A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga
Capítulo 35
O Interventor da Catalunha, parte final
I
— Trevas profanas! Unholy Darkness.
O furgão foi cercado por um brilho roxo e explodiu no ar, voando numa altura de cerca de dez metros acima dos agentes. O veículo havia se convertido em uma bola de aço distorcido e quase caía por cima dos agentes. Chamas negras crepitavam sobre o carro e mal dava para identificar. Se não fosse pelo calor que elas irradiavam, não dava para saber se era chamas ou fumaça.
— Gotzone! Você viu isso! — disse Nerea.
— Isso é magia negra das grandes! Isso é magia da Torre! — disse a loira de tranças.
— Eu receio que eu já deveria ter desconfiado disso… — disse Lorenzo, o Interventor das Canárias.
— Vocês não me deram outra alternativa! Eu vou acabar com isso, aqui e agora! — disse o comandante.
— Nós que vamos acabar com você! Princesa! — disse Alfredo Bosch. — Doublecast! Quick! Almagest!
Flashes de luz iluminaram a praça de Les Glóries e a estação cosmosquare, como se fossem pequenos relâmpagos explodindo.
— Wall! — disse o Interventor. — Ele tentou agarrar os flashes com as mãos, mas o ministro transformou os flashes numa bola de nuvens e relâmpagos.
— Doublecast! Mindblast! — disse a princesa. Espinhos de luz atravessaram a cabeça do interventor várias vezes seguidas. Ele ficou tonto e a esfera de luz avançou contra ele, mas ele conseguiu se recuperar a tempo para se defender.
— Essa magia de controle mental não funciona comigo!
— Você recebeu uma dose dessa magia que mataria até mesmo o mago mais habilidoso! Você não é normal! — disse a princesa.
— Veremos… Última! — disse o Interventor. A esfera de luz e relâmpagos que o ministro Alfredo preparou começou a se colorir de luz verde. Ele empurrou a esfera para os agentes, fazendo-a explodir com tudo no ar. Uma ventania forte varreu a praça como se um tufão estivesse passando por lá. Tudo ficou verde e alguns agentes mal enxergavam por conta da luz.
— Isso que é magia de alto nível! Isso é o que a gente sabe que eles são capazes de fazer! — comentou Kero.
— Há tempos que a gente não vê algo assim, não é? — disse Yue.
Depois da explosão, a cabeça de Victor se regenerou e ele pode se levantar. A mesma coisa aconteceu com os tiros que Maitê levou. Porém, suas armaduras ainda estavam rachadas.
— Victor, Maitê! É o bastante por hoje! Vamos! — disse o comandante de armadura vermelha como sangue.
— Ir, como assim? Ir pra onde? Cadê meu filho! — disse Sakura, protestando. Os agentes espanhóis e japoneses apontavam suas armas para eles, prontos para qualquer movimento. Os três rebeldes da Ordem pareciam não se importar.
— Hey, Lorenzo! Você tava ligado no plano! Vai dá ré mesmo? — perguntou Victor.
— Eu vim de umas ilhas muito isoladas, meu amigo! Lá, a gente tem tão pouco recurso que a gente tem que pensar muito bem antes de qualquer coisa entrar nas canárias! — disse o jovem de martelo nas mãos.
— Maitê… Por quê? — perguntou Felipe.
— Pergunta pro Jordi porque ele renunciou o título de vice rei e você vai me entender… Eu nunca fui querida na família real, irmão, não me faça pensar que nem você… — respondeu a mulher de cabelos grisalhos.
— Mas você é a primogênita! Você deveria ser a rainha no meu lugar!
— Eu não quero ser a rainha, meu irmão! Eu queria que o maldito comum que matou nosso pai estivesse no inferno agora em vez de apodrecer numa prisão! Daí, você vai entender o resto… — disse a infanta, dando as costas para ele.
— Victor! Não ousa chegar perto dos meus filhos! — disse Ágatha.
— Nossos filhos, você quis dizer! Eu tenho direito, eu sou pai! Seja na justiça dos comuns ou na justiça mágica, por mais que você não queira! — disse Victor, dando as costas para ela.
— Como se você estivesse andando do lado da lei… — comentou Ágatha, indignada.
II
Tomoyo correu até Sakura e apertou a mão dela com força. Syaoran, Meiling, Fujitaka, Touya, Sonomi e Nakuru ficaram espantados com a rapidez com a qual ela cruzou a praça na armadura dourada com aquelas asas de anjo.
— Sakura, se lembra do Dragão de Diamante? Daquele cara chamado Iñigo e do Zigor de três anos atrás?
— Sim, Tomoyo, lembro sim! Eu usei meu báculo da estrela pra transformar aquele príncipe de volta!
— Eu já sei como trazer o Chi e as cartas! Kero, Yue, entrem no báculo!
Os dois guardiões concordaram com Tomoyo na hora, tudo por causa da pressa. Eles viraram raios de luz e se fundiram com o báculo. As asas dele ficaram maiores e a estrela ficou livre do aro rosa, ganhando mais pontas.
— Vamos! — disse Tomoyo, voando velozmente com Sakura pela praça.
— Cuidem-se! — berrou Fujitaka.
— O senhor deveria ter parado isso, a Sakura é muito inconsequente! — disse Touya, preocupado.
— Ora, a Sakura tá com a Tomoyo e vice-versa! Não eram vocês que diziam que vai dar tudo certo? — indagou a mulher.
