A Dama do Coração Partido escrita por Claen


Capítulo 27
Epílogo




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Dois meses haviam se passado desde o momento em que tínhamos nos despedido do casal Edwards no Hospital de Bedford e as coisas lentamente tomavam seus rumos.

De tempos em tempos, Lestrade nos atualizava a respeito da situação do Dr. Wright, que não era nada boa. O ex-diretor do Hospital St. Bartholomew estava com sérios problemas com a justiça, principalmente depois de termos feito questão de piorar as coisas para ele, ao contamos aquela “pequena parte” a respeito da perseguição e ameaça de morte à Sra. Edwards e sua filha, que ele convenientemente tinha “esquecido” de mencionar.

Quando ele soube que Steven Edwards estava vivo e disposto a contar tudo o que havia se passado entre eles, o homem decidiu cantar como um passarinho e contou todos os detalhes de seus movimentos sórdidos. Delatou inclusive, seu comparsa misterioso, responsável pela perseguição de nossa ex-cliente. Ele era residente da cidade de Bedford e tinha uma extensa ficha criminal. O Dr. Edwards tinha feito muito bem em acreditar que ele falava sério quando ameaçou sua família.

O homem foi pego escondido em Oxford graças aos esforços combinados da Scotland Yard e da Polícia de Bedford e já não vai causar mal a mais ninguém.

Falando em Polícia de Bedford, o jovem Inspetor Chefe Haylock também fez a gentileza de nos comunicar que seus prisioneiros, Mackenzie O’Neill e os dois arrombadores, também continuariam encarcerados por mais algum tempo.  A situação deles não era tão ruim quanto a de Wright, por isso foram julgados rapidamente e pegaram uma pena bastante branda. O’Neill pegou seis meses de reclusão e seus comparsas, nove. Não foi a pena que esperávamos, mas pelo menos foi alguma coisa.

Essas eram as informações que tínhamos sobre os bandidos, porém não tínhamos nenhuma notícia da família Edwards, então minha curiosidade falou mais alto e eu resolvi escrever perguntando como iam as coisas depois de um período tão turbulento.

Uma semana depois de minha postagem, alegrei-me ao ver que entre as inúmeras correspondências que recebíamos diariamente, estava uma carta de Emma Edwards endereçada a mim.

Antes de abri-la, apressei-me em chamar Holmes para contar-lhe a novidade. Ele não demonstrou muito interesse, mas garanto que também estava curioso, porque se sentou na poltrona para ouvir as boas novas que seriam lidas por mim naquele momento.

“Bedford, 17 de setembro de 1899.

Caro Dr. Watson,

Espero que esta carta o encontre tão bem como estamos aqui.

Alegrei-me imensamente ao receber sua carta e lamento não ter podido escrever antes, mas é que as coisas andam meio corridas por aqui e só agora parece que a vida vai voltando ao normal.

Minha saúde encontra-se bem, na medida do possível. Gosto de acreditar que meu coração tenha se fortalecido um pouco depois de tantas provações. Eu voltei a dar minhas aulas na escola e os queridos Claire e Robert continuam trabalhando conosco.

O senhor não imagina como a cidade ficou depois que todo o caso veio à tona e descobriram que Steven estava vivo! Foi até engraçado, porque desta vez, eram eles que achavam estar vendo um fantasma!

Steven, Henry e Emily voltaram a trabalhar em St. Bart’s depois da prisão de Wright. Muitas mudanças aconteceram por lá e embora a condição financeira do hospital não tenha melhorado muito, a nova administração fez um acordo diferente com as farmacêuticas, que após uma diminuição no fornecimento de verbas, deixariam de ter qualquer poder administrativo. St. Bart’s finalmente conseguiu sua autonomia de volta e os médicos pesquisadores já podem trabalhar nos projetos que lhes aprouverem. Desta forma, Steven e Henry puderam voltar às suas pesquisas e os trabalhos avançam maravilhosamente bem. Então, Dr. Watson, aguarde por novidades grandiosas muito em breve no mundo da medicina.

À propósito, algumas semanas depois que os senhores deixaram Bedford, recebemos uma posição definitiva da justiça, que acabou inocentando quase que por completo meu marido e nossos amigos. Após uma análise cuidadosa da legislação, descobriu-se que não havia precedentes para aquela situação, porque ninguém nunca havia forjado a própria morte (pelo menos, não que eles soubessem), então eles receberam uma pena mais simbólica do que qualquer outra coisa.

Eles terão que atender pacientes carentes durante 5 horas todos os domingos pelo período de um ano. Steven e os outros estão satisfeitos com a sentença e já a estão cumprindo de bom grado.

Para finalizar, fico feliz em dizer que não houve mais nenhum tipo de manifestação estranha em nossa casa e que definitivamente não fomos visitados por mais nenhum tipo de fantasma, quer esteja ele vivo ou morto.

Agradeço imensamente ao senhor e ao Sr. Holmes por tudo o que fizeram por mim e pela minha família e saibam que sempre terão meu carinho e minha sincera amizade.

Saudações cordiais,

                                  Emma Edwards

PS.: Angela começou a dizer suas primeiras palavras! Curiosamente, logo depois de dizer mamãe e papai, ela disse “boleta”, referindo-se as borboletas do mobile de seu berço. Incomum não é mesmo?”

Holmes sorriu discretamente ao ouvir o post scriptum e retornou ao seu escritório para voltar novamente seus esforços para o novo caso em que estava trabalhando. Já eu, guardei a carta da Dama do Coração Partido carinhosamente entre meus pertences, para sempre me lembrar desse caso tão singular.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a todos que acompanharam "A Dama do Coração Partido" até o final. Espero que tenham gostado!
And don't worry, Sherlock Holmes will return. ;)



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