Luz da Escuridão escrita por A OLD ME


Capítulo 17
A casa amaldiçoada


Notas iniciais do capítulo

Voltei, sério, se tem alguém ai lendo, por favor, comente. Qualquer coisas, só para eu saber que não estou postando para mim mesma.



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Draco e eu não falamos nada por um longo tempo, ficamos parados, olhando para as chamas verdes, sentindo o calor do corpo um do outro e escutando nossas pulsações. Quando paro para lembrar desse momento, acho que na verdade nenhum de nós sabia o que falar. Tudo que havia acontecido ali era inesperado para ambos. Jamais achei que Draco Malfoy que vivia me importunando um dia tornar-se-ia o homem que se tornou, que no auge de sua adolescência enfrentaria seus fantasmas por amor. Hoje percebo o quão pouco o conhecia naquela época.

Quando finalmente quebramos o silencio, percebi que tínhamos tantas perguntas um para o outro, como se tivéssemos acabado de nos conhecer.

— Desde quando...

— O que você... – Começamos a falar juntos. Percebendo que assim não daria certo rimos, Draco segurou minha mão e acenou para que eu falasse antes.

— Desde quando você se sente assim em relação a mim? – completei a pergunta.

— Acho que no fundo sempre senti, sempre tive curiosidade sobre vocês desde o dia em que nos chamou de arrogantes no trem, no primeiro ano.

— Bem... você era bem arrogante. – disse o interrompendo.

— Eu sei, eu era péssimo, mas tente entender que o que fui é fruto de minha criação, nunca tentei ver de outro ponto de vista... – ele se justifica – sei que não é uma desculpa razoável, mas é a única que eu tenho. De qualquer forma, acho que se intensificou no início de nossa adolescência, no terceiro ano, e logo veio nosso primeiro beijo. Caso queira saber, aquele foi o meu primeiro.

— Sério? – perguntei pasma.

— Sim. – ele coça a cabeça – Não estou dizendo que foi o único, como você bem imagina pelas coisas que viu, mas foi o primeiro e para ser sincero, o único que importou.

Sorrio.

— Continuando...  – diz ele – Eu odiava ver você com Cedrico e aquilo estava me fazendo agir por raiva e ciúmes, me desculpa por tê-la magoado todas aquelas vezes. E quando tudo aconteceu no quarto ano Freya veio até mim, conversamos, se é que se consegue ter uma conversa com aquela garota – ele fala revirando os olhos – lembrar de como você estava frágil naquele momento, não sei, me despertou algo, comecei a evitar meus amigos, minha mãe percebeu que eu estava diferente, perguntou se era por causa de alguma garota, disse que sabia o que meninas podiam fazer com a cabeça de um menino da minha idade.

Ri.

— Enfim... Contei por cima para ela, disse que não era correspondido, foi ideia dela enviar coisas que você gostasse, presentes, etc. – ele fala corando.

— Claro que foi você, todos aqueles presentes caríssimos, quem mais seria! – ri de mim mesma por minha falta de percepção – Cheguei a pensar que poderia ser Freya tentando me animar.

— Espero que tenha gostado de tudo, nunca a vi usando nada que enviei. – fala cauteloso.

— Não tive a oportunidade de usar nada, o vestido é demais para a escola, as joias também, não achei um momento adequado, mas juro que gostei, principalmente das flores. – digo dando-lhe um beijo na bochecha.

— O.K. – ele diz de repente – minha vez de fazer perguntas. – Aceno com a cabeça – O que faz aqui na casa dos gritos? Nunca imaginei que o lugar seria assim por dentro, ainda mais quando de fora parece tão repugnante e pequena.

— Acho que ela tem um feitiço de extensão, e quanto a estar arrumada, eu, Freya e Cedrico arrumamos. – expliquei – Esse lugar acabou se tornando um refúgio para mim, não estive me sentindo bem desde que sai da sala de Dolores, então tenho ficado aqui, não acho que ela vá dar falta de mim.

— Também não acho. E sinto muito pelo o que ela fez, a marca, vai ficar com cicatriz?

— Sim, já está cicatrizado na verdade, dói um pouco ainda – digo mostrando a ele – Mas a dor passará, a cicatriz porém imagino que seja para a vida inteira.

— Aquela velha asquerosa, se acha tão poderosa, meu pai diz que ela só é uma puxa-saco que fica colocando coisas na cabeça do velho ministro.

— Nisso, imagino que seu pai esteja certo.

— E você sabe a quem essa casa pertenceu, porque dizem que é assombrada?

— Incrivelmente foi por uma família de sangues puros, que aparentemente não eram muito tradicionais. Todos porém frequentaram Hogwarts e eram da Sonserina.

— Sério? – ele fala com tom duvidoso – Como descobriu tudo isso.

