(...)

Alguns dias se passaram desde nosso beijo e Edward havia voltado a ficar estranho. Eu ainda sentia que o problema não era comigo, mas sim do tanto de coisas que estavam sobre seus ombros. Eu não tinha nem tempo para conversar com ele. Foda –se.

Aquele dia havia sido horrível e talvez um banho fosse essencial. Seth havia estendido sua viagem por mais uma semana, então eu teria que ir para algum lugar sozinha, eu odiava sair sem alguma companhia, porém ficar dentro do meu apartamento estava me causando mais estresse ainda.

Eu enxaguava meus cabelos quando de repente tudo ficou escuro e a agua incrivelmente gelada. Mas que diabos? Eu havia pagado a conta de energia, não?

Desliguei o chuveiro rapidamente, e me enrolei em meu roupão, tateei a pia em busca do meu celular e o ascendi. Imediatamente uma mensagem foi me enviada dizendo que se eu quisesse a energia de volta deveria pagar a conta.

—O QUE? Isso não pode estar acontecendo, eu dei a conta a Jessica e...

Então tudo fez sentido, ela não havia pagado. O ódio me inundou a raiva percorreu minhas veias e eu nem vi para onde estava indo, estava enxergando vermelho.

(...)

Bati naquela porta idiota e cara do apartamento de Edward Cullen. Ele demorou para atender e quando o fez estava irritantemente bonito e incrivelmente gostoso usando apenas uma calça de moletom. Eu o olhei de cima a baixo descaradamente, demorei na parte que marcava o volume em suas calças e subi os olhos para seu abdômen e peitoral. Minha mente ficou preta e eu havia perdido qualquer sentido ou reação.

—Bella? Que diabos você está fazendo aqui de roupão?

Sua voz foi capaz de me fazer voltar para a realidade e então me lembrei que estava com muita raiva de Jéssica.

Edward olhou preocupado para fora e me puxou para seu apartamento.

—Eu vou matá-la, vou enforca-la e depois joga-la daquele maldito prédio. –consegui dizer.

Seu olhos azuis eram desconfiados e preocupados, ele tombou a cabeça para o lado me analisando.

—Tudo bem. –ele disse calmo. –Quem exatamente você vai matar?

—Sua secretaria, aquela mulherzinha... –eu dei passos ansiosos e nervosos, mas senti mãos pegando meus ombros e me deixando cara a cara com aquele rosto fodidamente perfeito.

—Jéssica?

Eu tremi de raiva.

—Sim, ela.

—Se você me deixar sem secretaria vai ter que assumir esse cargo. –ele riu.

—Olha aqui Edward Cullen, isso é muito muito muito sério. –eu disse apontando um dedo em seu peito.

Edward ergueu sua mão de encontro a minha, e fechou ao redor dela, prendendo ao lado do meu corpo.

—Quão serio exatamente é para você estar em meu apartamento as 19h da noite, com o cabelo molhado e vestindo apenas um roupão? Você atravessou a rua assim?

Merda. Eu estava inundada pela raiva que nem havia me dado conta do que tinha feito, a culpa caiu sobre mim. Mas, o olhar intenso de Edward havia feito com que eu esquecesse de tudo novamente.

—Eu não reparei. –murmurei.

Ele franziu o cenho.

—Como assim você não reparou que estava semi nua? –ele parecia irritado. 

—Porque a sua secretaria não pagou a minha conta de energia. E eu sinceramente não estou entendendo porque você está irritado.

Minha costa encontrou a parede e eu parei, nem havia percebido que estava andando, até seu corpo fodidamente definido e forte estar a centímetros de mim e o cheiro de loção pós barba, pele fresca e Edward, tirarem minha razão.

—Porque você é bonita demais para manter a sanidade dos homens e alguém poderia tentar te agarrar.

Eu engoli em seco.

—Você tem razão, eu não pensei... por esse lado.

Edward passou a mão pelos cabelos.

—Por que Jessica teria que pagar sua conta de energia? –ele inclinou seu rosto para baixo.

—Porque eu pedi que ela fizesse, mas ela tem merda na cabeça e algum tipo de paixão por você e achou que me atacar fosse o correto.

