O Sol e A Lua escrita por Luana de Mello


Capítulo 7
Esforços que Dão Frutos




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Muito tempo se passou desde que Kurenai decidira ir adiante no treinamento dos seus pupilos, e eles se desenvolviam bem com os outros senseis, cresciam nitidamente, desenvolveram suas habilidades e sua força de forma assombrosa, e pouco a pouco, os dois deixavam as coisas infantis apenas para recreação do fim da noite, a maior parte do tempo eram como pequenos adultos, pensavam e agiam como um, mas nunca deixando de lado a ingenuidade, a leveza e a bondade, e principalmente o carinho um com o outro. Foi difícil para Kurenai lhes explicar o que eles teriam que fazer, ela sentia como se roubasse parte da inocência deles, tão pequenos e puros, e já com um fardo tão pesado nas mãos; mas surpreendentemente, os dois entenderam, mesmo com suas mentalidades ainda se formando em alguns aspectos, eles compreendiam perfeitamente as obrigações e deveres de um Shinobi, e assim se passaram mais de um ano e meio, e agora faltando dois meses para Naruto completar sete anos e quatro meses para Hinata, eles já estavam em meio caminho andado. Com Kakashi, eles aprenderam táticas de batalhas, emboscadas, estratégias e tudo mais relacionado; com Gai, era o Taijutsu, e eles o adoravam, chegaram até mesmo ao ponto de usar aqueles macacões verdes estranhos que Hinata achava horríveis, só para agradar o sensei, mas se dedicavam muito em seus treinos que sempre eram tão intensos; com Ibiki, eles aprendiam Ninjutsu Rank-S, principalmente os utilizados em interrogatórios, e esses treinos os fez ter pesadelos algumas noites, mas logo se habituaram às táticas do sensei; Itachi ficara responsável pelo Genjutsu; Ebsu era responsável por treinar o seu controle de chakra, a disciplina e Jutsus de combate, embora o fizesse um pouco contrariado, apenas porquê o Hokage solicitara, e com Anko ficou com a parte prática de tudo que os outros senseis ensinaram, testando e aperfeiçoando o que pudesse, além de lhes ensinar sua própria especialidade. Kurenai os treinava ainda, mas apenas exercícios e simulados de missões, para por em prática as lições dos outros treinos, e Asuma também ajudava, ensinando tudo que sabia sobre armamentos ninjas.

— Tenta de novo, Naruto! — Itachi ordena sério — Dessa vez, mantenha os sentidos mais aguçados. Hinata, precisa corrigir o selo de mãos. Se concentrem no Chakra de vocês e vão conseguir distinguir.

— Sim, sensei! — eles falam em uníssono.

Os dois pequenos se corrigem e aguardam a nova leva, estavam nisso a horas, tentando impedir Itachi de colocá-los em um Genjutsu, tinham que saber identificar o que estava errado, o que estava diferente do normal, e o que os fazia cair no Genjutsu; nos primeiros dias, Itachi começou com coisas leves, como identificar imagens falsas entre as verdadeiras, saber reconhecer se estavam no ponto certo da floresta ou em um lugar inventado, mas agora não era mais assim, e logo os dois já sabiam para quê servia o Genjutsu e por quê era algo tão temido. As crianças estavam realmente se esforçando, odiavam cair em um Genjutsu, ainda mais por quê agora, Itachi os fazia reviver os piores momentos de suas vidas, Naruto via toda vez que caia, a mulher que o criou por três anos da sua vida o batendo, o fazendo dormir no frio e deixando que passasse fome, o menino até já havia se esquecido dessas memórias, mas parecia que agora elas estavam mais nítidas; Hinata se via presa dentro do clã, com seu a pai a lhe gritar e chamar de inútil, de fraca enquanto Ko lhe batia com as varas, ou se via tendo os cabelos picotados de forma tão brusca, que lhe cortaram a nuca, aquilo era tudo que ela não queria reviver, tudo que desejava enterrar bem no fundo de sua alma. Nos primeiros dias que entraram nessa etapa do treinamento, os dois ficaram muito abatidos, não se alimentavam, não falavam muito e nem brincar mais queriam; Kurenai se assustara e pensara que introduziu essa etapa cedo demais, que fora precipitada, mas logo fora surpreendida por seus pequenos, depois de uma noite chuvosa, em que os dois choraram abraçados, quietinhos no quarto para não acordar a tutora. Enquanto a chuva forte batia na janela do quarto dos pequenos, eles choravam aquelas dores do passado, eles sentiam que doía, mas não sabiam dizer onde, apenas sentiam; e naquele momento, prometeram um ao outro, que nunca mais deixariam ninguém lhes fazer mal, que sempre estariam juntos e aquela foi a força que precisavam para se recuperar daquele baque emocional, bastou isso para acalmá-los e eles dormiram pela primeira vez no mesmo lado da cama, para acordar no outro dia mais determinados do que nunca a vencer aquela etapa, para não permitir que ninguém os fizesse passar por aquilo novamente.

