A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 33
O Interventor da Catalunha (parte I)




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Capítulo 31

O Interventor da Catalunha (Parte I)

 

I

Estação Cosmosquare, Osaka

22 de dezembro de 2010

Próximo das quatro horas da manhã

 

Uma viatura da agência nacional de polícia do Japão parou próximo ao globo de vidro da estação Cosmosquare de Osaka. Outra e mais outra viatura parou também. Os agentes de sobretudo marfim saíram um após o outro, preparando suas armas mágicas e carregando suas pistolas. Todos eram magos experientes e começaram a isolar o perímetro. Nenhum carro entrava ou saía em um raio de três quilômetros do local.

 

II

 

Em um carro esportivo verde escuro, Syaoran saiu, acompanhado de Sakura, Kero, Yue e Meiling. Fujitaka, Nakuru e Touya vieram em outro carro. 

— Agente Hikaru! Já está aqui! — perguntou Sakura.

— Sim. Até, agora nenhum sinal dele. Ele deve aparecer a qualquer momento, a gente tem que estar vigilantes… — disse a agente de cabelos ruivos. 

 

III

 

Assim que falaram, um carro oficial preto chegou perto deles. Duas mulheres saíram de lá e abriram a porta para que uma mulher de longos cabelos brancos, rosto jovem e quimono de mesma cor saísse de lá. Uma delas segurou a mulher pelo colo e colocou-a numa cadeira de rodas. Os demais agentes bateram continência e curvaram-se em sinal de profundo respeito à medida que ela passava. Mesmo distantes, a família Kinomoto sentia que aquela mulher tinha um enorme poder mágico dentro dela.

— Mas o que é isso! Essa mulher tem o poder de todo mundo junto! — disse Nakuru, espantada.

— Só não da Sakura, é claro! — disse Kero, gabando-se do poder da mestra. 

— Sabem quem é ela? — perguntou Hikaru.

— É a princesa Hinoto! — respondeu Fujitaka. Não esperava encontrar ela por aqui.

— Exatamente! Ela veio conhecer pessoalmente os detalhes dessa operação e outra: ela veio te conhecer, Sakura! — explicou Hikaru.

— Me conhecer? mas o que uma pessoa como eu tem de tão importante assim? — perguntou Sakura.

— Você é tão poderosa, Sakura, que você nem faz ideia… — disse Hikaru, sorrindo.

— Hoe! 

A cadeira de rodas da feiticeira se aproximou deles e toda a família Kinomoto ficou alinhada lado-a-lado, curvando-se em profundo respeito pela figura dela. 

— É uma honra conhecê-la, alteza! Eu, como patriarca dessa família, recebo-a de braços abertos. — disse Fujitaka.

— Podem se levantar… — disse a princesa, sem precisar abrir a boca.

— Nossa, que incrível! Ela nem precisou abrir a boca pra falar com a gente! — comentou Nakuru.

— Ela também não enxerga… — disse Yue.

— Puxa vida, que prático! Eu devia ter ensinado telepatia pra vocês… — disse Kero.

— Você nem vem com isso que é invasão de privacidade! — disse Meiling.

— Mas se a Sakura quisesse, ela leria sua mente, encrenqueira! — disse Kero. Os ânimos começaram a aumentar e tanto Fujitaka quanto Syaoran pediram respeito. 

— Podem relaxar, gente. Eu já havia sonhado com esse momento, por isso eu mobilizei todos os agentes que consegui pra proteger vocês… — disse Hinoto.

— Isso é vidência, sabia? — comentou Kero. 

— É uma coisa bem útil de vez em quando… — disse Touya.

— Alguma previsão de vitória? — perguntou Syaoran.

— Vejo que o seu coração de pai está muito preocupado. Eu confesso que, mesmo com os meus poderes, não consegui ver esse futuro, mas fique sossegado: vai dar tudo certo. — disse a princesa, apertando as mãos dele. — Acho que você vai gostar de conhecer minhas assistentes: Souhi, Hien, cumprimentem o Syaoran e a Meiling.

— Souhi e Hien!? Mas… Mas… É o nome das espadas lendárias do clã LI! — disse Meiling, surpresa. 

— Elas são duas shikigamis criadas pelo mago Clow como uma cortesia pros Tokugawa… Agora, elas servem à autoridade mágica do Japão. — explicou a princesa.   