—E onde eu entro na história para ser o alvo de sua raiva? –um sorriso divertido brincou em seus lábios.

—Você é o chefe dela, e não é o alvo da minha raiva, só achei que você poderia fazer algo. –minha voz saiu cortada.

—Sim.

—E você vai corrigi-la. –minha voz saiu arrastada. Edward encarava meus lábios como um predador encara sua presa. Eu podia sentir a tensão entre nós.

—Bella, você veio até aqui só por isso, se arriscou e tudo mais?

—Sim, mas...

—Ah Isabella o que farei com você? –sua mão foi para minha nuca, e ele puxou o meu cabelo, deixando minha cabeça inclinada para ele.

—Você sabe o que fazer.

Então sua boca estava na minha e ela não era nada gentil, minha cabeça só não bateu na parede porque sua mão estava ali protegendo-a, enlacei meus braços em seu ombro e ele me puxou para cima, eu não conseguia pensar em mais nada a não ser como ele era bom em tudo o que fazia. Edward fez com que eu subisse em seu colo, e minhas pernas ficaram totalmente expostas, ele passou sua mão por uma delas parando antes que fosse tarde demais. Eu apertava seu corpo em meus braços, para que ele sentisse o que causava em mim, além disso, aproveitei para finalmente ter minhas mãos sobre seus ombros, braços e peitoral. Quando passei minha unha por sua pele, Edward gemeu e pressionou sua ereção mais forte em meu sexo. Suas mãos pressionavam firmemente a minha coxa, enquanto ele me empurrava forte contra a parede.

Puxei os cabelos de sua nuca, enquanto sentia sua boca descer pelo meu pescoço, seus dedos hábeis desamarram a tira do meu roupão, e ele se abriu relevando meu corpo. Edward desceu os lábios pelo meu pescoço e eu gemi quando senti sua língua, circulando meu mamilo, enquanto sua mão girava o outro entre seus dedos. Eu quis gritar e chorar, eu queria tanto aquilo que chegava a doer, inclinei meu corpo pedindo mais dele, Edward abocanhou um dos meus seios com muita vontade e eu gritei, ele aliviou a tensão passando sua língua de leve e depois mudou sua atenção para o seio do lado. Eu segurei sua cabeça de modo que ele não conseguisse sair dali, meus gemidos influenciavam Edward e eu senti que poderia gozar exatamente assim. Mas, antes que eu pudesse dizer algo, sua boca estava em meu pescoço subindo para minha orelha.

—Edward... –eu gemi.

—Você é tão fodidamente perfeita, Isabella. Me diz que você sente o mesmo que eu.

Segurei seu rosto de modo que sua boca foi para a minha novamente, nossas línguas dançavam sincronizadamente e eu subia e descia em seu colo, causando um atrito maravilhoso entre nós.

—Eu te quero tanto, Edward.

Edward posicionou sua mão em minha barriga, e desceu por dentro da minha calcinha, encontrando minhas bordas extremamente molhadas. Seus dedos estimulavam meu ponto de tensão, enquanto ele me penetrou com outros dois. Nós gememos juntos.

—Você é tão molhada e quente... –sua voz estava carregada de desejo. –Preciso sentir você contra minha língua.

—Oh meu... sim, por favor. –eu chorei.

Edward me ajudou a ficar sobre meus pés, e se agachou a minha frente, só aquela visão já faria qualquer mulher atingir o limite e então ele abaixou minha calcinha, e forçou minhas pernas.

—Nem os meus sonhos chegam perto da realidade. Maravilhosa.

—Você vai me matar. –eu gemi.

Ele puxou minha perna de modo que ela ficou em seu ombro, e então sua língua estava em mim. Eu enrolei meus dedos em seu cabelo e segurei a parede para me apoiar, minhas pernas falharam, mas ele me sustentava. Edward chupava meu clitóris forte e depois lento, quando ele me penetrou com os dedos eu gritei, ele fazia os mesmos movimentos que realizava em minha língua, só que agora em um lugar muito mais delicado e estimulado. Eu sentia minha excitação escorrer, e ver seu rosto entre minhas pernas me fazia querer chorar com a perfeição que ele era. Meu quadril começou a se mover involuntariamente, Edward aumentou o ritmo, dando atenção a todas partes de mim, quando ele bombeou o ponto G, eu urrei, e então ele adicionou sua língua esfregando meu clitóris.

