Love Potion - Drastória escrita por Anne Leger


Capítulo 5
Draco


Notas iniciais do capítulo

voltei.
1/2



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Ela me beijou, Astória me beijou de volta duas noites atrás enquanto me fazia um chá. Eu estava fazendo avanços e isso era tão bom, mas eu tentava não demonstrar, eu sabia que se eu mostrasse a minha melhora ela iria embora sem hesitar e eu gostava de ter a companhia dela. Sempre preferi ser um cara sozinho, mas mantive minha cota de pessoas por perto, nunca se sabe quando precisaremos de um guarda costas ou como no meu caso, um álibi. 

A vida nunca é fácil quando se é um Malfoy, você faz decisões difíceis e a minha é agora, enquanto finjo não estar melhorando, olhando Astória faltar a seu emprego para cuidar de mim. Em teoria, ela não deveria estar aqui ou ter me  beijado de volta, nem ter saído de perto de mim como um raio. Mas ela ainda está aqui e está desligando a poção, deixando apurar enquanto dança ouvindo uma música retrógrada e que me parecia chata até ser cantarolada na voz baixa e destoada dela. Agora, a música me parece divertida. 

— Logo a poção estará pronta e você terá sua casa de volta. – Ela diz, jogando o pano de prato em cima do balcão. — Seu pé está dolorido? 

— Sim, ainda dói. – Digo, fazendo uma careta ao pisar, mas não dói, eu só quero que ela pense assim e fique, e cuide de mim. Eu nunca me senti cuidado, mesmo pela minha mãe e ela me ama incondicionalmente. 

— Teremos que colocar mais gelo. – Ela se vira para a geladeira, enchendo uma toalha com gelo e vem para o meu lado, se sentando no chão. 

Estou num banco alto, pintando. Venho trabalhando nesse quadro durante meses, para dar a minha futura esposa. Uma mulher que eu mal consigo pensar no rosto, ainda menos agora quando Astória em seu vestido azul senta no chão ao meu lado e ergue a barra da minha calça, colocando gelo no roxo em volta do meu tornozelo. O cabelo dela cai por cima dos ombros, a parte de cima está presa num coque bem arrumadinho, embora eu saiba que ela não penteou o cabelo hoje.

É engraçado, suas imperfeições me fazem sorrir. Uma mulher perfeita é o que meu pai acha que preciso, mas eu não preciso. 

Preciso de Astória. Mas, ela obviamente não precisa de mim. 

— Astória. 

— Sim? – Ela ergue os olhos na minha direção, sei o que ela fez, sei que está culpada pelo que fez. Me correspondi com Blásio e ainda assim, vendo o modo como ela tem cuidado de mim por dias, fazendo essa contra poção, me faz querer ainda mais tê-la. 

Ela é confiável. 

— Não quero que você vá embora. – Não sei o que está acontecendo comigo, a poção de amor vem diminuindo gradativamente e quase não há nenhuma dentro do meu sistema, ela não sabe é claro, e nem eu quero que saiba. 

Gosto da sua companhia. 

— Acredite em mim, você irá querer isso em breve. 

Ela ergue seu rosto para mim, ainda segurando o gelo contra meu tornozelo. 

Me debruço na sua direção, as pontas dos dedos estão sujas de respingos secos das tintas que estou usando para o quadro. Quero pintar ela, quero imortalizar essa mulher como minha, mesmo que eu me encontre incapaz de amar quando não tenho resquícios de uma poção de amor no meu sistema, mas eu a quero. 

— Quero você, Astória. – Minhas costas doem por estar tão inclinado, ela não é baixa, mas está sentada no chão. Ainda assim, ela ergue o rosto e me beija de volta quando eu inicio o beijo. 

Minhas mãos seguram seu rosto e nos movemos sem quebrar o beijo, ela se ergue, eu tento arrumar a postura, cambaleamos, mas meus pés estão no chão trazendo o equilíbrio para nós. 

Ela fica entre minhas pernas, as mãos nas minhas coxas, nos beijamos. É confuso como gosto disso, do cheiro de canela da poção que ela usa no cabelo, de seu toque nada tímido. Ela se ajusta ao meu corpo, acho que estou cometendo um erro, mas não quero aquela contra poção, quero Astória. 

Minhas mãos seguram sua cintura e depois seus quadris, quando ela me beija no pescoço espalmo minhas mãos na sua bunda, por baixo do seu vestido azul.

Ela morde o lóbulo da minha orelha e sinto o arrepio acordando meu corpo, estou me perdendo para ela. Estou me perdendo para uma mulher que não quer ser minha, que nunca me quis. 

Tomo sua boca de volta na minha e ela não resiste, ela não me diz “não”, ela acaricia meu corpo e ela vem para mim, ela vem para o meu tapete e estamos nus um par de horas depois, mesmo quando nosso suor fino derrete as tintas dos meus dedos e suja suas coxas e costas com pequenos pontos de tintas.

Estamos respirando pesado quando acabamos e ela continua deitada ao meu lado, seus olhos estão fechados e me pergunto se ela pensou em Blásio enquanto estava comigo, mas não consigo tirar meus olhos dela.

— Draco? – Ela chama ainda de olhos fechados. 

—Diga. – Será que ela sente meu olhar em seu corpo nu?  

— Isso foi perfeito, podemos repetir depois que eu dormir um pouco. 

E eu sorrio, ao menos o assunto da contra poção foi adiado, ainda terei algumas horas com ela. E depois, não sei o que farei depois. Casar com Daphne enquanto sofro de tesão por sua irmã mais nova? Fugir? Não sei o que farei, mas é muito óbvio que ela não irá me querer depois que eu for incapaz de demonstrar ou sentir amor. 

Talvez beber uma poção de amor tenha sido um favor de Morgana para que eu tivesse isso agora e as lembranças disso muito tempo depois. 


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