A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 18
O que dava para ser feito (parte I)




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Capítulo 16

O que dava para ser feito - parte 1

 

I

 

Osaka, Japão

13 de Dezembro de 2010

 

Fazia uma tarde ensolarada e fria de inverno, mas não nevava. No campus da faculdade Kansai de Osaka, Syaoran abria a porta do carro para Sakura sair. Ela estava distraída no celular, respondendo uma mensagem. 

— Ainda falando do ataque?

— A Tomoyo tá muito triste com o que aconteceu, ela acha que podia ter feito mais… 

O chinês fechou a porta do carro e os dois caminharam pela calçada do campus. 

— O que a gente pode fazer? A gente pode se cuidar melhor se a gente tomar mais cuidado com eles; esse tipo de coisa pode acontecer numa situação dessas… Não viu a Meiling?

Sakura se calou por um tempo. Syaoran continuou:

— Se ela tivesse aqui com a gente, a história seria outra… 

— Foi isso que eu falei pra ela… 

— … Mas uma coisa é fato: todo mundo vai morrer um dia… — Uma voz apareceu do nada em meio àquela calçada vazia. Era uma mulher dentro de uma capa vermelha como sangue andando até eles. Sakura e Syaoran perceberam que todo o movimento ao redor deles havia parado.

— Uma barreira! — disse o jogador. Ele esfregou as mãos e sacou sua espada. Sakura tocou na chave do pescoço e sacou seu báculo também.

— Mas só a gente, só a Ordem sabe que, mesmo morrendo, a gente vai voltar um dia a viver, numa nova realidade sem comuns, com o poder do dragão!

— Poder do dragão? — perguntou Sakura, segurando tensa o báculo na mão suada. A mulher jogou a capa para trás e revelou uma armadura vermelha como sangue que protegia o corpo todo. Na mão dela, havia um grande machado. — Shoran! Ela tá com mais armadura do que aquele cara! — Observou a cardcaptor.

— É claro! Eu sou uma Interventora da Ordem! O Jordi era Apenas um dos 50 sub interventores que a gente têm! Vocês acabaram com uma pessoa muito preciosa pra mim! — disse a mulher, chorando. — Mas eu, Miriam Budó de Aragão, vou acabar com o casalzinho! — Miriam acertou o machado entre os dois, e eles se separaram. 

— Pulo! — gritou Sakura, sacando a carta.

O machado voltou para a mão de Miriam logo em seguida. Asas transparentes vermelhas surgiram nas suas costas e ela voou com tudo contra Syaoran. Os golpes de machado se tornaram cruéis e ferozes. A qualquer tempo, a espada poderia ser arrancada das mãos dele.

— Bosque!

Galhos agarraram as mãos e pés da Interventora, no ar. Por um tempo, ela foi detida, mas logo ela conseguiu se soltar e voou até o jogador.

— Raitei Shourai! — gritou Syaoran. Ele colocou um ofuda na espada e raios saíram de lá, atingindo Miriam. Ela resistia ao ataque, usando o machado como escudo.

— Trovão! — Gritou Sakura. Ela apontou o báculo contra a Interventora e uma rajada elétrica golpeou-a pelas costas. Miriam ficou parada no ar até que Sakura e Syaoran se cansaram. 

— Eu confesso que esse tipo de magia das cartas Clow é uma coisa que funciona com a gente… Mas falta poder… Falta força em vocês! — disse Miriam, voando com tudo até Sakura. Ela era rápida demais para qualquer reação. A estudante arregalou os olhos e gritou:

— Escudo! — Uma redoma azul envolveu Sakura, e o machado de Miriam ricocheteou. Ela voltou a golpear a redoma, e a carta escudo começou a rachar. Sakura entrou em pânico, mas Syaoran correu até elas. 

— Aera! — disse Miriam, soltando uma esfera branca esverdeada nos pés de Syaoran com a mão. Ele tropeçou, bateu a boca e deixou a espada cair. A Interventora voltou a acertar o machado na redoma azul até quebrar. Sakura, desesperada, tentou sacar uma carta, mas Miriam agarrou o báculo e soltou-o da mão dela.

