Luz da Escuridão escrita por A OLD ME


Capítulo 16
Minha luz na escuridão.




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P.O.V DRACO

Ayla havia sumido.

Depois que a deixei com Freya em seu quarto foi a última vez que a vi. Duas semanas haviam se passado desde então, Freya me evitava a não ser que fosse em locais onde estávamos rodeados de pessoas. Eu sabia que algo estava errado, mas não fazia ideia de como encontrá-la. Seu quarto estava fechado com feitiços embora eu soubesse que ela não estava lá. Eu precisava arrumar um jeito de encurralar Freya.

Mais uma semana passou até que em uma sexta feira a noite eu estava sozinho no salão comunal da Sonserina quando Freya passou escondendo-se por mim. Decidi segui-la sem que me visse, sabia que para sair a uma hora dessa ariscando-se ser pega por Dolores seria por um motivo importante. Por sorte eu estava com meu distintivo do ridículo esquadrão inquisitorial na qual tive que me alistar, pois assim que chegamos as escadas Dolores surge em frente a Freya.

— O que faz aqui mocinha?

— Eu, ah, bem... – ela se enrola.

— FREYA – grito – Ai está você. – me aproximo parrando a mão por sua cintura.

— O que..? – Ela parece confusa.

— Marcamos no corredor três.

— Esperava mais de você. – fala Dolores – Sabe que esse tipo de comportamento é proibido.

— Não acho que meu pai desaprove isso Dolores, talvez devêssemos perguntar a ele se você deve ou não interromper um casal de sangues-puros da Sonserina em um momento... intimo.

Dolores faz cara de nojo para nós, mas vai embora, assim que saímos de vista afasto o braço de Freya.

— Vai me contar agora onde está Ayla e me dizer porque está me evitando?

— Ela não está bem Malfoy...

— Eu sei, por isso preciso vê-la. Talvez eu possa ajudar.

— E como você pretende fazer isso? Dizendo por ai que o melhor amigo dela merece a morte que teve?

— Eu nunca disse isso!

— Então ela imaginou?

— Ela só não entender, preciso concordar, preciso dizer o que eles esperam, não significa que eu esteja dizendo a verdade. Eles já estão me achando estranho.

— Danem-se eles.

— Não me importo com o que você pensa de mim, só quero falar com ela.

— Não!

— Sim! E você vai me levar até ela! Por bem ou por mal.

— Desde quando criou coragem Malfoy?

— Já chega entendeu? Quero vê-la.

— Por sua conta e risco, se ela o expulsar, vá embora e não volte mais. Aqui há uma passagem, atravesse o túnel e acabará na casa dos gritos, ela está lá. – apontou para o fundo do corredor.

Caminho lentamente até a porta de carvalho escuro com fechadura de bronze. Meu batimento está acelerado e minha respiração é pesada. Olho para trás onde Freya me encara com uma sobrancelha erguida. Abro a porta que leva para um túnel escuro, muito a frente posso ver uma luz esverdeada, vou até a luz. Só percebo que estou contando meus passos quando chego a uma sala muito parecida com o salão comunal da Sonserina.

A sala é baixa, com piso de madeira negra, um sofá branco no meio com um tapete felpudo verde entre a lareira e o tapete. A lareira crépida com chamas verdes, é a única fonte de luz do cômodo. Uma escada é a única saída desse lugar e ela leva para um corredor. Estou na casa dos gritos. Para a esquerda há mais uma escada que leva para o segundo andar, onde há três quartos. Todos eles com apena duas letras de prata na porta.

Entro no único que está com a porta entreaberta.

Deitada na cama em meio a várias camadas de cobertas está Ayla. Pequena e frágil. Aproximo-me dela com calma para não acorda-la com barulho. Agacho-me ao seu lado tocando sua bochecha.

— Ayla. – chamo -  Ayla, acorda.

Ela remexe na cama, parece estar sonhando. Fico observando-a por um tempo até que ela começa a falar durante o sono.

“Porque não pode ser bom?”

— Como?