III
— Parem onde estão! Ninguém vai sair dessa praça enquanto eu não colocar vocês três na cadeia! — disse o ministro. Depois, ele olhou para Gotzone, El Rey e os demais Interventores. — … E interrogar os demais!
— Vocês pensam em sair mesmo? Olha quantos agentes estão aqui! Rendam-se ou você vai ter mais! — disse a Princesa Hinoto.
— Já te disse, ministro, princesa, vocês são patéticos. Não há poder pra me prender, porque o poder quem faz sou eu!
Todos os agentes ficaram revoltados. O interventor continuou:
— Vocês tem sorte por eu não fazer com vocês o que eu fiz com o furgão! Vocês são preocupados demais com a vida de vocês pra me impedirem. Vamos, Victor, Maitê. — disse ele. Os agentes já se preparavam para reagir quando a voz de Tomoyo soou mais alta no meio daquela praça:
— Olha aqui, cara! Ou você devolve o Chitatsu e as cartas ou você vai se ver com a gente!
— Devolve o meu filho ou eu te prendo numa carta! — gritou Sakura, apontando o báculo da estrela modificado contra eles. Pela primeira vez, Victor e Maitê deixaram a cara de soberba e pararam para pensar seriamente na ameaça que a cardcaptor fazia.
— Meu senhor, esse é o báculo da estrela! Com os dois guardiões juntos! Olha só o poder disso! O Cláudio já alertou a gente sobre esse poder especial que ela tem… — disse o homem.
— Nós não temos escolha! Podemos pegar as cartas outra hora! Estamos sem a chave mesmo… — disse Maitê, quase implorando.
— Eu me recuso a desistir! Isso é um blefe dela! Ela não tem esse poder todo! — disse o Interventor. A mão dele brilhou em roxo, como da vez em que destruiu o furgão.
Sakura e Tomoyo tremeram. Todos ficaram apreensivos. Elas estavam perto demais para que a polícia pudesse atirar de forma segura para protegê-las. Sakura agarrou a mão de Tomoyo e apertou tão forte que era capaz de as duas mãos se fundirem.
— Tomoyo-chan, você confia em mim?
— Não importa a hora, Sakura-chan! Nem a beira da morte nós hesitaremos! — disse a costureira, sorrindo, com olhar firme. Sakura sorriu também, com os dentes abertos.
— É disso que eu preciso! — Sakura fez a cara mais séria do mundo e levantou o báculo da estrela, fechando os olhos logo em seguida com Tomoyo. A estrela da arma mágica girou com velocidadee os outros dois interventores recuaram. O Interventor da Catalunha parecia não querer andar para trás. Ele apertou o punho e recitou a magia que preparou:
— Unholy Darkness! — disse ele. Uma luz púrpura negra pairou sobre a cabeça das duas, mas só pairou. O báculo da estrela girou com mais intensidade ainda, a ponto de a estrela parecer uma esfera em rotação. O báculo estava tão quente que Sakura e Tomoyo sentiram as mãos pegando fogo. Parecia até que a arma mágica explodiria com tanta tensão mágica no ar. Raios saíam de lá e alvejavam o chão, fulminando as pedras. Os dois interventores recuaram ainda mais. A magia do interventor foi absorvida pela arma mágica de Sakura e foi refletida de volta para ele. O comandante da Ordem voou pelos ares e caiu de boca no chão. Foi nessa hora que Sakura abriu os olhos e recitou uma magia do fundo do coração:
— Oh, báculo da estrela, por esse meu desejo de rever meu filho e as cartas, eu imploro!
Tomoyo apertou o báculo com mais força ainda, no mesmo ponto em que Sakura tocava a arma mágica, sem se preocupar com o calor. O corpo do Interventor flutuou no ar e duas esferas de luz saíram do peito dele. Uma era Chitatsu, e ele foi parar nos braços de El Rey Felipe VII. O outro era a bolsa com o livro rosa das cartas Sakura, caindo nas mãos de Syaoran e Meiling, ao mesmo tempo. O báculo ficou tão quente e instável nas mãos de Sakura que Kero e Yue saíram de lá aos trancos e barrancos. Os dois logo se colocaram em alerta e voaram até a frente de Sakura. Kero rosnou, mostrando os dentes para os Interventoes, e Yue puxou o arco. A mão dele não hesitaria em atirar contra eles.
O corpo do Interventor caiu no chão, sem forças, e Victor correu para agarrar o chefe. Asas transparentes vermelhas surgiram nas costas dele e de Maitê, e o comandante recobrou a consciência.
— Eu vou voltar… Pode ter certeza… — disse o Homem, com dificuldade.
— Vamos, vamos! Eu dou cobertura! — disse Maitê. Os dois pularam no ar, mais rápidos que um foguete, e os agentes mágicos atiraram com tudo. O enorme escudo de Maitê protegeu dos primeiros tiros, mas não ficou só por isso. O ministro Alfredo gritou:
— Todos os agentes que conseguem voar, atrás deles!
— Vocês ouviram! Eles estão fracos! Peguem eles vivos, mas se reagirem, não hesitem em usar a força para detê-los! Nem que pra isso tenham que pensar mais na vida de vocês primeiro e matá-los! — reforçou a princesa Hinoto.
Uma multidão de agentes saiu voando pelos ares, segundo as ordens dos dois comandantes mágicos. Cansada, Sakura abraçou Tomoyo, apoiando-se nela. A costureira estava cansada também e não aguentou segurar a parceira. As duas escorregaram no chão da praça, sorrindo. Kero e Yue também tombaram de cansaço e todo mundo correu para acudi-los.
Continua…
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