— Essa é a mestra das cartas? Você é um lixo! — disse Miriam. Sakura se lembrou das palavras de Meiling naquele momento do ataque de Jordi e ficou decepcionada consigo: "Você é tão feia, tão fraca e tão chorona, Sakura! Não dá pra entender como você é a mestra das cartas!". — Eu juro que se você tivesse matado o Jordi, eu acabaria com a sua raça agora mesmo! Dane-se o comando! — Nesse instante, a Interventora agarrou Sakura pelos cabelos e tentou arrastá-la pelo chão. — Vamos andando. — Assim que ela falou, Syaoran agarrou-a pelo pescoço e puxou-a para trás. 

— Rayearth! — Uma rajada de fogo acertou a Interventora e o chinês se soltou dela. Um ciclone de chamas envolveu o corpo dela, mais forte que as rajadas elétricas combinadas tanto de Sakura, quanto de Syaoran. Hikaru, a agente de cabelos de fogo apareceu logo atrás deles. 

— Sakura! Syaoran! Vocês tem que mais cuidado! — gritou a Agente.

— Essa daí é peixe grande, Hikaru! — disse Syaoran.

Do meio da tempestade de fogo, Miriam saia com o braço levantado na altura do  olhos e rosto furioso.

— Não pensa que isso vai me impedir de acabar com vocês! — Mirian levantou a mão e seu machado voou até a nuca de Sakura. Syaoran percebeu e tentou parar com a mão. O machado desviou e cortou sua barriga. Sangue espirrou por toda parte e ele tombou no chão, frio, com os olhos arregalados.

"Syaoran! Como eu pude ser tão fraca! Como eu não percebi a presença do machado! Como!", Pensou a cardcaptor. Foi então que Sakura se lembrou da conversa que teve com Tomoyo e entendia agora o arrependimento dela de ter podido fazer algo para ajudar e não fez.

 

II

 

Barcelona, Espanha

12 de dezembro de 2010

 

Diante dos portões da Universidade Pompeu Fabra

 

— Professor Ferran Adrià, como assim! Você é meu professor de urbanismo!

— Você pensa que todo mundo que se aproxima de você é seu amigo, é? Pensou errado! Eu sou um soldado da Ordem! Sou o sub Interventor de Tarragona e vou te levar pros nosso palácio agora!

O professor sacou um arco e flecha largo das costas e Diegão atirou contra ele. William jogou Tomoyo nos ombros e tirou ela de lá, correndo pela calçada até uma árvore.

— Fica aqui! — disse o policial.

— Mas… Eu quero ajudar! Não quero ficar mais pra trás com uma câmera na mão filmando tudo!

William apontou uma outra pistola diferente para ela e atirou. Cordas envolveram todo o corpo dela.

— Me desculpa se a única opção que eu tô te dando é ficar aqui assistindo. — disse William, correndo até Diego.

Os tiros de Diegão acertaram a porta de vidro da faculdade e elas viraram pó, mas não conseguiram acertar Ferran. O professor mexeu no grande arco e transformou a arma em duas pequenas espadas curvas. 

— Você até que é bom, mas não tão bom assim. — O professor arremessou a espada para frente e Diego desviou. Mesmo assim, ele cravou o gume da espada na pistola do oficial. Com um movimento, ele arrancou a arma da mão dele.

— Filha da rapariga! Ele só quebrou o arco e daí apareceu aquelas espadas? Pode uma coisa dessas? — perguntou Diego.

— Parece até as espada do Kratos, de "God of War"! A gente tem que ficar ligado… — comentou William. As espadas estavam ligadas ao pulso do professor Ferran com a corda do arco. Ele rodopiou as armas e partiu para cima dos policiais. William atirou, mas o professor conseguiu arrancar a arma da mão dele. A arma voou para longe e se desmontou. 

 

III

 

As cordas que prendiam Tomoyo se soltaram, ela podia ajudar os policiais agora, mas resolveu ficar quieta atrás dos arbustos e preferiu acompanhar a luta de longe. A maleta de alumínio com os dois floretes ainda estava dentro da bolsa presa no ombro dela. Ela abriu a maleta e pegou os dois floretes.

"Quem sabe, alguma hora, esses dois precisem da minha ajuda… Vou ficar aqui e esperar…", pensou a estudante.

 

IV

 

— Vai ter que ser na porrada mesmo… — disse Diegão, tirando e calçando um par de luvas vermelhas como sangue da cintura. William fez a mesma coisa.

— Olha que coisa interessante! Vocês usam as armaduras da Ordem dos nossos subordinados pra tentar lutar contra a gente! 