—Eu vou...

Meu corpo convulsionou e eu atingi meu limite, gritando seu nome. Delicadamente, ele posicionou minha perna no chão, e voltou para perto de mim, olhando em meus olhos.

—Você é fascinante, nunca vou me cansar de te ver.

Eu sorri e beijei seus lábios, seria uma troca justa eu lhe dar aquilo também, e eu queria desesperadoramente o sentir em minha boca.

Minha mão tocou sua ereção por cima da calça e ele engasgou e olhou em meus olhos.

—Você não precisa...

Eu sorri e mordi o lábio, o apertando sobre o moletom.

—Eu quero que você foda com minha boca, Edward.

—Porra... –ele uivou.

Eu empurrei seu corpo contra a parede, e beijei seu peitoral, passei a língua pelos gomos de seu abdômen e arranhei de leve aquele fodido V da sua virilha, que o deixava de tirar o folego. Seu gosto era ainda melhor que o cheiro, eu poderia me perder naquela barriga, mas tinha algo muito mais interessante para provar. Abaixei sua calça junto com a boxer e não consegui esconder a surpresa quando vi seu comprimento e largura. Ele era grande e perfeito e só de imaginar dentro de mim, fez meus músculos se revirarem. O toquei firme, masturbando, enquanto descia chupando a pele de seu abdômen, até ficar de joelhos. Espalhei o pré sêmen com o polegar, enquanto começava a movimentar, olhei para cima e vi Edward com a cabeça encostada na parede, de olhos fechados.

—Edward?

—Hum?

Ele olhou para baixo, encontrando meus olhos.

—Me veja fazendo isso.

E então o tomei em minha boca, ouvi seu gemido e senti seus dedos agarrando meus cabelos fortemente. Encapei meus dentes com os lábios e chupei todo seu comprimento, voltando para a ponta e lambendo como se fosse um picolé, com a mão em sua base o estimulava. Eu alternei os movimentos, entre tê-lo inteiro em minha boca e apenas chupar a ponta. Agarrei sua bunda e Edward começou a acelerar o movimento, tomei cuidado para não engasgar e nem machucar seu membro, ele gemia, dizia coisas sem sentido e puxava meu cabelo. Quando senti seu membro pulsar, percebi que ele estava perto, olhei para cima encontrando os seus olhos.

—Porra... puta que pariu, eu estou muito perto...

Então senti seus jatos em minha garganta e o chupei até que ele terminasse. Edward me puxou para cima e me beijou.

—Isso foi incrível. –eu disse.

—Mal posso esperar para estar dentro de você, Isabella. Eu nunca vi nada mais fodido e quente do que isso.

Enquanto nos beijávamos, a campainha soou, me fazendo pular.

—Caralho. –ele disse. Edward foi mais rápido que eu ao amarrar meu roupão de volta no lugar e puxar sua calça para cima.

—Quem é? –eu murmurei.

Edward me olhou com os olhos arregalados, raivosos e cheios de desejos.

—Carlisle e Esme. Eu esqueci que eles viriam.

—Eu tenho que ir embora. –disse sentindo o pânico me dominar.

—Eu vou buscar algo para você vestir, não posso deixar que saia assim.

Edward foi perto da porta.

—Quem é?

—Somos nós filho. –a voz de Esme soou.

—Oi mãe, espere só um minuto acabei de sair do banho, vou me trocar.

Edward não esperou a resposta, ele correu e subiu a escada de dois em dois degraus, em menos de um minuto ele voltou com uma camiseta e uma calça.

—São minhas. –ele sussurrou e sorriu. –Se troque ali.

Ele apontou para a sala que estava escura, Edward não me acompanhou e eu me troquei o mais rápido que eu imaginei ser possível, mal conseguia respirar com a adrenalina em liberada em mim.

—Como vou sair daqui? –perguntei quando já estava de volta no mesmo cômodo que Edward.

—Você ficou incrível, Swan.

Eu revirei os olhos e ele riu baixinho. A campainha soou novamente e meu sangue fugiu do rosto.

