Venha Comigo. vol 4: Presente escrita por Cassiano Souza


Capítulo 5
Sem chance


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA!



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A sala de jantar da grande hospedaria local, fervilhava entre risadas e urros. Os soldados jogavam baralho sobre a grande mesa, e Adelia, observava da porta da cozinha, varrendo tímida, com a sua vassoura de palha. As tralhas da artilharia posavam sobre as mesas de canto, ou cantos de parede, mas, entre todas estas tralhas, fuzis FG42, Gewehr 43, pistolas MP40, e granadas de mão. Por sorte, havia se barulho no ambiente, e por sorte, Adelia portava uma vassoura, pois, assim, escoltou-se uma das granadas largadas no chão, por entre o deslize do piso de madeira da sala, até a cozinha.

— O que quer com isso, garota?! - Questionou uma feminina e madura voz, de preocupação. 

— Anninka?! - Adelia, recua assustada.

— O que quer com isto?! - Perguntou cochichando, enquanto retirava uma panela do fogão.

— Estou tentando ajudar alguém. Por favor, tem que manter isto em segredo.

— Se souberem, irão extermina-la no mesmo instante! Quem estaria ajudando?!

— A doutora. Ela está presa, e precisa de mim.

— É uma nazista, como todos os outros!

— Não é, ela é diferente.

— Está se arriscando por uma estranha, e possivelmente aproveitadora, não posso permitir, jovem. Me dê isto. - Estendeu a mão, à espera da granada. 

— Não posso entrega-la. - Se encararam contrarias. – E sinto muito, mas terá de ficar quieta e colaborar.

— Está se colocando em risco!

— Estou, mas, por algum bem maior. Anninka, os alemães invadiram o seu país, e com isso começou-se este inferno que ronda o mundo hoje. Invadiram a sua vila, e invadiram as suas casas, destruíram as suas famílias, assim como as do meu povo. Por favor, isto não é uma loucura, é uma oportunidade.

— Eu sei, criança. - Anninka nega com a cabeça, sem forças para refutar. – Mas, quando estiver com uma arma apontada para você, não cite o meu nome.

Adelia, concorda com a cabeça, e logo, apanha o armamento furtado:

— Já está feita a refeição dos vigias do celeiro? 

— Já, mas por que a pergunta? Eu quem os-sirvo.

— Hoje não, preciso que além do segredo, lave as louças também.

Annika, encarou embasbacada, mas logo, concordou. Ela sentia a necessidade de Adelia, em ter de ajudar a doutora, e assim, se conformou, permitindo que a jovem apanhasse então a bandeja com pratos, talheres e uma panela de sopa, rumo à frente do celeiro.

— Finalmente chegou com esse lixo! - Resmungam os vigias, vendo Adelia chegar, e lhes estender a janta.

A refeição se iniciou, e a vontade de Adelia em atirar a granada que escondia no bolço de seu avental também. As suas mãos suavam, e o impulso batia a porta de seus instintos. Mas, impossivelmente poderia fazer isto, pois, estava de frente de dois soldados, e em esperar que eles terminassem a janta. Tomar qualquer atitude imprudente, apenas traria a sua ruína.

— Pode ir embora. - Entregaram as louças sujas, e assim, a jovem se retirou impotente, se sentindo ainda mais indefesa, e insegura.

Queria ela, ajudar a médica, mas, de uma maneira que ainda não estava muito clara para si. Então, prosseguiu de costas, adiante, enquanto os dois homens, a encaravam estranho.

— Ei, sub-humana. - Chamaram, e assim, Adelia fitou-os engolindo a seco. – Venha aqui. - Pediram. 

— Eu? - Perguntou a judia, tremula.

— Não, eu. É claro que é você, idiota.

— Sim, senhor.

Adelia, sentia como se aquele fosse o seu fim, ou pior, tinha certeza disso. O seu subconsciente dizia que aqueles homens iriam revistar ela, e consequentemente, achar o que se ocultava em seu avental. Ela seria fuzilada, mas talvez, torturada e abusada antes. Os dois sujeitos, a encaravam maliciosos e farpantes. Adelia, respirava apreensiva, e imediatamente à sua frente, um dos homens estendia uma de suas mãos:

— Tem fósforos?

A jovem respirou melhor. O homem insiste:

— Diz logo!

— Sim, senhor. - Respondeu depressa, enfiando uma de suas mãos no bolso do avental, e retirando e entregando uma caixinha de fósforos. – Aqui, senhor.

— Ótimo, agora... Suma! - Acenderam dois cigarros, dando de costas contra o vento.

 Enquanto Adelia, se apressou em sair daquela viela do celeiro, até, chagar na escura esquina, e respirar aliviada de costas à uma parede.

— Não vou conseguir ajudar a doutora. - Disse, decepcionada. – Terá de ir até Berlin, sem o seu amigo, ou nem entender o Mestre.

Encarou o céu estrelado:

— Esta guerra maldita. Por que isto? Tantos inimigos, tanta desunião. - Arregalou os olhos pensando.