Essa determinação deu frutos, eles já não ficavam presos tanto tempo, já conseguiam se liberar das ilusões e por mais que ainda fossem pegos, eram somente quatro de cada dez vezes que Itachi lançava o Genjutsu; isso o deixava orgulhoso, seus alunos, como passou a chamá-los, eram crianças talentosas, só precisavam da condução certa, e o Uchiha viu isso no primeiro dia, quando se surpreendeu por eles já conhecerem o conceito básico do Genjutsu, e Kurenai lhe explicara que os dois acordaram duas horas mais cedo só para estudar o assunto nos seus livros. Em compensação em casa, seu irmão ficava cada vez mais arrogante, odiava quando seu pai perguntava a Itachi como iam as aulas, e o mais velho contava com orgulho os progressos de Naruto e Hinata, Sasuke se irritava com isso e deduzia que era mentira do irmão, que apenas dizia aquilo para provocá-lo, ele até tentara seguir Itachi para ver se era verdade, mas acabou dando voltas e mais voltas na floresta, sem saber para que direção iria e desistiu por fim. Agora, enquanto via os dois concentrados a sua frente, Itachi pensava em como fazer seu irmão mudar de atitude, e fazer seu pai desistir daquela maluquice contra a vila, antes que fosse tarde demais; ele se concentrava em tentar fazer os dois caírem no Genjutsu, mas estava surpreso por isso não ter acontecido ainda, até que sentiu algo estranho, como uma névoa lhe cobrindo os olhos e de repente a paisagem mudou, não estava mais na floresta, estava no monte Hokage e um vento forte lhe batia no rosto, e logo viu algo que fez sua alma querer sair do corpo, viu seu irmãozinho caindo do precipício, o corpo ensanguentado e desacordado, e sem pensar duas vezes, Itachi se atira para pegá-lo por impulso, mesmo sabendo que era mentira, quando consegue se libertar, ele senta-se no chão cansado e olha para os pequenos que estão igualmente ofegantes.

— Isso foi muito bom, parecia bem real. — Itachi elogia — Se continuarem assim, logo não conseguirei mais sair.

Estava atordoado demais para dizer qualquer outra coisa, eles não só repeliram o seu Genjutsu, como o fizeram cair em um também, e ainda descobriram seu maior ponto fraco; não era a toa que Hiruzen estava apostando todas as suas fichas neles.

— Quando seu byakugan estiver mais forte, nada vai conseguir enganar esses seus olhos Hinata, e você Naruto, com esse chakra todo, vai ser capaz de criar Genjutsus terríveis. — Itachi comenta e os vê se retraírem um pouco, eles ainda não estavam totalmente a vontade com o que descobriram que fariam — Eu tenho que ir, está quase na hora da Anko, no próximo treino eu vou pegar mais pesado, então se preparem, até pirralhinhos.

— Até, Itachi-sensei. — eles respondem juntos.

Sentam-se então, no chão da floresta, um de costas para o outro para aguardar a próxima sensei, que tinha avisado que o próximo treino seria a noite; os dois pegaram esse habito depois do primeiro dia com ela, que os pegou desprevenidos em uma armadilha, desde então ela tenta surpreende-los novamente e eles tentam não ser surpreendidos, virou um ritual antes do verdadeiro treino. Anko lhes explicara que em uma missão, sempre seriam pegos de surpresa e deveriam estar prontos para tudo, e por isso os testaria de todas as formas possíveis, e eles aprenderam bem rápido a lição, sempre que tinham ela por sensei do dia, evitavam deixar brechas para serem usadas contra eles.

— Que será que vamos caçar hoje, Hinata-chan? — Naruto pergunta, escorando a cabeça nas costas da menina.

— Não sei, mas da outra vez foi um coelho, hoje talvez seja algo maior. — ela responde baixinho, perscrutando as árvores a frente.

— Eu só não quero matar nenhuma lacraia de novo, bicho mais gosmento! — Naruto retruca e faz cara de nojo, perante a lembrança e sente Hinata rindo atrás de si.

Nas primeiras aulas com Anko, os dois sofreram o primeiro confronto psicológico, eles com seus seis anos na época, que não sabiam nem o que era a morte, aprenderiam a matar; mais uma vez, os ensinamentos e os conselhos, sem falar no amor e carinho de Kurenai com eles, foram necessários, a mulher teve que ter uma boa conversa com os dois, e explicar que no mundo ninja, existiam pessoas cruéis e que faziam mal à outras pessoas, e por vezes um Shinobi encontra essas pessoas durante as missões e precisa se defender ou até mesmo lhes tirar a vida, para que não tirem a sua e evitar que machuquem outras pessoas, e esse era seu dever como ninja. Kurenai achava que Anko não devia introduzir essa etapa tão cedo, devia ensinar-lhes apenas o rastreamento,  infiltração e resgates, mas como eles não eram mais somente seus pupilos, não poderia contestar as decisões tomadas por Anko, e mais uma vez eles passaram por dificuldades de adaptação, mas quando em uma das conversas, Kurenai lhes explicara que um ninja faz todo o possível para proteger sua vila e pessoas inocentes, a visão das crianças parece ter mudado desde então, e mesmo que não gostassem do que faziam, não reclamavam mais, deixavam para discutir seus anseios a noite, enquanto estavam deitados e ficavam cochichando baixinho até altas horas da madrugada.

