A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 31
Planos futuros (parte II)




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Capítulo 29

Planos futuros (Parte II)

 

I

 

Mollet del Vallès, Espanha

17 de dezembro de 2010

 

Institut de Seguretat Pública de Catalunya

 

O quadro com o báculo da estrela que Larissa havia pintado ainda estava pendurado na parede da sala da policial. Remexendo em uma mochila enorme, a garota conferia se não estava esquecendo de nada. Tomoyo olhava para o quadro com um certo pesar no rosto. 

— Você tá voltando pra Deltebre, Layle? 

— Sim. Vinha vó tá doente e preciso ajudar minha mãe a cuidar dela. Vou ser transferida pra uma delegacia perto da minha casa, assim posso ajudar minha vó no que precisar. 

— Daquele monte de gente que se apresentou pra mim, agora só restou o agente Albert Braun para me proteger… E olha que nem mago ele é direito… 

— É uma pena mesmo, perdemos muita gente boa, mas valeu a pena… — disse Larissa, orgulhosa pelo sacrifício dos demais companheiros. A policial percebeu que ela continuava triste e mudou de assunto:

— O cerco tá se fechando, Tomoyo. Eles estão desesperados, já conseguiram as cartas e o Chitatsu. Só falta a chave do lacre. É agora que eles vão começar a vacilar!

— Vacilar? De onde você tem certeza disso? 

— Você pensa que foi um deles da Ordem que pegou as cartas? Foi o Zhang! Pelo que a minha faculdade de polícia me ensinou, esse negócio de “terceirizar” o crime não dá certo! É daí que surgem os rachas. Basta a Ordem vacilar com o Zhang que ele já era ! — disse Larissa, agarrando os ombros de Tomoyo com otimismo no olhar. A costureira ainda estava melancólica.   

— Faz sentido… pelo que o Syaoran me disse, o Zhang quer as cartas para ele, a Ordem também… Puxa vida, que problemão! Só tenho medo sobre o que eles pensam em fazer com o Chitatsu… 

— Tá vendo, mulher! Esse acordo entre o Zhang e a Ordem é mais frágil que um governo independentista! — disse Larissa, dando um leve tapa na bochecha dela. Tomoyo conseguiu sorrir um pouco. Layle aproveitou para ficar séria, ereta e bater uma continência para a estudante.

— Foi uma honra, Tomoyo, ter servido como sua guarda-costas. Eu gosto de escrever fanfics, sabe? Algum dia, quero escrever como você e a Sakura se livraram desse terror todo e chegaram até o topo… — disse Larissa. Tomoyo devolveu a continência fazendo o mesmo gesto.

— Vá em paz, Larissa! Eu também quero ver o fim desse terror todo, eu também quero… 

 

II

 

Barcelona, Espanha

17 de dezembro de 2010

 

Eram três horas da tarde.

No restaurante, Tomoyo se sentou numa mesa ao lado da janela e colocou a bolsa no braço da cadeira. Do outro lado, Felipe estava à sua espera. O homem estava mais belo que nunca, com o cavanhaque e bigode bem aparados. Usava uma jaqueta de couro preta que apenas realçava a cor de seus cabelos, e o seu perfume era amadeirado do jeito que ela gostava. Ele usava também um coturno com detalhes metálicos em azul claro profundo, a cor dos olhos dele. Aquele foi um presente dado por ela para ele no aniversário dele. O homem de cerca de quarenta anos adorava aquelas coisas com temática militar, afinal já lutou na guerra civil basca dos anos oitenta.

— Oi, Felipe, boa tarde! — disse Tomoyo, cumprimentando o namorado com um beijo e olhando o celular ao mesmo tempo. O homem não deixou de reparar no gesto e começou a puxar assunto a partir disso:

— Boa tarde, Tomoyo… Tô vendo que tá ocupada… 

— Não, que é isso! É a minha amiga do Japão que eu te falei. Sabe, é a Sakura. Ela está enfrentando um problema muito grave, mas parece que ela achou uma pista para resolver a situação. Estou torcendo muito por ela. — explicou-se Tomoyo. Mesmo assim, Felipe olhava para ela com um misto de pesar e desconfiança. 

