A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 4
O corpo na faculdade




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Capítulo 2

O corpo na faculdade

 

Barcelona, Catalunha

3 de setembro de 2010

 

I

 

Minutos antes

 

Já era de noite na Espanha. Andando pelos corredores iluminados da Universidade Pompeu Fabra, Tomoyo desligava o celular e colocava o aparelho dentro da mochila. Estava tão preocupada com a premonição que Sakura lhe disse que derrubou o aparelho antes mesmo de guardá-lo.

“Essas premonições da Sakura… Parece até mesmo que alguém vai aparecer do nada para me capturar…”, pensou Tomoyo.  

Agachou-se, pegou o aparelho e, quando se levantou, sentiu duas mãos agarrando sua barriga. Gritou e o celular caiu de novo no chão. A morena foi puxada para trás e foi atacada por uma metralhadora de beijos no pescoço. Só de sentir o roçar da barba, ela soube quem era.

— Felipe? Você me matou de susto! — disse Tomoyo, dando leves batidas no peito do homem. Felipe era um homem de corpo atlético aos quarenta e poucos anos de idade. Era um homem em plena maturidade física com olhos azuis muito bonitos, cabelos muito pretos bem aparados e uma barba com cavanhaque bem feito. Seus braços e peitos eram definidos, fortes e musculosos. Ele tinha também uma tatuagem no antebraço que dizia que ele fez parte do exército e já chegou a ir para a guerra. Ele sorria, pegando e entregando o celular para ela. 

— Calma, o que foi? Só te fiz uma surpresa… 

Tomoyo respirou fundo e tentou se acalmar.

— Desculpa, Felipe, é que eu estou tensa… 

— A Sakura te ligou, né? Aconteceu alguma coisa? 

— Nada não… 

— Você sempre é tão misteriosa quando fala dela… 

Tomoyo se calou por um tempo para mudar o assunto. Os dois continuaram a caminhar pelos corredores da faculdade.

— Depois eu falo disso… Como você soube que eu estava aqui?

— A Marcela me contou… Ela falou que você veio pegar a programação do semestre… Daí, eu tava passando aqui e falei: por que não convidar essa morenaça pra tomar uma ratafia por aqui no Eixample mesmo? — disse Felipe, acariciando os cabelos dela, lisos como seda. 

— Se ninguém me sequestrar antes… Eu aceito seu convite! 

Os dois sorriram. Felipe puxou Tomoyo para si mais uma vez, dando beijos e beijos na bochecha dela. De repente, os dois escutaram um baque nos jardins da faculdade e correram para ver o que era. Quando chegaram lá, viram um objeto estranho aos pés da estátua do homem que dava nome para a faculdade. O monumento estava cheio de sangue. O corpo de uma mulher loira estava lá, com uma flecha na testa. Tomoyo gritou de pavor. Ela começou a chorar e se ajoelhou no chão. Felipe se agachou também e abraçou a moça de olhos roxos. Ele tirou o celular do bolso e colocou o telefone na orelha, apoiado nos ombros.

— Eu vou ligar pros “mossos”… — dizia Felipe, apertando 112 na tela de toque. 

 

II

 

Faixas e mais faixas de isolamento cercavam a estátua de Pompeu Fabra. Em poucos minutos, uma porção de viaturas fechou o perímetro o prédio da universidade. O colégio ficou cheio de policiais. Dentro da cena do crime, só ficaram os peritos, os agentes e as testemunhas, só para serem interrogadas. Os jornalistas estavam logo atrás, ansiosos. 

Tomoyo estava sentada num banco do jardim, coberta por um cobertor. Ao seu lado, estava Felipe. Marcela também estava lá. Ela tinha ido pegar café e logo estaria de volta. Os dois esperavam-na, olhando os paramédicos retirarem o corpo da menina.

— Lá se vai meu aniversário… — disse Tomoyo. — Sabe o que é o pior de tudo? Essa menina deve ter a minha idade! Ela me lembra muito a Sakura! A feição, os olhos puxados… São muito parecidos… 

— É, ela não tem cara que é espanhola, nem européia… — comentou Felipe. — Tem muito estrangeiro em Barcelona nesses últimos tempos. 

— Ela não é daqui! — disse Marcela, chegando por trás do banco onde estavam. Ela entregou o café para os dois antes de se sentar com eles. — Ela não tem nenhum documento aqui, a gente nem sabe o nome dela… Isso vai ser um escândalo amanhã no “La vanguardia”. 

— Hey, Marcela! Tá fechada com os mossos, é? — perguntou Felipe.

— Não é bem isso… É pura lógica… — respondeu a moça de cabelos castanhos.

— Como ela veio parar aqui então? Será que ela pulou do prédio? — perguntou Felipe. 

— Pelo jeito que ela caiu, parece que ela tava caindo de paraquedas e se esborrachou. — respondeu Marcela.

— Cadê o paraquedas então? — perguntou Tomoyo.

— Essa é a pergunta do milhão… Mas vocês já pararam pra olhar a flecha na testa dela? Ela não lembra alguma coisa? — perguntou Marcela.

Felipe e Tomoyo se olharam.

— Vermelha como sangue? — perguntou Tomoyo.

Marcela nem afirmou e nem negou nada. Tomoyo tremeu mais ainda e Felipe ficou passando a mão nos braços dela para esquentar. 

— Isso deve ser o sangue que espirrou! Não deve ser nada de mais! — disse Felipe, gaguejando, tão certo do que afirmava quanto dizer que o céu é azul.

Marcela ficou olhando para o homem de olhos azuis com desconfiança.

 

Continua… 


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