— Acho que a gente vai saber logo. — Hinata murmura atenta e saca sua kunai.

— Ela está aprontando de novo. — Naruto suspira e também pega a sua arma.

— Ela nunca vai mudar. — a menina ri um pouquinho.

Quem os visse assim, conversando e fazendo graça numa situação daquelas, pensaria que eram dois Genins, até por que, suas falas e o uso das palavras não condiziam com sua idade; no momento seguinte, foram engolidos por bombas de fumaça e imediatamente estavam em pé, Naruto fechou os olhos, não poderia ver mesmo, então teria que usar seus outros sentidos, e Hinata ativou seu byakugan e se preparou para o ataque. Logo foram cobertos por uma chuva de shurikens e kunais vindas de todas as direções, as quais eles desviaram e rebateram com maestria e agilidade, se defendendo e defendendo um ao outro; Naruto sabia perfeitamente onde Hinata estava, e a garota sentia o chakra dele bem nítido atrás de si. Anko que assistia a desenvoltura dos dois de cima de uma árvore, sorria de lado, apreciando o show dos seus pupilos; ela se fazia de durona e insensível, mas a verdade era que também tinha se apegado aos dois, era simplesmente impossível não amá-los. Quando a fumaça baixou e os dois pararam de ser alvejados, a mulher desceu da árvore batendo palmas sarcasticamente.

— Vocês melhoraram fedelhos, conseguiram sentir minha presença antes do ataque, isso é bom, estão mais sensíveis e sua percepção está muito aguçada. — Anko elogia e sorri debochada — Que pena, achei que hoje eu teria churrasco de filhotinho de raposa e sobremesa de princesinha delicada.

Os dois já estavam acostumados com os deboches dela, durante os meses que se passaram, Naruto e Hinata se habituaram com as manias e trejeitos dos seus senseis, se moldaram a personalidade de cada um, e com Anko, eles sabiam que aquele era seu jeito de demonstrar carinho por eles.

— Agora eu vou me sentar aqui e esperar que tragam a presa, hoje é por conta de vocês e eu aconselho a escolherem bem. — ela sentencia e se senta no chão, pega um livro no bolso e passa a lê-lo.

— Tudo bem. — Naruto concorda e Hinata encolhe os ombros.

Essa foi a primeira vez que Anko os deixara por conta, e eles sabiam que aquilo deveria ser um teste, eles se entreolharam e concordaram mudos, deixando a mulher satisfeita pela perspicácia dos dois; eles saem em disparada por entre as árvores, tencionando tomar a maior distancia possível da sensei, para que pudessem montar um plano de ação. A lua já brilhava alta no céu, quando por fim chegaram a um local bem estratégico em sua opinião, eles pararam em cima do galho grosso de um grande choupo, Naruto aguardava Hinata confirmar se estavam seguros e só então ele falaria.

— Por que acha que ela fez isso? — o menino pergunta fitando os olhos de lua, que pareciam brilhar mais no escuro.

— Eu não sei ainda, Anko-sensei disse pra ter cuidado na escolha. — Hinata rebate pensativa — Vamos dar uma volta e ver o que encontramos, depois decidimos o que fazer Naruto-kun.

Ele concorda e logo os dois estão em movimento de novo, saltam entre as árvores e analisam cada possível toca, sempre tomando cuidado, afinal, como aprenderam com Anko, a noite era o horário dos predadores também. Cobriram boa parte da floresta, avistaram vários esquilos, coelhos, faisões e até duas corujas, eram todos animais que poderiam ser sua caça, mas não pareciam o animal certo, aquela noite parecia ter um motivo diferente, ou a sensei não teria dito para procurarem sozinhos; até os olhos de Hinata captarem algo incomum e ela parou abruptamente, ato que chamou a atenção de Naruto, que rapidamente se colocou ao seu lado.

— O que foi, Hinata-chan? — ele pergunta preocupado.

— Aquela gatinha, vai ser pisoteada pelo cervo. — Hinata responde e aponta em uma direção — Ela e os filhotes.