Talvez, parar para respirar houvesse tido alguma serventia, pois, aparentemente Adelia parecia ter pensado em algo.

— Socorro! - Gritou, desesperadamente a jovem, de onde estava. – Socorro! Soldado Saymon, soldado Hadrian! Soviéticos aqui! Há soviéticos aqui!

Os dois, logo se entreolharam apreensivos, e logo, partem rumo ao alerta. Onde Adelia, rapidamente retirava o pino de segurança de seu artefato, lançando-o nos poucos metros à frente dos soldados, que nada perceberam, devido a parede do casebre da esquina, onde a garota se escondia. Logo, com uma detonação de apenas um metro de distância dos indivíduos, eram eles grosseiramente arremessados para longe, se contorcendo pelo chão, e gravemente se ferindo ou rompendo articulações e membros.

— Deu certo!

Correu apressada e feliz, ruma a hospedaria, mas, o som do feito logo chamaria a atenção de vários naquela ocasião. Uma porta ao seu lado, se abre imediatamente:

— O que está havendo?! - Indagou um soldado, saindo de uma casa ao lado.

— Ah, os soviéticos! - Respondeu a jovem. - Eles estão aqui!

— Quem disse?!

— Soldado Saymon e Hadrian, eles entraram em alerta, e acabaram feridos! Acione os outros!

— Ótimo. - Encarou minucioso. – Então parta ao doutor Charles, eu manterei o alerta.

Começou o homem a sacudir um sino em sua porta, que em imediato, pôs os demais soldados por entre os arredores da vila e casebres, a entrarem em estado de atenção, e buscarem pelo inimigo.

***

Grace, observava curiosa da janela de seu quatro, no segundo andar da hospedaria, pois, o som de sinos e correria não deixariam ninguém dormir. Todos os homens, saiam de suas moradias, e logo, partiam para os arredores de Wizna.

— Será que... Será que este é meu dia de sorte? - Imaginava Grace, o que Adelia teria feito. – Bem, noite na verdade.

— Catherine? - Chamou uma voz masculina e madura, atrás da porta daquele cômodo.

— Doutor Charles?

— Sim, doutora.

— O que houve?

— Homens quebrados. Bem grave, é urgente, preciso de sua ajuda, imediatamente.

Grace dá pulos de felicidade após o que escutara, rindo nostalgiada. Charles ouve:

— Está tudo bem aí, senhora?

— Sim! - Cessou a alegria, pigarreando. – Mas, vamos lá então, conte comigo. - Disse, pegando a sua bolsa, consigo guardada a esfera de vidro sussurradora.

A médica, então seguiu o médico, até o hospital, onde os dois feridos se encontravam inconscientes sobre macas, com duas enfermeiras lado a lado.

— Possuem sérias fraturas. - Disse o doutor Charles. – O que acha de uma radiografia? O fêmur, patela, rádio, úmero, clavícula, e crânio podem estar piores do que se é perceptível. - Notava exteriormente os ferimentos e ossos aparentemente quebrados, pelo relevo distorcido da carne.

— Ok. - Diz Grace, fitando um chaveiro no cinto de um dos homens da maca. – Agora, senhoras enfermeiras, poderiam ir até o meu aposento e buscar a minha bolsa?

Charles e suas enfermeiras, se entreolham, estranhando o pedido.

— Você já está com a sua bolsa. - Lembra Charles.

— Quis dizer a minha outra bolsa. Esparadrapos especiais.

— Já temos esparadrapos.

— Insuficientes! Por que acha que me chamam de louca do esparadrapo? - Todos entreolharam Grace, indispostos, enquanto ela, envergonhada.

— Está bem. - Concordou Charles, desconfiado. – Obedeçam a doutora, vão buscar a bolsa. - E assim, se retiraram irritadas as enfermeiras. – Tragam um café também! - Acrescentou.

— Obrigado. - Respirou Grace, aliviada.

— O que você quis com isso?! Falar a sós?

— Ajuda, lhe pedirei ajuda. - Sorriu, sem esperança. – E se você não puder... Então já era pra mim.

— Do que está falando?!

— Não posso te ajudar.

Charles permanece boquiaberto. Grace justifica:

— Eu sei, isso é urgente, mas se consegui escapar daquele quarto, a minha última chance de resolver tudo é agora!

— “Resolver tudo?”, é só uma médica, e estamos sendo invadidos!

— Sim, estamos sendo invadidos, mas não é esta a invasão real aqui, doutor Charles. É muito pior, é algo muito maior do que você possa imaginar!

— Não vai voltar com aquele assunto sobre extraterrestres, vai?

— Vou, e por favor, me ouça.

Charles, nega relutante com a cabeça. A médica prossegue:

— Eu sei que o senhor também acredita nisso, e sei que apesar de tudo o que você faz parte... Ainda tem algo de bom aí dentro. Eu vi como você falou sobre o universo e a vida! Tem de acreditar em mim, e me ajudar a entrar no celeiro.

