A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 17
Um dia no parque




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/781584/chapter/17

Capítulo 15

Um dia no parque

 

Barcelona, Espanha

12 de dezembro de 2010

 

I

 

Fazia uma manhã fria de inverno na cidade condal, a temperatura rondava os nove graus celsius, mesmo assim, o céu estava limpo e sem nuvens. 

Nas escadarias do Parque Guell de Barcelona, havia uma escultura de dragão olhando para os visitantes, semelhante à um lagarto. Diante das escadarias, havia duas casinhas de teto inclinado que mais pareciam serem feitas de doce. As paredes da casa podiam ser confundidas com biscoitos de chocolate e o teto, com cobertura de baunilha. 

Sentado nas escadas, estava um pai e seu filho. A criança apontava para as casinhas e para o dragão com uma curiosidade viva no olhar.

— Pai, posso colocar o dedo na boca do dragão?

— Pare com isso, Pere! O dragão vai morder seu dedo… — respondeu William.

— Mas eu posso comer a casinha lá da frente? — perguntou Pere. 

— A casinha lá da frente é de tijolo! Pare de matutagem! — respondeu William. 

 

II

 

Acima das escadarias, havia uma parte plana sustentada por algumas colunas. Lá, estavam Tomoyo e Diego Puig, olhando o parque inteiro do parapeito. Eles viam e pareciam entender o que estava acontecendo lá embaixo. 

— Esse William é boi mesmo! Tá ensinando pro menino que a casa é de bolacha! — disse Diego, gargalhando.

— Mas arquitetura de Gaudí é genial! Estou fazendo meu TCC sobre ele… — disse Tomoyo, olhando as casinhas logo em frente.

— Que porra de arquitetura! Quando ele traz o Pere aqui, o menino pensa que a casa é de sorvete!

— Você é bem rústico mesmo, não é, Diegão? — disse Tomoyo, dando uma ombrada nele. Diego deu um leve empurrão nela.

— Você pensa que não? Lá, em Villafranca de Penedès a gente trabalha é na roça! Não tem esse negócio de Gaudí não! Enxada, foice, arado! Tô até com a mão calejada! — disse o policial nacional, mostrando com orgulho as mãos grandes, ásperas e cheia de calos. 

— Ora, eu que pensava que isso veio do karatê… 

— Ajuda, mas não é tudo… — De repente, Diego parou a conversa e apontou para baixo. — Olha só, Tomoyo! Olha a mulher do William chegando! É um boi mesmo!

— Eles não são separados?

— Ele tá tentando voltar com a mulher… 

 

III

 

Uma mulher elegante, de terno preto executivo e um pouco gordinha apareceu na frente de William e de Pere. Ela fez um gesto para o menino e ele correu até ela.

— Mamãe, trouxe doce? — perguntou Pere. A mulher tirou um pacote de balas da bolsa e deu para ele. O menino arregalou os olhos de felicidade. — Vai lá brincar, vai, preciso falar com o papai… — disse a mulher.

O menino saiu correndo das escadas e foi até um balanço perto. William se calou e baixou a cabeça. A mulher se sentou do lado dele. 

— Por que você tá assim? — perguntou ela. 

— Não quero que os outros fiquem dizendo, Dani, que eu voltei com a mulher… — disse William, de lado, meio sem jeito. A mulher olhou para o alto e viu Diegão e Tomoyo acenando para baixo. Dani deu uns tapas no ombro do ex-marido. 

— Deixe de ser besta! Você que é raparigueiro, isso sim! Se não fosse por isso… — disse Dani. Ela viu que William não reagia e ficou preocupada. — O que tá acontecendo?

— Nada não…

— Olha, eu vim te convidar pra nossa ceia em Canet del Mar, sei que a gente acertou dividir o Pere no natal e no ano novo, mas meu pai queria te ver… Ele gosta muito de você, viu?

— Vô ver, Dani, depois eu te falo. Tô com um serviço pra fazer e quando acabar, eu dou uma passada lá… 

— Já me contaram, você virou guarda costas, né? Não precisa ficar assim… 

— Eu só não sei quando vou ver o sorriso do meu filho de novo! É como se cada vez que eu falasse com ele fosse a última e… — disse William, desabando.