— Fazer o que? A gente tá combatendo fogo com fogo! Foram vocês que pediram por isso! — disse Diego.

— Pena que isso só funcionou até agora com os soldados rasos! Mas eu sou um sub Interventor e sou muito mais que os caras que vocês lutaram até agora! — disse Ferran. Ele rodopiou o par de lâminas curvas no ar e tentou acertar os policiais, mas eles se defenderam cruzando os braços na altura dos olhos. Ferran não conseguiu puxar as lâminas para sua mão a tempo e William e Diego viram a oportunidade. Eles correram até o soldado da Ordem e acertaram um soco duplo na cara deles. Ferran tombou na hora com o golpe, grogue, e não se levantou mais. Estava com a mandíbula quebrada. Os dois policiais sorriram e apertaram as mãos com força. 

— Olha aí o que você fez, seu Touro bandido! Quebrou a boca do cara!

— Olha quem fala, seu bombado! A gente ia precisar dele pra interrogatório!

Uma energia estranha e vermelha saiu do corpo de Ferran como vapor. Do nada, uma voz disse:

— Mil agulhas!

Da névoa que saía do corpo de Ferran, uma miríade de agulhas saía de lá, perfurando tudo ao redor. Nem mesmo os coletes de William e Diego conseguiram segurar o ataque. A rajada era contínua. Diego se meteu na frente de William e foi arremessado para longe. Caiu perto da moita onde estava Tomoyo.

 

V

 

A costureira viu o estado de Diego e ficou espantada. Milhares de pequenos furos estavam pelo corpo dele. A farda azul marinho de polícia nacional ficou encharcada de sangue em instantes. A garota se aproximou dele e viu que ele ainda estava respirando. Mesmo ferido, Diego conseguiu se levantar e abrir os olhos com alguma dificuldade. Ele olhou para Tomoyo e disse:

— Tomoyo… Foge daqui… 

— Mas você… 

Da massa de vapor na frente deles, mais e mais agulhas começaram a sair. 

— Narukami!

Tomoyo tocou no florete mais largo e ele se transformou no escudo em forma de guarda-chuva. Pensou em correr e proteger Diego também, mas lembrar da voz do policial pedindo para que se afastasse congelou seus passos.

"Tomoyo, guarda isso aí. Você ainda não tá pronta pra enfrentar a Ordem! Tá pensando que a Ordem é fácil? Vai lá tentar usar isso contra um pra você ver só! Quando eu tive que lutar, teve que vir o William, a Layle e mais um pra me ajudar! E olha que a gente é treinado! Você acha que vai conseguir enfrentar eles lutando só com isso? Você nem pegou ainda os pé rapados da Ordem pra aprender a lidar com eles…"

Enquanto pensava, a segunda rajada de agulhas atingiu o policial. Ele caiu na hora. Estava finalmente morto. 

— Diego! — pensou Tomoyo. Diante dos portões quebrados da faculdade, Ferran Adrià se levantava. A mandíbula estava solta na boca e ele babava muito sangue. Mesmo assim, arranjou forças para juntar as duas metades do arco e disparar uma flecha contra Tomoyo. William pulou na frente dela na hora, recebendo a flechada no ombro no lugar dela. 

— Tomoyo, me desculpa de eu não te deixei lutar, mas da próxima vez, você vai arrebentar eles… — disse William, arrancado a flecha com a mão. Ele correu até Ferran, e o Interventor atirou de novo nele. A flecha pegou na coxa, mas William não deixou de correr. Ele chegou em Ferran dando um soco forte na orelha dele. O Interventor caiu e ele deu outro soco na cara, no pescoço e na testa dele. Sua mão era como se fosse uma marreta. Ele bateu no homem até que parasse de se mexer ou respirar. 

A barreira montada pelo professor se desfez, o tempo voltou ao normal e a porta apareceu quebrada. As pessoas ao redor voltaram a se mover normalmente e ficaram horrorizadas com a cena toda: um policial nacional tombado de bruços no chão e um homem de armadura vermelha como sangue no chão. 

William se levantou um pouco e todos olharam o andar cambaleante dele. Ele andou mais alguns metros e desmaiou. Tomoyo guardou o florete e correu até ele.

— Alguém chama, por favor, a ambulância!

 Em instantes, viaturas dos mossos d'esquadra cercaram a área, e os policiais pediram para que todos se retirassem, menos Tomoyo.

 

Continua… 

 


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