— Puxa vida! — disse Syaoran, surpreso, assim como Meiling. 

— Isso é verdade… — disse Yue. 

— Barreira mágica! Barreira mágica! — gritaram os agentes. Todos prepararam suas armas e foram para seus postos. Cerca de dez agentes correram para fazer uma muralha na frente de Hinoto e da família Kinomoto. 

 

IV

 

De repente, as paredes da realidade tremeram e vibraram. Como uma pedra caindo em um lago sossegado, Zhang atravessou o ar, coberto com um capuz, carregando Chitatsu e a bolsa de Sakura. Do outro lado da barreira que atravessou, uma outra multidão de agentes mágicos estava esperando. Zhang estendeu a mão no ar e a barreira mágica abriu mais ainda, revelando ser na verdade um enorme portal. Do outro lado, dava para ver a Torre Glòries, o anel viário suspenso e um monte de árvores: era a cidade de Barcelona que estavam vendo.

— Sakura! — disse Tomoyo, do outro lado.

— Tomoyo! — disse Sakura.

— Sonomi? — indagou Fujitaka.

— Olha lá o imprestável do pai da Sakura! — disse Sonomi.

— O que é isso? Um portal dimensional? — indagou Nakuru. Um grande ponto de interrogação estava na cabeça de todo mundo.

 

V

 

Praça de Les Glòries Catalanes, Barcelona

21 de dezembro de 2010

Próximo das oito horas da noite. 

 

O carro de Marcela parou próximo à praça. De lá, saíram Sonomi, Tomoyo e o agente Albert, um mosso d’esquadra que protegia a família Daidouji. Ele olhou para os quatro cantos do mundo com a pistola preparada para disparar.

— Nada aqui, Senhora Marcela! O tal de “Zhang" parece que não está aqui ainda…   

— O engraçado é que ele falou que ia vir pra cá hoje! Droga! — disse Marcela. 

— Essa informação procede, Marcela? — perguntou Sonomi. 

— Segundo os informes da “Guardia Civil”, eles viram o Zhang entrar em Barcelona pelo aeroporto aontem. O pior que ele fez check-in e tudo mais. Só o hotel que ele falou onde estaria hospedado é que não procede. — disse Marcela.

— Como assim? — indagou Sonomi.

— Ele não passou a noite lá. Ninguém viu ele. Fizemos uma batida e nada! — explicou o agente Albert dos mossos. 

— Marcela, vai demorar muito para chegar os reforços? — perguntou Tomoyo.

— Olha lá! — Apontou Marcela.

De repente, sons de viaturas foram ouvidos.

 

 

Furgões e mais furgões dos mossos isolaram o perímetro. Barreiras foram montadas por toda parte. Ninguém entrava ou saía da praça. O trânsito havia sido interrompido horas antes e a TV3, a imprensa local, havia sido informada de antemão para não se aproximar do local. De dentro de um carro oficial preto, Alfredo Bosch, o ministro de assuntos especiais do governo, acenou para eles. O carro parou e ele saiu de lá, indo até o ponto de encontro com Tomoyo, Sonomi e Marcela. Ele estava com uma maleta prateada nas mãos. O agente Albert bateu continência quando ele chegou.

— Mosso Albert Braun se apresentando, ministro! 

— Apresentado, agente! Pode tomar posição com seus companheiros! Daqui em diante, cuido eu. — disse Alfredo. O agente ficou em posição de sentido e foi se juntar com os demais policiais.

— Boa noite, Tomoyo, senhora Sonomi.  

— Boa noite, ministro. — disseram elas. 

— Nada do Zhang até o momento? 

— Nada. — respondeu Marcela.

— Entendo… vamos ter que fazer do jeito difícil então… — disse o ministro.

— Vai tentar sentir a presença dele? — perguntou Marcela. 

O ministro calou-se.

— Bem… Vamos esperar e nos preparar...  — disse Alfredo. De repente, o corpo do ministro começou a brilhar e uma túnica branca cheia de símbolos mágicos apareceu. Um cajado também surgiu nas mãos dele. Marcela sentiu que um enorme poder mágico saía do corpo dele. Ela arregalou os olhos de espanto e disse: 

— Puxa vida, não é à toa que o senhor é o mago mais forte da Espanha! 

— Gentileza sua… Acho que outra pessoa têm que se preparar aqui… — disse o ministro, olhando para ela. A colega de Tomoyo foi logo tirando um quipá e colocando-o na cabeça. 

