O Sacrifício Doloroso escrita por Miss Siozo


Capítulo 9
Resignação




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Hyoga adentrava mais a mata na direção que Shun havia seguido, por mais que não conseguisse sentir o rastro do cosmo, ele pressentira que com o estado baixo de consciência que andrômeda apresentava não poderia seguir por rumos mais elaborados do que uma linha reta. O cavaleiro de cisne sentiu a necessidade de interferir nas andanças do amigo quando o viu levantar-se do chão outra vez e a andar em direção a um desnível de solo, ele poderia machucar-se com mais gravidade sem perceber.

— Círculo de gelo! – conseguiu frear os passos do companheiro enquanto corria em sua direção – Shun! O que há contigo? – chegou próximo avaliando com cuidado a situação.

O mais novo tremia pelo cosmo frio que o envolvia, mas, nada dizia a respeito. Seu olhar continuava distante, seus olhos estavam opacos com as pupilas dilatadas, o rosto estava um pouco sujo, bem avermelhado devido as lágrimas que haviam cessado e deixaram um rastro por sua pele alva. Não demorou muito para o cavaleiro de cisne desfazer o círculo de gelo, afinal andrômeda não representava um perigo a si, apenas a ele mesmo. Seu estado era parecido com o que o russo presenciou no dia anterior. Então ele amparou a queda do amigo com os braços e sentaram-se no chão. Hyoga notou a respiração irregular e checou a pulsação descompassada de Shun.

“Como eu poderei te trazer de volta para a realidade?” – segurou a mão enfaixada do virginiano – “Talvez? Aquilo pareceu dar certo para ele ontem” – pressionou os pontos por baixo do curativo – “Vamos... Reaja!” – pressionou um pouco mais forte.

— Ai! – Shun reagiu recolhendo a própria mão e olhou ao redor – Onde estamos? O que aconteceu? Onde está o Shiryu? A minha mão está doendo.

— É muito bom tê-lo de volta Shun – estava feliz mesmo sendo bombardeado por perguntas – Você seguiu mata dentro parecendo um sonâmbulo após a nossa luta – viu a expressão do garoto de cabelos verdes se alterar – Ei calma, está tudo bem. O Shiryu foi tranquilizar o seu irmão enquanto eu te segui e a sua mão...bem, foi a forma que eu encontrei de te acordar.

— Me desculpe por mais cedo, eu não queria...

— Nós ainda estamos instáveis, vai levar algum tempo para voltar ao ritmo e pequenos acidentes podem acontecer. Não se preocupe com o que aconteceu – o aquariano tentava ao máximo tranquilizar o menor, mesmo tendo a suspeita do que realmente aconteceu, ele não conseguiria tratar mal a doce e assustada criatura que estava apoiada em seus braços – Agora vamos que nós precisamos de um bom banho e almoçar para recuperarmos as nossas energias e o mocinho ainda tem a consulta no hospital.

— Você tem razão Hyoga... – levantaram-se devagar e o cavaleiro sentiu seu corpo pesar e a dor, coisa que em seu estado semiconsciente conseguia ignorar – Nós precisamos ir... – sua fala estava mais arrastada e a adrenalina de seu despertar pela ferida já dissipava.

— Tem certeza que você está em condições de seguir andando?

— Tenho sim... – esforçava-se para manter seus olhos abertos – Não se preocu... – desfaleceu e Hyoga o pegou rapidamente por reflexo.

— “Não se preocupe”? – ironizou e pegou o garoto no colo – É um grande teimoso mesmo – resmungava – “Agora você está em perigo, no território dele” – seus pensamentos estavam envoltos pela raiva que sentia do deus do submundo.

...

Entregue ao mundo dos sonhos em sua própria mente, Shun nem notara que não estava mais na companhia de Hyoga, se seu corpo estava cansado, sua mente estava em frangalhos. Os dias sem dormir direito, a meditação que havia feito seu corpo relaxar, mas que deixara a mente ativa noite passada deixaram suas consequências. O garoto de olhos claros não sabia mais diferenciar o que era realidade, ilusão ou pesadelo, tudo parecia a mesma coisa. Hades sentado sobre uma rocha observava sua presa. O deus também se sentia cansado por suas últimas ações, por mais que não quisesse admitir e ainda possui a mente mais forte entre os dois, pensava.

