Instituto Secreto de Super-heróis - INTERATIVA escrita por Giovanna


Capítulo 4
Multiverse


Notas iniciais do capítulo

E ai meus consagrados, tudo bom?
Esse foi um dos capítulos mais gostosinhos de escrever. Espero que vocês gostem.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/781506/chapter/4

[Nova York, Sanctum Sanctorum, 4 de fevereiro, 8:45 AM]

Em meio a tantas mudanças no decorrer de mais de duas décadas, Stephen Strange não se absteve a fluir juntamente das correntezas do tempo. Sem utilizar a preciosidade do Olho de Agamotto após o devolvimento das joias aos seus locais de origem, podia dizer que havia lutado a maior parte de seus anos somente com seus ilustres poderes místicos. 

E como os anos não haviam lhe sido gentis.

Como Mago Supremo, responsável por cuidar das realidades, havia perdido a conta de quantas vezes apareceu em seus portais mágicos no hospital em que antigamente trabalhava para ser operado as pressas por seu antigo amor Christine Palmer. Logo, aquilo se tornara corriqueiro.

Christine Palmer, uma mulher da ciência demorou a acreditar na 'feitiçaria' que seu antigo parceiro de equipe declarava, mas era impossível negar aquilo que seus olhos podiam ver e o mais inacreditável era poder enxergar o crescimento de Strange.

Ele tinha a ferramenta perfeita para curar suas mãos e voltar a ser o neurocirurgião renomado que era, mas ele havia aceitado uma profissão mais ousada do que ela sequer podia imaginar. Ele havia crescido e estava disposto a fazer de tudo para salvar o universo.

Diante disso, Christine conheceu Wanda Maximoff.

Uma jovem de cabelos cor de fogo e presença ardente. Não, Wanda não chama a atenção, mas a essência de seu corpo exalava poder por onde passava. Um poder perigoso, que foi usado de forma imprudente.

Stephen Strange pela primeira vez em sua vida encarou o Pesadelo nos olhos, Wanda havia o criado. Sem intenção alguma, uma criança sem conhecimento algum do mundo havia criado o pior dos monstros que Strange podia se lembrar. Thanos parecia cócegas ao se lembrar dos danos psicológicos que Pesadelo causou ao seu ser.

Derrotar um demônio interdimensional era um trabalho de domingo a tarde, mas Wanda Maximoff havia cometido o maior erro que o Mago Supremo jamais poderia concertar.

Na tentativa de recriar a vida que havia perdido, Feiticeira Escarlate trouxe a tona toneladas de realidades alternativas. Impossíveis de serem fechadas ou realocadas. Vidas foram acabadas enquanto outras eram criadas, Wanda passou anos em uma realidade alternativa, até que Stephen Strange conseguisse arranca-la de lá.

O trabalho não foi fácil, mas Stephen havia temporariamente fechado sua realidade para qualquer outra. Era impossível que outras realidades rasgassem o tecido envolto de sua Terra. Pelo menos era isso que ele imaginava.

Agora, o Mago Supremo do Século poderia descansar. Com o Instituto Secreto de Super-Heróis sendo construído, Stephen sentia que podia viver mais uma vez. Ele assim como outros heróis, podia se dar uma chance.

O esforço foi necessário, mas Stephen conseguiu reconquistar Christine. O único amor que imaginou que possuía, até Watson Strange Palmer nascer. A paternidade realmente muda alguns homens.

Talvez agora ele entendesse um pouco do que tinha presenciado aquele dia no donut voador entre Tony Stark e Peter Parker. Ele faria de tudo pelo filho e sempre tentava controlar as ameaças antes que elas se tornassem perigosas, porque esse era o objetivo, certo? Tornar o mundo um lugar melhor para seu filho?

Pensando desse modo, imagine a surpresa do doutor ao descobrir que seu filho não era somente o menino mais esperto do mundo, mas também um ambientalista nato? Claro que sendo o neurocirurgião que era, desejava que Watson seguisse a carreira médica, mas lá no fundo, se orgulhava de todos os feitos do filho. A verdade era, que pai não se orgulhava?

— Eu sinto muito não poder estar ai, querido. – Christine se lamentava pela décima vez com o filho pelo tablet que o mesmo segurava. – Mas você vai ter um ótimo segundo ano, eu vou me programar para ir te buscar nas férias de verão.

— Não se preocupe, mamãe. – Watson sorria vendo a mãe ser preparada para entrar em cirurgia. – O papai vai me levar.

— Não se esqueça do seu protetor solar, querido. – Ela o lembrou antes de ter a voz abafada pela mascara. – Wakanda tem o sol muito forte.

— Mãe, eu já verifiquei tudo. – O garoto de cabelos vermelhos balançou a cabeça.

