Unstable companion escrita por Keyla Cardoso


Capítulo 23
Capítulo 22 -Final


Notas iniciais do capítulo

Bom... Demorei mas cheguei.

Esse é o último capítulo oficial. Mas eu ainda voltarei com o epílogo, então me aguardem que eu voltarei.

A leitura é o alimento da alma, bom apetite.



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 Paul e Jacob correram pela floresta. Sam e os outros já estavam na clareira, então eles se apressaram e rapidamente chegaram até eles. 

“Até que enfim vocês chegaram” Sam resmungou em seus pensamentos. 

“Apenas nos certificando que Bella ficaria bem”  Jacob respondeu se aproximando. 

“Quando eles atacarão?”  Paul questionou olhando para seu alfa. 

“Não temos certeza” Ele respondeu simplesmente. 

Todos esperaram em silêncio pelo que se pareceram horas. A chuva gradualmente parou. Deixando para trás apenas o terreno enlameado e um peso mórbido no ar.

Eles discutiam estratégias de batalha. Quais eram os pontos fortes de Victória e qual a melhor maneira de atacarem vampiros recém nascidos. Era de conhecimento geral que, os recém nascidos tinham uma enorme sede de sangue. Então, todos deveriam ter cuidado dobrado com eles. Nenhum deles sabia o que aconteceria se um lobo fosse mordido.

—Ela está vindo. - Alice sussurrou de repente. Todos ouviram um barulho nas árvores e se viraram para ver Victória saindo de entre as árvores. 

—Ora ora… aqui estão vocês. - Victória sorriu e tirou os longos cabelos ruivos dos olhos. 

—Sim e vamos matar você. - Emmett disse com um sorriso na voz. 

—Ah, eu vou esperar por isso. - Ela zombou e foi cercada por vampiros de olhos vermelhos. 

“Seth, Jared, se transformem e acendam algumas fogueiras”  Sam ordenou e os dois garotos voltaram para suas formas humanas. 

Victória sorriu e ordenou que seus vampiros atacassem. Foi assim que a batalha começou. Os vampiros eram fortes e a batalha foi acirrada. Lobos eram jogados contra árvores e vampiros tinham seus corpos de mármore rasgados por dentes e garras. 

A batalha pareceu durar horas. Constantemente, os lobos jogavam pedaços de vampiros nas fogueiras. Tudo acontecia muito rapidamente, tão rapidamente, que olhos normais não conseguiriam acompanhar.

—Edward, atrás de você! -Rosalie gritou. 

Mas era tarde. Victória correu até ele e o empurrou contra uma das fogueiras. O grito de Alice se misturou a risada maníaca de Victória.

Todos ficaram momentaneamente em choque. Edward Cullen estava morto. Carlisle não teria mais seu filho, o garoto que ele transformou durante a gripe espanhola. Ele havia deixado de existir. Alice não teria mais com quem compartilhar suas visões em momentos inoportunos… Acabou. Edward Cullen estava definitivamente morto.

—Não parem a luta. NÃO PAREM. -Carlisle gritou enquanto arrancava o braço de um vampiro.

—Quem vai acabar com você sou eu, vadia. -Alice gritou enquanto corria para Victória. 

As duas se chocaram, Alice despejou todo seu ódio na vampira. A pequena fada poderia ser feroz quando quisesse. 

A luta alcançava seu ponto mais alto. Vampiros e lobos eram jogados contra árvores e fogueiras. O céu começava a escurecer, dando início a uma noite sem lua. 

"Paul, tome cuidado." Sam disse quando Paul foi atingido nas costelas por um vampiro.

"Se preocupe com você mesmo, alpha."  Paul exclamou quando empurrou um vampiro que corria na direção de Sam contra uma das fogueiras. 

Os dois trocaram um sorriso de lobo e voltaram a luta. Paul era rápido. Ele corria e desviava dos ataques, investia e rosnava contra os vampiros. Arrancando membros e empurrando-os contra fogueiras. 