Sem precisar de mais uma palavra, os dois se voltam para a direção apontada pela menina, já haviam escolhido a presa afinal, Naruto saca sua kunai e faz um sinal a Hinata, assim que os dois se posicionam, o animal está prestes a pisar na cabeça da gatinha, quando os dois agem; Hinata salta e pega a bichana e seus filhotes antes que os cascos os alcancem, e Naruto se dirige ao cervo de tamanho médio, já com os chifres despontando na cabeça, ele com certeza seria um macho alfa um dia, e por isso já era tão violento agora. O animal nem percebe nada, tão rápida que é a ação, em um momento estava se empinando imponente, para desferir a patada final na mãezinha felina, e no outro estava caído ao chão, com Naruto segurando firme a kunai abaixo de sua pata esquerda, entre as costelas, foi um golpe limpo e indolor, direto no coração, o pequeno cervo nem gritou, bem como Anko ensinara. Quando se levanta, Naruto olha para o corpo inerte do animal com certo dó, mas não poderia permitir que a gatinha fosse morta e possivelmente seus filhotes também, ou que eles ficassem órfãos de mãe, ainda tão pequenos e indefesos como ele ficou; Hinata pensava da mesma forma, ela tinha plena consciência de que tiraram uma vida, mas salvaram outras três. Naruto carrega o corpo do animal nos ombros e Hinata a pequena família felina, que ronrona em seus braços, se sentindo acolhidos, eles vão até o rio próximo e o garoto se coloca a limpar a caça do dia, retira a pele com cuidado para não danificar, limpa a carne e retira as partes que não ocupam, se livrando delas em seguida, abre o cervo e retira suas entranhas, também as descartando; essa parte eles já estavam bem acostumados, afinal Anko os iniciara nessas lições, os fazendo limpar os animais que ela pegava, e só depois que eles se acostumaram a ver a morte de forma tão crua e nítida, depois que pararam de chorar no processo, é que ela os fez começar a caçar. Anko sabia que isso era pesado demais, e ainda mais eles sendo duas crianças, mas não tinha outro jeito, nesse mundo ninja, ou você mata ou você morre; e as lições os ajudavam, eles aprenderam a seguir pistas, diferenciar pegadas, ouvir e analisar os locais, aprenderam a ser silenciosos, rápidos e precisos, e ela se orgulhava deles, por mais que fossem apenas dois fedelhos que mal saíram das fraldas, como ela dizia, quando Anko lhes dava uma ordem ou um alvo para abater, eles eram atentos, disciplinados e imparciais como qualquer outro Shinobi, as vezes mais do que qualquer um.

— Vamos voltar, Hinata-chan? — Naruto pergunta com a caça nos ombros.

— Vamos, Anko-sensei deve estar impaciente. — Hinata responde pegando os felinos nas mãos novamente, ela havia os largado para ajudar Naruto e agora lavava as mãos no rio.

O caminho da volta é feito em silêncio, como sempre, eles nunca debatiam o que faziam na floresta, e também por que leram em um de seus novos livros, que Anko lhes dera especialmente para essas lições, que o silêncio demonstrava respeito pela caça abatida. Ao chegarem até clareira onde Anko estava os aguardando, a encontraram sorrindo abertamente, pela primeira vez em todo esse tempo de treinamento, ela nunca demonstrara tamanha felicidade; o que eles não sabiam, é que Anko os seguira o tempo todo, ela havia deixado várias de suas serpentes em diversos pontos da floresta, assim recebia as informações do que seus pupilos estariam fazendo. Anko estava feliz, por quê os dois demonstraram saber diferenciar bem quem era inocente e quem era um agressor, escolheram bem o alvo e agiram com retidão de julgamento, mostrando que mesmo tendo pouca idade, eles sabiam diferenciar o certo do errado, e sabiam que muitas vezes, era preciso fazer coisas desagradáveis para manter tudo no caminho certo. Sem dizer mais nada, eles partem em direção a cabana, já se sentindo exaustos pelo longo dia; isso também mudou durante esse um ano e pouco, agora os dois conheciam aquela floresta como a palma da mão, e isso os tornava praticamente independentes de Kurenai, e isso afligia a mulher, mas também a deixava contente, eles haviam crescido e muito. Ao chegarem a frente de casa, viram a porta aberta e ouviram conversas altas, provavelmente Kurenai os aguardava com visitas, Anko sorriu satisfeita, poderia mostrar o progresso dos dois a todos.

— Vamos mostrar a Kurenai-san o progresso dos dois. — ela fala e seus olhos brilham de expectativa.

Anko entra na cabana com um sorriso no rosto, e encontra Kakashi, Hizashi, Natsume e Neji, Shikaku, Yume e Shikamaru, acompanhados de Ino e Chouji; a mulher se esquecera que aquela era a noite da reunião mensal com Kakashi, que repassaria ao Hokage os progressos dos dois, e as coincidia dos Nara's e os Hyuuga's irem até a cabana visitar Naruto e Hinata e para que os filhos fossem brincar com as crianças.

— Yoh Anko, achei que iria esgotar eles mais um pouco. — Kakashi fala chamando a atenção para a porta.

— Não, eles foram bem rápidos dessa vez. — Anko responde orgulhosa e dá passagem para os dois.

Assim que os olhos dos demais recaem sobre as crianças, eles ficam lívidos, encontram na porta Naruto com a roupa ensanguentada segurando um jovem cervo nas costas, e Hinata também com a roupa suja de sangue e três gatos nos braços, Yume e Natsume sufocam um grito na garganta, enquanto os outros ficam estáticos, os únicos que sabiam que tipo de treinamento Anko estava fazendo, eram Kurenai, Kakashi e Hiruzen, o restante acaba de descobrir. As outras quatro crianças os olham assustadas, Chouji mais que todos, nunca vira nada parecido em sua vida, Ino não consegue entender se está com medo ou qualquer outra coisa, Neji se espanta muito ao ver sua pequena prima daquela forma, jamais pensou que Hinata pudesse ser violenta, e Shikamaru, depois do susto inicial, dá um sorrisinho de lado, ele com sua enorme inteligência, já desconfiava pelo que os amigos estavam passando. Vendo as expressões de todos, Anko resolve falar logo.