— Diários, pinturas, a decoração é bem óbvia, claro. – ele concorda com a cabeça enquanto continuo falando – E bom, não fui totalmente sincera lá encima, sei algumas coisas que talvez se unam ao que você descobriu sobre mim, não tinha certeza se você sabia, se brincava comigo por causa disso... Andei lendo diários que meu pai guardava, de sua família, ancestrais. Meu pai e meu avô não se davam muito bem, meu avô o considerava curioso demais para a própria segurança, dizia que não deveria ficar perguntando do passado. Quando meu avô ficou senil, ainda jovem em seus 50 anos, meu pai o colocou em um asilo, limpou a casa na qual meu avô tinha se isolado após a morte prematura de minha avó durante o parto – os olhos de Draco pareceram triste nesse momento – minha avó era uma dançarina talentosa, mas sempre foi fraca de saúde, teve uma gravidez de risco aos 38 anos, morreu com o bebê em um parto prematuro.

— Sinto muito.

— Tudo bem, não tenho lembranças dela. – digo  continuo logo em seguida – Bem, ao limpar a casa de meu avô, meu pai achou vários diários, manteve segredo sobre eles, mas hoje sei que ele leu, sei que sabia do passado de nossa família, pois os diários nos levavam a uma velha senhora em Paris, minha tia-bisavó Margareth, que segundo meu avô em seus diários era uma senhora louca que vivia dos rancores do passado.

— E ela é? Uma velha louca, quero dizer?

— Não, ela bem sã, embora a vida a tenha feito rancorosa. – digo rindo – temos trocado correspondências, pretendo visita-la nas férias de inverno.

— Mas ainda não entendi o que tudo isso tem a ver com você ser bruxa, sobre seus ancestrais.

— Calma, é muita coisa, mas vou ser mais direta. – o tranquilizo – O que acontece é que não eram apenas diários do meu avô que haviam ali, mas também de meu bisavô, tataravô. No diário do meu tataravô a uma carta da mãe dele anexada, uma carta de despedida, ela se matou quando ele tinha apenas oito anos após dar à luz uma menina morta, na carta ela pedia desculpas por tê-lo colocado no mundo para sofrer as desgraças dela por seu egoísmo de não ter se casado como devia, por ter casado por amor e privado a família da magia. Não diz muita coisa mais, mas há relatos nos diários de coisas estranhas, nenhuma menina nascia saudável na nossa família, as únicas citadas nos diários são Margareth, que ficou taxada de velha louca e rancorosa, depois minha irmã e eu. Algumas outras são citadas, mais bebês nascidos mortos, ou meninas que sofreram alguma doença na infância ou se rebelaram contra a família, casaram-se e foram embora abandonando o nome Blacklight.

— Isso é tudo muito estranho, mas a carta antiga, ela fala que privou a família da magia. Nos diários de encontrei também era um tatara-tataravô meu, ele falava sobre ter sido recusado por uma mulher Aline Blacklight – Draco explica – diz que ela quebrou o acordo de casamento que nossas famílias tinham feito, dizendo que estava apaixonada, ela se apaixonou por um impuro, um sangue-ruim, então imagino que seja um nascido trouxa. Ele dizia que ela se arrependeria, jogou uma maldição, usando feitiços antigos nos dois, fez com que o filho nascesse sem magia e as filhas nascessem amaldiçoadas. – ele pondera – isso parece muito com o que acontece nos diários dos seus ancestrais.

— Você disse que o nome dela era aline?

— Sim.

Pego a mão de Draco levantando e peço para que me acompanhe até a sala. Subimos as escadas de mãos dadas devagar, na sala aponto para o quadro encima da lareira.

— O que é isso?

— Leia a legenda. Na parede.

“Aline B.”

— O B é de Blacklight? – ele pergunta – Ela é muito parecida com você.

— Sim, encontrei coisas de infância dela. Algumas com o nome completo, o motivo dessa casa ter sido abandonada e ganhar a fama de amaldiçoada é porque na verdade, acho que a família foi amaldiçoada. Ao perder a magia, Aline que era filha única de um casal já idoso foi embora, a família se despedaçou. E a casa foi abandonada.

— É muita coisa para digerir, muitas dúvidas. Como vamos ter certeza?

— Margareth. Ela não me disse muito por carta, mas deu a entender que sabe coisas, embora mais tenha perguntado do que respondido, mas disse que tem algo a me mostrar, vou para lá no natal.

Draco me olha ansioso, toca meu cabelo e sorri.

— Sabe que seja qual for a resposta, se for tudo um acaso ou se for tudo real e você for uma descendente Blacklight estarei com você, vamos dar um jeito.

Então me beijou, de maneira delicada e suave, como jamais imaginei ser beijada por ele.


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