Paul lutava como nunca antes. Mas não foi o suficiente. Victória se lançou contra ele, como ela havia feito com Edward, e o jogou no chão. Vendo a oportunidade, outros vampiros se lançaram contra o corpo caído de Paul. Sam, Seth e Michael, correram para ajudá-lo. 

Com o ataque direto, Paul havia voltado a sua forma humana. Quando os três lobos conseguiram tirar os vampiros de cima dele, ele estava desacordado e em seu ombro uma ferida em forma de meia lua pingava sangue. 

O grito de profunda agonia de Paul revelou o que todos temiam: ele havia sido mordido por um vampiro. Carlisle se aproximou e o puxou para longe da batalha, ele precisava pensar em algo para ajudar o jovem garoto.

Em outro ponto, Bella Swan sentia seu corpo inteiro pegando fogo, e ela sabia que isso era a impressão. Algo havia acontecido com Paul.

Bella se sentou e respirou profundamente. Ficar nervosa não adiantaria nada, absolutamente nada. 

Poucos minutos depois, a porta da frente se abria e Emily corria até ela, seguida de perto por Caleb. 

—Oh meu deus. -Caleb exclamou e se virou de costas. 

Emily e Bella riram. A garota mais velha pegou um vestido e entregou para a outra, que o vestiu rapidamente. 

—Paul, me falem sobre Paul. -Bella implorou olhando para Caleb. 

—Prometo que falaremos, vamos para minha casa primeiro. -Emily disse estendendo o braço para Bella. 

Os três caminharam juntos até o carro de Emily e Caleb ajudou-a a se sentar no banco de trás. 

Poucos minutos depois, eles desembarcaram e Bella foi guiada até a sala, onde todos esperavam por eles. 

—Bella, querida. Como está? -Sue perguntou saindo da cozinha com um prato de biscoitos nas mãos. 

—Ficarei melhor quando souber de Paul. -Bella disse olhando suplicante para Caleb. 

—Ela precisará saber em algum momento, melhor não esconder isso dela. -Ângela disse se sentando ao lado de Bella e pegando a mão da amiga entre as suas.

—O que está acontecendo? Paul está bem?

—Bella, precisamos que você fique calma. Pelos bebês certo? -Sue disse olhando para Bella com olhos tristonhos. 

—O que houve com Paul? E meu pai, ele não está aqui? -Ela questionou com a voz embargada. O que quer que tenha acontecido, foi sério e ela sabia disso. 

—Ele foi atacado por seis vampiros de uma vez. -Caleb disse e Bella levou a mão a boca. -Conseguiram tirar os vampiros de cima dele, mas ele foi mordido. E seu pai precisou atender um chamado de emergência. Como chefe de polícia, ele tem que auxiliar na remoção de uma árvore que caiu na pista.

—Não… Ele está bem não está? -Bella disse sentindo as lágrimas rolarem por sua bochecha.

—Bella querida, por favor se acalme… -Billy se aproximou de Bella. Ele havia acabado de sair da cozinha. 

—Ainda não sabemos ao certo… Não sabemos o que a mordida de vampiro causa nos lobos. -Emily disse estendendo a mão para limpar as lágrimas da bochecha de Bella. 

—A última vez que eu chequei, a batalha estava chegando ao fim. Paul não foi a única baixa no grupo, Victória empurrou Edward contra uma fogueira. Ele está morto. -Caleb disse enquanto devorava os biscoitos que Sue havia deixado na mesa de centro.

Isso foi demais para Bella. Ela sentiu o desespero se apoderar de cada fibra de seu ser e a pontada forte em sua barriga fez suas vistas escurecerem e ela desmaiou. Caindo nas sombras da inconsciência.

∆.∆.∆.∆

"O último pedaço de sanguessuga está sendo queimado agora, chefe" Jared disse jogando a cabeça de Victória no fogo. 

A batalha havia terminado. Alice havia realizado seu desejo de vingança arrancando a cabeça de Victória.

Carlisle estava ao lado de Paul, o examinando com cuidado. O metamorfo estava anormalmente quieto, parecendo até que estava morto, mas seu coração ainda batia lenta, mas continuamente.