— Hoje, Naruto e Hinata venceram mais uma etapa do treinamento, e usaram tudo que nós viemos lhes ensinando. — Anko fala e todos prestam atenção nela — O treino de hoje era na verdade um teste, que eles passaram sem nenhuma dificuldade; todas as vezes, eu dava um alvo e eles deveriam abater, não importava o que fosse, desde uma lacraia venenosa da Floresta da Morte, até um coelho fofo. Assim eles aprenderam a não se enganar pelas aparências, a não se deixar levar pelas emoções, mesmo que ainda as sintam, eles cumpriram todas as ordens; hoje eu disse que eles poderiam escolher, e mais cedo havia colocado essa gata e seus filhotes na floresta e esperava que os dois os encontrassem, e foi o que aconteceu, e eles os encontraram quase sendo pisoteados por esse cervo. Podem imaginar o que aconteceu, e eu digo que eles aprenderam a lição muito bem, por mais inocente que o cervo pareça, ele mataria a gata e as crias, que não teriam nem chance de defesa; Naruto e Hinata agiram como dois Shinobis hoje a noite, salvaram os gatinhos e cumpriram minhas ordens. Claro que quando é um animal assim, eu os faço limpar a caça e trazer pra casa, não vou desperdiçar uma vida assim e nem eles.

— Vocês estão malucos? Eles são crianças! — Natsume fala exasperada e é segurada por Hizashi.

— Natsume, todos as crianças da vila passam por isso, Naruto e Hinata só estão começando mais cedo. — Hizashi contém a esposa.

— Mas Hizashi-san, nenhum dos nossos filhos já teve que abater um alvo. — Yume dá apoio a Hyuuga.

— Eu já tive, Yume-san, já estive no mesmo lugar que eles estão agora, já vi também o que a guerra é capaz de fazer. — Kakashi fala chamando a atenção para si — Acredite, é melhor que eles estejam preparados, é melhor saber "abater um alvo" do que ver seus companheiros abatidos.

— Mas... — Natsume começa a protestar, mas é interrompida por uma vozinha fina.

— Tia Natsume, sabe quantas pessoas más existem por aí? Naruto-kun e eu sabemos, nós lemos os livros de história, já sabemos quanta coisa ruim eles já fizeram, e muitos estão livres cometendo mais maldades. — Hinata fala calma, surpreendendo a todos, e deixando Kurenai com um sorrisinho no rosto — Eu não quero que essas pessoas cheguem a essa vila, não quero que machuquem meus amigos, nem minha família, e por isso eu me esforço para ser forte, por que assim eu posso proteger a todos, esse é meu dever como Kunoichi.

— E vamos fazer isso, não importa como temos que fazer, igual meu pai e minha mãe fizeram! — Naruto afirma sério, mostrando a todos que já conhecia a história.

O menino caminha até Kurenai e lhe entrega a caça, enquanto Hinata deixa os gatinhos no chão, eles se dão as mãos e sem dizer mais nada, saem da sala indo até o banheiro, precisavam de um banho e de um pouco de sossego; assim que os dois fecham a porta, Kurenai encara a Hyuuga que assistia a cena com um olhar mais reprovador ainda.

— Shikamaru, você poderia ir no quarto separar os jogos? — ela pede e o menino entende que aquela seria uma conversa de adultos e chama os outros três e fecha a porta — Natsume-san, eu entendo perfeitamente a sua preocupação, mas eles não são sua responsabilidade, eles são minha responsabilidade, Hinata está sob minha tutela até completar seus sete anos, então eu te agradeceria se parasse de agir como se estivéssemos maltratando ela, como o seu clã fez desde que ela nasceu. Hinata está sendo treinada para ser uma grande Kunoichi, e diferente das outras crianças, ou eles são ninjas desde sempre, ou não vão durar nem o primeiro dia de missão.

— Isso é loucura Kurenai-san! Hinata é só uma menina, e desde quando Naruto e Hinata tem esse tipo de intimidade?! — Natsume se descontrola mais ainda e aponta para a porta do banheiro.

— Você é doente! Realmente pensa neles com essa maldade? Com essa malícia? Eles não são assim, são ingênuos, não se veem com esse olhos, como você está insinuando! — Kurenai sibila as palavras com raiva, como aquela Hyuuga tinha a capacidade de pensar algo assim do seu menino? — Venham, venham as duas ver toda a maldade e perversão que você disse ter na relação dos dois, Natsume!

