Love Potion - Drastória escrita por Anne Leger


Capítulo 8
[EXTRA] Make you mine - Astória


Notas iniciais do capítulo

oi, agradecendo aqui o comentário que recebi no último capítulo.



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Era manhã de natal e eu não queria abrir os olhos após ser pega em mais um dos sonhos que vinha tendo desde que deixei Draco sozinho com uma mentira e uma contra poção. O sonho da vez era que ele não tinha pedido Daffy em casamento, ele tinha pedido a mim e deixado Daffy livre para ser de Jonnah. Tento retomar o sonho gostosinho, onde ele me erguia nos abraços na frente do portão da mansão Greengrass, me beija com tanta saudades e...

— Você acordou? – A voz grave me avisa que ainda estou sonhando e quando seus lábios beijam meus ombros nus percebo que talvez, só talvez, eu não queira acordar. — Tori, abra os olhos, não aguento mais esperar para ver você acordada.

— Me deixe dormir ou, e eu juro por Crowley, vou socar a sua cara. – Em definitivo, eu não queria abandonar meu sonho com o meu Malfoy ou meu terrível segredo de estar tão apaixonada por ele que poderia morrer se ele nunca se lembrasse de mim. Antes isso do que forçar uma mentira. O riso estranho, seguido de um beijo no meu ombro me faz abrir os olhos para me deparar com Draco, reclinado sobre mim, vestido com um suéter de gola alta e definitivamente sorrindo, com o cabelo comprido caindo sobre a testa. Parecia ter a idade que tinha, os 23 anos completos, nenhum dia a mais, seus olhos não tinham o brilho vidrado pela poção e ele tira o cabelo do meu rosto. Uma checagem rápida e sei que aquele é seu apartamento, um amontoado de telas cobertas no canto e ele. — É você mesmo? Draco Malfoy?

— Quem mais eu seria? — O sorriso murchou e o beicinho que se formou, como se ele fosse começar a chorar foi realmente engraçado. — Ah, não me diga que esqueceu do meu pedido e estava sonhando com...

— Com você! Estava sonhando com o noivo da minha irmã.

— Seu noivo, Astória. Eu sou o seu noivo, pensei que tinha deixado claro como o dia que eu sou seu noivo. – Sua mão segura meu queixo, comprimindo minhas bochechas e dando um beijinho na ponta do meu nariz. — Se apresse, temos que passar na sua casa antes do almoço de natal com meus pais.

O sorriso no meu rosto é involuntário, apenas se espalha e aumenta enquanto ele rola para fora da cama em sua perfeição elegante, minhas bochechas doem de tanto sorrir quando percebo o anel na minha mão. Afasto os lençóis, grata por ter colocado ao menos a calcinha rosa ontem, mesmo que não fosse uma que eu escolheria de maneira consciente se soubesse como a noite de ontem terminaria. Draco estava na pequena cozinha e o cheiro de café com leite se misturava ao de biscoitos de manteiga.

Morgana, eu tinha mesmo voltado para ele, estava mesmo ali. Atravesso a pequena sala indo para o banheiro antes que eu o atacasse para ter certeza... Talvez eu só o atacasse por uma saudade tão fodida que me grudaria nesse homem, um estranho por quem eu tinha sentimentos. Me lavo o mais rápido que consigo, saindo do banheiro minutos depois. Ele continua em silêncio enquanto eu me arrumo, recolocando as roupas amassadas, seu olhar me seguindo enquanto procuro por meus sapatos. Minha varinha ao seu lado no balcão, pela segunda vez naquele dia escuto o risinho estranho dele.

— O que foi? Que há de errado em mim? – Ele ri novamente e eu poderia socar seu rosto bonito.

— É só o que há de certo. – Draco bebe mais um gole do café com leite e quando me aproximo, seus dedos acariciam a lateral do meu pescoço, por baixo da montanha de cabelo úmido. — Você me disse “sim” e pareceu tão feliz em dizê-lo.

Bem, é claro que eu estava feliz. Tinha encoberto a saudade com os afazeres de Hogwarts, mas desde que cheguei em casa a memória dos dias nesse apartamento tinham enchido a minha mente, quando ele beija a linha do meu maxilar indo para a minha orelha, tenho um espasmo de prazer tão grande que quase cuspo todo o meu café.

— Senti falta de ter você na minha casa, nem consegui dormir com medo de amanhecer sem você outra vez. Eu sei que não sou o homem dos seus sonhos, mas estou grato por você me deixar tentar.

É, é isso, estou derretida. Coloco a xícara sobre o balcão, virando meu rosto para o dele e o beijando, lentamente, saboreando a experiência de beijar o homem que habitava meus sonhos.

Literalmente.

*

É claro quando aparatamos em Godric's Hollow que não estava sonhando coisa alguma. Quando cruzamos o limiar da porta lembro que preciso devolver a memória de Draco, bem, não era como se ele não soubesse que tinha tomado uma poção de amor. Vê-lo de pé na minha sala me dá uma sensação gostosa de satisfação.  Visto-me o melhor possível dentro do meu conforto. Calças jeans escuras, um suéter grosso de lã verde escura com gola alta e coturnos com saltos. O sobretudo preto ficaria bom. Eu iria sentar no mesmo ambiente que Lucius Malfoy, o homem de quem eu falava mal em todas as aulas, mas ao menos eu não estava mentindo em nenhum ponto. Ele tinha se jogado na lata de lixo da história.

O cabelo solto me dá um ar mais amigável e tira atenção dos meus dentes tortos. Procuro na caixa de joias pelo colar com o brasão em padrão floral dos Greengrass para completar a aparência de uma boa bruxa, se bem que eu deveria ter ido atrás de um dos vestidos de Dafne. Ela saberia como cuidar disso, desço as escadas silenciosa, ganhando a visão do meu pintor favorito folheando Hogwarts- Uma história.