—Ele está bem? Vai conseguir se curar? -Jacob se aproxima de Carlisle e Paul. 

—Ainda não sei, parece que o corpo dele não está tendo forças para lutar contra o veneno. -Carlisle disse enquanto se abaixava para examinar Paul mais uma vez.

—Ele vai morrer? -Michael questionou.

—Não se pudermos evitar. -Alice disse se abaixando ao lado de Paul. -Algum de nós vai precisar sugar o veneno. 

—Alice, não sei se é uma boa idéia… -Esme começou, mas foi interrompida.  

—Vocês fizeram isso por Bella, não? Podem fazer por Paul também. -Sam disse parando ao lado do doutor. - Se não quiserem fazer isso por nós, façam por Bella, ela está esperando os filhos de Paul. 

—Eu farei isso. -Emmett disse respirando profundamente de forma desnecessária. -Eu posso me controlar quando for necessário.

—Já perdemos Edward, não podemos perder Paul também. -Rosalie disse assentindo para o marido. 

Emmett se abaixou ao lado de Paul e inclinou a cabeça do garoto para o lado, expondo a marca, já cicatrizada, da mordida. Com um último olhar para Sam e Carlisle, ele cravou os dentes na marca, sugando o local. 

Paul, gritou e se debateu. Carlisle, Jacob e Sam o seguraram no lugar. Emmett arrancou os lábios do pescoço de Paul e cuspiu na grama ao seu lado. Sangue vermelho e prateado escorria-lhe pelos cantos da boca. 

—Se eu sugar mais, irei mata-lo. -Emmett respondeu sem olhar para qualquer um. 

—Você fez o possível filho. Não há mais nada que possamos fazer por isso. -Carlisle disse apertando o ombro de Emmett e o ajudando a levantar.

Paul voltou a seu estado de quietude mórbida. Seu coração batia lentamente enquanto ele lutava contra o resto do veneno em seu corpo. 

—Precisamos instalar ele em algum lugar, não sabemos quanto tempo ele ficará assim. -Embry disse olhando o corpo de Paul. 

—Eu posso ajudar com isso, posso… -Carlisle começou mas foi interrompido pelo aperto de Alice em seu braço. 

—Bella, algo aconteceu com ela. -Alice disse olhando diretamente para Sam. -Eu não consigo ver o que foi, mas ela precisa de ajuda. 

—Jacob, se transforme e tente contatar o Caleb. -Sam ordenou preocupado.  

"Graças aos deuses alguém apareceu" Jacob pode ouvir Caleb quase imediatamente.

"O que houve? Bella está bem?" 

"Não, não está. Ela sentiu que algo havia acontecido com Paul e quando contamos a ela, ela desmaiou" Caleb disse rapidamente "Ela já acordou, mas parece que o nervosismo acelerou os bebês. Sue a examinou e disse que ela está em trabalho de parto" 

"Santo inferno. Mas ainda não é o tempo."

"Todos sabemos disso, por isso Ângela sugeriu que o doutor vampiro tem que vir aqui. Os bebês não estão em posição de nascer e não temos estrutura, aqui na reserva, para fazermos um parto de emergência e a chuva derrubou uma árvore na estrada. Impossível levar ela até Forks"

Jacob ficou alguns segundos em silêncio, tentando pensar em alguma solução.

"Bella é matilha. Se para ela ficar bem, o doutor vampiro precisa ir até aí, farei o possível para que ele vá" Jacob disse e voltou a forma humana. 

—Bella está em trabalho de parto. -Ele disse simplesmente. 

—Oi? -Esme disse arqueando as sobrancelhas.

—O nervosismo da situação acelerou o processo. Sue a examinou e disse que ela está em trabalho de parto. -Jacob disse olhando para seu alfa. -Os bebês não estão em posição de nascer, ou algo assim.

