Timeline escrita por Alina Black


Capítulo 7
O lobo cinza com manchas pretas




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Pov: Nessie

Movi meu corpo e por um momento acreditei que havia sonhado, sentia um cheiro de folhas e vegetação como em Wengen, mas assim que meus olhos se abriam percebi que tudo era real, eu estava em uma pequena cama em um quarto desconhecido.

Ouvi algumas gargalhadas vindas de alguma parte da casa, lembrei que havia desmaiado após ver os lobos, calcei as botas rapidamente e caminhei até a janela, se eu havia visto lobos significa que estava próxima a Jacob Black, eu precisava sair daquele local o mais rápido possível antes de ao invés de salvar um futuro destruísse novamente.

Calcei as botas e olhei pela janela, não eram alto, não para mim, minhas mãos tocaram o caixilho da janela na intenção de abri-la, mas antes que eu fizesse os três rapazes entravam no quarto.

Mostrei minhas presas como um animal acuado e pulei pela janela quebrando-a com o impacto do meu próprio corpo seguindo em direção à floresta, olhei para os lados e dois lobos me perseguiam, um a esquerda e outro a direita dei um grande salto para frente assim que ambos pularam em minha direção se chocando, mas não estava segura, um terceiro lobo aparecia correndo em minha direção.

— Mas que droga! Repeti em minha mente correndo novamente o mais rápido o qual conseguia, o lobo me seguia e logo outros lobos se juntavam a ele, eu estava sendo caçada e não fazia a menor ideia do porque, começava a me sentir exausta e vi que estava sangrando eu não conseguiria correr por muito tempo e percebi que começava a ficar mais lenta.

Ainda em fuga me aproximei de uma pequena nascente com uma queda d’água , parecia dividir a floresta ao meio, dei um salto para o outro lado, olhei para trás e vi que dois lobos paravam, porém o terceiro continuou a me perseguir, comecei então a perder  as forças sendo alcançada por ele que me atirava contra uma arvore, pela primeira vez eu sentir dor me arrastando enquanto o lobo cinza com manchas pretas caminhava rosnando em minha direção.

— Por favor, não me machuque, por favor! Supliquei me engasgando em minhas lagrimas, o lobo aproximou-se mostrando as presas, seus olhos se fixaram nos meus e assim que ouviu minhas palavras seu semblante mudou de ódio para confusão, fechei meus olhos me preparando para ser devorada, mas ele afastou-se desaparecendo em meio as arvores.

Lentamente levantei com dificuldade, começava a escurecer e não sabia para que lado seguir, minha costa doía devido ao impacto contra a árvore e meu braço ainda sangrava, escolhi uma direção e então caminhei me apoiando em algumas arvores.

— Esta indo para o lado errado!

Direcionei meu olhar para o lado o qual vinha àquela voz, era um rapaz alto e magro, com a pele bronzeada, cheio de músculos, cabelo preto e olhos castanhos, trajava apenas uma bermuda surrada, após falar ele seguia para outro lado da floresta, mesmo receosa o segui, mas parei alguns minutos depois me sentando ao chão, não tinha mais forças para continuar.

Levantei meu olhar e o rapaz estava a minha frente, ele voltava a me olhar fixamente como se me devorasse a minha alma, confesso que senti medo, mas ele sorriu me estendendo a mão.

—Vamos lá eu ajudo você!

Sem dificuldades ele me levantava me pegando em seus braços, e voltava a caminhar na mesma direção, vi que começava a ficar mais claro, estávamos nos aproximando da estrada, ele parou olhando para os lados quebrando o silêncio entre nós dois.

— Para onde devo levar o projeto mal desenvolvido de sanguessuga?

— O que? Reclamei tentando sair de seu colo, mas ele riu – se eu sou uma sanguessuga você é um vira-lata!

— Ei calma, eu estou brincando! Ele respondia se divertindo com minha irritação.

— Retiro o que eu disse você é muito fraquinha para ser um deles!

Desci do seu colo irritada e então caminhei lentamente para o outro lado seguindo na estrada, o rapaz caminhou atrás de mim me deixando mais furiosa ainda.

— Você sabe para onde esta indo?

—Brogachiel! Respondi ainda caminhando.

—Novamente esta na direção errada.

— Droga! Falei parando e mudando de direção ficando de frente para ele.