Kurenai sai pisando duro em direção ao banheiro, sendo seguida por Yume e Natsume, a Nara estava extremamente constrangida pela situação que a amiga criara, sabia que não existia nada daquilo que a mulher ao seu lado dizia acontecer naquela cabana; Natsume por outro lado, estava indignada demais para perceber a própria falha, e nem notara que envergonhara a própria família com aquela atitude. Ao chegarem a porta, as três mulheres ouvem gargalhadas baixinhas e Kurenai bate a porta antes de abrir, e quando ela o faz, encontram os dois na banheira totalmente cheia, e bolhas de sabão por todo lado, e Hinata e Naruto fazendo barbas de espuma em si; os dois olham para a porta e sorriem docemente para sua tutora.

— Tudo bem por aqui? — Kurenai pergunta disfarçando a irritação que sentia — Precisam de alguma ajuda?

— Não Kurenai-san, a gente já terminou. — Naruto fala enxaguando o rosto e saindo da banheira para se secar — Eu posso só fazer um lanche hoje? Quero ir dormir cedo.

Natsume fica a ponto de explodir quando vê a cena, mas Yume toca seu braço calmamente e aponta para Hinata, que nem prestava atenção no menino, ela estava concentrada em Kurenai e em enxaguar seus cabelos. Quando termina, a menina também se levanta e passa a se secar, como se estivesse só ela ali no banheiro, os dois vestem seus pijamas e deixam a banheira escoando a água utilizada, saem dali sem se importar com os olhos esbugalhados de Natsume, e partem para o quarto para brincar um pouco com os amigos.

— Agora que você viu, eu te agradeço se nunca mais insultar Naruto dessa forma, ele é um menino doce e gentil, e já sofreu mais do você pode imaginar! E não se preocupe Natsume, aqui eles aprendem a serem ninjas, e por mais que isso exija muito dos dois, não acho que já tenham idade para saber o que é essa 'intimidade' que você fala. — Kurenai fala de uma forma tão contida e baixa, que faz a outra mulher se encolher acuada — E vou repetir mais uma vez, Hinata é uma Kunoichi de Konoha em treinamento, não pertence mais ao clã Hyuuga, embora ainda carregue esse nome desgraçado, então não cabe a você decidir como ela treina ou não, e não se esqueça que eram vocês que batiam, espancavam e torturavam essa criança, então pare de opinar no que diz respeito aos meus pupilos!

Natsume estava perdida demais para responder qualquer coisa, encarava Kurenai sem saber o que fazia, e quando pensa em fazê-lo, sente as mãos de Hizashi a puxando.

— Acho que já está tarde, devemos ir embora. — Hizashi fala a puxando pelos ombros, não queria que a esposa causasse uma confusão e fossem impedidos de ver Hinata.

— Acho que é melhor mesmo, podemos pegar as crianças? — Shikaku pede se sentido envergonhado.

— Podem deixar que eles durmam aqui, não há problema algum nisso. — Kurenai fala calmamente e se dirige para a cozinha onde Anko e Kakashi estão.

— Eu darei o relatório ao Hokage, por hoje acho que era isso, Kurenai-san. — o Hatake fala se dirigindo a porta.

— Avise aos fedelhos que desejei boa noite e que nosso próximo treino será daqui a três dias, amanhã será dia do Ibiki e do Gai, preciso resolver algumas coisas e trocamos. — Anko também se despede.

As duas famílias se dirigem a saída, e Hizashi tenta faze rum pedido de desculpas, mas Kurenai lhe faz um sinal, indicando que não é necessário; eles partem então para a noite, os dois homens envergonhados demais pelo que ocorrera, tanto que nem conseguiam manter alguma conversa, como sempre faziam quando saiam dali. Depois que todos partem, Kurenai se dirige até a cozinha, para preparar um lanche nutritivo para seus pequenos, que deviam estar cansados e guardar a caça que deixara na pia.

No quarto, os pequenos brincavam e riam com os amigos, fazendo fleches de luz para que os gatinhos e a mãezinha, que entraram no quarto atrás deles, brincassem; eles davam boas gargalhadas, nem pareciam as mesmas crianças que abateram um animal poucas horas atrás. Minutos depois, Naruto fica muito quieto, sentado com as pernas cruzadas no chão, os olhos fechados e a expressão serena; e quando Ino vai tocá-lo para lhe chamar a atenção, é impedida por Hinata, que lhe segura a mão. A pequena menina não gostava dessa mania de Ino de ficar tocando em Naruto, se sentia muito incomodada com isso, e geralmente se emburrava quando acontecia, e só voltava a brincar normalmente, quando Naruto lhe pedia; ele também não gostava do jeito espalhafatoso de Ino, e já dissera isso várias vezes a amiga, as únicas pessoas que ele permitia que o abraçassem toda hora, eram Kurenai-san, Kakashi-san, o vovô e Hinata-chan, ninguém mais.

— Não toca, ele está se concentrando. — Hinata fala, chamando a atenção dos outros meninos.

— O que Naruto está fazendo, Hina? — Shikamaru pede curioso.

— Ele está indo conversar com a raposa-san. — Hinata explica de forma simples, já estava acostumada, todos os dias no mesmo horário, Naruto fazia aquilo.

— Com quem? — Neji pergunta perdido.

Mas quando a menina ia responder, Naruto abre os olhos e encara todos ali de forma séria, até seus olhos recaírem sobre Hinata, e ficarem os mais gentis do mundo.