—Ela está com cerca de sete meses, não é? -Carlisle questionou e recebeu um aceno de cabeça dos lobos. -Em uma gravidez normal, os bebês dificilmente estariam em posição. Em uma gravidez dupla, isso seria praticamente impossível. 

—O que vão fazer agora? -Esme questionou preocupada. 

Jacob olhou para Sam e depois para Carlisle, ninguém sabia de sua decisão, mas ele era o alfa por linhagem. Se fosse preciso, ele tomaria o seu lugar de direito e ordenava que os outros permitissem o doutor vampiro em suas terras.  

—Não podemos levar Bella para o hospital em Forks, a tempestade derrubou uma árvore no caminho, e no pronto socorro da reserva não temos estrutura para um parto. Então, nós precisamos que você vá até lá e faça o parto de Bella, Carlisle.

Todos observaram Jacob em silêncio. Bella deveria importar muito para o garoto, para ele ser capaz de anular o tratado que proibia os Cullens de pisar em suas terras…

—Sam? -Carlisle olhou para o alfa buscando a confirmação das palavras de Jacob.

—Bella faz parte da matilha. Se para ela ficar bem, vocês precisam entrar em nossas terras, nós permitimos. -Sam disse passando a mão pelos cabelos curtos. 

—Certo, eu só preciso pegar os materiais necessário. Anestesia, bisturi e coisas do tipo. -Carlisle disse olhando para o corpo inerte de Paul. -Tudo bem se eu levasse um dos meus comigo? Meus filhos recebem treinamento médico, então seria de grande ajuda. 

—Certo, pode ser. -Sam respondeu sem prestar muita atenção. 

Os pensamentos do alfa estavam em Paul. Ele não veria o nascimento dos filhos. Ele não seria o primeiro a segurar suas crianças. E tudo isso por causa de uma vampira psicótica…

—Bom, eu vou até minha casa então. Vejo você em quinze minutos, Sam. -Carlisle falou, tirando Sam de seu estupor. -Sugiro que vocês levem o garoto e o coloque em um lugar confortável.

—Sim… Pode deixar. -Jacob respondeu com um aceno. 

—Quil, vá com o doutor até a casa dele e depois o acompanhe até minha casa. Eu e Jacob levaremos Paul. Embry, você vai na frente e pedirá para que Emily arrume uma cama para Paul. -Sam disse com a voz meio embargada.

Carlisle e Sam apertaram as mãos e tomaram caminhos diferentes. Mas eles se encontrariam novamente em breve.

∆.∆.∆.∆

Emily correu para a sala assim que ouviu o barulho da porta se abrindo. A ansiedade por ver todos quase a consumindo. Embry entrou na casa com uma carranca de preocupação. 

—Hey Emb, como estão todos? -Ela questionou temendo pela resposta.

—Paul não está muito bem. Seu corpo não está lutando muito bem contra o veneno do vampiro. Ele meio que está em coma. -Embry disse se sentando. -Mas e Bella? 

—Ela está no quarto. As contratações estão piorando, mas ela não está dilatando. -Emily respondeu indicando o quarto de hóspedes. 

—Sam pediu que você arrumasse a cama para Paul. -O garoto disse meio que no automático. -Carlisle está vindo para fazer o parto de Bella.

—Menos mal, Emb. Você vai ver que tudo ficará bem. -Emily sorriu para o jovem garoto e caminhou até seu quarto. 

Embry se jogou no sofá e permitiu que todos os acontecimentos do dia recaísse sobre ele. Eles conseguiram matar Victória, mas qual o preço que pagaram por isso? Eles nem sabiam se Paul acordaria novamente. Edward certamente não iria…

Ele não percebeu que estava chorando até sentir os dedos de Ângela em sua bochecha, limpando as lágrimas. 

—Hey querido. -Ela disse depositando um beijo na bochecha dele. -Fico feliz por você estar bem. 

—Bella não pode dizer isso ao Paul. -Ele engasgou com as palavras. -Ele nem mesmo vai ver os filhos nascer Ang. Ele estava tão animado com isso, com a possibilidade de ser um pai, de ter uma família de verdade e agora ele nem vai poder ver as crianças. 