— Temos pacientes! Morrendo, neste momento, eles é quem importam, não descobrir segredos bizarros!

— Descobrir segredos bizarros é justamente o que precisamos agora, Charles! Não entende? O verme, os solados zumbis, e Paulus quase se tornando um, faz tudo parte de algum esquema, de algo maior! E as respostas estão lá, trancafiadas agora.

— Mas todos temem entrar no celeiro, dizem que há algo lá, que meche com os seus medos, com os seus sentimentos.

— E eu sei o que é. Ou melhor, quem é. O Mestre é perigoso, e ele está aqui.

Charles, desviou o seu olhar, parecia querer acreditar em Grace, mas algo, o-dizia para não. No entanto, desviando ele destes pensamentos, os gemidos dolorosos dos homens feridos angustiavam a ele:

— Pobres homens, logo estarão bem, prometo. - Preparava ataduras. – Precisaremos de parafusos ósseos.

— Charles, por favor, preciso ir.

E ele, encara contrário, porém, sincero:

— Catherine, você vai acabar morta, e sabe disso, não sabe?

— Talvez. - Respondeu distante, engolindo a seco. – Mas já morri uma vez! Então... Tanto faz agora. É complicado.

— Você diz coisas estanhas.

— E você diz coisas como se realmente se importasse com o próximo.

Charles fita tristonho ao canto da parede:

— Minha mãe também dizia isso.

— Bom, já fui comparada com um avô e irmã! - Sorriu.

— Então vá. - Pediu áspero. – Vá e entenda o que quer de uma vez por todas.  Na verdade, também estou morrendo de curiosidade para saber o que estão escondendo! - Sorriu.

— Obrigada.

— Mas, se por acaso algum destes dois homens morrerem... - Encarou frio à médica. – Você será entregue.

E Grace, apenas confirma conformada com a cabeça, se voltando depressa para a porta, após, apanhar as chaves penduradas nos cintos dos soldados.

— Porém, se não acabarmos todos completamente mortos nesse dia... - Completou Grace. – Eu vou te mostrar o que há lá fora.

Disse sincera, deixando Charles completamente curioso em respeito do que aquela dissera. “Lá fora”, seria o belo e vasto universo imaginado por Charles desde criança, narrado pelas histórias de sua falecida mãe? Era o que aquele velho homem presumia, e sorria mentalizando.

***

Os telefones da vila, haviam todos entrado em completa insanidade, com os truques do Senhor do Tempo, que nada mais buscava com isto, além, do ponto de origem por onde a sua chave de fenda sônica havia sido interceptada, por possivelmente, o aparelho de comunicação de sua tão procurada e infortunada amiga. Uma amiga, que nos pensamentos e pesadelos do Doutor, soava como não já mais de pé sobre o chão.

— Bem. - Começou Gordon, apreensivo, estando ele e o Doutor, de frente de enormes portas de madeira, pertencentes a um cômodo de pedras, no final de uma rua estreita. – Aí diz: “não entre, estará sujeito a um tiro na cabeça, ou a uma dose de whisky com cianureto”.  Não me parece muito hospitaleiro. A menos, que esteja no pior de seus dias. 

— Isto é um celeiro. - Diz o Doutor, observando migalhas de feno e esterco, sobre o chão.

— Está com as correntes destrancadas, acho que alguém já esteve aqui antes. E foi daí que o senhor pode ouvir o último telefone a tocar, certo?

— Sim, não duvide da audição de um Senhor do Tempo. Temos o nosso ponto de origem. - Se aproximou às portas, mas, Gordon o-segurou em seu ombro.

— Senhor?

O Doutor, para, desconsolado. O humano questiona: 

— Você tem mesmo forças?

— Talvez não. - Respondeu sincero. – Mas sou um herói para muitos, isso me força a seguir em frente.

Gordon, retirou tristonho a sua mão dos ombros do outro, sentindo e entendendo um pouco mais do homem de outro mundo. O Doutor, havia inspirado forças nele, então, não esperaria nada que contrariasse o próprio. Porém, a determinação pesava em seus punhos agora, onde neste momento, ele logo abre determinado às portas do celeiro.

— Espero que não saiam morcegos! - Berra Gordon, acovardado.

— Ora, o que tem contra morcegos?! Chiropteros. Em Ooluc, voamos em bestas assim. E em Gampor, dançamos com elas!

— Senhor, você é estranho. - Definiu convicto.

— Doutor estranho?! Não, não sei se combina comigo.

Mas, pararam de tagarelar, logo ao observarem o interior sombrio e frio do celeiro, rodeado de tralhas para trabalho campal, e equipamentos militares, com um fundo imerso em trevas, porém, com uma enorme cruz ao centro, onde nada maias e nada menos havia, do que, uma carcaça humana, astiada por correntes em seus braços. Os rostos dos homens, se encheram de espanto, dor, e piedade. Uma vida perdida estava a sua frente, uma sonho roubado, uma tragédia concretizada. o sobretudo negro e o vestido branco estavam endurecidos do velho sangue empregnado, e a carne por envolta dos ossos já nem mais se via, além, apenas de couro e vermes. 

