Éter escrita por Mayara Silva


Capítulo 6
A Santa Trindade




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“Então Miguel e Gabriel, Rafael [...] olharam abaixo desde os céus, e viram a quantidade de sangue que era derramada na terra, e toda a iniquidade que era praticada sobre ela [...]”

“Então eles disseram ao seu Senhor, o Rei: Tu és Senhor dos senhores, Deus dos deuses, Rei dos reis. [...] Tu vês todas as coisas e nada pode esconder-se de Ti. ”

“Samyaza também tem ensinado sortilégios, para quem Tu deste autoridade sobre aqueles que estão agregados Contigo. Eles têm ido juntos às filhas dos homens, têm-se deitado com elas; têm-se contaminado; E têm descoberto crimes a elas. As mulheres igualmente têm gerado gigantes. Assim toda a terra tem se enchido de sangue e iniquidade.

1º Enoque 9:1,4,8,10-14

 

Os anjos estavam prontos para partir. Ainda sem revelar sua natureza, se despediram de Anelise e de seu filho Ananias. Gabriel uniu-se a ela e a abraçou, jamais poderia ter contato tão íntimo com um humano, mas havia misericórdia e amor em seu coração, jamais deixaria aquela pequena família desamparada.

Com o rosto em seu peitoral, Anelise chorou. Ananias agarrou a sua perna, e Gabriel se inclinou para agarrá-lo e dar-lhe o maior abraço que pudesse. Miguel percebeu uma coisa ali, ao contemplar a cena.

— Já amou um humano? ...

Perguntou a Rafael, que adormecia pelos cantos.

— Tobias.

Comentou, sucintamente.

— Nunca amei outro mortal tanto quanto amei Tobias. Fora como um irmão para mim. Dei tudo de mim para cuidar dele, e sempre o contemplei dos céus. Eu faria tudo por Tobias.

Miguel aquiesceu.

— E você?

— Eu nunca tive contato tão íntimo com um humano.

Disse-lhe. Mesmo Natan, com quem manteve relação próxima, não fora suficiente para entrar em seu coração da mesma maneira que se desenvolveu as experiências de Rafael e Gabriel. Miguel não era como eles, era um cavaleiro e fora perfeitamente feito para isso: frio; objetivo; claro. Feito para pelejar, matar e vencer.

— Nunca mais vou te ver? ...

Indagou Ananias, ainda confuso com aquela saída repentina. Gabriel o beijou no topo da cabeça, o abençoando.

— Eu te protegerei, tu e a tua mãe, de qualquer male. E tu poderás dizer a teu semelhante que és amado por um anjo.

Sussurrou a voz do homem, e assim Ananias guardou suas palavras.

Após a despedida, os três partiram em direção à terra ao qual Samyaza realizava os sortilégios e os falsos milagres, cada um com a sua missão predefinida.

— Rafael, como tem passado?

Indagou Gabriel. O poder da morte sobre o corpo etéreo trazia ao anjo efeitos colaterais como sono demasiado. Rafael esfregou os olhos e os cabelos antes de virar o rosto na direção dos companheiros.

— Estou cansado...

— Sabemos. Aguente firme. Dominarei Samyaza, e tu ceifará a vida.

Respondeu Miguel. Já havia um plano arquitetado e nada podia falhar. Seria rápido e eficaz.

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 “A Miguel, igualmente o Senhor disse: Vai e anuncia seus próprios crimes a Samyaza, e aos outros que estão com ele, os quais têm se associado às mulheres para que se contaminem com toda sua impureza. ”

E quando todos os seus filhos forem mortos, quando eles virem à perdição dos seus bem-amados, amarra-os por setenta gerações debaixo da terra, mesmo até o dia do julgamento, e da consumação, até o julgamento, cujo efeito que dura para sempre, seja completado. ”

“Então eles serão levados para as mais baixas profundezas do fogo em tormentos; lá eles serão encerrados em confinamento para sempre. ”

1º Enoque 10:17-19

 

Samyaza beijou o filho no rosto, estava com sua mulher na frente de casa, onde recebia as visitas de pedidos e preces em seu nome. Escolheu ensinar à sua família e aos demais humanos o que sabia, pois agora que havia se desvinculado dos céus, não sentia ter obrigações com o Criador. Sua esposa não o questionava, a única coisa que lhe importava era ter a sua família ali, unida, e seu marido a quem tanto amava.

O bebê nasceu forte e saudável. Tinha os olhos brilhantes e isso a enchia de medo, porém Samyaza a convenceu de que era um garoto abençoado. O parto não foi complicado, mas a criança cresceu rápido. Um mês após o parto e quem o visse diria que é um garotinho de seis meses de vida.

