A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 32
Tão perto, tão longe




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Capítulo 30

Tão perto, tão longe.

 

I

 

Palácio da Ordem na Catalunya, Barcelona, Espanha.

 15 de dezembro de 2010

 

Zhang estava em uma corredor totalmente feita de pedras, parecido com um castelo medieval. Amplas janelas de vidro que iam até o chão completavam a paisagem, ladeadas de enormes cortinas escarlates. Naquele corredor, ele esperou até que um soldado da Ordem saísse de dentro de uma sala próxima. O militar fez um sinal positivo para ele, e o primo de Meiling entendeu. Ele seria recebido em uma audiência privada. O chinês se aproximou animado da porta e a abriu, apresentando-se:

— Com licença, meu senhor.

— Entre, Zhang! Sente-se! — disse um homem de armadura vermelha como sangue da cabeça aos pés. Ele estava sentado na cabeceira de uma enorme mesa lendo um livro. O ambiente da sala era o mesmo do corredor. Atrás dele, havia uma lareira acesa com as chamas crepitando e estalando. O primo de Syaoran se sentou numa cadeira próxima à ele e tentou puxar conversa:

— Lendo muito, senhor?

— Jordi Bonvehí… 

— O que? 

— Jordi Bonvehí de Lleida, se lembra dele? 

— Mais ou menos… 

— Se lembra do David Bel de Barcelona, do professor Ferran Adrià de Tarragona e do Damià Colomines de Girona?

— Alguns nem sei quem é direito… 

— Estão todos mortos! — disse o Interventor, dando uma porrada forte na mesa. — Eles seriam meus sucessores, futuros Interventores da Catalunya e gerais da Ordem, sabia? 

— E eu com isso? — disse Zhang, ainda sem entender. 

— Eu eu com isso? É tudo o que você sabe me dizer? — O Interventor agarrou o pescoço de Zhang, quase sufocando-o. — Eu perdi bons homens indo atrás dessas cartas, quando a obrigação era sua pra pegar elas! A Miriam Budó de Aragão morreu, A Mercè Mas de Valência e a Marta Carbonell das Baleares estão presas! Tudo por tentar roubar doce da boca de criança! Se lembre dos nomes deles antes de você falar “e eu com isso” na minha frente! Espero que você tenha vindo aqui com um bom motivo, se não te jogo na lareira! — finalizou o interventor, jogando Zhang no chão. Ele massageou o pescoço e continuou:  

— Eu já tô com as cartas e o menino aqui comigo. 

— Cadê eles?

— Tá num lugar seguro, achei melhor avisar o senhor antes de trazer eles aqui… — disse Zhang. O interventor continuou a olhar com cara feia para ele. 

— Então você vai sair por aquela porta e só vai dar as caras nesse castelo quando vier com os dois, entendeu? — disse o homem. Zhang se calou e fez sim com a cabeça. Andou até a porta e se voltou para o homem mais uma vez.

— Você vai cumprir a sua parte no acordo, não vai? Vai me dar as cartas e ficar com o menino? — perguntou o chinês. O Interventor ainda estava com a cara no livro e nem sequer levantou a cabeça para responder:

— Traz os dois aqui e, então, a gente conversa… 

O ânimo de Zhang virou frustração em instantes.

 

II

 

Zhang se preparava para deixar o palácio quando viu um homem de manto preto com capuz e chapéu de cone na cabeça se aproximando da sala onde mal acabou de sair. Se escondeu atrás de uma coluna antes que fosse percebido por ele. Viu o homem olhando para trás, vendo se não era seguido, e então andou até a porta. Estava semiaberta e conseguia ouvir o que se passava lá dentro.

— … Aquele chinês que estava aqui… É um erro continuar deixando ele solto por aí… — disse o homem de capuz. 

— Eu sei disso. Por isso, estou esperando que ele me entregue a criança, pois as cartas, ele não vai entregar… — disse o Interventor.

— O que são as cartas sem o báculo? A chave do lacre é tudo… A gente precisa ir atrás da chave. Com a Sakura na nossa mão, a gente se livra do careca fácil, fácil…  — disse o cara de capuz.

— E você pensa que eu não tentei? Essa Sakura é um problema! Perdi a Miriam pra ela, e olha que ela era durona e entendia nosso projeto! — disse o Interventor.

— Eu já te disse que a gente tem que usar “nossos meios”, meios mais agressivos… Esses interventorezinhos da Ordem são uns merdas! Você não vai conseguir nada com eles! — disse o cara de capuz.    

— Eu também já pensei nisso, mas veja bem: o número de interventores tá caindo, isso já é alguma coisa! — disse o Interventor.

— Ao menos isso! — disse o cara de capuz.

— Só estou esperando a poeira baixar pra lançar a segunda onda. No dia de reis, no máximo, eu acabo com a raça daquela Meiling, do Syaoran e da infeliz da Tomoyo e dos guardinhas dela. Depois disso, não vai ter Sakura que resista… — disse o Interventor.

— E o Zhang? — perguntou o cara de capuz.  

— Deixa ele voltar aqui pra ver só! Nossos equipamentos de tortura estão um pouco enferrujados, mas servem. Se ele cooperar e entender que as cartas são nossas, ótimo, mas se não… — disse o Interventor.

O chinês respirou fundo e engoliu em seco aquilo. Saiu correndo de lá antes que fosse percebido por eles. 

 

Continua… 

  

 


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