— Senhor... - Gordon focou no Doutor. - Não significa que seja ela. 

— Esqueleto humano feminino. - Respondeu o gallifreyano, estendendo a chave de fenda sonica. Seus olhos lacrimejaram.  

— Não pode ser!

— Ou talvez possa. - Abaixou a ferramenta, aproximando-se do cadaver. 

— "Talvez possa"?!

— Ou... Talvez não possa! - Voltou-se ao humano. 

— Explique. 

— A cheve de fenda sonica rastreou algumas leituras extraterrestres daqui além de mim. E o que faz um animal ferido quando está assustado? 

— Mostra força, controle! Como qualquer general desesperado. 

— Sim! Então... - Virou-se para o canto escuro do mausoléu. - Revele-se. 

Um homem cadavérico, de cabelos verdes, e vestido num surrado pijama listrado de azul e branco, retira-se do breu. 

— Bom, o dia nem estava estranho. - Comentou Gordon.

Porém, a atitude do Senhor do Tempo não foi um bobo estranhamento, e sim, os mais temerosos olhos arregalados possíveis.

— Que cara é essa, senhor?! - Indagou Gordon, notando as expressões do outro.

— A cara de quem acaba de encontrar uma lenda. - Respondeu, fitando a “lenda”. – Um ser que não pode mais existir, e que se está aqui... Sinto muito, Gordon, mas destruirá a nossa paciência.

Gordon, apenas curvou as sobrancelhas, desentendido. O estranho responde apenas;

— Vocês demoraram demais. 

***

Destrancando rapidamente ao cadeado, e adentrando depressa e silenciosa ao celeiro, após marchar até ali, saltando de sombra em sombra, e de canto a canto, Grace, respirava ansiosa, e encarava apreensiva. Estava ela, agora frente a frente com o seu tão cobiçado e aclamado encontro alienígena, com o mestre e senhor, que brincava com o seu imaginário:

— Você... - Começou ofegante. – Você não é o Mestre! - Determinou, estranhando ao ser humanoide de cabelos verdes, e traços familiares ao de qualquer homem, cabisbaixo, e acorrentado à uma cruz.

— Mestre?! Mestre quem?! - Questionou o homem de pijama listrado, deixando para trás a pose cabisbaixa, e erguendo com bastante foco em seus olhos a sua face, para a humana a frente, que tremulou ao mesmo instante. Porém, até mesmo o homem tremulava. – Não necessito de alimento, estava prestes a entrar em hibernação profunda. - Disse, falhando a fala tímida. – O que quer aqui?

— Ah, não era o que eu esperava, mas... Tudo bem, já vi coisas mais esquisitas!

O ser, permaneceu amedrontado, detentor de várias marcas de maus-tratos pelo corpo. A mulher questiona:

— Por que todos temem você?!

O ser, nada responde, apenas, desvia o seu olhar:

— Não estou com fome, vá em bora. - Pediu encarecido.

— Eu não vim lhe trazer alimento. - Determinou séria. – Vim lhe entender.

— Entender?

— Você não é o Mestre, não é humano, não é nazista, e acho que soviético menos ainda. Então... Por que matar o Paulus? Por que controlar pessoas? E principalmente... Por que me trouxe até aqui? Já que o seu discípulo assassinou a verdadeira Catherine. 

— Eu não compreendo as suas palavras. - Se mostrou completamente desentendido, e Grace, logo suspirou impaciente.

— Não brinque comigo. - Pediu cautelosa. – Não fugi, me arisquei, e vim parar neste inferno, para você me dizer que não sabe de nada!

— Apenas sei que devo deter aquele a quem eu busco. - Disse tristonho, parecendo tentar se recordar de algo. – Verum-2, aquele que trouxe dor e ruína ao meu povo, e que agora, após eliminar a minha sociedade, vida, e família, marchou até a sua.

— E eu devo acreditar em você?

— Não, mas estamos sós. A quem mais poderia recorrer?

— Eu não estou só! O Doutor voltará por mim.

— É o que acha, mulher de São Francisco?

E Grace, imediatamente curva suas sobrancelhas em estranhamento:

— Como sabe que sou de São Francisco?

— Não estava com fome, mas algo em sua áurea temporal me atraiu, uma... Algo, eu não sei o que, mas, algo... Por trás de você, e que determinará o seu futuro e passado. Está destinada a fazer grandes coisas.

Palavras estranhas, palavras desconfiáveis, porém, capazes de amedrontar, e de arrepiar a médica. Ela nunca havia visto aquele homem, então, contar informações tão curiosas, era algo notável até então.

— Já disse. - Avisou a humana. – Não brinque comigo, e não fique achando que eu sou alguma criança inocente e boba! Suas palavras podem surtir efeito naqueles de mente fraca como o Adam, mas não em mim, não terei medo de você, e não me importo com você vasculhando a minha vida! Não tenho nada a esconder.