—Ele estão na porta, vou te colocar no elevador.

Edward pegou minha mão na sua, e me puxou pelo corredor, o elevador estava em seu andar, ele digitou a senha e eu entrei ligeiramente. Antes que as portas fechassem, ele segurou meu rosto em suas mãos e me beijou, forte e profundo.

—O que seria dos meros casais sem a adrenalina? Desculpe por isso, eu te vejo depois.

Edward beijou minha testa e se foi.

.

Deitada em minha cama eu não conseguia me arrepender de nada, nem do quase flagrante por Carlisle e Esme e muito menos ter raiva de Jéssica. Eu só sabia sorrir e lembrar de todas sensações que havia experimentado com Edward.  Eu o queria ainda mais e poderia apostar que era mutuo. Aonde chegaríamos eu ainda não sabia, mas eu toparia qualquer coisa que ele estivesse envolvido.

Ainda que eu houvesse recebido o melhor sexo oral da minha vida, o que mais me surpreendeu foi o ato de despedida de Edward, ainda podia sentir seus lábios em minha testa, ele parecia muito protetor.

Não consegui tirar suas roupas, seu perfume era intenso demais e eu queria me embriagar com ele.

Quando estava prestes a dormir, a luz do meu apartamento se ascendeu e meu celular apitou dois minutos depois.

“Você tem energia em seu apartamento agora? ;D Posso pedir para cortarem sempre”

“Agora sim, você fez isso?”

“Sim, eu posso fazer muitas coisas, Bella.”

“Obrigada por isso. E eu adoraria conhecer todas elas.”

“Você conhecerá em breve, Bella.”

.

.

Eu me sentia deslocada no meio daquela gente, todos eles estavam vários patamares a cima de mim e me faziam sentir constrangida. Eu tentava andar demonstrando tranquilidade enquanto passava pelo jardim da mansão dos Cullen, se meus joelhos não fraquejassem e eu caísse seria bem melhor. Meus olhos varreram aquele enorme e luxuoso jardim a procura de Alice.

Eu ainda não estava acostumada com a beleza da mansão dos Cullen, era estonteante, sempre que participava das festas a maioria era no jardim da casa, pouca delas foram na sala de estar, que também não ficava para trás no quesito luxo. A mansão possuía um estilo mais antigo, mais aconchegante e combinava perfeitamente com o estilo de Esme e Carlisle. Padronizada com as cores creme e marrom, suas janelas eram de madeira assim como as portas, o piso era porcelanato e as mobílias tediam para o marrom também. Do lado de fora, havia uma enorme piscina, ao lado coqueiros, plantas e algumas estatuas faziam a decoração.

Hoje era a festa de aniversário de Carlisle e eles decidiram comemorar a volta de Edward, por isso o jardim contava com uma decoração diferente, alguns balões flutuantes coloridos foram dispostos em todo o local, mais para o extremo estava uma mesa gigante repleta de comidas doces e salgadas e bebidas de todos os tipos. Apesar do clima frio, a piscina também estava decorada e iluminada, mas nem o clima tirava o entusiasmo dos convidados que dançavam ao som do DJ.

Me tranquilizei, a roupa que eu escolhera não estava muito inferior ao nível da festa. Eu estava vestida com uma short que acabava um pouco acima de curto e um cropped.

Eu ainda não sabia o que havia me trazido aqui, ou melhor dizendo, não queria admitir que eu estava ali somente para ver Edward. Para minha decepção eu ainda não o havia visto, talvez se eu visse Alice e desse o fora, seria melhor para minha sanidade, mas Seth não me perdoaria nunca por ter vindo a festa e não ficado. Ele havia me telefonado pelo menos três vezes, insistindo para que eu fosse.

—Bella!!! –uma voz alegre e como de um soprano soou atrás de mim, me fazendo dar um pulo.

—Alice...

—Estou tão feliz que tenha vindo. –ela sorriu me abraçando.

—Se eu não estivesse aqui, provavelmente estaria sem emprego na segunda.

Ela tombou a cabeça e riu.

—Eu não seria tão má assim.

Ergui uma das sobrancelhas para ela. 