— Ok. Eu preciso ir. – Ela se afastou da tela. – Tchau, amo vocês.

A ligação caiu antes que qualquer um deles pudesse responder. Watson devolveu o tablet ao seu lugar de origem, era engraçado ver sua mãe preocupada com sua bagagem, mas era de praxe que Watson revisasse qualquer coisa pelo menos três vezes. Ele podia negar o quanto quisesse, mas tinha sinais de TOC em sua personalidade.

— Onde está sua amiga? – O pai do ruivo questionou. – Desse modo vamos nos atrasar.

E como magia, a campainha do Sanctum soou.

Watson olhou para o pai com um sorriso nos lábios, Katherine Hope Maximoff amava fazer entradas dramáticas. Ele imaginava de onde ela havia aprendido isso, já que seu pai era um andróide e sua mãe uma feiticeira lunática.

— Desculpe a demora, meu pai achou que era uma boa hora pra me fazer uma surpresa. – Katherine tinha um tom repreensivo na voz enquanto segurava um embrulho em mãos, apesar de seu rosto estar corado. – Meio século com os humanos e ele ainda não nos entende.

— Às vezes, nem nós mesmos. – Watson observou.

Stephen podia dizer que aquela era a amizade mais estranha que já vira. Com todo o trabalho que já teve no passado com a mãe da moça, jamais imaginou que seu filho se tornaria amigo de Katherine, a filha mais nova de Wanda e Visão, mas ali estavam. Obra do Destino.

Com dedos estendidos em formato de “L”, Stephen abriu um portal direto para Wakanda, seu acesso era garantido desde a batalha contra Thanos. Naves e barcos cortavam ares e rios de todos os lados, o fervor da volta as aulas do instituto era palpável, alunos e mais alunos atropelavam uns aos outros claramente entusiasmados em se reencontrarem.

O Instituto era o único de toda a galáxia, as reuniões anuais deviam valer de alguma coisa para aqueles jovens.

— Obrigado, pai. – Watson agradeceu.

— Nos vemos nas férias de verão. – Stephen observou os dois jovens atravessarem o portal sem bagagem alguma. – Te dua.

Te dua.

O portal se fechou e Watson perdeu a visão de seu pai para ser preenchido com o frescor das manhãs de Wakanda. Ah, aquele lugar era encantador. Uma música era batucada aos fundos, todos os rituais anuais começavam daquela maneira. Ele desviou de alguns alunos.

— Vocês magos. – Katherine rolou os olhos.

— Porque você é muito diferente. – Watson observou mais uma vez.

— Feiticeira. – A loira apontou para si mesma.

Watson tombou a cabeça na direção da amiga. “Ela não podia estar falando sério, podia?” Pensou ele. “Talvez eu possa emprestar a ela um dos livros do meu pai, quem sabe ela adquiri um pouco de conhecimento sobre si mesma.”

Ambos passaram a caminhar rumo à gigantesca mansão reluzente e negra a base de vibranium a sua frente, plantas nativas de Wakanda os cercavam assim como um ladrilho de pedras roxas e brilhantes lhes mostravam o caminho, tudo por aqui parecia de outro mundo.

— Sejam bem-vindos, alunos. – A voz robótica de Tony Stark os saudou. – Espero que tenhamos um ótimo semestre.

[Realidade Alternativa, Sede da Hydra, Laboratórios de Experiências, 14:22 PM]

— Você tem muita sorte que ele tem aquele maldito soro, Queen. – Valkyrie mantinha suas sobrancelhas franzidas e suas mãos na cintura, sua filha cabisbaixa a sua frente.

— Você vai contar para a mamãe? – A morena perguntava.

— Sua mãe não tem tempo para essas bobagens. – A mais velha se irritou ainda mais. – Você sabe que ela está liderando a frente de batalha.

— Sinto muito.

— Peça desculpas ao sargento Barnes e se junte ao seu esquadrão. – Valkyrie ordenou.

Apesar de amar a filha de forma incondicional, Valkyrie sempre lhe impôs limites. Alem do mais, lutando com um aliado, Queen precisava respeitar as regras. Ela não teria se importado se sua filha tivesse arrancado a cabeça de um herói, na verdade, teria aplaudido, mas nada se  comparava a quão desapontada ficava quando Queen deixava sua impulsividade tomar conta.

Queen se retirou indo atrás de Zack Barnes, o mesmo se encontrava na enfermaria, com sua mãe Natasha Romanoff a.k.a Viúva Negra em seu encalço. A ruiva sentia seu interior tremer como um vulcão quando recebia notícias como aquela, nunca mais havia sido a mesma desde o acidente da missão ao Monte de Zack.

— Sargento Barnes, Espiã Romanoff. – Queen chamou a atenção dos presentes.

