A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 16
O segundo ataque




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Capítulo 14

O segundo ataque

 

Osaka, Japão

11 de dezembro de 2010

 

I

 

Chegando no hospital, Sakura abriu a porta do quarto de Meiling e viu a cunhada totalmente detonada, recebendo ajuda de uma enfermeira para comer. Os braços da chinesa estavam completamente enfaixados, e Sakura pensou na imensa sorte que teve. A mão e o pulso esquerdo da Cardcaptor também estavam enfaixados, mas não tanto quanto Meiling, pois também havia três bolsas de soro do lado da cama.

— Virei uma inútil, não é? — disse Meiling com dificuldade. 

— Pode deixar que eu cuido da comida dela… — disse Sakura pra a enfermeira. A profissional confirmou com a cabeça e saiu da sala. Kero saiu da bolsa que a cardcaptor levava consigo e Hikaru, a agente ruiva da polícia nacional, entrou logo em seguida. Ela pegou a prancheta nos pés da cama e ficou lendo o laudo médico.

— Você só estourou o rosto do cara, mas aqui tá dizendo que você está com os braços quebrados e exausta por conta da febre. Você quase morreu hoje de noite por causa disso… 

— Parece até que foi eu quem levou uma surra… — comentou a chinesa.

— Meiling… — disse Sakura, mais preocupada ainda por causa da leitura do laudo. 

— Não é questão de você ter levado uma surra, encrenqueira, mas você só vive causando encrenca! — disse Kero, sorrindo.

— Kero-chan, isso é sério! — repreendeu Sakura.

— Eu também tô falando sério! Uma coisa é você enfrentar alguém com magia e matar essa pessoa da forma bárbara que você fez… Outra coisa é você não prestar atenção que ela carrega um item mágico. Mesmo você ganhando dele, a armadura da Ordem parece que tem um efeito colateral. Foi a forma que ela encontrou pra se defender dos seus ataques e como você não tem magia desenvolvida… As consequências foram piores… — explicou Kero.

— É, tô vendo que me ferrei mesmo… Não vou poder ajudar mais em nada, droga! — disse Meiling.

— Não fica assim! A gente só descobriu isso por que você é encrenqueira! A gente vai ter mais cuidado daqui pra frente graças à sua descoberta! — finalizou Kero. Sakura ficou olhando com cara feia para o guardião. 

— As palavras do Kerberos são fato. Falei com meus colegas espanhóis e eles me disseram que não é a primeira vez que eles enfrentam um ataque da Ordem. A Ordem nasceu lá, então… Eles já estão acostumados com esse tipo de coisa. Até descobriram um jeito de reciclar as armaduras e criar armas com elas.

— Reciclar as armaduras? Isso quer dizer que essa Ordem é barra pesada mesmo! Acho que essas coisas devem ser feitas com algum tipo de magia arcana que impede que elas sejam combatidas com meios comuns… — conjecturou Kero.

— É exatamente isso, Kerberos, exatamente isso. As cartas Sakura foi um dos raros meios eficientes de combater esse poder até agora… Tenho dó de quem essa Ordem vai atrás… 

— Tomoyo… — disse Sakura, preocupada, apertando a mão contra o peito. 

— Acho que você não precisa se preocupar, Sakura. Eu lutei contra eles e tô viva! A Tomoyo vai saber lidar com eles na hora certa… — disse Meiling. 

— Meiling, você tem treino militar, você é durona e casca grossa, a Tomoyo não! Como não vou me preocupar! — disse Sakura, muito nervosa.

— Não fica assim, Sakura. Meus colegas me disseram que os ataques da Ordem são corriqueiros por lá, geralmente são uns pé rapados que só vem pra encrencar. Só espero que a gente só pegue pé rapado daqui em diante… — disse Hikaru.