—Deixe de ser orgulhosa, você mal esta conseguindo ficar de pé, eu te levo para casa!

Novamente ele se aproximou me pegando no colo, e seguiu pela beira da estrada, fechei meus olhos sentindo que a exaustão começava a me vencer, quando meus olhos se abriram novamente a voz do rapaz ecoava em meu ouvido tentando me acordar.

— Até que enfim acordou! Ele falava seguindo pela calçada.

— O que? Perguntei confusa, olhei para os lados e estava na rua do meu apartamento.

— Qual dessas casas é a sua?

— Aquele prédio!

— Nossa, até que para um projeto de vampira você mora bem! Ele falava seguindo até meu prédio, em seguida entramos e ao parar diante da porta do meu apartamento ele me desceu de seus braços.

— Acho que a chave ficou com as minhas coisas!

— Certo, vamos dar um jeito nisso! Ele falou segurando a fechadura pude ouvir um estalo e a porta abriu.

— Já fez isso alguma vez? Perguntei entrando devagar, e ele entrou em seguida, a dor já não me incomodava tanto, acho que começava a me curar, sentei no sofá tirando a jaqueta então vi o corte em eu braço.

— Nossa isso esta feio! Ele falou abaixando-se e ficando a minha altura examinando o meu braço – tem vidro dentro, preciso remover.

Ele seguia para a cozinha procurando algo e voltava com uma tesoura e uma toalha.

— Você sabe o que esta fazendo? Perguntei um pouco nervosa.

— É o que posso fazer agora, preciso que não infeccione até eu ir à farmácia!

— Porque esta fazendo isso? Perguntei um pouco confusa, até horas atrás ele queria me matar e agora estava preocupado comigo, aquilo não fazia o menor sentido.

— Se eu disser que não sei vai acreditar? Agora não se mexa isso vai doer um pouco! Ele enfiava a ponta da tesoura em meu ferimento me fazendo gemer, e então puxava o pedaço de vidro do meu ferimento.

— Isso doeu! Reclamei.

—Eu avisei que ia doer! Ele falava enrolando a toalha em meu braço para estancar o sangramento.

— Respondendo a sua pergunta eu não acredito!

— Sem problemas, mas agora você toma um banho e eu vou à farmácia!

—Não precisa, estou bem! O interrompi.

— Olha, eu entrei em um território proibido, com certeza minha matilha esta louca atrás de mim, andei alguns quilômetros com uma garota de cinquenta quilos no colo e agora estou preocupado com ela sem saber porque, facilite as coisas para mim! Seu olhar se fixou no meu e não sei por que eu senti que poderia confiar nele.

—Esta bem! Respondi me levantando.

— Preciso ir à farmácia! Ele falou caminhando até a porta, concordei com a cabeça e segui para o banheiro.

Fiquei por alguns minutos debaixo do chuveiro, mesmo com a água causando dor nos meus ferimentos, me perdi em meus pensamentos tentando responder a todas as duvidas que estavam em minha mente, quem ele era? Não era o mesmo lobo dos meus sonhos, não sei ao certo por quanto tempo fiquei no banho, mas quando finalmente sai ele já me esperava na sala.

— Se sente melhor?

— Acho que sim! Respondi me sentando, o rapaz pegou abriu a sacola retirando uma lata de refrigerante e batatas.

— Para você, sei lá passou pela minha cabeça que pudesse estar com fome!

—Obrigada! Falei pegando as batatas colocando sobre minhas coxas e a latinha de refrigerante- Mas como sabe que eu me alimento disso?

—Deduzi! Ele respondeu fazendo curativo em meu braço- Pronto, terminei! Falou levantando e pegando o algodão sujo de sangue e o jogando no lixo.

Tomei o refrigerante comendo as batatas, aquilo estava bom, enquanto isso ele me observava em silêncio encostado próximo à porta.

— Eu preciso ir!

—Obrigada por não me devorar! Falei me levantando e ele sorriu.

—Se cuida, vê se não se mete em confusão!

—Não me aproximarei de lobos!

Rimos juntos.

Ele caminhou se aproximou parando a minha frente e em seguida acariciou meu rosto dando um sorriso – Descanse! Em seguida deu as costas indo para a porta.

—Espera!

— O que foi? Ele parou olhando para trás.

— Eu me chamo Sol e você?

—Embry Call! Ele respondeu dando um sorriso e em seguida foi embora.

 


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