.

—Você não precisa continuar sussurrando Bella, ninguém vai nos ouvir.

Nós havíamos nos sentado aonde poucas pessoas estavam ao redor, a iluminação era baixa e a música estava na altura certa. Enquanto eu reparava na decoração do lugar, o barman entregou nossas bebidas. Nós agradecemos e Edward se virou para mim, seu joelho encostava na lateral da minha coxa.

—Sabia que eu te achava muito chato?

Edward riu enquanto bebia whisky. O movimento da bebida passando por sua garganta era extremamente sexy e eu senti uma intensa necessidade de jogar sobre seu peito e lambê-la.

—E o que te fez não achar mais?

—Eu não disse que não acho, só disse que achava muito chato, hoje é um pouco menos. Você continua irritante. –disse olhando para o copo em minhas mãos.

Ele gargalhou.

—Antes eu te achava difícil, hoje acho impossível de agradar.

Eu bufei.

—Isso não é verdade.

—Ah não? –ele disse de bom humor.

—Edward, apesar de suas gracinhas e brincadeiras, você foi a primeira pessoa em toda minha vida profissional que não duvidou de mim.

—Pensei que tinha sido meu pai. –Edward disse pensativo e me fez olhar para seu rosto.

—Não, Carlisle já duvidou de mim.

—É mesmo? –disse curioso.

—Quando comecei a trabalhar na Cullen’s, tive muitos problemas com alguns superiores, mas eles não poderiam contestar a decisão de Carlisle, mas teve um dia que fui posta a prova e eu sabia pelo olhar do seu pai que naquela hora ele duvidou.

—E deixe-me adivinhar. –ele levantou um dedo gentilmente, me cortando. –Você provou a ele que estava completamente alucinado em duvidar de você um instante que fosse.

Edward tombou a cabeça e sorriu de canto. Eu quis muito subir em seu colo e beijar sua boca.

—Todo mundo tem seu momento de dúvida.  –disse e voltei a olhar para o copo de bebida em minhas mãos.

—Eu não tenho nenhuma sobre você.

Senti seus dedos afastando os cabelos do meu ombro, e sua mão parando em minha nuca, com o polegar ele acariciou minha bochecha, eu encarei seu rosto.

—Estou lisonjeada. –disse sorrindo.

Ele sorriu suspirando e se aproximou mais de mim. Seus dedos rocaram na minha mão que segurava o copo, mas meus olhos não quebraram o contato com os dele.

—Talvez agora não, mas já teve.

—Nunca tive. –ele disse um pouco mais intenso.

—E quando sugeriu que eu era sua estagiaria?

Ele riu baixinho, descendo a mão que estava em minha nuca para minha cintura, forçando-a contra minha pele.

—Eu sempre soube que você não era, estagiários costumam ser amedrontados e fazer tudo o que o superior pede. Já você... –ele riu balançando a cabeça. –Desde que vi soube que era destemida e altruísta. Você me surpreende cada dia mais.

—Digo o mesmo, Edward.

Edward estava perto, eu estava alterada e ele também, depositei uma mão em sua coxa, seu corpo se tencionou, e seus olhos viajaram para minha boca. Eu molhei os lábios, podia sentir minha garganta seca, e era palpável a tensão entre nós.

Tudo o que aconteceu depois foi muito rápido, seus lábios estavam nos meus e eu estava presa contra seu corpo, podia sentir suas mãos em minha cintura, enquanto eu agarrava os cabelos de sua nuca, Edward subiu sua mão para meu pescoço. Nossas línguas se encontraram, quando a dele pediu passagem em minha boca e seu gosto era como o céu, eu poderia beija-lo a noite inteira e ainda não seria suficiente, sua boca era quente e macia e ele sabia beijar muito bem.

Forcei meus dedos contra seu ombro, descendo para seu braço e peitoral, céus, como eu queria vê-lo sem aquela camisa, sentir sua pele e beijar seu corpo todo.  Eu estava concentrada e excitada demais para desviar minha boca da sua pele, ora em seu pescoço e ora em seu queixo.

Nunca, nem nos meus sonhos, eu poderia simular a maciez dos seus lábios, a excitação que me provocaria, nunca poderia imaginar que o aperto de suas mãos estimularia eu ir além, eu querê-las em todo meu corpo e elas o incendiar por onde passava. Sua língua invadiu minha boca novamente e  seu gosto era melhor do que qualquer um que eu já havia sentido, ele mordeu e lambeu de leve meus lábios, e depois nos separamos, ofegantes.