— Grace Holloway, a mulher que matou o Doutor, e que simplesmente não sabe o que faz aqui.

Grace, permaneceu estática, não sabia como aquele ser poderia saber de tanto. Ele prossegue:

— E ainda por cima, acha que o médico voltará por ela. Ainda o-esperando, não é?

— É, o Doutor votará por mim. - Reafirmou convicta.

— Não sei, mas também não disse qual doutor.

E Grace, encolhe os ombros desentendida. O homem prossegue:

— Confie em mim, Grace da Califórnia, você é tudo o que tenho agora, igualmente a mim à você. Verum-1, me chamo e me apresento eu. E me desculpe por falar demais, às vezes não consigo conter.

— Que seja. Mas continue, termine a sua história. - Pediu seca.

— Verum-2, não sei onde exatamente, mas sei que está neste planeta, continente, e época. E como sempre, com certeza... A procura de poder. Poder, é o que ele sempre correu para conquistar, o que sempre lhe fez cometer as suas barbáries, e que... Eu não me lembro direito! - A sua cabeça parecia dolorida, franzia bastante a testa.

— Não se esforce muito. - Demonstrou preocupação. – Mas sobre vocês, então são conterrâneos?

— Não, somos de povos distintos e rivais, antigos e arruinados.

— O que aconteceu?

— Tivemos uma guerra, e perdemos.

— E o que restou?

— Nada.

Grace, escutava sensibilizada. O ser completa:

— Planeta Mendacium, lado sul e lado norte, dois impérios em guerra, e tendo por final, as cinzas como campeãs. - Narrou, de olhos estáticos. – Não sou apenas um soldado, ou mestre de guerra em busca de vingança, sou o último de nós, que restou para isso também.

Terminou, desconsolado, deixando um turvo momento de silêncio pelo ar.

— Triste. - Disse Grace, confirmando com a cabeça. – Mas você usou uma pessoa, o Adam, para matar outra pessoa, para consequentemente gerar a morte de outra. Por quê? 

— Você falou em vermes.

E Grace, revira os olhos. Verum-1 explica:

— Não sei onde eu os-vi, mas sei do perigo que representam. Apenas Verum-2, pode estar por de trás disso. Eu sito!

— Está mudando de assunto.

— Não estou. Os vermes possuem pessoas, possuem animais, e cadáveres. Vivos podem lutar, mas, após uma guerra... Pense no quanto de corpos indefesos poderiam ganhar um novo objetivo.

— Mas isso mudaria a história do mundo!

— E acha que Verum-2 se importa?

Grace não soube responder. O outro, sorri malévolo: 

— Ele é egoísta, ele é traiçoeiro, ele é... Ah, eu não me lembro! - Chacoalhou a cabeça.

— Verum-1, eu não sei se posso confiar em você.  - Se voltou contra a parede. – Tudo era tão bom no começo. Viagens, tempo e espaço, planetas, e épocas, mas depois... Desventuras ao invés de aventuras. - Riu. – Por que tinha de ser assim?

— Às vezes você não sabe se está em uma sonho ou pesadelo, não é mesmo?

— Como sabe?! Ah é, você é tipo a Jean Grey dos X-Man, esqueci.

— Absorvo nêutrons de luz presos em seu campo magnético temporal, e os-interpreto em minha memória.

Mas, Grace faz cara de que não entendeu uma só palavra. O outro continua:

— Sei dos passos dados sobre todos aqueles que se aproximam de mim, e sei que você precisa achar o Doutor, um lendário, sábio e bondoso Senhor do Tempo, sempre disposto a se arriscar pelos fracos. Mas, se não sair daqui... Berlin a espera.

— Sabe, é realmente irritante o quanto você sabe de tudo.

— Então fuja.

— O quê?!

— Fuja, encontre o Doutor, e derrotem Verum-2. Por favor!

— Bom, se estivermos num bom dia, quem sabe? Mas Joseph falou sobre o que me pareciam ser naves, duas ao todo, estraçalhadas, mas uma ainda em bom estado. Onde estão?

— Eu não sei.

E Grace, tomou a sua típica postura boquiaberta. O homem de pijama listrado, lamenta:

— Sinto muito, mas não há luz no fim do túnel, apenas túnel.

— Eu é que sinto muito, pois lhe digo que não existe túnel.

— Como não?! Mas é claro, a menos que eu tente me reconectar ao computador da nave. Nunca funcionou, mas, ela, assim como nós, possui capacidades hiper-tróficas.

Verum-1, fechou os seus olhos, se concentrando firmemente em sua ligação com a nave, mas, curiosamente e sem aparentes motivações, a bolsa da humana logo começa a fazer o que bolsa alguma faria. Luzes e brilhos constantes não paravam de se manifestar por aquele objeto, assim, imediatamente chamando a atenção de Grace.

— O que é isso?! - Assustou-se a ruiva.

E abrindo a bolsa, deparava-se então com a misteriosa esfera brilhante de vidro, entregue a ela por Adelia, cujo, havia furtado de Adam.