Ângela não sabia o que dizer. Então ela simplesmente abraçou Embry e permitiu que ele chorasse em seu ombro, derramando toda sua angústia em lágrimas grossas. 

Billy Black observava a cena de longe, ele também estava preocupado com Paul… muito preocupado.

A porta abriu e o resto da matilha entrou. Todos pareciam abatidos e profundamente tristes. Parece que a seriedade da situação havia recaído sobre todos eles. 

Jacob e Sam levaram Paul até o quarto do casal e voltaram minutos depois. Sam com Emily embaixo do braço. 

—Eu fico com Bella, meninas. Vão lá conferir se seus homens estão bem. -Eles puderam ouvir Sue falar. Dois segundos depois, Kim e Leah saiam do quarto de hóspedes.

Leah se jogou nós braços de Jacob e suspirou profundamente. 

—Hey. -Jacob sussurrou contra os cabelos dela. 

—Que bom que você está bem. -Kim sussurrou contra o peito de Jared. 

Depois de um tempo abraçados, as garotas se soltaram e todos se sentaram em algum lugar da pequena sala. 

—Como está Paul? -Billy questionou olhando para Sam. 

—O corpo dele não está tendo muito sucesso para lutar contra o veneno. -Foi Jacob quem respondeu. -Emmett sugou boa parte do veneno, mas não tudo. E esse pouco do veneno que ficou, está lutando contra as defesas lupinas dele. Ele meio que está em coma. 

Todos ficaram em silêncio, absorvendo a informação que acabara de receber. 

—E Bella, como está? -Foi Michael quem perguntou. 

Nesse momento, um grito alto pôde ser ouvido do quarto de hóspedes. 

—Parece que as contrações estão piorando… -Kim disse encolhendo os ombros.

Após mais alguns segundos de silêncio, a porta se abriu e Embry entrou com Carlisle e Rosalie. 

—Peço licença pra entrar em sua casa, Sam. -Carlisle disse da porta. 

—Fique a vontade. -Foi Emily quem respondeu ao vampiro. -Bella está no segundo quarto. -Ela indicou as portas. 

—Certo, eu vou começar a aplicação da anestesia e se vocês puderem me preparar algumas toalhas e um pouco de água quente… -Carlisle disse seguindo Sam para o quarto.

—Eu vou pra cozinha, aí aproveito e trago algo pra vocês comerem. -Emily seguiu para a cozinha. 

—Certo, eu pego as toalhas. -Leah revirou os olhos.

—Nós vamos ficar com Bella. -Ângela disse entrelaçando o braço com o de Kim. 

Quando elas entraram no quarto, Rosalie estava ajudando Bella a se deitar novamente. 

—Carlisle, me fale sobre Paul, por favor. -Bella pediu olhando para o médico. -Vocês conseguiram salvá-lo? 

—Fizemos o possível. -Carlisle respondeu enquanto cobria a parte de cima do corpo de Bella com um lençol. 

—Ele está morto? -Bella questionou tentando se sentar. 

—Não. Mas está desacordado. -Rosalie disse colocando Bella contra os travesseiros mais uma vez. 

—Bella, eu preciso que você fique calma. Pelas suas crianças. -Carlisle disse abrindo sua maleta. -Nós fizemos o possível por ele, agora você precisa se deitar e ficar calma. 

—Como você me pede calma, Carlisle? Paul é o homem que eu amo. -Bella disse permitindo que lágrimas rolassem por sua bochecha.

—Eu sei Bella, mas não há mais nada que possamos fazer por ele. -O homem disse depositando os objetos necessário para a operação na mesinha de cabeceira. 

Bella permaneceu em silêncio. Ângela e Kim se ajoelharam uma de cada lado dela e seguraram suas mãos. 

—Você sente suas pernas, Bella? 

—Bem pouco. -A garota respondeu. 

—Certo, vamos só esperar as toalhas e a água quente e poderemos começar. -Carlisle disse para Rosalie que vestia uma luva de látex. 