Zack mirou a morena com atenção. Seu ombro estava completamente curado em poucas horas, ele nem mesmo se lembrava da dor que havia sentido, graças ao soro de super-soldado que corria por suas veias. Ou seria graças às experiências de sua mãe? De um modo ou de outro, ele sempre estaria a salvo, mas o melhor sempre estava por vir.

— Eu lhe devo desculpas. – Queen desviou o olhar logo em seguida, claramente visível o quão difícil era para ela fazer algo como aquilo, admitir estar errada ou simplesmente se desculpar ia contra todos os seus princípios.

Zack manteve uma expressão neutra, por mais que estivesse se divertindo. Estar em guerra não significava não saber aproveitar as poucas coisas que podiam lhe ser proporcionado.

— Tudo bem, soldado. – Ele se deliciava assistindo Queen se retorcer ao ouvir sua patente sair da boca do sargento.

Filhos de generais, Queen e Zack sempre disputavam, apesar de Queen ser mais forte, Zack tinha mais influência dentro da Hydra. Natasha balançou a cabeça negativamente diante da clara brincadeira de criança, eles eram assim desde o início de suas infâncias, era impossível muda-los agora.

Com um beijo no rosto, deixou os dois a sós.

— Eu ainda odeio você. – Queen revirou os olhos.

— Imaginei. – Zack vestiu a blusa preta de volta, escondendo as marcas em suas costas. – Temos trabalho a fazer, soldado.

Mais uma vez, Queen segurou um suspiro, se negando a satisfazer o ego de seu superior. Zack atravessou o salão e a morena o seguiu, seu cabelo médio preso em um rabo de cavalo batendo de um lado para o outro com intensidade, as botas de couro de todos os presentes no laboratório criando um som ritmado, as marcas do Kraken em vermelho exibidas nas paredes verdes.

Um completo cenário do caos.

Mais a fundo, gritos preenchiam o local. Os prisioneiros eram mantidos em celas super-lotadas, muitos morriam de fome ou simplesmente se suicidavam, outros eram torturados ou estudados, tudo dependia do humor variante do doutor Zola.

— Que prazer vocês decidirem se juntar a nós. – Lauren Emaline Carter Rogers proclamou num tom nada amigável. – Estão atrasados.

— Sinto muito, Tenente. – Zack cruzou os braços atrás do corpo, sendo completamente respeitoso com a filha do seu superior. – Problemas com o treinamento.

Lauren Rogers não precisou de muito pra entender o que havia acontecido, seus olhos castanhos escuros suavizaram para uma mescla de esverdeados e seu rosto tomou feições mais doces, sinais claros de sua bipolaridade que tomavam conta de seu corpo.

— Temos uma pista promissora. – Ela informou.

— Mais um pedaço do cubo? – Queen premeditou completamente focada.

Oh, fuck. – Magnus que havia se mantido calado junto de outros soldados exclamou. – É um cubo novo.

— Cai fora da minha cabeça! – Lauren gritou assustada batendo a mão na mesa que os dividia, seus olhos voltando ao castanho escuro.

— Calma, docinho, eu não vou te machucar. – Ele falou calmo. – Dessa vez, não.

Lauren suspirou, completamente exasperada. Gostava de liderar, porém era difícil manter a postura diante de seus amigos. Bom, Magnus era seu problema, ele nunca a respeitava. Se todos fossem como Zack, ela nunca teria problemas.

— Um cubo novo? – Outro soldado retornou ao assunto.

— Me sigam. – Lauren ordenou.

Logo, doze jovens seguiam a esguia líder de dezessete anos, passaram por corredores estreitos e escuros de concreto que se tornaram o metal mais forte que conheciam: Vibranium. Por um momento, Magnus se sentiu instigado pelo o que vinha a seguir, o que precisaria ser revestido com Vibranium?

Sua resposta brilhava intensamente atrás de uma porta, eles não adentraram, mas empilharam suas cabeças para observar uma fenda gigantesca no céu. Cientistas da Hydra eram mantidos presos por correntes tão fortes como as teias de Miles Morales, era impossível distinguir o que existia além da fenda.

— O que é isso, Lauren? – Queen questionou, fascinada.

— Isso, esquadrão, é sua nova missão. – A voz do Líder Supremo invadiu os ouvidos de todos ali presentes. – Parabéns, vocês foram escolhidos para viajar pelo multiverso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Te dua é "Te amo" em Albanês. Uma das muitas línguas que imagino que os livros de feitiço venham escritos.

O Arco 1 acabou. O Arco 2 é sobre o Instituto/Hydra. Então não se animem muito, ainda não vamos ter nossos bebês se encontrando.
Mas estou preparando terreno pra isso acontecer no melhor estilo.

Até quarta!
Beijinhos