— O que está acontecendo? Eu não consigo entender nada, e olha que eu já não estava entendendo muito! Verum-1, você sabe o que é isto?

— Não me desconcentre! - Continuou de olhos fechados.

— Mas é urgente! Esta coisa está mais maluca e estranha do que sempre!

Porém, antes que Verum-1 respondesse, o telefone da doutora imediatamente tocou, fazendo assim, ela o encarar ainda mais desentendia, e atende-lo imediatamente, tentando evitar as reclamações de Verum-1, ou tentando ter esperança de que fosse o Senhor do Tempo.

— Alô! - Respondeu a humana, curiosa.

Porém, apenas sussurros e vozes incompreensíveis eram emanadas pelo aparelho, nada de diálogos ou qualquer comentário logico.

— É você quem está me ligando? - Encarava Grace à esfera de vidro.

— Fugir, fugir, fugir!— Sussurravam várias vozes. – Não desligue, não desligue! Digite, digite!

— Digitar?!

— Digite, digite! 86-887799, 86-887799! Digite, digite!

— Ok, isso é o que eu chamo de contato paranormal.

Grace, então cumpriu o pedido, digitando o número desejado, e arrancando gritos de agonia e dor do pobre Verum-1, que se debatia sem aparente causa, em mexer a sua cabeça de um lado a outro, em gritos pavorosos, e veias estufando lhe a sua testa larga. Grace, arregalou os olhos, assustada, pois, aquilo talvez não devesse acontecer.

— Deixe, corra, deixe corra, deixe corra! — Ordenavam as vozes. — Corra, corra!

— Certo, conversamos outra hora. - Atirou irritada, o telefone no chão, que continuou a manifestar as suas vozes fantasmagóricas.

Enquanto Verum-1, continuava a gritar e gritar desesperado, como se mil demônios possuíssem as suas entranhas, ou como se estivesse ele, sendo banhado em algum lago do inferno. Grace, não pretendia continuar ali, aquela situação apenas estava incompreensível demais para ela, e o seu tempo acabando. Então, sendo ligeira, apenas fechou a sua bolsa, e partiu celeiro a fora, em busca de sua capsula de escape.

***

A noite, gelava sem piedade, e os postes, reluziam fraquejados, por onde os soldados, que continuavam a vagar por entre as ruas e arredores, em busca do inimigo, que silencioso e inexplicável, feriu a dois jovens da luta. Mas, roubando a atenção de todos, as portas do hospital se abrem violentas, dando saída a vários homens vagarosos em seus passos, olhares invigorosos, e posturas cabisbaixos, trajando ceroulas, apenas, e portando um ser abominável em suas costas, como um enorme verme, sanguessuga, ou carrapato, repleto de tentáculos.

— O que está acontecendo aí? - Indagou um soldado, apontando o seu fuzil, em direção dos indivíduos seminus. – É melhor pararem! - Porém, nada escutavam, apenas, avançavam, calmos e lentos.

— Soldado Klaus! - Chamou o doutor Charles, se posicionando frente a ele. – Não atire, são os nossos pacientes, os homens feridos e contaminados em batalha.

— E o que está havendo, por que não estão na enfermaria? - Continuava a apontar a arama.

— Não sei ao certo, mas tudo começou após eu atender uma ligação. Bem, na verdade todos os telefones do hospital não paravam de tocar, e algo falava em linguagens incompreensíveis.

— Então estrangeiros tentando nos prejudicar?! Miseráveis soviéticos! Miseráveis franceses! Ingleses!

— Eu não disse isso! Mas posso tentar entender, se me der um tempo.

— Já chega, saia da minha frente! - Empurrou o médico, que quase caiu, desnorteado. – Homens, o inimigo está em campo! - Avisou alto. 

E assim, vários outros soldados se aproximaram, apontando as suas armas, e encarando amedrontados ou irritados aos demais sujeitos de ceroulas. Sujeitos, que não paravam de marchar, até, que o soldado Klaus desse um disparo para cima.

— Rendam-se e confessem os seus atos! - Exigiu Klaus.

Os quase nus, nada responderam, apenas, pararam, e encararam estáticos e desfocados para os demais. Onde os dedos sobre os gatilhos dos soldados mais jovens, tremiam com a manifestação de seus imaginários, frete a aquelas criaturas.

— Desistiram? Ou... Ou não? - Indagou Klaus, tímido.

— Co-... Correr. - Disse, inesperadamente a todos, um dos homens seminus, com uma voz pesada, quase não saída por sua garganta, como se fosse conversar, a tarefa mais difícil de uma pessoa. – Cor- Rer. - Repetiu, com a mesma dificuldade.

— "Correr"?! - Questionou Klaus, completamente desentendido. – Espere aí, está nos chamando de ratos covardes?!

— Correr.

— Filhos da mãe. - Klaus apontou a arma, posicionando o disparo, porém, sendo logo golpeado pelo indivíduo que lhe ofendera, onde ele, havia partido para cima do homem armado, com completa e estrondosa força sobre-humana.