O médico podia ouvir a movimentação do lado de fora do cômodo. Os garotos estavam inquietos e andavam de um lado para o outro, a ansiedade e a preocupação eram visíveis em cada batida de coração. Ele balançou a cabeça e se concentrou em Bella. 

Poucos minutos depois, Emily e Leah entravam no quarto. Bella estava apertando a mão das duas garotas ao seu lado a cada nova contração. 

—Bella, eu preciso que você me sinalize quando sentir uma nova contração, certo? -Carlisle pediu para Bella, que confirmou. 

—Acho que agora foi uma. -Bella praticamente rosnou entre dentes. 

Carlisle olhou o relógio e olhou de volta para Bella, aguardando o próximo sinal. 

—E agora. -Ela rosnou novamente e Carlisle checou o relógio. 

—As contrações estão com dois minutos entre si. -Ele disse para ninguém em especial. -Acho que podemos começar agora. Rosalie, bisturi. Emily, molhe uma toalha pequena em água quente, por favor. 

Emily fez o que foi pedido e Rosalie lhe entregou o bisturi. Carlisle começou a fazer o corte na barriga de Bella. Ele era um médico experiente, então sabia exatamente o que precisava fazer. 

A anestesia parecia ter feito efeito. Bella não sentiu dor, apenas uma pressão desconfortável enquanto o instrumento cirúrgico invadia seu corpo. Ela olhou para Ângela que lhe lançou um sorriso reconfortante.

Bella fechou os olhos e pensou em Paul. Como ela queria que ele estivesse ali com ela. Como ela queria que fosse ele a segurar sua mão e não suas amigas… Respirando profundamente, para conter as lágrimas, ela abriu os olhos novamente. 

A sensação de Carlisle mexendo dentro dela era ainda mais estranha se ela ficasse olhando para o médico, então ela desviou os olhos e ficou olhando para a parede ao seu lado. Mas sua atenção foi recuperada quando o primeiro choro foi ouvido. Ela olhou para Rosalie e viu que a vampira enrolava seu primeiro bebê na toalha quente.

—Parabéns Bella, é um menino. -Rosalie sussurrou enquanto embalava o bebê que ainda chorava. 

—Sue, você pode limpá-lo? -Carlisle perguntou para a mulher que observava tudo a uma curta distância.

O segundo bebê não tardou a ser retirado. Mas diferente do primeiro, ele não chorou. 

—Carlisle, o que houve? Porque ele não está chorando? -Bella questionou tentando se sentar. 

—Fique quieta, Bella. Ela vai ficar bem. -O homem disse enquanto manuseava o bebê com extrema facilidade. 

Alguns poucos minutos depois, o choro estridente da pequena criança encheu o cômo-O cordão umbilical estava enrolado no pescoço, isso não estava deixando ela respirar. -Rosalie falou enquanto enrolava a criança em outra toalha. -Essa é uma menina, uma linda menininha. 

Bella se sentiu subitamente cansada de mais. Fechando os olhos, ela se permitiu cair na inconsciência. Ela sabia que seus filhos estariam bem cuidados até que ela acordasse novamente.

∆.∆.∆.∆

—Olá pinguinho, vamos tomar banho? Hoje é dia da gente ir visitar o papai. -Bella disse pegando a pequena Lily em seus braços. 

Bella era mãe a dez meses. Cuidar das crianças sem Paul havia sido difícil, mas ela teve a ajuda de toda a matilha e ela ainda tinha esperanças de que ele iria acordar. 

Paul havia sido levado para o posto médico de La Push, onde recebia soros para que se mantivesse saudável. Bella ia quase todos os vê-lo, e uma vez por semana ela levava Lily e Dylan com ela. 

—As crianças do tio Jake já estão prontas? -A voz de Jacob pôde ser ouvida. Bella sorriu e Dylan gargalhou de seu berço. O pequeno adorava Jacob.

Jacob havia cumprido sua promessa. Ele era o que mais ajudava Bella com as crianças. 

