A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 19
O que dava para ser feito (parte II)




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Capítulo 17

O que dava para ser feito — Parte 2

 

— Você tá sofrendo agora? É o mesmo sofrimento que eu senti! — gritou Miriam.

Deitado no chão, segurando a barriga dilacerada pela lâmina do machado, Syaoran se contorcia de dor. Ele sangrava muito e começava a ter vertigens.

— Sakura… — disse o chinês, delirando com a perda de sangue.

— Syaoran, não deixa eu te perder! Você tem filho pra criar! — gritou Sakura, desesperada. Só havia visto aquele caso de esventramento nos livros de história. Nunca imaginou que aquilo aconteceria com a sua família bem na sua cara.

— Meu Deus, meu Deus, meu Deus! Tá saindo o intestino dele! Não sei se só a medicina dos comuns vai conseguir… — disse Hikaru, tampando a boca com o horror que sentia. Sakura não se importou com a adversária pronta para matá-la e correu para fazer uma compressa com as próprias mãos na barriga despedaçada do companheiro.

— Hikaru-chan, chama um médico! — gritou a cardcaptor.

— Que médico, Sakura? A gente tá dentro da barreira, não tem como sair daqui! — disse Hikaru. Miriam Budó gargalhava vendo o pânico dela.

— Você está contente, Sakura? Agora você sabe a dor que eu senti! Eu quero mais que ele morra! — disse a Interventora. Ela levantou as mãos no ar, e o machado voltou para ela. Vendo a arma, Sakura se inflamou de um ódio tão grande que uma lixeira próxima de Miriam explodiu. Por um instante, ela se assustou, mas logo se recompôs.

— A Sakura consegue invocar os poderes da carta fogo só de pensar! É um perigo essa raiva toda! — disse Hikaru, assustada.

— Você pensa que me assusta com isso? Já vi truques melhores! — disse Miriam, achando graça da situação.

Sakura tremia de ódio. Sem nem pensar direito, o báculo da estrela se transformou na carta espada na hora, da mesma forma que invocou os poderes da carta fogo sem pensar direito. A cardcaptor soltou a barriga de Syaoran e berrou para Hikaru:

— Pega os ofudas do Shoran e cola na barriga dele! Pega os ofudas dele e cola na barriga dele agora! Você me ouviu?

Hikaru ficou espantada vendo a cardcaptor falando daquele jeito imperativo. Sakura continuou, mesmo com o rosto incrédulo dela:

— Você tá surda, é? Pega os ofudas agora! Isso vai dar um tempo pra gente!

A agente não questionou muito e saiu colando os papeizinhos que Syaoran usava para lançar magia por toda a extensão do corte. O sangramento parou, mas o corte ainda estava aberto.

— Sakura, você tem que ser rápida! Isso não vai aguentar muito tempo e… 

— Eu sei, poxa! Eu só preciso de uma carta, uma carta só pra acabar com ela! — gritou Sakura, estressada. 

— Você vai acabar comigo com essas cartas fracas? — disse Miriam, rindo. — Se vocês não foram nem capazes de me deter com aquele ataque de raios, agora isso?

Sakura ignorou a provocação. Estava com o rosto terrivelmente sombrio e mal dava para ver os olhos dela. Com as mãos ensanguentadas, sacou uma carta do bolso da calça e disse:

— Carta criada pela Valente Sakura, abandone sua velha forma e venha servir à sua dona! Em nome de Sakura! Tempo!

Um vendaval surgiu entre Sakura e Miriam, e uma mulher velhinha com ampulheta na mão apareceu entre as duas. O objeto nas mãos da velhinha se quebrou e, do nada, a Interventora ficou congelada no ar. Ela tentava se mover, mas não conseguia. Apenas conseguia tremer e mais nada. 

— Sakura, está bom assim! Vamos prender ela e perguntar mais sobre a Ordem… Sakura… Sakura? Sakura! — gritava Hikaru, tentando chamar a atenção dela, sem sucesso.

A mãe de família andou até Miriam com o rosto sombrio e uma intenção maligna no espírito. Sem nem pensar direito, a cardcaptor levantou a espada no ar e cortou a barriga de Miriam de ponta a ponta. 

— Você tá sofrendo agora? É o mesmo sofrimento que eu senti! — gritou Sakura, com a espada presa na metade da barriga dela. Placas da armadura, músculos, órgãos, espinha, a carta cortou tudo o que a sua mestra ordenou. A barreira desapareceu, o tempo voltou ao normal e Miriam tombou no chão. A luta acabou. As duas metades de seu corpo se separaram com o impacto da queda. Vendo que a situação grave de Syaoran havia se estabilizado, Hikaru saiu do lado dele e correu até Sakura, furiosa.

— Mais uma gracinha dessas e você tá fora! Tá pensando que isso aqui é brincadeira, é? — disse a agente ruiva. Sakura olhou séria para ela e empurrou a policial.

— Tô fora do quê? Eu sempre tive dentro dessa pilha toda! Você e seus parceiros é que sempre teve fora da minha vida! Sempre teve fora quando essas porcarias acontecem! O que é que a polícia é capaz de fazer? Pra acabar com eles principalmente, hein? Nada! Depende da fracote aqui pra acabar com a raça deles! Agora pega esse celular e chama a emergência do hospital! Agora! Antes que eu mande outra coisa pra emergência! — gritou Sakura para ela, pistola, furiosa com a situação toda. Entre se estressar e continuar a discussão, Hikaru usou todo o sangue frio que tinha e devolveu o celular para ela. 

— Não precisa, essa fica por minha conta… Depois a gente conversa, de mulher pra mulher! — disse Hikaru se afastado dela. Antes de sair, ela estalou os dedos no ar e desapareceu. Sakura ficou olhando a agente sumir quando uma porção de paramédicos apareceu na calçada, vindos de redemoinhos que se formaram no ar. Eram médicos magos chamados pela agente de cabelos curtos de uma outra dimensão, mas vestiam roupas totalmente brancas como os médicos comuns. Com simples movimentos de mãos, eles ajeitaram o corpo de Syaoran no ar e fizeram-no sumir por um rodamoinho. Ele havia perdido muito sangue e a vida dele estava por um fio. Sakura ainda estava inquieta, mas um dos médicos agarrou o ombro dela e disse:

— Vai ficar tudo bem com ele… Aqui é a medicina de Zephir tomando conta! 

— De Zephir? — indagou Sakura, confusa.

— Quer nos acompanhar? Eu explico melhor… — disse o paramédico, abrindo uma fenda no ar e convidando Sakura a entrar. 

 

Continua… 


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