— Não é só ela que está enfrentando problemas… — disse Felipe, lançando uma indireta para ela. Tomoyo captou a mensagem.  

— Eu te entendo, Felipe… Me desculpa por ter sido uma namorada tão ausente nesses meses todos, acho que você merece coisa melhor em vez de uma pessoa cheia de problemas pra enfrentar como eu… — disse Tomoyo, triste com o que dizia. Felipe ficou tão surpreso com a resposta que os dois ficaram calados por um tempo, só observando o menu, sem jeito de falar. Foi o moreno quem retomou o diálogo:

— Você quer terminar um namoro de um ano, sem mais nem menos, só por conta disso? Você acha que a nossa vida não tem seus altos e seus baixos? Eu também tenho os meus segredos, eu também tenho os meus problemas! Eu quero muito dividir tudo isso com você! Me deixa eu tentar te entender só um pouco, vai… — disse Felipe, desesperado com o rompimento, buscando ser sincero ao máximo com as palavras que usava. Tomoyo não respondia, pois não sabia como responder.    

— O que tá acontecendo, Tomoyo? Saiba que eu posso te ajudar, sim! — disse Felipe, puxando a mão dela. A estudante de arquitetura hesitava em olhar para ele. Ela se calou por um tempo antes de responder:

— Felipe… 

— Faz três meses que você só anda com escolta, duas escoltas. Eu tô percebendo isso! Agora, só tem um com você e já são quatro times de guarda-costas que eu vejo fazendo rodízio! O que aconteceu com aqueles “Guardias civiles, cariño”? — perguntou Felipe, com agonia no olhar. Tomoyo soltou suas mãos e agarrou os pulsos do namorado, respirando fundo. Agora ela tinha criado coragem para falar com ele olho no olho:

— Felipe, eu estou passando por uns problemas graves mesmo que não seu se você entenderia, nem eu mesmo entendo direito, a Sakura está passando também por problemas graves, por coisa pior ainda no Japão e nós duas concordamos que essa distância é ruim para resolver tudo isso, mas já estamos resolvendo! Finalmente, recebi uma boa notícia dela e vai dar tudo certo agora! Vamos ter fé! Eu quero te contar tudo, não, eu vou te contar tudo um dia sobre o que está acontecendo conosco, confia em mim, está bem? Deixa esse inferno acabar… — perguntou Tomoyo. Felipe não reagia. Ainda estava com os olhos tristes e suplicantes. 

— Não consigo deixar de sentir ciúmes dessa Sakura. Eu nem conheço ela direito, mas já tô vendo que ela te desperta um brilho no olhar que tenho medo de saber o que é… — disse Felipe, expressando seus sentimentos. Tomoyo ficou surpresa pela perspicácia dele, mas depois retomou a conversa:

— Deixa de ser bobo, está bem? Você não começou a namorar comigo sem saber de nada! Você sabe muito bem que eu já me relacionei com mulheres no passado e… — Tomoyo se enrolava cada vez mais quando tentava se explicar sobre Sakura. Mesmo assim, continuou. —  A Sakura é casada e… — dizia Tomoyo. Enquanto ela falava, Marcela apareceu na janela do restaurante, batendo com os dedos no vidro. Ela se apressou e chegou até a mesa deles. 

— Desculpa, Tomoyo, Felipe, por interromper o encontro de vocês dois, mas é urgente! — disse a mulher. 

— O que foi? — perguntou Tomoyo. Marcela arrastou a morena para fora do restaurante, para espanto de Felipe. Lá fora, só com o agente Albert do lado delas, a mulher revelou a informação que trazia para ela:

— O Zhang mandou uma mensagem pra gente! Ele quer se encontrar com você, aqui, em Barcelona, dia 21, no Les Glories! 

— Aqui? Como assim? mas ele não está em Osaka? — disse Tomoyo, confusa.

 

Continua… 

  

  


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