—Dylan já, falta só o vestido da pequena Lily. -Bella disse quando Jacob entrou no quarto das crianças, acompanhado por Leah. 

—Quem é o Dylan preferido do tio Jake? -Jacob se aproximou do berço e pegou a criança no colo. 

—Ti, ti. -Dylan balbuciou estendendo os bracinhos para Leah. 

—Ele prefere eu a você. -Leah apontou a língua para o noivo. 

Jacob revirou os olhos e entregou o garoto para Leah. Bella riu e terminou de vestir Lily e a entregou para Jacob. 

—Vamos ver o papai. -Bella sorriu enquanto pegava a bolsa do chão. 

Jacob e Leah andavam lado a lado, brincando com as crianças. Bella andava um pouco mais atrás, sorrindo para o casal de melhores amigos. 

Logo eles chegaram até o posto médico. Lily lançou seus enormes olhos castanhos para Bella e sorriu. A pequena já sabia quem eles iriam ver. 

Bella ainda ficava impressionada com o quanto as crianças se pareciam com Paul. Desde a pele de chocolate até os olhos enormes e significativos. Os dois eram um pedacinho de Paul que sairá de Bella. 

—Achei que não viriam hoje. -Sue disse sorrindo assim que eles entraram pela porta. 

—A pequena Lily resolveu sujar as fraldas bem na hora de sair. -Bella respondeu revirando os olhos. 

—Bó bó. -Lily praticamente gritou quando viu Sue. 

—Olá pequena. -A mulher disse beijando a testa da garota e depois a testa de Dylan. 

Sue os guiou até o quarto de Paul e Lily foi a primeira a reagir. 

—Papa papa. -Ela balbuciou pulando no colo de Jacob. 

Ele se aproximou da cama e Lily colocou a pequena mãozinha na bochecha de Paul. 

—Papa. -Ela disse olhando para Jacob. 

—Sim pequena, esse é o seu papai. -Ele sorriu tristemente. 

Bella observava a cena com os olhos cheios de lágrimas. Paul estava perdendo tanto da vida de seus filhos… 

"Se existe algum deus aí em cima, tragam meu Paul de volta" Ela repetiu a oração que vinha fazendo todos os dias nos últimos dez meses. 

∆.∆.∆.∆

Você precisa acordar Paul Lahote. A voz lhe disse mais uma vez. 

Mas ele não conseguia. Seu corpo não conseguia lutar. 

Olhe o que você está perdendo Paul Lahote. 

Ele viu Bella. Como ele estava com saudades dela… 

Ela estava sentada no chão e parecia chamar alguém. Então ele viu quem sua Bella estava chamando. Era um garotinho, pequeno e gordinho que olhava Bella com um sorriso banguela. 

—Vem Dylan, ande até a mamãe. -Ela disse e sorriu quando o pequeno deu dois passinhos na direção dela e então caiu de bunda no chão. 

Paul voltou para a escuridão onde ele estava e gritou em desespero. Ele queria ver mais de sua família. Era seu filho que estava andando ali. 

Lute Paul Lahote, lute. E então um exército de vampiros apareceu. Paul correu contra eles e começou a jogar vampiros para todos os lados. 

∆.∆.∆.∆

Bella estava sentada ao lado da cama de Paul. Lily e Dylan estavam sentados na beirada da cama, ambos alisando os cabelos de Paul. 

Bella olhava para os dois com extrema adoração. Seus filhos eram tão lindos… Ela estava tão distraída, que nem percebeu os olhos de Paul se abrindo. 

—Bella? -Paul sussurrou virando o rosto para encontrar os olhos de Bella. 

—Oh meu deus, você acordou. -Bella exclamou se levantando. 

—Estava na hora né? -Ele lançou um olhar para as duas crianças. -Eu perdi tanto… 

—Não importa, você está aqui agora. E sempre podemos fazer mais filhos. -Bella sorriu e encostou a testa contra a dele.

—Sim, nós podemos. -Ele sussurrou e sentiu lágrimas correndo por suas bochechas.

 


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