“Draco, não é o pai dele...pode ser bom.”, ela completa.

— Eu quero, quero ser... – sussurro – Ayla, por favor, acorde.

Ela abre os olhos devagar piscando algumas vezes por causa da luminosidade. Seu pulso que estava embaixo do travesseiro se revela, a ferida ainda não curou por completo e vai deixar uma cicatriz em seu pulso.

— Draco – ela exclama – O que faz aqui – diz sentando na cama.

— Calma, eu quero... – começo – quero conversar.

— Como me achou aqui? – ela pergunta – Quer conversar sobre o que?

— Sobre nós...

— Não existe nós Malfoy, não existe... – Ela fala exasperada – de onde você tirou isso?

— Eu sei que existe sim. Aqueles beijos, você sentiu também. – insisto – Sei que você... Eu.. Eu te... – travo.

— Eu o que Malfoy. Porque você me atormenta assim? O que, por Merlin, você quer de mim? – ela grita.

— Eu quero você – grito de volta – Você não entende... Eu sei que fui horrível, mas era o que esperavam de mim. Eu nunca fui realmente aquele cara, pelo menos não desde que conheci você. Aquele é meu pai. Você sabe disso no fundo, sabe o que sinto. Essa é a minha verdade Ayla, você é minha verdade. Eu quero ser bom, quero ser por você, quero ser por nós e também quero por mim.

— Eu... não sei... não entendo.

— Eu estou apaixonado por você.

— Mas eu sou tudo que você odeia, uma sangue-ruim, não é mesmo, uma amaldiçoada? – diz me mostrando seu pulso.

— Não. Eu não me importo com isso, minha família se importa, eu não. Mas tenho que te contar uma coisa. Eu achei algo na biblioteca da minha casa. Algo que pode ser sobre você. – tropeço entre as palavras – se isso for verdade, eu vou poder te proteger com mais facilidade. Você estará em segurança.

— O que? Como assim?

— Eu acho que você pertence a uma linhagem muito antiga de bruxos. Uma linhagem amaldiçoada.

— Como, meu pais são...eram trouxas.

— Seu pai ou sua mãe era descendente de um aborto.

— Um bruxo abortado? Mas... – ela parece fazer contas.

— Filhos de bruxos abortados podem despertar magia. – pondero sobre – Se for verdade, você é herdeira da família Blacklight.

— E no que isso tem haver com minha segurança.

— Se você for de uma família nobre, você não corre o risco de ser perseguida por Voldemort e poderemos assumir um relacionamento... – engasgo – ah, é... se você sentir o mesmo... se você... quiser.

Ayla se enrola nas coberta e levanta da cama, está pálida e seus olhos verdes esmeralda tem um tom acinzentado. Ela caminha para fora do quarto e eu a sigo lentamente. Sentada no tapete em frente a lareira no cômodo do porão ela encara as chamas verdes.

— Alguém mais sabe sobre isso?

— Minha mãe me ajudou a pesquisar algumas coisas sobre os Blacklight, mas ela acha que era um trabalho de aula de história da magia.

— Como posso saber que não vai me abandonar no primeiro problema, ou se descobrir que na verdade sou só mais uma sangue-ruim?

— Jamais farei isso.

— Como sabe? E se ele vier atrás de meus amigos, não que eu tenha muitos, mas e se ele vier atrás de mim?

— Então fugimos...

— E vamos ficar as escondidas até que saibamos se sou ou não herdeira de uma família nobre? – ela fala com desdém – Podemos nunca descobrir.

— Se... – respiro fundo – Se não descobrirmos até o fim do ano, assumimos, seja as consequências quais forem elas.

— E sua família?

— Você será ela. – digo agachando-me ao seu lado.

Ayla respira fundo e me encara. Acontece rápido e eu não posso fazer nada a não ser responder, não que eu quisesse me afastar, mas mal posso acreditar quando ela me beija, dessa vez sem jogos, sem provocações, somos um, eu sou dela e ela é minha. Minha luz na escuridão.


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