—Bella. –ele disse sério demais para desviar minha atenção. –Você é fodidamente perfeita, eu realmente vou precisar me concentrar para sair daqui e dirigir sem bater o carro.

—Não entendo o porquê...

—Porque você é irresistível e eu acredito que as pessoas desse bar não gostariam de ver mais do que já estão vendo.

Eu senti minhas bochechas corarem ao perceber como estava agarrada a ele, me soltei ficando apenas ao seu lado, mas logo seu braço estava em minha cintura me puxando de volta.

—Eu demorei tempo demais para conseguir ficar perto de você, então não me prive. –ele murmurou contra minha boca, me beijando de leve.

—Me leve para algum lugar para que eu não tenha que afastar de você. –eu disse em seu ouvido, enquanto mordia o lóbulo de sua orelha. Senti Edward gemer e me apertar mais contra seu corpo.

—Esperava exatamente você dizer isso.

.

Edward pagou nossas bebidas, e segurou minha mão enquanto saíamos do bar, quando chegamos em seu carro, ele abriu a porta para que eu pudesse entrar, dando a volta rapidamente e entrando no banco do motorista.

Antes que ele pudesse dar partida seu telefone tocou, era Carlisle, e pelo tom sério que Edward usou algo havia acontecido.

Sua expressão estava transformada quando ele desligou o celular, ele fechou as mãos em punho e bateu contra o volante.

—Mas que droga.

—Edward... aconteceu algo?

—Preciso ir a mansão, agora. –ele disse com o rosto voltado para mim.

Ele encostou a cabeça no banco, e passou a mão nos cabelos puxando-os.

—Isso é grave?

—Provavelmente.

Edward olhou para mim, e acariciou com o polegar minha bochecha.

—Só algo muito sério para me fazer não passar a noite com você hoje, srta. Swan.

Eu me inclinei para encontrar seus lábios, passou um tempo inteiro e estávamos ofegantes, quando parei o beijo.

—Eu não vou deixar você escapar, chefe.

Ele riu de leve e tomou minha boca novamente em um beijo, eu estava tão envolvida por seus toques que havia me esquecido do seu compromisso, quando seu celular tocou novamente.

—Puta que pariu. Alô. –ele rosnou. –Sim, Alice, estou indo. Até.

—É melhor irmos agora. –eu disse, descansando minha mão em sua coxa.

—Vou te levar para casa.

.

.

Alguns dias se passaram desde nosso beijo e Edward havia voltado a ficar estranho. Eu ainda sentia que o problema não era comigo, mas sim do tanto de coisas que estavam sobre seus ombros. Eu não tinha nem tempo para conversar com ele. Foda –se.

Aquele dia havia sido horrível e talvez um banho fosse essencial. Seth havia estendido sua viagem por mais uma semana, então eu teria que ir para algum lugar sozinha, eu odiava sair sem alguma companhia, porém ficar dentro do meu apartamento estava me causando mais estresse ainda.

Eu enxaguava meus cabelos quando de repente tudo ficou escuro e a agua incrivelmente gelada. Mas que diabos? Eu havia pagado a conta de energia, não?

Desliguei o chuveiro rapidamente, e me enrolei em meu roupão, tateei a pia em busca do meu celular e o ascendi. Imediatamente uma mensagem foi me enviada dizendo que se eu quisesse a energia de volta deveria pagar a conta.

—O QUE? Isso não pode estar acontecendo, eu dei a conta a Jessica e...

Então tudo fez sentido, ela não havia pagado. O ódio me inundou a raiva percorreu minhas veias e eu nem vi para onde estava indo, estava enxergando vermelho.


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Notas finais do capítulo

E entao o que acharam? FINALMENTE ELES SE BEIJARAM WEEEEEEE!!! Posso ouvir um amém?
Como vocês puderam notar Bella é realmente muito temperamental e dará um trabalhão para Edward haahhaha mas eles se entendem e nós nos divertimos com esse casal.
Muita coisa ainda vem por ai e essa história é bem açucarada sem muitos dramas, porque a vida real já é dramatica por si só, né? Entao não faz mal fugirmos da nossa realidade ♥
Espero que tenham gostado e em breve voltarei com mais capítulos.
Por favor, deixem seus comentários, eu simplesmente AMO, ler todos eles!



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