Instituto Secreto de Super-heróis - INTERATIVA escrita por Giovanna


Capítulo 2
Reconstitution


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos!
Preciso alertar que os primeiros capítulos vão retratar sobre o cenário que os personagens se encontram, por isso não vamos ter grandes interações ainda.
Boa leitura!



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[Georgia, casa de campo dos Stark, 3 de fevereiro, 4:35 AM]

Harley parou sua moto em frente à casa de campo dos Stark, retirou o capacete antes de bater a porta. Aquilo já havia se tornado um ritual, era o motorista particular de Morgan desde a aposentadoria de Happy e não podia negar que de certo modo havia se tornado parte da família.

Peter Parker havia lhe dado o maior apoio em se tornar o próximo Homem de Ferro, de longe o castanho desejava tomar o lugar de seu mentor, mas a humanidade precisava ter seu símbolo de esperança de volta.

Sem Capitão América, sem Homem de Ferro, o que seria dos cidadãos da boa e velha América?

O garoto de cabelos tingidos de preto podia se lembrar de sua imagem 10 anos mais nova naquele mesmo quintal. Presente no funeral de Tony Stark. Ele até mesmo se lembrava de sua reação ao receber a notícia.

“Isso não pode ser verdade.” Ele pensou. “O Tony já foi dado como morto uma vez e ele estava aqui, bem ao meu lado.” Era impossível se esquecer de seu primeiro encontro com o homem por trás da máscara.

Harley havia passado uma semana com Jarvis e a armadura de ferro, só para depois ser abastecido com um laboratório novo e todas as despesas de seus estudos completamente pagos quando Tony voltou ao comando de sua vida. Ele podia dizer com convicção que nunca mais tinha visto o homem, mas de uma forma ou outra, ele sempre se fez presente.

Era irremediável tentar esconder que ele possuía problemas com paternidade. Seu pai havia sumido pouco depois do nascimento de sua irmã mais nova e não podia negar que adquiriu a imagem de Tony Stark como seu novo pai. Tão distante, mas que mantinha uma chama acessa em seu coração. Talvez fosse por isso que de certa forma sentia que sempre fizera parte dessa família... Pelo menos em sua mente.

Pepper Potts atendeu a porta. Ainda jazia com suas pantufas e seu roupão por cima do pijama, mas um sorriso convidativo vivia em seu rosto. Ela podia reclamar o quanto quisesse, mas Tony havia lhe arranjado crianças incríveis.

— Pelo amor de Deus, Hazz. – Pepper soou exasperada ao fitar a imagem a sua frente. – Quantas vezes eu já te falei pra não fumar na frente da Morgan?

Com os dedos ágeis que tinha, pelos incontáveis anos digitando papeladas da Indústria Stark, Pepper arrancou a bituca de cigarro que Harley mantinha preso entre os lábios. Aquilo iria direto para o lixo. Harley não era perfeito, tinha vícios como qualquer pessoa e o cigarro era uma delas.

— Morgan! – Harley gritou enquanto fechava a porta atrás de si. – Você vai se atrasar!

Pepper que já havia se acostumado com o modo levemente agressivo do menino, não se preocupou em vê-lo gritar antes mesmo das cinco da manhã. Na verdade, estava acordada a horas demais para se preocupar com o comportamento do mais novo.

A loira rumou a cozinha, imaginou que Morgan gostaria de uma xícara de café antes de subir naquele perigoso veículo que o Harley tanto amava. “Pelo menos eles não vão voando.” Pepper tentou se acalmar, mas ela sentia a pressão daquele drama em todo início de ano letivo.

O Instituto Secreto de Super-heróis era localizado em Wakanda, na África. Harley que havia terminado os estudos há pelo menos cinco anos, sempre acompanhava Morgan até Miami, onde ela subiria em uma das naves wakandanas e rumaria para seu colégio até voltar nas férias de verão.

Pepper podia dizer que como mãe, nunca aprovou a ideia de ter sua filha voando pelo globo terrestre como um dia o marido fez, mas ela era uma Stark e Pepper sabia que conseguia de tudo, menos para-la. Havia sido assim com Tony e agora a mesma história se repetia com Morgan.

Passos rápidos desciam as escadas enquanto Harley se sentava a mesa com sua xícara quente de café. Morgan Stark tentava manter os cabelos castanhos, lisos e longos presos em um rabo de cavalo, mas parecia uma tarefa impossível para um gênio como ela. Suas malas estavam prontas desde a semana anterior, a ansiedade de voltar ao Instituto batendo a porta.