— Ele quer ver você também, Hinata-chan. — Naruto fala e ela prontamente se senta igual ele, já havia feito isso outras vezes.

— Espera, o que vocês estão fazendo? — Ino pede confusa.

— Vamos ir ver meu amigo. — Naruto responde simplesmente — Querem ir também?

— Como faz isso? — Chouji pede interessado, desde que se tornou amigo daqueles dois, ele estava mais solto e interagia melhor com os outros.

— Sentem no chão como nós, deem as mãos e fechem os olhos, se concentrem e Naruto-kun fará o resto. — Hinata ordena, ela sempre é mais incisiva que Naruto.

Assim que eles fazem o que a menina mandou, Naruto volta a fechar os olhos, ele se concentra no chakra de todos ali, até que finalmente ele consegue a conexão; no momento seguinte as seis crianças se encontram naquele lugar escuro, com barulho de água constante, e quando quatro delas abrem os olhos, se assustam por não verem mais o quarto. Naruto chama os outros com a mão, indicando o caminho, e eles dão passos vacilantes o acompanhando, Hinata corre na frente, ela adorava ir ali. Eles param de frente para as grandes grades, e se tremem inteiros ao verem dois olhos muito vermelhos do outro lado e dentes enormes, e finalmente quase desmaiam quando veem a grande raposa vir até a pouca luz do local, com suas enormes caudas balançando atrás de si.

— Raposa-san! — Hinata o cumprimenta feliz.

— Hyuuguinha, você veio. — a raposa baixa o rosto para a menina lhe tocar o nariz, como gostava de fazer, mesmo que isso lhe causasse um pouco de dor por conta do selo.

— Eu senti saudade. — a menina declara e arranca um sorriso da Bijuu, e então os olhos vermelhos recaem sobre os demais.

— Hoje temos mais visitantes, fedelho? — ele pergunta a Naruto com seu habitual sarcasmo.

— Esse são meus amigos também, raposa-san! Eles queriam saber o que eu estava fazendo, então trouxe eles aqui. — Naruto fala e dá de ombros.

— Interessante. — a raposa fala, analisando as outras crianças — Não vão se apresentar pequenos vermes? Isso não é muito educado!

Quando escutam aquilo, os quatro parecem sair do seu transe, estavam com medo, mas estranhamente interessados na grande raposa a sua frente, eles sabiam quem era, não eram tontos a esse ponto; com passos ainda vacilantes, eles vão a frente, de mãos dadas e olhos arregalados, e quando se aproximam, a Kyuubi sorri travessa, estava se divertindo com o terror das crianças.

— Eu sou Hyuuga Neji. — o pequeno anuncia, tomando para si a dianteira por ser o mais velho do grupo.

— Eu sou Nara Shikamaru. — o outro menino se apresenta, sentindo as pernas bambas.

— Eu sou Yamanaka Ino. — a menina fala estufando o peito, mostrando o quão orgulhosa e confiante era desde agora.

— Eu... eu...— Chouji tenta, mas o pavor lhe rouba a voz.

— Vamos lá fedelho, me diga seu nome, eu não vou te morder. — a Kyuubi brinca.

— Akimichi Chouji. — ele por fim consegue falar.

— Mais um Hyuuga, um Nara, uma Yamanaka e um Akimichi fofinho, você tem amigos interessantes moleque. — a raposa gargalha, assustando os pequenos — Suponho que, pelas suas reações, já saibam quem sou, mas vou dizer mesmo assim, eu sou a Kyuubi, a raposa de Nove Caudas, ou raposa-san como esses dois fedelhos me chamam, e vivo dentro do Naruto desde o dia que ele nasceu, fui selado aqui pelo pai dele, Namikaze Minato, antes disso que vivia preso dentro da mãe dele, Uzumaki Kushina.

— Ouh, você é a raposa que atacou a vila! — Chouji fala, impressionado demais para se conter.

— Você é inteligente, fofinho. — a Kyuubi gargalha de novo, estava gostando daquela atenção.

— Então você é uma das Bijuus, uma das nove bestas com caudas que contam nos livros. — Shikamaru fala, já mais calmo.

— E você é mesmo um gênio Nara, mas o detalhe é que sou a Bijuu mais forte. — ele rebate, cheio de si.

— Nossa, agora entendo o que os adultos tanto falam de você Naruto. — Neji se pronuncia abismado.

— Ele é legal, não é? — Naruto pergunta animado, estava feliz de apresentar a raposa aos seus amigos.

— Ele é enorme. — Ino responde sem esconder a admiração — Como pode estar dentro de você, Naruto-kun?

— Como eu disse, o pai dele me selou aqui. — a raposa fala analisando a cena — Ei Hyuuguinha, vem aqui, eu queria um carinho no nariz.

