A Volta da Raposa escrita por Claen
Ainda era bem cedo quando Diego se levantou. Ele mal tinha conseguido dormir naquela noite e percebeu que não adiantava nada ficar deitado virando de um lado para o outro e decidiu pôr-se de pé logo cedo.
Como era de costume, Don Alejandro também já tinha acordado e lia um livro no jardim. O dia estava ensolarado e bastante agradável. Diego não tinha fome e ao invés de tomar o café da manhã, preferiu se juntar ao pai. Eles precisavam conversar.
— Bom dia, meu pai.
— Ah, bom dia, Diego! Já acordado assim tão cedo?
— Na verdade não posso dizer que dormi muito bem.
— Por quê? Ficou preocupado depois de ver o Monastário aqui na festa, não é?
— Não só por isso... – começou delicadamente, porque sabia que logo em seguida viria o sermão do pai.
— Por que, então?
— Zorro fez uma visita ao quartel durante a madrugada...
— O quê?! Você perdeu o juízo, Diego?!
— O senhor sabe que eu não tenho muito disso. – zombou o rapaz ao ver a feição brava do pai.
— Não brinque com isso, Diego! Sabe que é perigoso se meter com aquele homem, ainda mais quando não sabemos quais são os seus verdadeiros planos!
— Eu sei que o senhor tem razão, meu pai. Mas o que eu fiz foi por um bom motivo. Consegui descobrir algumas coisas durante minha rápida conversa com o Capitão.
— O que descobriu? Diga-me! – perguntou o pai curioso, já deixando a bronca de lado.
— Monastário está aqui para prender o Zorro.
— Mas isso nós já sabíamos!
— Sim, eu sei. Mas como o Sargento já tinha me adiantado, ele voltou para capturar o Zorro pela tentativa de assassinato do Governador Alcazar.
— E que provas ele pode ter disso?
— Aí é que está a parte interessante. Zorro, aparentemente com a ajuda de alguns comparsas, atacou o Governador e matou alguns guardas, mas outros se salvaram para poder contar a história. E isso não é tudo, pois parece que o governador tinha recebido, dias antes, uma carta de ameaça assinada pelo Zorro.
— Isso realmente está muito estranho... – concordou o velho fazendeiro.
— Acho que tem o dedo de Monastário nessa história, e se isso for verdade, ele perdeu completamente o pouco de razão que ainda tinha. Fiquei pensando boa parte da noite e preciso de um favor seu, papai.
— Então peça! – ordenou Don Alejandro, sem hesitar.
— Preciso que o senhor vá até a capital e investigue essa história para mim. Sei que o senhor conhece o Governador Alcazar e tem alguns amigos por lá que o ajudariam, talvez até a ver a tal carta.
— Farei isso, Diego. Assim aproveito para conhecer o Governador Interino também.
— Diga que está lá para visitar o Governador Alcazar e aproveite para fazer perguntas. Tente não chamar muita atenção ou as coisas podem ficar perigosas, porque eu acho que tem mais gente envolvida nisso.
— Não se preocupe com seu velho pai. Eu sei bem o que fazer. – respondeu com uma piscadela.
— Obrigado, meu pai. Agora vou passar pela fazenda Robles e ver se Lupita gostaria de visitar o povoado comigo. Assim podemos colocar a conversa em dia e também aproveito para ver se consigo arrancar alguma informação nova do bom e velho Sargento Garcia.
— Faça isso, meu filho, mas tenha cuidado!
— Cuidado com o Sargento? – Diego gargalhou só de pensar que o sargento bonachão pudesse fazer-lhe algum mal.
— Você sabe o que eu quis dizer! – irritou-se Don Alejandro.
— Estou brincando, papai. Tomarei cuidado. Até mais!
Logo após se despedir do pai, Diego saiu à procura de Bernardo, para que o acompanhasse. Impaciente e empenhado em cumprir sua nova missão, Don Alejandro já começava a planejar a viagem à capital.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oi, tem alguém aí? :)
Gostaria de saber se a história está agradando. Se não estiver, podem falar. Não fiquem acanhados.