— Bom dia. – Pepper cumprimentou a filha lhe entregando uma caneca térmica. – Por favor, tenham cuidado.

— Nós sempre temos, mãe. – Morgan garantiu enquanto pegava a caneca. – Papai, você pode me ajudar?

Ao som de sua doce voz, a imagem azul e holográfica de Tony Stark apareceu num canto da sala sobre sua base de holografia. Morgan sorriu ao ver a imagem do pai, para ela era como se o seu funeral nunca tivesse ocorrido.

Ela era muito jovem e não entendia o que estava acontecendo, as pessoas diziam o quanto o pai dela havia sido corajoso e salvado toda a galáxia, mas a única coisa que Morgan sempre quis, foi ter o seu pai aqui, perto dela. Não demorou muito para que seu desejo se tornasse realidade.

— Maguna. – A imagem cumprimentou enquanto saia de cima de sua base e pedaços de titânio se grudavam a seus pés. – Pronta pra testar nosso novo projeto?

— Isso vai ser engraçado. – Harley observou com um sorriso por trás da caneca.

— Eu realmente espero que dê certo. – Morgan cruzou os dedos ficando de costas para a imagem do pai.

Tony levantou uma das mãos e de sua base holográfica diversos pedaços de nano-titânio voaram até ele. Logo ambos os braços do gênio estavam repletos de nanotecnologia e ele podia tocar sua filha.

Algo que Tony jamais imaginou que faria novamente, mas graças a persistência de Morgan, sua imagem poderia finalmente ter um corpo. Seria como ter voltado à vida. Ou pelo menos era isso que tentavam.

— Ai! – Morgan exclamou quando pedaços de titânio se fundiram a seu cabelo e o restante da nanotecnologia se espalhou pelo chão como poeira.

— Ainda estamos em fase de teste. - Tony explicou para uma Pepper franzida.

— Uma dica: faça testes em cobaias, antes de si mesma, filha. – Pepper mantinha um sorriso preocupado no rosto.

— Pelo menos foi engraçado de assistir. – Harley deu de ombros se levantando. – Nos vemos no Instituto, Tony.

E com um aceno de cabeça, Tony Stark desapareceu. Morgan se sentia desapontada por ainda não ter atingido o nível de perfeição com seu projeto, mas já era um grande avanço o titânio se ligar a imagem espectral de seu pai. Talvez ela estivesse colocando a carroça na frente dos bois, quem sabe ela só precisasse de uma grande revelação?

— Vamos, Resgate. – Harley rumou até a porta. – Você tem muito o que estudar.

[Realidade Alternativa, Sede da Nação da Hydra, 21:08 PM]

A utilização do cubo cósmico da realidade de Kobik por Caveira Vermelha os havia levado a aquela realidade. A Hydra governava o planeta em seu Império de Terror desde a Segunda Guerra Mundial e desde a segunda guerra aqueles chamados de “Resistência” lhes causavam problemas.

Por algumas décadas, seus maiores problemas eram os mutantes. Criaturas poderosas, porém instáveis. Com o reinado correto, eles se acalmaram e apesar de ainda receberem ataques rebeldes, seria praticamente impossível que viessem a causar um levantar grande contra o Império.

Mas eles não podiam ter um único momento de paz. Sob o comando do mais novo Líder Supremo, Steve Rogers, eles puderam conhecer a verdadeira face do comando rígido e prospero. Pela primeira vez, a Hydra parecia intocável, nada os destruiria.

Se não fosse pelos malditos heróis mais poderosos da Terra.

O novo Capitão América, Sam Wilson, provou que não utilizava o manto da América em vão. A batalha travada entre Steve Rogers e Sam ficou marcada pela história e os meses de paz conquistados pela Hydra se foram por seus dedos.

Os heróis remanescentes se juntavam sempre em uma nova investida contra a Nação da Hydra, lugar onde se concentrava todo o poder que a organização possuía. Mas eles não contavam com o plano perfeito da Madame Hidra.

Madame Hidra, possuindo um grau maior de influência no conselho, os convenceu de que criar a Redoma de Força Sombria era a jogada certa. Ameaçando vidas inocentes, o maior número possível de super-heróis se concentraram em Manhattan e a Redoma foi criada.

Era impossível que sozinhos eles conseguissem escapar. Nem mesmo os poderes infinitos de Wanda Maximoff e da Maga Suprema foram capazes de criar uma única rachadura na Redoma.

Aquele devia ser o fim para os super-heróis, mas sempre existe dois lados para uma mesma moeda.