—Ok. –ela levantou as mãos em sinal de arrependimento. –Talvez um pouco, mas não a esse ponto. Você está tão linda!

—Digo o mesmo para você e eu só estou me sentindo bonita porque você comprou essa roupa.

Alice riu.

—Por falar nisso, nós precisamos de um dia das garotas, uh?

—Eu concordo, e eu quero muito saber como anda os preparativos para seu casamento.

—Oh meu Deus Bella, eu tenho tanta coisa para te contar, mas antes vem comigo, quero te apresentar a um pessoal.

Olhei em pânico para ela.

—E quem seria esse pessoal?

—Herdeiros de Boston, bom partidos para você.

—E quem disse que estou procurando partidos? –protestei e ela riu.

—Bella, eles são bonitões e ricos, podem fazer todas as suas vontades e quando você se cansar, você chuta eles.

A essa altura ela já tinha puxado meu braço e agora andávamos pelo gramado. Eu estava carrancuda, por dois motivos: primeiro, ela estava me obrigando, segundo era um insulto andar ao lado de Alice, ela parecia uma modelo de passarela vestida em seu macacão florido e eu me sentia minúscula e desajeitada ao seu lado.

—É assim que você pensa sobre Jasper?

Ela balançou a cabeça negativamente.

—Eu amo Jasper, é diferente.

—Mas, foi assim que pensou de início?

—Bella, não se faça de inocente, sei que não é virgem muito menos santa, então se comporte e conheça alguns caras. –ela me exortou e eu fechei a cara.

Chegamos a um grupo de homens e mulheres, todos muito elegantes, mas o que prendeu minha atenção, foi o loiro de olhos azuis que estava ali, seus olhos me fitaram com curiosidade e eu pude ver sua boca se curvando em um sorriso.

Eu suspirei. Aquela era uma visão de tirar o folego, Edward estava vestindo uma camisa branca dobrada até os cotovelos e um short salmão, a camisa marcava perfeitamente seus músculos. Mas, eu não imaginava que sentiria vergonha dele. A última vez que ele havia me visto, eu estava ajoelhada enquanto fazia boquete nele, não deveria ter corado, mas eu sentia meu rosto pegar fogo.

Era obvio que todos haviam se preparado para uma festa da primavera, com roupas coloridas e alegres, mas o dia havia amanhecido nublado e frio, nos pegando de surpresa.

—Oi gente, trouxe a Bella para interagir conosco. –Alice disse.  

As pessoas me cumprimentaram e não foi tão ruim assim, alguns possuíam conversas muito fúteis, outros até que não, muitos homens bonitos reunidos em um mesmo lugar, mas nenhum me fez suspirar como Edward fazia, talvez fosse porque ele estava ali, diminuindo qualquer outro que estava por perto. Um deles, não me lembro bem seu nome, talvez fosse Mike, era loiro dos olhos castanhos, me fitava muito, puxava assunto comigo e me tocava diversas vezes, talvez fosse impressão minha, mas eu juro que vi a mandíbula de Edward travada e seus olhos furiosos quando olhei de lampejo para ele. Mas, ele não havia se aproximado de mim até então, e eu agradeci um pouco por isso, talvez Edward ainda não havia percebido minha tensão.

Em dado momento, pedi licença a eles, precisava respirar fora daquela atmosfera que literalmente não fazia parte do meu mundo e fui para a mesa das comidas.

—Oi Bella. –a voz rouca soou bem perto do meu ouvido, me fazendo pular.

—Você já tentou cumprimentar as pessoas civilizadamente? Sem assusta-las? –eu disse me virando para encara-lo.

Edward puxou minha cintura e deu um beijo no canto inferior da minha boca. O quiche que estava em minha mão quase caiu no chão.

—Melhor? –ele disse tão próximo do meu rosto que pude sentir seu hálito e perfume.

Balancei a cabeça positivamente. Seus lábios deixaram minha pele formigando.

Ele pegou um petisco e uma bebida e voltou para o meu lado, despreocupadamente.

—E então, está se divertindo?

—Sim. –disse sinceramente.

—Alice sabe dar uma festa.

—Sim.

—Bella? –ele puxou meu rosto de encontro ao seu, que antes encarava o copo em minhas mãos.