— Não é você, Marcela, é outra pessoa… — disse o ministro, estendendo a maleta prateada para Tomoyo. Lá estavam os dois floretes vermelhos como sangue que um dia foram de Fernando Falcó, a primeira pessoa a proteger Tomoyo dos ataques da Ordem. Ela abriu a maleta e tocou nas armas, testando cada uma.

— Nossa! Será que não é muito pra minha filhota tomar parte nesses combates? — indagou Sonomi, preocupada.

— De começo, a Tomoyo não vai tomar parte dos embates nas linhas de frente, mas se necessário for… — explicou o ministro.

— Eu estou pronta, ministro, para o que der e vier! — disse Tomoyo, com o olhar firme para ele. 

— Só tome cuidado… — respondeu Alfredo. 

— Seria tão bom se o Felipe estivesse aqui com a gente… — comentou Sonomi.

— Ele vai saber, mamãe, deixa isso tudo acabar e eu conto para ele… — respondeu Tomoyo.

Em instantes, os agentes dos mossos ficaram alvoroçados. Até mesmo Alfredo Bosch notou uma presença estranha no ar. 

— É ele! — disse o ministro.

 

VI

 

Uma sombra pulou de prédio em prédio até pousar no chão da praça. Vestia uma roupa preta de kung fu e tinha a cabeça coberta por um capuz. Os agentes, todos eles com poderes mágicos, apontaram suas armas mágicas e suas pistolas para ele. 

— Baixar armas! — gritou Alfredo. — Ele está com um bebê no colo! 

— E também… O livro das cartas Sakura! Nunca pensei que elas tinham uma energia tão vibrante assim! — disse Marcela. 

— Zhang! — disse Tomoyo, correndo para frente de todo mundo com os floretes nas mãos.

— Filha! — gritou Sonomi, seguindo a garota. 

— Agentes, ministros… Eu sei que vocês estão aqui pra uma coisa só: me prender, prender o ladrão das cartas Clow. Saibam que, eu não sou a única pessoa atrás delas, nem só foi pra vocês que eu pedi ajuda… — começou a se explicar o chinês. De repente, o ar ao redor dele vibrou e se expandiu, como se estivesse abrindo um portal no ar ou saindo de um. Do nada, a vibração aumentou e uma espécie de arco se formou em cima de onde estava. Do outro lado do arco, todos viram o globo de vidro da estação Cosmosquare de Osaka, o mar e as dezenas de agentes mágicos japoneses do outro lado do portão.

— Olha lá se não é o imprestável do Fujitaka! — disse Sonomi.

— Sakura! — disse Tomoyo.

— Tomoyo! — disse Sakura. 

Todos estavam espantados com aquilo.

 

VII

 

— Mas que diabos é que você fez, rapaz! — disse Alfredo Bosch. 

— A família Li sempre foi boa em magia dimensional, esconder coisas grandes em objetos pequenos, sabe? — disse Zhang. Todo mundo estava apreensivo com a próxima ação que ele tomaria. — Agentes, não precisam ficar assim… Acho que te devo uma desculpa, Sakura! Aqui está seu filho e suas cartas… — disse Zhang, estendendo a mão no ar.

Chitatsu e as cartas flutuaram até a cardcaptor, mas quando Zhang fazia isso, seu corpo foi alvejado por uma flecha. Outra e mais outra cravejaram seu peito. Uma quarta flecha atingiu seu queixo, fazendo-o ajoelhar. Ele resistia como podia. Por fim, uma quinta flecha atravessou sua nuca e ele caiu no chão, morto. Dos céus, um homem de armadura vermelha como sangue e capa escarlate descia. Ele usava um capacete para cobrir o rosto e tinha um arco nas mãos. Ele parou diante do corpo de Zhang e disse:

— Eu sabia que você ia nos trair, mas eu nunca pensei que você tentaria armar uma emboscada contra mim… Não faz mal! Aqui e agora, eu vou mostrar o meu poder e o de toda a Ordem para vocês! — disse o homem.

Alfredo Bosch e a princesa Hinoto olharam para ele com temor:

— Mas ele… Como pode! — começou a princesa.

— Não têm nenhum rastro de energia mágica dentro dele! — finalizou o mago-mor da Espanha.

 

Continua…  




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