Ao prender um número absurdo de super-heróis dentro da Redoma, a Nação da Hydra ficou desprotegida. Em uma oportunidade única, os heróis que não haviam chegado a Manhattan, puderam roubar o cubo cósmico e tentarem alterar sua realidade.

A ideia era perfeita, se Peggy Carter não estivesse lá para impedi-los.

O cubo foi quebrado em pedaços e separado pelos oito cantos do mundo. Eles conseguiram congelar os planos da Hydra, mas o Líder Supremo se sentia mais motivado do que nunca.

Diante da morte de sua esposa, Steve Rogers agora era um pai solteiro e líder sanguinário de uma nação fascista. A Guerra instaurada a partir de então nunca obteve fim.

Magnus Ulf Laufeyson foi um dos milhares nascidos dentre esse período. Ele não conhecia outra coisa sem ser guerra, treinado desde os seus primeiros passos a odiar os super-heróis e a sempre buscar pelo cubo mágico.

Seu pai, Loki, deus da trapaça, também era conhecido como amante do nominado Tesseract. O deus era o responsável principal pela caçada incessante ao cubo, ao qual sempre manifestou o desejo de encontra-lo o quanto antes. Sem o cubo, Loki não parecia se sentir completo.

Por isso, mais do que tudo, Magnus estava disposto a correr atrás da joia cósmica para seu pai. Talvez dessa maneira ele pudesse conhecer o olhar orgulhoso do mais velho. Pelo menos uma vez ele poderia sentir que as lágrimas que ocupavam seus olhos não eram resposta ao desprezo de Loki e sim a seu orgulho por tê-lo ajudado.

— Pare de sonhar acorda. – Zack Romanoff Barnes ordenou a seu soldado.

— Me deixa em paz, Barnes. – Magnus respondeu com desprezo. – Se quiser me dar sermão, entra na fila.

Magnus e Zack voltavam de uma missão falha do Alasca. Sinais do Tesseract haviam aparecido, porém os heróis a haviam conquistado primeiro. Magnus conseguia até mesmo enxergar a feição de desgosto de seu pai. “Fracassado.” Era a única coisa que Magnus conseguia ouvir em sua cabeça.

Zack suspirou irredutível. A missão havia sido um fracasso. Sem pedaço do cubo e sem novas informações, ele temia a decisão de seus superiores. Havia lutado para chegar a posição de liderança que estava e não gostava de desapontar o Líder Supremo, muito menos seu braço direito.

— Líder Supremo. – Os meninos o cumprimentaram com uma reverência. – Pai.

As orbes azuis de Bucky Barnes fitaram a aparência do filho. Zack se parecia e muito com Bucky, mesmo porte físico, cor de cabelo e até feições parecidas e apesar dos olhos de Zack serem verdes, eles não lhe enganavam, o filho estava genuinamente desapontado consigo mesmo.

Palavras não precisaram ser trocadas, Bucky maneou a cabeça para seu melhor amigo Steve e o líder entendeu que os meninos haviam fracassado. Ele havia passado mais do que 18 anos de sua vida naquela posição e sabia que agora o jogo estava empatado.

— A Resistência possui dois fragmentos, assim como nós. – Rogers começou. – Preciso que vocês se concentrem em achar uma próxima oportunidade.

Magnus mantinha seus olhos abaixados, ainda pensando no próprio pai e em tudo que ele daria para ter agarrado aquele maldito pedaço de cubo a tempo. O futuro da Hydra dependia disso e ele fazia de tudo por seu lar.

— Sim, senhor. – Zack respondeu batendo continência a seus superiores.

— Dispensados.

Zack e Magnus atravessaram a porta de metal. Grupos de soldados se moviam pela extensão do terreno, assim como escoltavam prisioneiros, as bandeiras com o símbolo conhecido da Hydra balançavam de um lado para o outro. Zack olhou para o seu soldado.

— Precisamos concertar nossos erros, Magnus.

O loiro acenou concordando. Eles realmente precisavam concertar o erro que haviam cometido. Mas o que poderiam fazer? Um fragmento do cubo cósmico não cairia magicamente sobre suas mãos.

Pelo menos era isso que pensavam.


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Notas finais do capítulo

Só uma prévia ainda do que está acontecendo, no próximo capítulo ainda vamos ter mais algumas explicações até que os personagens passem a aparecer mais de verdade.
Eu vou tentar trabalhar com os personagens com calma, por isso tenham paciência caso seu personagem demore um pouco a ter grandes cenas.
Beijinhos