— É do mesmo ano que o meu último. Como eu não te vi por lá? – Aquela curvinha entre as sobrancelhas quando ele estava confuso era tão atraente.

— Você estava ocupado, Malfoy. Sendo um apanhador e um herói, pouco tempo para garotas.

Ele bufa e ri, aquele som grave e rouco. Posso me acostumar com esse riso, posso mesmo.

— Herói? Pffff. Senhorita, eu estava mais preocupado em me esconder. – Ele fecha o livro e olha na minha direção, acho que nenhum de nós acredita que estamos indo nos casar em alguns meses, ainda mais porque sequer estava nos planos dele que fosse eu. — Venha, asteróide, quero te apresentar dois bruxos velhos.

Faço uma careta para o apelido idiota, ainda assim seguro sua mão ao descer os dois últimos degraus, aparatamos para a mansão Malfoy assim que visto meu sobretudo. Caminhamos pelos jardins bem cuidados, a névoa ficou pesada desde o início da manhã e iria nevar mais tarde, ao menos era o que parecia. Os degraus de pedra fazem um barulho que acerta meus nervos, a porta se abre com um ranger quase tão familiar quanto o da minha casa. O hall é longo, munido de espelhos nas duas paredes, um chapeleiro preto e um banco onde botas de caminhada se escondem embaixo. O tapete é cinza e um lustre prateado chama a maior parte da atenção.

— Somos bonitos juntos. – A frase escapa quando nos observo num dos espelhos, juntos, sua mão segurando a minha e nossas roupas combinam de uma maneira inesperada. Ele em sua capa e eu em meu sobretudo, meu cabelo quase tão preto quanto o casaco e o dele naquele loiro pálido.

— Draco, querido? – Uma voz chama. Narcisa aparece no final do hall, ao lado da escada de corrimão escuro, ela está vestida num vestido azul que me faz arrepender das roupas que vesti. O cabelo preso no alto e ela sorri quando caminhamos para ela, minhas pernas se arrastam e Draco não solta minha mão quando a puxa para um abraço. — Feliz Natal! O almoço estava apenas esperando por você e...

Sorrio, completamente envergonhada enquanto ela me olha, esperando que eu ache minha voz. 

— Astória. Greengrass. Astória Greengrass, senhora. – Me atrapalho e nós duas somos brindadas com o riso de Draco. Acho que nunca o vi rir tanto.

— Narcisa Malfoy, é um prazer conhecer alguém que faz tão bem ao humor de Draco. Então, você é a noiva? – Incrivelmente ela não parece decepcionada, apenas encantada.

— Dá pra acreditar? Vou me casar com ela.

O som do riso de Narcisa com a empolgação de Draco é abafado pelos passos de Lucius, ele está ao lado da esposa, também com um suéter e um paletó de cashmere, uma bengala que claramente não precisa. Dou um passo atrás quando ele me olha de cima para baixo, é óbvio seu desagrado.

— Pai. 
— Filho. – Ele responde ao cumprimento, mas não há aquela sensação de nervosismo se desfazendo em mim, apenas crescendo. — E essa é?

— Minha noiva, Astória Greengrass. -  E sua sobrancelha bonita se ergue, como se estivesse desafiando o pai a dizer qualquer coisa contrária.

Lucius sorri. Um sorriso de cobra, se elas pudessem sorrir.

— A irmã que é uma dama de verdade estava perdida?

— Não sei, - interrompo a resposta que Draco começava a formar. – ela deve estar no mesmo lugar que seus bons modos. 
Draco me olha, segurando minha mão mais forte. Sua mãe sorri nervosa, eu não iria levar uma alfinetada e ficar calada, remoer por dentro era coisa de Dafne. Ninguém iria debochar de mim, ainda mais esse homem.

— Como se atreve a falar assim sob meu teto?

Que não fosse por isso, poderíamos sair daquele teto e eu falaria ainda mais livre, mas preciso só olhar para Draco para a raiva em mim diminuir. Narcisa interrompe meu pedido de desculpas murmurado a contra gosto e acompanhado de um “estou irritada pela fome" com uma sutil sugestão para irmos até a mesa. Ela se derrete para o filho, o filho se derrete para mim e não consigo segurar a vontade de sorrir para ele.

O almoço se arrasta nisso e na tensão crescente entre meu sogro e eu. Seu olhar de desagrado se torna um curvar desgostoso de lábios quando menciono meu trabalho como professora de Estudo dos Trouxas, o olhar de Draco sobe, como se pudesse ver algo acima da mesa e então ele direciona o olhar para baixo, como se nossas mãos unidas em cima da sua perna fosse a coisa mais interessante do mundo. A sobremesa é servida em silêncio depois da breve entrevista onde sinto que dei todas as respostas erradas. Desde o emprego até atividades banais das minhas férias, era tudo aparentemente ligado aos trouxas demais para que os Malfoys pudessem suportar, até Draco parece estar repensando seu pedido de casamento.

Bem, uma voz sussurra na minha mente, talvez vocês não funcionem fora daquele apartamento. Quando finalmente acaba, estou grata em descer os degraus de pedra segurando a sacola de papel com o presente de Narcisa para o filho, ele segura sua varinha e sua mão está tão firme na minha que nossos dedos estão corados quando fazemos uma desaparatação acompanhada para o apartamento. Ele não solta minha mão mesmo quando me movo para tirar o casaco e nos encaramos longamente nas luz turva que vem das janelas.

— Diga que não está me deixando. – Sua voz se quebra no final da frase sussurrada, o que é absolutamente estranho dado que acabei de ser apresentada aos meus futuros sogros. — Diga que não está. Não podemos durar menos que 24h.


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