O garotinho batizado de Moloch começou a chorar. Noemi o tomou em seus braços e adentrou à casa para lhe fazer um mingau, provavelmente era fome. Samyaza se despedia das últimas visitas até que, enfim, sentiu a presença de anjos não muito longe dali. Adentrou logo em seguida.

— Amor...

Noemi já servia o seu menininho, que logo silenciou ao receber a comida. Ele a beijou, beijou o seu garoto, e então falou.

— Preciso que fique nos fundos da casa. Se ouvir qualquer coisa estranha, saia com o nosso filho. Não importa se não conseguir falar comigo.

— Por que diz isso??

Havia medo em sua voz. O anjo levou o polegar aos lábios dela, pediu para que ficasse em silêncio, não quis assustá-la, mas já não podia fazer nada.

— Me obedeça, meu amor... por favor... eu não quero perder você.

E então, batidas foram ouvidas na porta. Samyaza olhou uma última vez para sua mulher, até que enfim ela cedeu e pegou Moloch nos braços, indo até os fundos da casa.

Logo, Samyaza foi atender à porta.

Eram quem ele esperava.

Miguel, Gabriel e Rafael olharam pela primeira vez em seus olhos antes de iniciar um diálogo.

— Samyaza...

Iniciou Miguel.

— Transgrediu as palavras do mestre a partir do momento em que abdicou do leito divino. Tomou uma mortal para si, desnaturalizou-se, perverteu-se, corrompeu-se, renunciou sua alma etérea. Concebeu uma criança inumana. Usou de encantos e sortilégios para enganar mortais, ensinou-lhes a feitiçaria, engrandeceu o próprio nome e mentiu.

Gabriel prosseguiu.

— Samyaza... Fez todas essas coisas na consciência de que não receberia perdão, não haveria uma segunda chance, não haveria consenso, e que sua nova família estaria em risco.

Por fim, disse Rafael.

— Tua rebeldia cairá sob a cabeça dos teus bem-amados. A tua sentença é a morte!

E então, Miguel desfez de sua aparência mortal. Fez surgir a espada de fogo da bainha, enquanto da outra mão havia uma corrente de ouro que devia pesar mais que algumas toneladas. Laçou-a em seu braço direito e o puxou de fora da casa com uma força tão terrível que, se Samyaza não tivesse — igualmente — abdicado de sua aparência mortal, teria o braço decepado ou mutilado, no mínimo.

Suas asas surgiram com a mesma glória que carregava o seu nome. Miguel, príncipe dos Arcanjos, anjo mais poderoso de toda a hierarquia. A partir do momento que abdicou de todo o resquício mortal que havia em si, o poder dos céus incorporou sua natureza mais uma vez. Ele havia voltado e estava mais forte do que nunca.

Samyaza abriu suas asas e tentou tomar impulso em direção contrária ao Arcanjo, mas a corrente que pendia em seu braço o lançou para um campo aberto não muito longe, destruindo a terra com o impacto de sua queda. Miguel empunhou a espada e mirou-a no anjo rebelde, que sabia que se encostasse naquela lâmina, por mínimo que fosse, teria seu corpo cortado imediatamente.

Mas aquele não era o fim, era apenas o princípio. Afinal de contas, se Rafael carregava o poder da morte, era porque Miguel não o possuía.

Samyaza ergueu a terra sob seus pés e formou uma barreira de crosta. Não impediria o corte profundo da espada de São Miguel, mas atrasaria o impacto por tempo o suficiente para que ele esquivasse.

E foi isso mesmo que aconteceu.

Quando cortou o pedaço de rocha sólida e firme, Miguel não se deparou com o anjo no fim do caminho. Samyaza havia fugido, se encontrava um pouco mais longe deles, mas não fora de alcance.

— Samyaza, você está morto! Aceite seu destino e pereça!

Exclamou Miguel, iria tentar um novo golpe. Preparou a espada e atingiu-a no chão, abrindo uma fenda tão profunda que, se alguma alma viva tivesse o desprazer de cair ali, era capaz de se chegar ao núcleo da Terra.

A fenda perseguiu Samyaza até acertar-lhe com o impacto do seu golpe. Miguel rapidamente voou até ali para que assim pudesse prendê-lo ao chão. A fumaça, provocada pela concussão, normalmente não é um problema para quem tem olhos como o fogo e consegue enxergar nas piores condições, no entanto, seu alvo também era um anjo.

Samyaza também era um anjo.

Utilizando-se de seus sortilégios, conhecia o agir dos anjos, conhecia a hierarquia e como cada um deles agia. Enrolou a corrente de ouro com mais força em seu braço e, mesmo correndo o risco de decepar o seu braço etéreo, puxou-a, esperando que Miguel viesse consigo. Notou a espada de fogo a se aproximar e, estando perto o suficiente, se esquivou. A lâmina cortou a corrente.

