Luz da Escuridão escrita por A OLD ME


Capítulo 15
Sangue-ruim




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Os presentes continuaram chegando conforme os dias iam passando. Ás vezes apenas a tulipa acompanhada de uma frase, as vezes vestidos e acessórios extravagantes ou doces, flores e poesias. Free fazia suas suposições e planos para descobrir quem era meu misterioso pretendente. O ano letivo começou rápido, mas tudo estava diferente. O clima era pesado, as pessoas estavam bravas e desconfiadas. Vários alunos não retornaram para a escola após a morte de Cedrico e os que voltavam só falavam disso.

Harry que o viu morrer diante de seus olhos permanecia em seu pequeno grupo de amigos, com os olhos de todos voltados para eles. Aqueles que o chamavam de mentiroso o faziam pelas suas costas, aqueles que queriam a verdade não tinham coragem de encara-lo, aqueles que acreditavam temiam serem julgados pelos demais.

A escola passava por mudanças, e não o tipo bom de mudança. O ministério havia colocado Dolores para supervisionar o trabalho de Dumbleodore e dos demais professores. Dolores por sua vez era quem precisava ser supervisionada. Má como era começou a torturar alunos no lugar de detenção. Evitava que nos preparássemos para as N.O.M.s e pior, evitava que nos preparássemos para Voldemort.

A neve já estava presa no chão quando recebi minha primeira detenção.

Eu estava no pátio com Free quando um primeiranista da Corvinal se empoleirava no topo de uma arvore tentando apagar as faíscas de fogo que o amigo soltava com a varinha a partir de um feitiço mal lançado. Dolores chegou no exato momento, Free conseguiu fazer com que o menino da varinha saísse correndo sem que ninguém percebesse uma vez que a atenção de Dolores estava no jovem no topo da arvore. No minuto em que Dolores o desceu da arvore com um feitiço gritando “Detenção” levantei-me aproximando deles.

— Professora, se me permite, foi um... – tento falar.

— Pois não permito, senhorita?

— Blacklight – falo calmamente – Professora, ele só estava tentando apagar o fogo.

— Fogo que ele mesmo causou, como bem sabe, não se deve usar magia nos corredores.

— Não foi ele.

— Pois então me diga quem foi!

— Não, foi um acidente, não foi culpa de ninguém.

— Aprenda bem uma coisa senhorita Blacklight, alguém sempre é punido por um crime, se o culpado não é capturado ou se apresenta, aqueles que o tentam proteger são tão culpados quanto, e dessa forma serão punidos como tal.

— Mas professora...

— Pois bem, você não me dá opção a não ser puni-la também, na minha sala, agora! – ela gritou e olhou para o menino que segurava pelo punho – Eu lidarei com você outra hora. Saiba que sua travessura foi a culpada pela punição que a senhorita Blacklight irá receber. Me acompanhe Srta.Blacklight.

Caminhei em silencio atrás dela dando um sinal para Free de que a encontraria depois. Antes eu do que aquele pobre menino. Doleres já havia se tornado famosa por suas punições. Então eu já sabia o que esperar. Chegamos rápido a sala dela. Uma sala horrorosa, toda rosa e cheia de quadros de gatos. Seus vigias.

— Sente-se. – Falou sombria – Não tolero esse tipo de comportamento, me desafiar é desafiar o ministério. Me diga srta. Blacklight, você é da sonserina, de onde é sua família?

— Londres.

— E alguém da sua família trabalha no ministério?

— A maior parte da minha família está morta, somos somente eu e minha irmã, ela é escritora e historiadora, está vivendo no Brasil.

— E ela estudou em Hogwarts?

— Minha irmã não é bruxa.

— Como? – ela se dá conta – Compreendo, você é a nascida trouxa que entrou para Sonserina, estava curiosa em conhece-la Ayla.

— Não posso dizer que foi um prazer – cuspi as palavras com ódio.

— Menina intolerante, asquerosa. – ela fala jogando uma pena para mim – Quero que escreva a palavra “sangue-ruim” .... digamos que... até fixar.

Não foi preciso muito para que fixasse, na segunda vez em que escrevi a palavra meu pulso começou a formigar, na terceira senti como se minha pele começasse a queimar, na quarta ela se rasgava como se uma faca fosse ali passada, na quinta o sangue escorria livremente.

Dolores me fez escrever mais cinco vezes até que me mandasse embora. Meu braço estava dormente com a dor, meu pulso pingava sangue, eu não conseguia me concentrar direito, era como se algum tipo de veneno percorresse minhas veias, não sei como cheguei ao salão comunal da Sonserina, só lembro de apagar com a imagem de Draco vindo em minha direção.

P.O.V DRACO

Ayla já estava na sala de Dolores a uma hora, mais do que a maioria levava. Freya sua insuportável amiga caminhava de um lado para o outro inquieta.

— O que ela está fazendo? – perguntou – Porque está demorando tanto?

— O mesmo que faz com todos, não é como se ela pudesse matar Ayla. – Respondi.

— O que você disse para seus amiguinhos?

— Que estava com dor de cabeça e queria ficar sozinho.

— Eles são bem tontos.

— Quer, por favor, calar a boca? – xingo ao mesmo tempo em que a porta do salão comunal se abre.

Ayla passa pela porta pálida, o braço pinga sangue e seus olhos estão baixos. Corro até ela o mais rápido que consigo pegando-a no colo antes que bata com a cabeça no chão.

— Te peguei, está tudo bem... – digo sentido o cheio se outono em seus cabelos.

Por um momento ela sorri e sussurra algo inconsciente. Não sou capaz de entender. Levo-a para seu quarto deixando-a em sua cama. Freya vem correndo com panos e poções para limpar os ferimentos.

— Oh não, aquela vadia.

— O que ela a mandou escrever?

Freya sai do caminho para que eu possa ver.

“Sangue-ruim”

A palavra estava cravada em sua pele, sangrando. Cai de joelhos ao seu lado, pegando o pano da mão de Freya para limpar o sangue. Quando por fim foi estancado beijei a palavra em seu pulso, em seguida beijei sua testa segurando sua mão, sentado no chão. Eu havia falhado, na primeira tentativa que alguém teve de machuca-la eu não impedi, agora estava marcado em seu pulso, a lembrança daquilo que meu pai me fez odiar, na garota por quem me apaixonei.


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