Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc

“Que barulho infernal!”

Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc

“Por que ela fica me encarando desse jeito? Tudo bem... Hoje é segunda, estou eu e ela sentados nessa mesa olhando um pro outro há horas! Droga...”

Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc

“Desde aquele maldito dia ela não abre a boca! Tudo bem, tá! Eu sei que ser chamada de demônio, capeta e variados não é nada legal, mas não precisa desse silêncio! O que diabos eu to falando?!”

Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc Tic Toc

“Por favor, meu Deus! Mande um sinal! Uma mensagem!”

Ding Dong

- Eu atendo! – O Uzumaki disse desesperado e abrindo a porta – Quem?

- Vá se vestir Naruto.

- Shikamaru?

- A Godaime mandou chamar os times 7,8 e 10! Se apresse!

- Ah tá. Yuki! Vá se arrumar também!

- Vai levar ela com você?

- Você acha que eu devo deixar uma garota sozinha da minha casa?

- Huh? Problemático Hein...

.

.

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- Eu andei checando os arquivos e achei a missão ideal para vocês.

- Tsunade-sama acha que ela se encaixa bem nos gênios de todos – Shizune disse – É total trabalho de equipe.

- Então, vocês irão para o...

Toc Toc

- Entre!

- Com licença Tsunade-sama.

- Ah! Iruka-sensei!

- Yaa Naruto! Bem, tenho uma grande novidade!

- Diga.

- O filho da Kurenai-san nasceu!

- O que?! – Shikamaru gritou – Mais já?!

- Hai. Eu estou vindo do hospital. Ela deu a luz ontem.

- Godaime! – Shikamaru se virou para a loira.

- Pode ir.

Ele bateu desesperadamente a porta jogando todo o vento na cara da pequena que estava atrás dela.

- I-Iruka-sensei é verdade?

- É sim Hinata. Foi um parto bem complicado e ela vai ficar uma semana no hospital.

- Iruka... – Tsunade interrompeu – Por que todo esse interesse?

- Ah bem... – Ele riu – Kurenai-san não tem o Asuma-san do lado dela. Além disso, ela disse: “A única coisa que eu quero agora e cuidar dessa criança, para que ela se torne um grande ninja no futuro.”

- Shikamaru foi como seu guarda costas todo esse tempo, ele foi os olhos e ouvidos do Asuma-san. Eu tinha que avisar a ele, mas também aos que convivem com ela. Seus alunos.

- Não vejo outra saída... – A Hokage colocou uma das mechas de cabelo atrás da orelha, suspirou e disse – Hinata...!

- H-Hai Tsunade-sama!

- Faça um buquê bem bonito e diga a Kurenai que quando tiver tempo eu passo por lá. E... Kiba, Shino!

- Hai. Vamos Hinata!

- Ei Shino! Espere por mim!

- Kiba-kun rápido!

- Com sua licença. – Kiba bateu a porta.

- Hey mestra... E a missão?

- Sakura você ainda é muito ingênua...

- M-Mestra!

- O coração de uma mulher é como um vaso. Suja, racha, brilha, e se quebra em pedaços. Agora imagine o de uma mulher que acabou de trazer uma pessoa a vida?

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- C-Com licença!

- Entre.

- K-Kurenai-sensei! – Hinata entrou com dois buquês nas mãos – P-Parabéns!

 - Muito Obrigada Hinata. – Kurenai a recebeu com o buquê e um abraço. – Mas, como você soube?

- Iruka-sensei contou e o Shikamaru-san saiu correndo da sala da Hokage-sama. Por falar nisso, onde ele está.

- Bem ele... Está vendo o futuro aluno.

- Não me diga que é...!

- Isso mesmo Kiba – A Yuuhi respondeu – É um shinobi.

- Asuma-sensei ficaria orgulhoso.

- Ele está Shino. Ele está.

Kurenai fechou os olhos e se deitou. Shikamaru passou a ficar com ela no hospital e em pouco tempo toda a Konoha já sabia que o neto do 3º hokage havia nascido. Todos pararam suas atividades e foram visitar a morena no hospital. Naruto levou Konohamaru diversas vezes e o mesmo chorava toda vez que via o primo, já Yuki sempre rejeitava ir.

Hinata também visitava a sensei com freqüência, ajudando-a em tudo em que precisasse.  Era meio de semana e ela não deixou de notar, o que todas as tardes ela encontrava na janela do quarto.

- Aquilo é...?

- Uma rosa vermelha.

- Kurenai-sensei, me desculpe se estou reparando de mais, mas essa rosa... Todos os dias têm uma nova.

- Você gosta mesmo de flores Hinata.

- Claro.

- Então você deve gostar de ouvir essa história. – Kurenai disse se ajeitando na cama – Bem, existe um lugar em Konoha que chama a atenção de todos. Na divisa com o país da água, mora um clã um tanto quanto especial. São conhecidos como Aioyama.

- Aioyama?

- Sim. São excelentes plantadores de trigo e tem uma vasta região de colheita. São bem tradicionais e existem desde a antiguidade. Mas além de ter o dom nas mãos, são dotados de uma beleza estupenda. Cabelos negros, lisos e compridos. Sem falar nos seus olhos vivazes, que possuem diversas cores.

- Devem ser muito bonitos mesmo.

- Sem dúvida. Mas, chegou o dia... 12 de novembro.

- O que aconteceu em doze de novembro?

- Foi o dia em que ela nasceu. Itoko. A mulher que mancharia toda a graça dos Aioyama.

- M-Mas o que Itoko fez?

- Itoko nasceu diferente. Seus olhos eram totalmente vazios. Sem pupila, sem íris... Absoluto branco. Os sacerdotes diziam que aqueles olhos não eram humanos. Aqueles olhos trariam desgraça para sua beleza e para a sua plantação.

- Q-Que crueldade.

- Os pais de Itoko eram muito influentes no clã, e não queriam que ela fosse falada o resto da vida. Apagaram aquele fato. Mas ela foi crescendo e descobriram que ela tinha uma grave e terrível doença. Os sacerdotes estavam certos, Itoko com apenas um olhar incendiou toda a plantação e seus olhos se tornaram vermelhos. Ela foi taxada como amante do demônio e seus pais decidiram a isolar.

- E o que aconteceu depois?

- Ainda muito nova, ela se mudou com uma das conselheiras do clã, para uma casa de madeira em um campo desértico. Itoko começou a plantar rosas brancas e passava dias e noites bordando e costurando. Ninguém sabe o porquê, quando os parentes foram visitá-la as rosas tinham se tornado vermelhas. Fugiram com medo e seu estado se agravou.

- Então essa é uma das rosas de Itoko?

- Sim, rosas venenosas e mortais. Um furo e é morte certa.

- K-Kurenai-sensei você não tem medo?

- Você não entendeu Hinata. Itoko era um anjo, tão puro quanto seus olhos. Foi castigada por um pecado que não cometeu. Essa rosa só machuca quem se atreve a tocar em seus espinhos, mas não quem quer saborear seu aroma.

- Então... Quem as coloca aqui?

- Você ainda não sabe? – Kurenai sorriu e olhou pela janela – A filha do anjo.