— Você hesita... porque sabe que é errado. Porque são seres vivos, pessoas inocentes. Porque amou alguém como eu amei. Você poderia ter me destruído a muito tempo, mas hesita, Miguel, porque você é tão fraco quanto acha que sou...

Normalmente Miguel costuma se concentrar em suas missões, não dá espaço para reações humanas, mas não conseguiu deixar de permitir um sorriso escapar do seu rosto.

— Não... Não, Samyaza. Amar é um sentimento exclusivo entre Deus e os humanos, não cabe a mim senti-lo. Eu tenho um mestre. Eu recebo ordens. Eu dou ordens. Eu sou.... incorruptível...

Mais correntes surgiram da sua mão esquerda, prontas para agarrar os pulsos do anjo rebelde.

Enquanto a luta se estendia, Gabriel custava a levantar Rafael, que havia caído em fraqueza.

— Onde está tua natureza etérea?? Abandone o corpo carnal, Rafael, vamos!!

— D-dói... A.... morte... Gabriel, está consumindo a mim...

— É por isso que você deve manuseá-la enquanto anjo, Rafael! Mude de forma, vamos!!

O loiro tomou Rafael em seus braços, não havia tempo para tentá-lo fazer acompanhar os seus passos. Miguel logo terminaria com isso e precisaria do poder de Rafael para tal, afinal, era uma missão em conjunto.

Ao passo que os anjos se aproximavam, Miguel havia fincado Samyaza ao chão por duas correntes de ouro com pesos equivalentes. Eram tão carregadas que deformaram a crosta em que ele se encontrava. As asas do anjo arrebitaram de dor.

— Miguel, se tocar na minha família...

O Arcanjo desviou os olhos para os seus.

— O que te faz pensar que merece misericórdia minha? Não jogue o peso de tua culpa para os meus ombros. Tu estavas consciente das nossas leis e punições. A Terra não deve ser corrompida com o resultado da união impura entre um anjo e um mortal.

E aproximou-se dele.

— Tu sabes o que fazem... eles devoram uns aos outros e destroem colheitas. São anjos e são humanos. Anjos... grandes, fortes e resistentes. Humanos, três vezes mais famintos, três vezes mais cruéis, três vezes mais destruidores. Teu filho comeria a tua mulher viva. E só você não repara nisso, não é? ...

— Miguel!

Gabriel o chamou, ao longe. Rafael saltou de seu colo, tentou chegar ao Arcanjo por si só. As plantinhas ao redor de sua presença morriam, seu poder estava tão descontrolado que seus cabelos morenos pendiam para o negro. Qualquer coisa que chegasse ao seu campo de aproximação, seja uma larva debaixo da terra ou uma ave no céu, morreria sem nem ao menos saber o que o atingiu.

— Gabriel! Volte. Quero a mulher dele, e o seu filho.

E, enfim, Gabriel entendeu do que se tratava. Logo, abriu as asas e partiu. Samyaza bradou, já pressentia o que estava por vir.

— NÃO!!!

E a espada ficou a poucos centímetros de sua garganta.

“A tua sentença é a morte. ”

—----------------------------- X ------------------------------

A Miguel:

Destrói todas as almas viciadas na luxúria, e a descendência das Sentinelas, pois eles tiranizam a humanidade. ”

1º Enoque 10:21

 

Gabriel não precisou ir muito longe, pois Noemi correu o risco de segui-los para ver em que situação seu marido estava. Ela não conseguiria se acovardar dentro de casa sabendo que o homem da sua vida estaria em perigo. Mesmo que não pudesse fazer muito, ela tentaria.

Leigo engano. Ela se tornou um problema a menos.

— NOEMI!! VÁ EMBORA!!!

Tarde demais. Assim que ela chegou, Gabriel a encurralou. Miguel afastou-se do anjo caído e foi em direção à família dele. Sua espada precisava do poder de Rafael para matar um anjo, mas não para matar um mortal.

Miguel era o mais apto para a missão. Mesmo Rafael e Gabriel amaram humanos, contudo ele era — como se denominara — incorruptível.

Tomou a espada em mãos. A mulher, assustada, curvou-se para proteger o bebê, que chorava. Era uma criança grande, mas cabia perfeitamente em seu colo.

O Arcanjo aproximou-se dela e tocou a espada no topo de sua cabeça. Assim que o fez, a moça teve acesso a pequenos feixes do futuro de seu filho. Um Nefilim, destruidor, ceifador, incapaz de sentir misericórdia. Após esse pequeno ato de piedade, o Arcanjo tratou de cumprir sua missão, e sujar sua espada de sangue estava no acordo.

Assistir a morte de sua família foi suficiente para despertar a fúria de Samyaza e provocar um poder que era seu, mas não divino. Que vinha de si, mas não angelical.