— Atirem! - Berraram os demais soldados, com logo, vários disparos tendo partida.

Porém, nenhum efeito parecia surtir. Os inimigos sangravam, caiam, e faziam cara feia, entretanto, ainda se levantavam, e marchavam novamente para cima dos homens, eles sim, poderiam ser chamados de “mortos vivos”. As armas dos soldados eram tomadas, para serem quebradas, ou usadas, e os seus pescoços, eram torcidos, ou mordidos, onde enxurradas de sangue nazista jorrava pelos chão poloneses. Os seus braços, eram contorcidos, e os seus corpos, empurrados violentamente, onde caiam uns contra os outros, e não conseguiam se levantar, pois, eram esmurrados e pisoteados sem pausas.

— Socorro! - Gritou Charles, se retirando em correria dali, rumo aos arredores, e acionado os demais soldados.

Uma batalha então estava declarada, com a concentração das forças da vila todas apostas para a briga. Enquanto Grace, era guiada pelas vozes de sua esfera falante:

— Tem certeza? - Encarava a peça. – Já fomos em um monte de becos, e nada!

— Prossiga, Prossiga! Está perto, está perto, perto!

— Bem, vamos lá.

Mas, antes que Grace saísse das sombras dos becos, rumo adiante, ela logo se depara com a visão do final da rua, em que Paulus era escoltado por dois soldados e Joseph, para um carro, mesmo estado o general, ainda muito abalado pela cirurgia, e nada pronto para viagens. Porém, Grace se manteve escondida, nada interviu, apenas, tentou partir calada, se não fosse, por um cachorro acorrentado a um muro, estranhar a sua presença.

— Seu filho da mãe! - Resmungou a médica ao cão, que latia feroz e impaciente.

— Doutora?! - Reparou Joseph, após por Paulus já dentro do carro. – Onde pensa que vai? Há infectados em combate, e você precisa comparecer até Berlim amanhã. Entre no carro, depressa!

— Sabe o que é... Tenho de ir no banheiro.

— Tem assassinatos por todos os lados! Não está me escutando?! Estão todos loucos!

— Ótimo, mas ainda não vai dar.

E Joseph, apenas curva as sobrancelhas desentendido.

— Curral, curral! — Se manifesta novamente, a esfera.

— O que é isso?! - Indagou o coronel.

— Conversa alheia. - Sorriu Grace, falsamente. – Mas eu não sei onde fica!

— Venha comigo. - Uma mão pegou em uma das mãos de Grace, a-escoltando em uma correria apressada.

— Adelia?! Como me encontrou?

— Estive vigiando o celeiro de longe, senhora.

— Não me chame de senhora, me faz parecer uma idosa!

— O que tem contra idosas?

— Nada.

— Então...?

— Então que tal corrermos mais depressa?! Joseph vem vindo atrás de nós! - Berrou Grace, olhando para trás.

— Parem vocês duas! - Gritou Joseph, sacando a sua pistola HP40, e disparando para cima. – Parem! Parem! - Parou o homem, respirando ofegante. – Homens podem fugir de homens, mas não da natureza. - Fitou os cachorros de caça, acorrentados num cercado.

Mas, já ao fim da rua e avançando nos escuros arredores, logo, chegaram ao curral, onde ao seu lado, enormes tendas militares se posicionavam enfileiradas, e onde, as vozes da esfera sussurravam para que entrassem à tenda do meio.

— É aqui, vamos! - Adentraram Grace e Adelia ao local.

E lá, nada havia, além, de caixotes de madeira, super carregados de equipamentos bélicos, onde alguns encobertos por lonas empoeiradas estavam. Nenhuma capsula de fuga, nenhuma luz no fim do túnel, apenas, a escuridão e frio solitário da tenda.

— Não tem nave aqui! - Berra Grace, chocada, olhando envolta.

— E poderia me explicar o que é nave?!

— Nave é um nave!

— Isso não é explicar, é só falar!

— Mas não está aqui! Devia estar aqui! - Encarava revoltada para a esfera de vidro luminosa. – Confiei em você... Por que fez isso, por que me guiou até um beco sem saída? Você também precisa ir embora! - Deixou lagrimas escorrerem. – Estava mentindo para mim o tempo todo?

E a esfera, brilha suave: 

— Veja debaixo das lonas, sua idiota!

— Ei! Você me xingou?! Você viu ela me xingou! - Protestou Grace. - Ela devia fazer isso?

— Ah, desconfiança e oposição, você começou! - Retrucou a outra.

Então, sendo rápida e direta, logo Grace parte para as lonas, puxando-as, e deparando-se a um enorme objeto como um veículo,  amassado e sujo, algo, como um automóvel futurista, porém, abandonado e detentor de dois assentos, um na frente e um logo atrás. Por onde, Grace logo abria sua porta, para se assentar no banco da frente.

— Vamos lá, Adelia, suba! - Grace, apertava vários botões, mesmo não sabendo a utilidade de algum que fosse.