— És uma criança patética – levantou-se ao rumo de sua vítima – Será que não vês que todo o esforço que fazes é inútil? – o cavaleiro não se mexia – Vamos! Responda-me! – chutou-o virando andrômeda que estava de bruços para de barriga para cima.

— Realmente... não posso me... livrar de ti – seu espírito sangrava* – É inútil...

— Então te deste por vencido?

— Eu estou tão... cansado... eu não quero ferir... nem matar... eu nunca quis...

— Estás a enlouquecer mesmo criança, dizes sandices até a essas horas – manteve o tom sarcástico, por mais que aquela prosa não o estivesse deixando satisfeito – Responda a minha pergunta.

— Foi um jogo que eu nunca tive chances reais de vencer... – falava ainda imóvel olhando para o céu de seu sonho, tão escuro e melancólico – Prefiro morrer a ter que matar um amigo, eu preciso parar antes que isso aconteça – encarou o deus.

— Estava entediado – confessou – Então resolvi espiar-te e fora a experiência mais chata que tive nos últimos tempos. Apenas quis disfrutar de alguma ação.

— E me usar para matar meu amigo Hyoga?

— Nunca entenderás a mente de um deus.

— E tu os sentimentos humanos – levantou-se vagarosamente primeiro apoiando-se em seus próprios joelhos – E eu preciso me despedir das pessoas que amo, eu gostaria do perdão delas – confessava enquanto se colocava de pé em frente ao imperador do submundo - E eu sinto que preciso perdoá-lo antes de partir para a minha condenação eterna.

— Perdoar-me? Quem disseste a ti que eu preciso de teu perdão? – Hades perguntou procurando segurar o sentimento de inquietação que o assolava.

— Ninguém me disse – esboçou um sorriso tímido – Eu o compreendo, entendo a razão de sua raiva e por mais que eu não concorde... – tossiu – com o que tenha feito eu... não tenho motivos para condená-lo – segurou o próprio braço para apaziguar a sua própria inquietação frente a figura impiedosa a sua frente – Partirei com meu coração um pouco mais leve se assim eu o fizer.

— Só podes ser loucura! Apenas um louco falaria esse grau de sandices – segurou o jovem pelo pescoço o erguendo e ele segurou as mãos de seu algoz entre lágrimas de dor – Um deus não se subordina ao perdão humano! – apertava com mais força – Quem pensas que és, criança insolente?! – lançou ao flagetonte que acabara de materializar – Atrevido!

Hades continuou a sentir aquela sensação incomoda que parecia aumentar cada vez mais. O deleite imaginado que teria ao torturar o menor não aparecera como das outras vezes. Parecia que o santo de andrômeda havia o rogado uma praga. A cada instante passado o deus sentia o poder de um sentimento que nunca havia vivenciado, algo novo e terrível que sua mente só conseguia pensar que fora algo inventado pelos humanos.

— O que fizestes comigo? – em resposta ouvia apenas os gritos de dor do jovem que estava no rio de sangue fervente – Avante! Fales! – desfez o rio para que o cavaleiro o pudesse responder.

— Eu...nada – respondeu o garoto com o espírito gravemente danificado – Como...se...sentes? – mesmo em dificuldades, Shun, a alma mais pura da Terra conseguia se preocupar com o bem-estar de um inimigo.

— Como sinto-me? Isso só podes ser... – Ele olhou nos olhos de sua vítima, não haviam sinais de medo, raiva ou sarcasmo. Aquele olhar denotava compaixão e empatia – Como um humano... – seus questionamentos morriam antes de terminar de ser proferidos por sua boca – Agora eu sei – conseguiu fechar seu raciocínio após seus pensamentos divagarem por alguns minutos.

— O quê? – não conseguia se mover, estava completamente exausto e a mercê de seu inimigo declarado.

— Eu estou a sentir o tal remorso que os humanos tanto falam – riu-se de si mesmo – Então a humanidade não estava completamente perdida como eu pensava e a minha solução permanente não seria o certo a ser feito contra humanos como tu.

— Eu sempre acreditei...na mudança... a esperança... – partes de sua pele saíam de si como cascas e o estágio inicial de putrefação começou.