Samyaza agora era um demônio. Um anjo caído.

Um demônio.

Destruiu as correntes com a mesma facilidade que romperia uma corda. Suas asas deslizaram pelo vento em uma velocidade avassaladora e foram diretamente em direção ao Arcanjo, que se ocupava com os corpos dos mortais. Gabriel tentou impedir, mas Samyaza ultrapassou até mesmo sua velocidade.

E, assim, ele atingiu Miguel e o levou até os céus. A última batalha aconteceria lá.

—----------------------------- X ------------------------------

“Que o Senhor o repreenda. ”

Miguel em Judas 1:9

 

Samyaza pelejava contra o Arcanjo mais poderoso dos céus. As suas forças vinham da última visão de sua família com vida, morta pelas mãos puras daquele ser. Embora Miguel agisse sob missão superior e para garantir a vida de futuras gerações, Samyaza não enxergava dessa forma. Para ele era morte, era sangue, independentemente das intenções.

Atacou o Arcanjo antes mesmo que ele percebesse. Era muito difícil pegar Miguel desprevenido e Samyaza, de fato, teve vantagem naquele momento. A espada do Arcanjo caiu e fincou na terra, o que o permitiu iniciar uma luta corporal.

Gabriel apenas podia ver tudo lá de baixo, uma vez que pelejas não eram o seu forte. O anjo viu onde a espada caiu e logo correu ao encontro dela.

Miguel batalhou veementemente. Não era acostumado a utilizar os seus punhos nus, mas se fosse preciso, não hesitaria. A luta não era como as mortais, com impactos limitados, mas sim usitavam da sua natureza divina, o que causava colisões que poderiam destruir um corpo humano.

Os golpes eram tão profundos que provocavam a formação de raios e suscitavam uma chuva torrencial.

Lá, abaixo, a chuva começou a cair. Gabriel ainda tentava visualizar resquícios da luta, sabia que os raios eram os golpes, mas não conseguia entender quem prevalecia sob quem.

Rafael chegou logo em seguida, a morte o consumia. Ele precisava se desfazer logo daquele poder.

— Onde eles estão??

O anjo apontou para o alto, indicando. Não demorou muito para que ambos caíssem do céu como uma estrela de fogo.

Nesse momento, Miguel ficou por sob o anjo caído, estavam caindo do céu numa velocidade surpreendente. Samyaza conhecia os truques dos anjos, mas desconhecia do poder inexplicável do Arcanjo.

Seus olhos cintilaram em chamas e, de sua boca, ele removeu uma espada de fogo. Concomitantemente, a espada que se encontrava sob cuidados de Gabriel havia desaparecido. O Arcanjo a empunhou à medida que via o medo e confusão nos olhos de Samyaza.

— Como é possível?? Por acaso você tem o poder de Deus??

Segundos antes de acertarem o chão, lhe respondeu.

— Quem é como Deus? Ninguém é como Deus...

Miguel cortou-lhe as asas e arrancou-as com um puxar. Logo em seguida, saltou e planou, permitindo que Samyaza caísse para sua derrota.

Ainda não morreu, ainda precisavam acabar com isso.

Miguel pousou, caminhou lentamente em sua direção. Samyaza, num último gesto de força e já sentindo a dor física e o delírio de perder um membro do corpo, inspirou o ar e expeliu chamas que continham toda a sua fúria arraigada. Incendiaria um anjo raso, mas Miguel tinha um escudo. O invocou e utilizou-se dele para proteger-se do fogo. O escudo com os dizeres “Qvis vt Devs” (Quem é como Deus?) era uma pergunta retórica que desaprovava as condutas perversas de Lúcifer ao desejar tal (“[...] e serei semelhante ao Altíssimo.” Isaías 14:14) além de relembrar a qualquer rebelde que ninguém pode ser como Deus.

Esse era o significado do nome de Miguel, e ele reavivaria isso aos anjos para todo o sempre. Por mais forte que ele fosse, não era Deus, não era como Deus, e mais ninguém era ou podia ser.

O fogo foi consumido pelo escudo, e assim que as chamas se extinguiram, Miguel empunhou a espada para selar o último golpe. Rafael, que estava próximo a ele, jogou o seu corpo na direção da espada e segurou a lâmina o suficiente para que a morte impregnasse ali. Com o movimento brusco, o seu braço sofreu um corte profundo no processo, contudo não era nada grave visto que ele era um anjo.

A espada, imersa no poder da escuridão, direcionou-se diretamente em seu alvo.

— Herege...

Disse-lhe Miguel segundos antes de cortar a sua cabeça e pôr um fim àquela missão. Após o feito, fincou a espada em seu peito e a deixou lá tempo o suficiente para que a morte consumisse o corpo até que sua espada estivesse livre de resquícios.

Samyaza estava morto.


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