— Agente, eu não concordo muito com você. Como guardião, não deixo de estranhar. Eles atacaram da primeira vez faz sete anos, depois atacaram de novo faz três anos, e olha que o cara não queria as cartas, esse é o quarto ataque! O terceiro no Japão! O tempo entre um ataque e outro tá diminuindo, fora que ainda tem essa coisa do primo da encrenqueira e do pirralho querer as cartas também! — disse Kero, preocupado.

— Entendo seu receio, mas eu não posso fazer nada. Se a Ordem vai atacar amanhã, depois de amanhã ou daqui a três meses, isso não importa. O que importa é a gente estar pronto pra atacar quando for necessário! Não é tempo pra chorar, nem ficar nervosa, Sakura! Entendido? — disse Hikaru, séria.      

— É, eu acho que eu entendi sim… Minha vida agora é um inferno, né? Nem ir pra faculdade direito vou poder ir mais… — disse Sakura, emburrada, olhando a mão engessada. Ela cruzou os braços e ficou olhando a neve cair pela janela. Hikaru e Kero se olharam, preocupados com ela.

 

II

 

Tóquio, Japão

6 de dezembro de 2010

 

Encostados numa árvore, no alto de um monte, um casal se beijava. Nenhum dos dois era japonês, eram ocidentais. O rapaz tinha barba e cabelos pretos e olhos cinzas. A mulher era loira de cabelos quase castanhos e olhos também castanhos. Naquela paisagem romântica, dava até para ver a torre de Tóquio ao longe. Os dois trajavam armaduras vermelhas como sangue e não se importavam com os carros passando pela estrada da montanha. A mulher, encostada na árvore, continuou trazendo o rapaz mais e mais para perto dela. De repente, ele se soltou e ficou com o rosto coberto de preocupações. 

— O que foi, Jordi? — perguntou a mulher.    

— Você sabe que o que a gente tá fazendo não é certo, Miriam. 

— Como não é certo?

— Você é a Interventora de Aragão. Eu só sou Sub Interventor de Barcelona, nem Interventor eu sou direito! O que os outros vão pensar?

— Eu quero que se danem o que o resto vai pensar! Algum dia você pode ser o Interventor da Catalunha e mandar todo mundo calar a boca!

— Isso é, se eu for escolhido…

Os dois ficaram em silêncio por um tempo até Miriam pegar as mãos de Jordi e retomar o diálogo.

— Olha só! Um dia, a gente vai ter nossos próprios países catalães livres e independentes de comuns! A gente tá trabalhando pra isso! E vai ser você, meu amor, quem vai liderar essa mudança! Eu sei disso! — Miriam tornou a dar um beijo nos lábios de Jordi, agora frios por causa do vento gelado do inverno. — Sabe por que eu sei? Por que vai ser você quem vai pegar as cartas da Sakura! Não faz falta os outros que foram mandados pra cá, não faz falta eu! 

— Eu sei, por isso eu quis ser o primeiro pra abordar ela… — Jordi acariciou os cabelos dela e retribuiu o beijo. — Sei que é arriscado ir sozinho, mas fui eu quem quis assim. Se eu conseguir as cartas, a gente vai ficar mais perto dos nossos sonhos, do meu sonho de virar Interventor. Então, algum dia, eu quero vir com você pra essa terra de novo, mas só eu e você, tá? A gente vai visitar um monte de lugares juntos… 

Os dois deram mais um beijo. Um beijo longo e demorado.      

— Vou torcer por você, meu amor… 

 

III

 

Sentada na beira de um prédio, olhando para um machado vermelho como sangue, uma mulher chorava. Na frente dela, estava o hospital da universidade Kansai, o mesmo onde estava Meiling e Sakura. A neve se acumulava nas ombreiras da armadura vermelha como sangue e ela nem se importava com o vento frio.  

— Você vai me pagar, Sakura! — disse Miriam com lágrimas escorrendo pelo rosto e água saindo pelo nariz. Seus dentes estavam frios e rígidos de tanta raiva que sentia.

 

Continua… 


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