— Não fales mais nada criança – sua ordem soava como um pedido. O deus pôs sua mão sobre a testa dele – Eu irei deixar-te em um estado de hibernação para que esse processo não evolua. Tua alma mereces os Elísios e o mínimo que posso fazer para reparar o meu erro é não deixar que ela seja destruída antes de tua passagem – as pálpebras do corpo espiritual do cavaleiro de andrômeda se fecharam lentamente como se caísse em um sono profundo dentro de um sonho – Descanses um pouco.

...

 Hyoga havia chegado à mansão com Shun nos braços, o que havia alarmado os presentes e tudo começou a piorar quando o garoto começou a dar os primeiros sinais de sua “batalha” no mundo dos sonhos. Parte dos danos que a alma sofria se refletiam no físico do virginiano. Após a primeira parada respiratória uma ambulância foi chamada, Ikki e Saori entraram como acompanhantes e o mordomo prepararia o carro para levar os demais. A caminho do hospital Shun teve uma convulsão, todos os músculos dos braços, pernas e tronco ficaram endurecidos, contraídos e estendidos e a sua face adquiriu uma coloração azulada**. Foram os minutos mais agoniantes que os jovens passaram naquele veículo. Em seguida, o cavaleiro de andrômeda entrou em uma na fase que começou a sofrer contrações rítmicas, repetitivas e incontroláveis, vindo bastante saliva saída de sua boca durante o processo, os enfermeiros o deitaram de lado, conseguiram conter que o rapaz que se debatia e para que ele não mordesse a própria língua.

Ao chegarem no hospital o médico que estava a cuidar do caso do jovem ficou espantado com o que lhe fora relatado. O jovem febril foi encaminhado para a UTI e estava estável, apesar de todo o ocorrido ter sido grave. Shun tentava dizer algo que foi percebido pelo médico e a menina deusa que estavam dentro do quarto seguindo à risca as recomendações de higiene para adentrar o local.

Apenas desejo a plena paz

Que talvez eu assista daqui a um milênio

Sentado sobre as estrelas

Enquanto isso não acontece farei meu corpo morrer

E me encontrarão às vezes na alegria dos raios de sol

Ou a chorar sobre vós com as gotas de chuva

 

Não fui forte para resistir a essa guerra dentro de mim

Mas, peço que encontrem a paz dentro de vocês meus amigos

Sejam santos mais dignos e felizes do que fui.***— dizia em ritmo espaçado.

— Ele está se despedindo? Não pode ser – Saori estava desolada ali tentando emanar suas energias no ambiente.

— Estamos fazendo o possível para mantê-lo estável senhorita – falou o médico – Esse quadro psicológico assim que ele despertar será tratado aqui no setor de psiquiatria do hospital, não permitirei uma nova saída.

— Doutor Oshida, por favor, eu peço que não seja tão radical.

— Permitir a saída de um paciente no estado dele fere o meu código médico de ética – foi categórico – O meu dever como médico é salvar vidas. Esse rapaz está com tendências suicidas graves desde antes do seu despertar e pelo visto pioraram, liberá-lo novamente será um risco contra a própria vida dele.

— Nós podemos vir visitar ainda?

— Enquanto ele estiver nesse estado de coma as visitas serão limitadas, o tempo e outras restrições pertinentes a UTI. Quando ele despertar podemos ver como será a dinâmica.

— Acredita que ele acordará logo?

— Essa parte é uma incógnita. Fazemos uma estimativa baseada em seu histórico, mesmo assim é algo impreciso.

— Obrigada doutor.

— Disponha.

“Preciso entrar em contato com Perséfone urgentemente, mas, acaba de entardecer na Grécia. Essas seis horas de diferença estão sendo cruciais nesse momento” – tocou o ombro do cavaleiro de madeixas verdes – “Continue resistindo meu amigo, eu vou conseguir a ajuda da qual precisamos. Precisamos manter a fé” – continuou a emanar boas energias.

...