A menina vai prontamente até ele, estava quieta desde que os outros começaram a conversar com a raposa, ela por mais que não soubesse, estava com ciúmes de Naruto, e a raposa sabia, sentia as emoções da menina mais intensamente que os demais, por ela estar tão ligada ao seu Jinchuuriki; não poderia permitir que os pequenos tivessem emoções negativas ali, ou poderia 

se descontrolar, e por isso exaltaria a pequena perante os demais, e nada mais justo, já que ela fora a primeira criança a olhar seu hospedeiro com gentileza e carinho, coisas que ele sentia por intermédio de Naruto.

— Você viu nossa caça hoje, raposa-san? — a menina pergunta enquanto desliza as mãozinhas pelo nariz da Bijuu.

— Vi sim, você fez um belo trabalho, são uma boa dupla. — a raposa a elogia e gira seus olhos para o menino que está perto da grade — Você sempre deve confiar nessa Hyuuga, Naruto! Ela será sua companheira por toda vida, e só com ela poderá ser verdadeiramente forte.

A Kyuubi sabia que eles não entendiam muito do que ele falava, não sabiam o que sentiam direito, mas não custava dar uma mãozinha para o destino, ainda mais quando notara que acabara de surgir outra opção, mas ele não permitiria que seu Jinchuuriki se desviasse do caminho e acabasse sem a pequena Hyuuga; ele já sabia como os dois terminariam, já tinha previsto, agora era só dar tempo ao tempo e esperar que os dois fizesse a descoberta. E a raposa jamais viu união assim, tão forte e cheia de sentimentos bons, a única que vira semelhante, fora as dos pais do menino; e sinceramente, lhe agradava muito viver cercado pelas boas emoções que a menina causava no pequeno Uzumaki, o fazia se sentir como fora nos primeiros anos de sua existência, quando ainda não conhecia a maldade dos homens.

— Eu sei disso raposa-san, nunca vou sair do lado da Hinata-chan! — o menino afirma, encarando Hinata com tanto carinho, que seus olhinhos azuis transbordam sentimentos líquidos.

— Vocês vão ficar, e tenho certeza que seus amigos estarão nessa caminhada também. — a raposa fala pensativa, pressentia que algo grande aconteceria no futuro, mas sabia que aquele grupo estaria unido contra tudo.

Eles ficam conversando e tirando algumas dúvidas com a raposa, que com o tempo passara a dar dicas para ajudar no treinamento dos dois, a Kyuubi havia realmente se apegado aos dois, e via em Naruto, resquícios da personalidade do seu criador. As outras quatro crianças se soltaram aos poucos e foram perdendo um pouco do medo inicial, mas ainda davam pulos quando a raposa se movimentava muito rápido, ou quando ria muito alto; eles tiveram que ir, Kurenai os chamava para jantar.

— Até mais, raposa-san. — os dois se despedem da Kyuubi, e Hinata como sempre, lhe faz um carinho no nariz antes de ir.

— Até mais, pirralho. — ele responde e sorrio os vendo sumir — Esse moleque torna meus dias melhores, esse era seu plano Yondaime? Se era, está funcionando, nunca gostei tanto de um humano, como gosto do seu filho.

Depois do lanche e de alimentarem os três gatinhos, Kurenai ajuda as crianças a colocarem os dois colchões no chão, visto que não daria para dormirem todos na cama; com tudo pronto, os seis se deitam para dormir, Chouji, Shikamaru e Neji em uma ponta, Naruto, Hinata e Ino, que disse que sua mãe não permitia que dormisse ao lado de um menino, na outra ponta. Naruto sentia as costas doendo e as pernas latejavam, não conseguia dormir, ouvia os seus amigos ressonando, mas ele não conseguia; a todo momento ficava lembrando das coisas que fizeram naquele dia, e das muitas outras que teriam que fazer, e também estava preocupado, sabia que dali a dois meses, Kurenai-san teria que ir embora e o menino não queria isso, gostava de tê-la ali com eles. Sentiu Hinata se movendo no colchão e abriu os olhos, ela também não conseguia dormir, estava com as mesmas preocupações do garoto, e algumas coisas a mais que a estavam incomodando.

— Está acordado, Naruto-kun? — a menina sussurra baixinho.

— Sim Hinata-chan, também não consegue dormir? — ele pede, se virando de frente para ela.

— Não, você acha que vamos conseguir fazer tudo que o vovô pediu? — Hinata pergunta, externalizando suas dúvidas.

— Acho que sim, a gente está se esforçando né? — ele responde e entrelaça sua mão com a da menina — A gente vai deixar o vovô orgulhoso e vamos proteger a vila.

— E você nunca vai deixar de ser meu amigo, não é Naruto-kun? — Hinata pergunta, deixando claro seu maior medo.

— Claro Hinata-chan, nós sempre seremos amigos, é para a vida toda, a gente vai ter um casamento, lembra? — Naruto afirma com carinho, era verdade, ele nunca deixaria de ser amigo de Hinata.

Depois disso, a menina consegue se acalmar, e lentamente seus olhinhos vão se fechando e ela cai em sono profundo, cansada demais para se manter acordada por mais tempo; vendo Hinata dormir, Naruto finalmente sente seu sono se apoderando dele, tendo plena certeza de que acontece o que fosse em seu futuro, ele sempre estaria com Hinata ao seu lado.


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