Love Potion - Drastória escrita por Anne Leger


Capítulo 9
[EXTRA] Make you mine - Draco


Notas iniciais do capítulo

oi, voltei



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Era agora que ela me deixava? Astória tinha sido hostilizada com olhares o almoço inteiro e eu não tinha sequer reagido, hipnotizado que estava pela lembrança da última professora de estudo dos trouxas que eu havia visto morrer bem ali, acima daquela mesa. Manter sua mão presa a minha é só um impulso, não quero ser deixado outra vez, mesmo que talvez eu mereça. Não quero ser colocado de lado por essa mulher em específico, estive esperando por ela e a quero, quero que ela me ame. Mas quem poderia amar um homem feito que não tem a coragem de enfrentar o pai para defender a mulher que supostamente ama? Solto sua mão quando ela continua me encarando. 

— Sinto muito. Sinto muito por tudo. – pedir desculpas não era um hábito que eu gostaria de desenvolver, mas sei que posso fazer isso. — Não imaginei... Eu sinto muito, nunca mais precisamos voltar lá, só me dê a chance de... Eu não sei. – Suspiro, afinal, como eu podia terminar a frase sem parecer uma criança perdida ou um mentiroso? 

Astória parece processar o que estou dizendo, é óbvio que ela está se questionando, está pensando sobre como diabos acabou aceitando uma criança perdida como noivo, alguém que sequer consegue se defender. Ela suspira, os ombros baixando um pouco e então ela tira os sapatos, sentando-se na banqueta do balcão. Giro meu corpo, seguindo-a como um cachorrinho ansioso. 

— Seu silêncio é alguma nova forma de tortura? – Ela sorri, de ladinho primeiro e então seu sorriso se abre, tomando todo o rosto. Imagino se ela iria sorrir ainda mais bonito para o homem que ama, ela ama Blásio. Nós dois sabemos disso. 

— Não, eu só estou pensando no motivo de você não ter parado seu pai. – Ela suspira o sorriso morrendo para mostrar sua verdadeira face de cansada. — Isso não importa, certo? Seu pai não me importa, nada do que ele diz me serve de alguma coisa. Mas, Draco Malfoy, se eu ficar lá sendo ofendida mais uma vez, juro por Merlin, vou dar um soco tão grande naquela boca debochada que ficará inchada até o dia do nosso casamento. 

— Nosso casamento? 

Dou um passo na sua direção, o apartamento não era grande o suficiente para dar dois passos sem estar entre as pernas dele. Ela ergue as sobrancelhas, surpresa quando apoio meus braços de cada lado do seu corpo na bancada. Nosso casamento. Eu poderia chorar por essas duas palavrinhas. 

— Mudou de ideia? – Na banqueta ela consegue ser alguns centímetros mais alta, o que é fofo, sua mão empurra meu peito, mas não tão forte quanto deveria. — Não pode fugir de mim, Malfoy. 

— Acredite, não estou tentando. – Beijo seu rosto antes deitar minha cabeça no seu ombro, o tecido do sobretudo faz cócegas incômodas na minha bochecha e está gelado, mas ela cheira a lavanda, como eu me lembro e me dá um tapinha no ombro, reclamando do meu comportamento enquanto uma das suas mãos acaricia meu cabelo, isso é tudo que importa em todo o tempo. Ela permanece aqui apesar da irritação e de estar decepcionada, ela permanece e briga comigo naquele jeito suave que pessoas apaixonada costumam fazer nos livros. Quando é hora de ir embora, peço que ela fique, que passe o resto do feriado comigo até o ano novo. 

Astória fica. 

Pela manhã ela está vestida nas minhas roupas, tomando um chá na mesma caneca que costumava usar, quase consigo sentir sua curiosidade pelo novo quadro que estou pintando, ela fica dando ideias sobre como aquela mulher na pintura iria se parecer se tivesse cabelo mais escuro, se tivesse olhos mais claros ou se eu desenhasse um galho de flores de cerejeira no cabelo da moça. É fofo e eu sei de onde saiu o interesse. 

— Se está tão interessada em se ver numa tela, é só dizer. Eu tenho imagens suas aos montes. – Fica um momento de silêncio constrangedor onde ela bebe um gole do chá e eu apenas olho para o pincel, nós dois devíamos estar vermelhos. 

Ela pigarra e então murmura. 

— Não estou tão interessada, só um pouco interessada. 

Ela ri e eu sou obrigado a acompanhar o riso, ela é tão fofa em suas imperfeições que é impossível de resistir. No segundo seguinte ela salta para o quarto, numa empolgação infantil, consigo ouvir as telas sendo levitadas e então pousando em outra parte do piso do quarto. Escuto todos os suspiros e gritinhos mudos de empolgação inclusive quando ela coloca o rosto pela moldura da porta e grita um “que safado!” levando a mão até a boca, sei exatamente que quadro ela encontrou. Rolo os olhos e deixo que ela termine de olhar um por um, eram os meus melhores, lembranças dos dias que passamos juntos, coisas que eu não queria apenas confiar na memória que poderia envelhecer. 

Imagens para guardar de uma mulher que eu nunca achei que estaria comigo novamente, mas agora usa meu anel de família e se casará comigo. Suspiro de prazer, eu não precisava de nada além disso, nenhum reconhecimento na sociedade bruxa se comparava a tê-la aqui. O pincel escorrega borrando tudo quando levo uma pancada na nuca de uma tela que vem levitando, com uma bruxa que parece furiosa. 

Meus olhos percorrem seu rosto em busca de alguma pista do que possa estar acontecendo e tudo que ela faz é me olhar com os olhos quase fechados em fendas, os lábios franzidos e a mão segurando a varinha como se fosse arremessar o quadro na minha cara e em seguida furar meus pobres olhos com a varinha. Massageio a nuca quando finalmente olho para o quadro que está flutuando bem acima da minha tela atual, que afinal, era sim Astória. 

— Vai me explicar o motivo de ter pintado Daffy? 

— Está com ciúmes. – Merlin, me arrependo no momento seguinte porque ela movimenta a varinha fazendo a tela inacabada bater  na minha testa. — Merda, Astória. 

— Resposta errada, Draco Malfoy, eu nunca tenho ciúmes. – Ela balança a varinha mais uma vez e eu salto para o seu corpo, derrubando minha noiva no tapete antes que ela me bata novamente. — Qual o motivo de..? 

— Uma coleção inteira de você e está mesmo brigando por isso? Ela seria minha noiva, pensei num presente pessoal mas nunca o terminei já que você resolveu fazer morada permanente nos meus pensamentos. — Cutuco sua barriga, fazendo-a rir, apesar das duas pancadas ainda consigo sorrir, afinal, ela estava com ciúme, esse era um bom caminho. — O que há? Não tem um motivo para você estar insegura, eu não amo mais ninguém. 

Ela faz um carinho no meu rosto e me pergunto se algum dia ela irá dizer as palavras. Será que algum dia ela dirá “Draco, amo você e só você”? O questionamento se abafa quando recebo um beijinho na ponta do nariz. 

— Sinto muito. Está doendo? 

— Essa não era a pergunta que eu estava esperando. 

— E qual era? 

— Imaginei que depois de tantas telas suas você me perguntaria o quanto estou obcecado por você. – Recebo um selinho e um sorriso suave. 

— Hm, quanto você está obcecado por mim, Malfoy? Escala de zero a dez. 

— Onze, asteróide. – E é a melhor tarde que passamos juntos, definitivamente. 

 


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