De volta a mansão acompanhada do mordomo e dos outros cavaleiros, com exceção de Ikki que permaneceu no hospital, Saori se preparava para a conversa que teria com Perséfone, teria que passar a noite em claro para dormir pela manhã para estar sintonizada com a madrugada do fuso horário grego. A deusa estava aflita que Shun não conseguisse resistir as torturas de Hades a tempo de se comunicar com sua irmã e aquele sentimento de insegurança era notável aos seus cavaleiros. Seiya era ali o que se mantinha mais otimista em relação ao plano da deusa, por mais que não soubesse dos detalhes da tal negociação, para o Pégaso a situação de Shun exigia mais da fé do que a lógica. Shiryu e Hyoga não conseguiam deixar de ser pragmáticos ante a situação, eles tinham apenas uma chance e dependiam de que as variáveis caminhassem ao favor deles. Eles dependiam de Perséfone e do próprio Hades que estava causando todo aquele mal, mesmo assim não haviam garantias de que o companheiro conseguisse voltar a ser o que era antes de tudo isso começar.

A jovem e os rapazes conversaram por algumas horas e eles seguiram o pedido da deusa para que descansassem. Aquele dia havia sido desgastante para todos, Hyoga era um que estava visivelmente exausto pelo treinamento e por tudo o que passara ao lado do “pequeno teimoso” por qual tens uma dívida eterna de gratidão. Shiryu se dispôs a acompanhar Saori outra vez no mundo dos sonhos, mas, fora gentilmente dispensado. Aquele seria um encontro entre irmãs, elas nunca foram inimigas e Perséfone sempre se manteve neutra na disputa entre Athena e Hades, então não representava uma ameaça como supunha que Morfeu seria.

Pela manhã a virginiana deitou-se a cama e permitiu seu corpo e mente relaxassem para adentrar o universo de seus sonhos. O lugar era um belo jardim com uma mesa ornamentada de forma simples e requintada, a toalha branca com bordados nas pontas e a mesa posta para um chá da tarde. O encontro seria promovido dentro do sonho de Saori e Morfeu levou Perséfone até a porta que acabara de materializar.

— Agora estarás por tua conta imperatriz. Boa sorte.

— Agradeço por tua gentileza Morfeu – deu um sorriso casto para o deus – Acredito que Athena tenha algo interessante para me dizer, caso não fosse não dar-se-ia ao trabalho de pedir-te para chamar-me. Até logo – cruzou a porta e andou até onde a sua irmã estava sentada.

— Perséfone! – levantou-se para cumprimentá-la – Agradeço por ter atendido ao meu chamado. Sente-se, por favor, temos muito que conversar.

— Há quanto tempo eu não a vejo minha irmã, outro corpo humano, não sei como tu, meu esposo e Posseidon conseguiram viver tantas vidas humanas – sentou-se – Mas, acredito que não seja sobre isso que queiras falar.

— Em parte é sim minha irmã – fechou brevemente seus olhos buscando a calma para conduzir o assunto – A primeira coisa que devo te dizer é que Hades ainda está vivo após a guerra. Uma pequena parte de si habita a mente de seu último receptáculo, meu cavaleiro, Shun de Andrômeda.

— Essa notícia alegra-me muito, mas, acredito que meu marido esteja a causar problemas, estou certa? – sua pergunta foi sagaz e a outra deusa anuiu – O que ele tem feito? O submundo precisa muito dele.

— Ele está torturando o meu cavaleiro no inconsciente e eu acredito que ele sabe o quanto isso afeta as pessoas ao redor dele. Durante a última guerra santa conseguimos expulsar a maior parte da alma de Hades do corpo de Shun e acredito que atacá-lo seja uma forma de represália.

— Um prêmio de consolação para um mal perdedor. Meu esposo deve estar cego de ódio para tomar atitudes tão irracionais, o ideal seria hibernar até que seu cavaleiro viesse a óbito – pegara a flor de dentro do jarro que murchara em sua não instantes depois – Ele retornaria ao submundo sem um corpo físico, mas, já seria alguma coisa.

— Agora venho com a minha proposta a ti, eu posso te ajudar com a reconstrução do submundo se conseguir convencer Hades para que pares o que estás fazendo, além de uma trégua entre o santuário e o submundo se a oferta de paz não for possível. Ninguém do santuário invadirá com vida o submundo e vice-versa.

— Realmente é uma proposta ótima para o nosso lado. O submundo restaurado pela alma de um cavaleiro? Pareces que tu não estás a ser racional Athena no momento. As emoções humanas a inundaram e acredito que tenham influenciado Hades de alguma forma também.