—Hum? –engoli em seco. Eu não conseguia mais ver ele apenas como meu chefe. Eu o queria tanto.

—Por que você não me olha nos olhos?

Eu me desvencilhei de seu toque e me virei para pegar mais um copo de bebida na mesa.

—Eu estou normal.

—Não está não. –ele disse ao meu ouvido.

Seu braço circulou minha cintura e me virou, fazendo com que meu corpo ficasse de frente para o seu.

—Você não vai me deixar em paz, não é?

—Não. E nem você quer isso.  –o azul de seus olhos eram tão intensos que me fizeram suspirar.

—Não. Bom, é besteira minha. Você me traz diversas sensações.

Ele sorriu torto e apertou minha cintura antes de me soltar.

—Digo o mesmo sobre você, Isabella.

Ele escorregou os dedos entre meus cabelos, parando sua mão atrás da minha nuca e então me puxou para seu peito. Senti quando ele beijou o topo da minha cabeça e eu retribui beijando a pele exposta de seu peito.

—Estou feliz que tenha vindo. –ele disse após me soltar. -Não gosto de ser o centro das atenções. –comentou e eu gargalhei.

Edward me olhou semicerrando os olhos.

—O que há de tão engraçado, Isabella?

 O jeito que ele disse meu nome fez meu corpo vibrar e eu parei.

—Você se acha, não é?

—Não, mas a festa é para mim, então natural que eu seja o centro das atenções.

—A festa é para Carlisle e para você. –eu o corrigi.

—Por que você gosta de cortar meu barato? –ele disse fingindo estar chateado.

—Porque as pessoas puxam seu saco demais, então você precisa de alguém que não faça isso.

Ele riu e se aproximou de mim.

—Você está linda. –ele disse e eu corei, abaixando a cabeça. Edward ergueu meu queixo com um dedo. –Você não está com vergonha, esta?

—Um pouco. –confessei. –Eu realmente devo ter batido a cabeça em algum momento da minha vida.

—Você é a pessoa mais surpreendente que eu já conheci. –Edward disse sorrindo.

—Claro, quem mais iria até seu apartamento vestindo apenas um roupão?

Ele riu e eu o acompanhei.

—Eu nunca vou perdoar meus pais por nos interromper.

Eu balancei a cabeça rindo, enquanto tomava um gole da minha bebida. Edward segurou em minha cintura, aproximando seu corpo do meu novamente.

—Eu estou quase enlouquecendo com esse desejo que tenho por você.

Olhei dentro de seus olhos e eles eram intensos que me deixaram sem ar.

—Então tudo se resume a isso, Cullen? –disse divertida. –Você é o famoso chefe que abusa das secretarias inocentes?

Ele gargalhou.

—Se elas forem você, sim.

—Bom, eu também tento me controlar toda vez que você se aproxima.

O sorriso de Edward aumentou e eu percebi que ficaria ali admirando durante a noite toda.

Fomos interrompidos por Rosalie e Emmett e uma pequena menininha que logo que viu Edward pulou em seus braços, Edward a abraçou e beijou sua bochecha. A menina ficou agarrada a ele, enquanto eles se cumprimentavam e depois a mim.

Eu conhecia mais a Emmett, por ele trabalhar na empresa, mas já havia visto Rosalie nas festas na mansão e algumas vezes havia conversado com eles, sabia que a menina era filha do casal de apenas três anos e se chamava Edithie.

—Não sabia que iria vir Bella. –Rosalie me disse.

—Pois é, Alice me convenceu. –sorri para ela.

—Fico feliz que tenha vindo, geralmente não me sinto a vontade para conversar com essas mulheres tão fúteis.

Eu ri.

—São todas convidadas de Alice, Rose. –Edward disse.

—E eu não sei? É realmente uma pena que quase todas tenham interesses.

—Espero que meu irmão não esteja te aborrecendo, Bella. –Emmett disse, fazendo Edward revirar os olhos. –E Rose odeia quase todas as mulheres dessa festa, por darem em cima de mim e do meu irmão.

Eu olhei para Rose e ela semicerrava os olhos.

—Mas, ela sabe que não temos culpa, nossa genética é muito boa.