Dani entendeu que ele não queria falar mais nada e preferia ficar em paz. Ela levantou-se, chamou Pere e o menino subiu no seu colo.

— Bem, William, já vou indo… Se cuida, viu? Qualquer coisa, você fala comigo… Não é porque a gente tá separado que a gente não pode conviver, conversar, se entender… Eu te entendo, William… Ser policial não é fácil… — disse Dani, com o olhar pesaroso de preocupação. Ela deu um beijo no rosto dele e o agente dos mossos retribuiu.

— Tchau, filho! Obedeça a sua mãe sempre!

— Tá bom, papai, vou te esperar pro Natal… — disse Pere, beijando o rosto do pai. 

Os dois se afastaram do parque, caminhando entre aquelas duas casinhas, obras de arte de Gaudí. Assim que saíram, Tomoyo e Diego desceram as escadas.

— Você tem um filho muito bonito e muito educado, William! Você deve ser um paizão coruja! — disse Tomoyo, sorridente.

— Sou nada não, vamos embora… — disse o agente dos mossos, corando de vergonha.

— Esse é boi mesmo! Não desapegou da mulher! — disse Diegão, socando o ombro do amigo. William empurrou o polícia nacional escada abaixo.

 

IV

 

Uma viatura dos mossos parou nos portões do campus de arquitetura e urbanismo da Universidade Pompeu Fabra. De lá, saíram William, Diego e Tomoyo. 

— Tem certeza, Tomoyo, que não precisa da gente? — perguntou Diego. 

— Sabe, gente, eu quero viver uma vida normal. Estou cansada de ficar chocada quando recebo notícias de ataque. Recebi um telefonema ontem e fiquei com os nervos em frangalhos, chorei, me desesperei, mas o que eu posso fazer? Nada! 

— Mas a gente tá atuando junto, Tomoyo! Qualquer informação do caso no Japão também é importante aqui. — disse William.

— Sim, eu sei, mas ela está lá, eu estou aqui, vocês entendem? Muita gente acaba se machucando com isso. 

— Você queria ir pro Japão e ficar com ela, Tomoyo? — Perguntou Diego.

— Não é nada disso. Estou querendo dizer que não posso fazer nada por ela, mas por vocês sim. Eu sei que eu vou ficar preocupada sim, mas eu não posso fazer nada pra evitar os ataques lá. Isso que me frustra. 

— Viver é lutar, Tomoyo! — Eles estão lutando lá e a gente tá lutando aqui por você… — disse Diegão. 

— Entendo gente, mas o problema é se machucar. A Meiling está de cama, ela se machucou, mas está tudo bem. Vocês já pensaram que isso também pode acontecer com vocês? — perguntou Tomoyo.

Diego e William se olharam e não falaram nada. Tomoyo continuou:

— Eu tenho vocês do meu lado e sei quanto a vida de vocês significa! Pensa que eu não sei, William, o que ela falou com você? Ela falou comigo sim, falou que estava preocupada com a sua segurança também. E eu vou fazer o meu máximo por ela… — disse Tomoyo, revelando a maleta prateada com os dois floretes escondida dentro de uma bolsa enorme que carregava junto da mochila. 

— Tomoyo, guarda isso aí. Você ainda não tá pronta pra enfrentar a Ordem! Tá pensando que a Ordem é fácil? Vai lá tentar usar isso contra um pra você ver só! Quando eu tive que lutar, teve que vir o William, a Layle e mais um pra me ajudar! E olha que a gente é treinado! Você acha que vai conseguir enfrentar eles lutando só com isso? Você nem pegou ainda os pé rapados da Ordem pra lidar com eles… — disse Diego, energicamente. Tomoyo ficou tão magoada com aquilo que enfiou a maleta dentro da mochila e correu para dentro do campus. Os dois policiais seguiram-na até que um homem de meia idade esbarrou em Tomoyo antes de ela passar pela porta.

— Desculpa, professor Ferran! Eu estava com pressa. 

— Sua pressa vai acabar agora… Aparezca, Dragón! — De repente, o tempo ao redor de Tomoyo parou.

— Uma barreira mágica!? — gritou a roxinha.  

 

Continua… 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.