— Tornar-me humana pode proporcionar uma visão diferente sobre a vida e os humanos. Gostaria muito de ter os meus cavaleiros estimados que morreram em meio a essas guerras travadas por nós deuses, mas, sei que isso interfere no equilíbrio entre a vida e a morte. Sou muito grata a eles e aos cavaleiros que seguem vivos, essa é minha vez de lutar por eles.

— Talvez algum dia eu experimente viver como humana, por mais que durante a primavera e o verão eu passeie pela Terra como Koré, pouco contato tive com os humanos. Hades tem uma visão tão negativa sobre eles que eu apenas trago as estações e visito a minha mãe no Olimpo – estendeu sua mão para Athena – Admiro tua determinação minha irmã. Eu acho que finalmente chegamos a um entendimento, nunca intrometi-me entre ti e meu esposo, mas, aceitarei fazer parte dessa missão diplomática.

— Sou muito grata a ti Perséfone pelo esforço que fará – apertou a mão da figura de cabelos longos e ondulados – Apenas peço para que se apresses um pouco, Shun está internado entre a vida e a morte no hospital. Não sei o que Hades está fazendo, mas, parece mais grave do que ele tem feito nos últimos dias.

— Pois bem, pedirei a Morfeu que leve-me até a porta do sonho de seu cavaleiro e pedirei a passagem para que Hades deixe-me conversar com ele – elas se abraçaram e Saori a levou até a porta de seu sonho.

— Bom, eu ficarei por aqui. Ontem foi um dia muito cansativo e preciso recuperar minhas energias para um possível ritual caso a resposta seja positiva.

— Bom descanso... Qual é o seu nome humano? – perguntou em curiosidade.

— Meu nome nessa era é Saori Kido.

— Então tenha um bom descanso Saori – sorriu para sua irmã e refletiu sobre o quanto ela pode ensinar sobre as emoções humanas em pouco tempo.

— Obrigada e boa sorte Perséfone – sorriu de volta.

...


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Notas finais do capítulo

Resignação (s.f) : Ação de resignar, de se submeter ao desejo de uma outra pessoa ou a ação do destino; Ação de aceitar pacificamente as dores ou sofrimentos da vida (fonte: https://www.dicio.com.br/resignacao/). O capítulo girou em torno dos sentimentos de Shun e a aceitação do fim, mesmo assim ele o faz de sua forma única, não é à toa que ele possui a alma mais pura do mundo em sua época.
*O corpo de Shun sangrar/ sofrer danos em seus sonhos se refere ao sentido metafórico de que sua alma está ruindo. Foi uma forma mais explícita que encontrei de mostrar as consequências dos últimos acontecimentos em que o personagem esteve envolvido. Algo do tipo “Se pudéssemos ver como está o nosso estado de espírito (alma) nesse momento, qual seria sua aparência?”.
** O tipo de convulsão que eu me baseei para retratar as consequências físicas do mundo dos sonhos foram as convulsões tônico-clônicas. Para quem ficou curioso deixo o link da minha pesquisa. (https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/convulsao/)
*** Esse trecho é o último do poema que fiz e que me inspirou a escrever essa fanfic, ele se chama “O Santo Infeliz”.
Curiosidade: O ato de Shun apertar sua ferida na mão nos capítulos anteriores e Hyoga ter o feito nesse foi inspirado no que Sam Winchester (Supernatural) passou na 7ª temporada da série, quando o “muro” que impedia as lembranças de sua estadia no inferno e o que ele fez sem sua alma durante um ano foi derrubada. As alucinações que Sam possuía se dissipavam quando era exposto a dor, no caso quando pressionava os pontos da ferida em sua mão. O que Hyoga fez a Shun foi o que Dean fez a Sam para despertá-lo para a realidade.
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Para o próximo capítulo veremos a conversa entre Hades e Perséfone, o que será dessa proposta de acordo entre Athena e o deus do submundo?
Queria adiantar o nome do capítulo, mas, diria muito sobre ele. Então vou deixar vocês maquinarem suas teorias que eu adoro ler nos comentários. Eu gosto muito de trocar uma ideia com vocês é muito bom, então não se acanhem.
Abraços e até a próxima ;)



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