— Mas como esta coisa funciona?! Não me parece que irá rodar!

— Não precisamos que parta pelo chão ou ar, apenas algum tipo de teletransporte. Verum-1 disse que é uma capsula de escape, então qualquer tipo de escape deva ser possível de ser projetado!

— Os cachorros de caça! - Gritou, fitando a visão do lado de fora da tenda, ao ouvir os latidos de dois Gończy Polski, vindo velozes e iluminados pelo brilho lunar.

— Não se preocupe, está tudo sobre controle. - Grace observava os símbolos dos botões.

Adelia sobe ao banco traseiro:

— Tem certeza, senhora?

— O que eu disse? - Relembrou.

— Perdão. Mas não acredito mais em esperança, paz, ou salvação, para mim... A minha vida já acabou, há muito tempo.

— Não diga isso!

— Essa guerra... Isso nunca vai acabar, vai? E o meu povo, ainda existirá? Duvido muito.

— Rha! Salto hiper-espacial. - Exaltou Grace, notando um botão com símbolos conhecidos por ela. – Geronimo! - Clica feliz no botão, mas, nenhum salto espacial obtém.

— O que houve?

— No painel diz... Recarga lenta, energia insuficiente para longo alcance. Apenas saltos curtos de espaço. - Leu desconsolada, com Adelia, prestando total atenção.

— O que significa? - Indagou, desviando o olhar para fora, e testemunhando a chegada dos dois cães, que pulavam ferozes frente as portas da capsula.

— Aqui diz... Recarga manual! Mas como poderia...? - Pensou. – Verum-1 disse sobre as naves e eles serem conectados. Talvez se alimentem de mesma foram! Deve haver então alguma manivela, ou algo assim no capô!

— Certo, como eu disse... Não creio mais na esperança, mas a senhora parece ainda em muito.

— Por que está me dizendo isso? Ah não, não me diga que...?

— Não. - Interrompeu Adelia. – Me responda, fugir daqui, e encontrar o Doutor, fará mesmo diferença?

Grace, pensou tristonha. Adelia continua:

— Você pode me jurar de que alguma luz se derramará sobre as trevas deste mundo?

Mas Grace, custa em responder, escutando apenas aos latidos dos cachorros.

— Eu... Eu acho que não sei.

E Adelia, encara decepcionada. Grace prossegue:

— Não existe túnel, e não existe luz. - Sorriu. – Mas, existem escolhas, e aqui estou eu. Eu confio no Doutor, eu escolhi estar aqui, então que seja. Mesmo com todo o perigo, caos, e dor... Há algo maior por trás de cada ação. E... Não posso desistir aqui, e você também não.

— Eu não desisti, lembre-se disso.

Grace, permanece desentendida. A jovem finaliza:

— Eu confiarei em você, em sua missão.

— Adelia, não estou gostando do tom desta conversa. O que quer dizer?

— Estou lhe entregando os meus dias. - Disse sincera, se retirando para fora, e sendo tiranamente atacada por os dois Gończy Polski.

— Adelia?! Não faça isso! - Berrou Grace.

— Eu tenho. - Disse, esforçando-se para resistir as dores dos ataques, e abrindo o capô do veículo, para assim, manusear a manivela, por onde os seus nêutrons de luz seriam absorvidos, para dar partida na máquina. Máquina, que logo se encheu de luzes ofuscantes e chamativas, e tremuras leves e estrondosas, por sua lataria e motores, enquanto Grace de são Francisco, chorava horrorizada, decepcionada, desconsolada, e completamente desestruturada. Realmente, a vida com o Doutor a confundia em muito entre ser um sonho ou pesadelo.

— Fuja! - Gritou Adelia, não tendo mais forças para se manter de pé, em meio a toda a brutalidade sofrida.

Grace, não conseguia mais ver aquilo, não conseguia mais escutar os sons dos horrores nazistas, não conseguia, ela simplesmente não conseguia, e assim, posicionou a sua mão até a tranca da porta, para sair e ajudar a pobre menina. Porém, vendo a imagem ofegante e raivosa de Joseph brotar pela entrada, logo Grace o-fitou determinada e convicta, com uma simples mensagem em seu olhar: “vocês no final poderão sair impunes, poderão fugir dos julgamentos, e poderão nunca se arrependerem pelos horrores da guerra, mas, lembrem-se, e saibam, o seu legado nunca encobrirá a Terra”.

Joseph, então imediatamente aponta a sua arma, e Grace, imediatamente estapeia o botão de salto espacial, trazendo assim, a imediata visão de seu veículo desaparecendo da presença de todos.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

e então? Tenso, chocante, ou confuso? O que acharam? Eu gostei muito do capítulo.
Sobre outras coisas, os nomes das armas citadas foram todas armas realmente alemães da segunda guerra, e o nome dos cachorros são nomes de cachorros de caça poloneses realmente. Os nomes dos personagens originais humanos também são nomes de acordo com as suas origens.
OBRIGADO PELA LEITURA, E ATÉ O PRÓXIMO!



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