Rose bateu em seu braço e ele riu acompanhado de Edward.

—Deixe de besteira, Emmett. E não ligue para isso Bella.

—Tudo bem. –eu disse rindo também.

—E então como vai minha garota mais linda? –Edward disse para a garotinha em seu colo.

—Estou bem tio e com saudades.

—Eu também estava.

—Quem é essa menina, tio? –Edithie perguntou se referindo a mim. –Ela é sua amiga, como a mamãe é do papai?

Eu corei. Emmett gargalhou.

—Parece que Edward está tentando isso, Edithie. –Emm respondeu fazendo Rosalie sorrir de canto.

Edward ignorou o irmão mais uma vez.

—Ela é minha amiga.

—Você é bonita. –ela disse para mim.

Eu corei novamente.

—Obrigada Edithie, você também é linda.

A garotinha não me conhecia, porque quando eu vinha a mansão dos Cullen ela sempre estava com os avós em outro lugar, apenas uma vez ou outra nos encontramos, mas isso não a faria lembrar de mim.

—Edithie, vamos falar com o vovô e depois podemos ir brincar, que tal? –Rosalie disse.

A garota pareceu pensar e por fim cedeu. Ela abraçou Edward e ele a colocou no chão, eles se foram com a garota tristonha.

—Já que a gente se fala irmão.

Edward balançou a cabeça

—Garotinha esperta. –ele disse com admiração.

—Muito esperta. –murmurei.

—Então Bella, parece que o Newton gostou de você. –ele disse em um tom desinteressado, apontando com a cabeça para o lado.

—Quem é Newton?

—Mike, aquele que esta te olhando descaradamente.

—Ah sim, não percebi. –menti.

—Só se você for cega, né?

—Eu não o conheço.

—Mas, ele fez muita questão disso.

Seu olhar se transformou em raiva, quando ele voltou a falar.

—Ele é um fodido, por favor, não permita que ele se aproxime de você.

—Edward, relaxe, eu não estou interessada nele. Não precisa ficar tão nervoso. Você não está com ciúmes está?

Ele suspirou e passou a mão nervosamente nos cabelos.

—Droga, estou. Além de ciúmes, Newton é uma pessoa ruim, não brinque com isso.

Nós estávamos a centímetros um do outro, a tensão entre nós faziam nossos corpos parecer como se estivessem soltando faíscas. Edward olhou para minha boca e minhas pernas amoleceram, merda, eu queria muito sentir sua boca na minha.

Ele estava prestes a falar, quando uma loira totalmente falsa que eu identifiquei como Tanya se colocou ao nosso lado, me ignorando completamente e jogando o braço ao redor de seu pescoço. Ela sempre surgia quando as coisas ficavam tensas entre nós?

—Ah Edward, é bom te ver.

Seus olhos ainda estavam cravados em mim e suas mãos somente se apoiaram na base da costa da mulher.

—Oi Tanya. –ele disse se afastando um pouco.

Mas, a mulher mantinha suas mãos nele.

Solte ele, eu tive vontade de dizer entre dentes.

 Uma enorme onda de nojo e repulsa me subiu a garganta quando ela se jogou novamente nele, beijando seu rosto e pescoço. Era demais para mim. Ele a afastou do seu corpo, colocando as mãos da mulher para longe de si.

—Você não cumprimentou Isabella. –ele disse.

Ela me olhou com desdém e superioridade.

—Ah, oi. –disse sem vontade.

—Oi. –retribui com olhar de desprezo, e comecei a andar para longe dali.

Edward não me impediu e sinceramente não queria que o fizesse, eu estava com raiva demais, dele e da loira e sua atitude egoísta e sem freio.

Precisei tomar um drink para me acalmar e sentar em algum lugar calmo e afastado de onde as pessoas dançavam.

E então comecei a pensar com clareza, ele não fizera nada demais, o que eu esperava? Que ele a destratasse? Ele não era assim e eu sabia disso, Edward poderia usar aquilo contra mim, assim como usei Mike contra ele. Mas, ele mais uma vez me surpreendeu. Ele não era assim, fútil como eu pensei que era.

—Bella! –Rose disse ao me ver.

—Ei, Rose. Quer se sentar um pouco?

Continua...