Unstable companion escrita por Keyla Cardoso


Capítulo 19
Capítulo 18 -Sempre ao seu lado


Notas iniciais do capítulo

A leitura é o alimento da mente. Bom apetite



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Capítulo 18 - Sempre ao seu lado.  

Bella sentiu o impacto do caminhão contra as árvores,  o cheiro de gasolina invadiu suas narinas e ela sentiu que alguém se aproximava. Sua perna esquerda estava presa, o sangue corria da base de seus cabelos e ela se sentia fraca.

Ela buscou pelo celular e conseguiu encontra-lo, com as mãos tremulas ela discou o número da delegacia de polícia.

"Delegacia de polícia, bom dia"

Aqui é Bella Swan, eu gostaria de falar com meu pai, é urgente. -Bella disse sentindo dificuldade para respirar.

O policial deve ter percebido a urgência em sua voz, pois não questionou. A ligação ficou muda por alguns segundos, então a voz de Charlie chegou aos seus ouvidos. 

"Charlie Swan, bom dia"

—Pai, eu sofri um acidente. -Bella começou, sentindo que a qualquer momento ela desmaiaria. -O carro, ele capotou, tô sentindo cheiro de gasolina e tem um vampiro cercando o carro, você precisa ligar para o Sam.

"Acidente? Onde? Preciso ligar pra emergência" Charlie estava desesperado, sua filhinha estava em perigo. "Você tem que sair do carro, se tá vazando gasolina, pode explodir"

—Eu não posso sair do carro, minha perna tá presa. Ligue para o Sam, não sei se o vampiro vai atacar, mas eu tô com medo. -Ela disse sentindo lágrimas rolarem por sua bochecha. -Pai, por favor, vem rápido. Eu consigo ver a estrada, então não estou muito longe da pista. 

"Tudo bem meu amor, eu estou indo. Vou ligar pro Sam, fique bem tá? Você bateu a cabeça? Se bateu você não pode dormir, tem que ficar acordada. Assim que eu desligar a ligação com Sam, vou ligar pra você de novo" 

—Pai... Rápido, por favor. -Bella sussurrou e sentiu o celular escapar de seus dedos.

Ela tentou manter os olhos abertos, mas não conseguiu. A dor na perna era de mais pra ela suportar e a cabeça estava pesando. Ela se permitiu cair na inconsciência, o medo cercando cada fibra de seu ser.

Ω.Ω.Ω.Ω

Charlie desligou o telefone e discou o número da casa de Sam, por sorte ele atendeu rapidamente. 

—Sam, você precisa ser rápido. O caminhão de Bella capotou na estrada, ela afirmou que tem um vampiro cercando o carro, você precisa enviar alguém agora. -Charlie disse rapidamente. 

"Certo, tô indo pra lá. Jacob e Seth estão em patrulha, vamos protege-la" 

—Obrigado por isso. -Charlie desligou e discou o número da emergência. -Oi, aqui é Charlie Swan, chefe de polícia, recebi um chamado, um carro capotou na estrada de La Push para Forks, está vazando gasolina e a ocupante está com a perna presa nas ferragens.

"Certo, chefe Swan. Iremos enviar uma ambulância pro local" 

—Não demorem, é minha filha que está naquele carro. -Ele disse desolado.

Ele desligou o telefone e puxou o celular do bolso. Bella não atendeu. Ela havia desmaiado, como ele temeu que acontecesse.

—Carls, venha comigo. -Charlie disse saindo de sua sala.

—O que houve chefe? -Carls disse seguindo Charlie para fora da delegacia. 

—Minha filha sofreu um acidente, preciso estar lá. -Ele disse entrando no banco do motorista.

Charlie Swan dirigiu pelas ruas de Forks rapidamente, ignorando todos os limites de velocidade. Ele soube onde era o acidente, quando viu os paramédicos tirarem a maca da ambulância e correr até o carro.

Ele desceu do carro e correu até o paramédico mais próximo.

—Como ela está? -Charlie disse segurando o homem pelo braço. 

—Não sabemos, acabamos de chegar. Mas ela está com a perna presa nas ferragens, com esse vazamento de gasolina, vai ser difícil tirar ela de lá. -Ele disse caminhando até os outros médicos.

Charlie passou a mão pelos cabelos e se virou para Carls, que tentava conter três homens musculosos que tentavam caminhar até ele.

—Eu já disse, somos amigos de Charlie, ele nos chamou aqui. -Seth disse tirando as mãos do assistente do chefe de seu braço.

—Se você continuar tentando nos impedir, eu juro por deus que vou socar sua cara. -Jacob rosnou enquanto tremia levemente.

—Carls, pode deixar eles passar. -Charlie chamou e o jovem policial deixou os três passarem. -Conseguiram pegar o frio?

—Sim, Seth estava por perto e conseguiu chegar logo. -Sam disse e apontou pra fumaça distante que subia para o céu.

—Ele não estava atacando, acho que era apenas para assusta-la. -Seth disse em voz baixa. -Antes de eu arrancar sua cabeça, ele disse que era um aviso.

—Vocês... Podem ouvi-la? Ela tá viva? -Charlie perguntou com medo da resposta.

—Sim, posso ouvir a respiração dela, ela tá desmaiada, mas viva. -Seth respondeu e pode ouvir um suspiro de alívio de Charlie.

Demorou mais de quarenta minutos para que os paramédicos conseguissem tirar Bella do carro, quando eles colocaram Bella na maca, Charlie prendeu a respiração e desviou os olhos. A perna de Bella ostentava uma fratura exposta, acima do tornozelo e abaixo do joelho, o osso da canela se projetava pra fora.

—Inferno. -Jacob disse vendo os paramédicos levarem Bella pra ambulância. -Charlie, você precisa alertar os paramédicos... -Ele começou mas foi interrompido por um dos enfermeiros.

—Sr. Swan, você vai acompanha-la?

—Sim, vou. Carls, leve meu carro de volta pra delegacia. -Ele se dirigiu ao seu assistente. -Vejo vocês depois, avisem Billy e Sue.

Os garotos observaram Charlie correr para a ambulância e Carls se afastar com o carro de polícia antes de entrarem na floresta e correrem em direção a La Push.

Na ambulância, Charlie segurava a mão de Bella enquanto os enfermeiro checavam os sinais vitais e a colocavam no soro.

—Ela está bem? -Ele perguntou quando o paramédico colocou duas talas de madeira ao lado da perna dela, a mantendo no lugar.

—Os sinais vitais são bons, ela deve ter desmaiado por causa da dor. -O enfermeiro indicou a perna dela. -Agora se o Sr. puder nos dar algumas informações sobre sua filha, isso facilitará quando chegarmos no hospital.

Eles chegaram no hospital e entraram na entrada de emergência, os paramédicos tiraram Bella da ambulância e abriram espaço para dentro do hospital.

—Nome e idade. -O médico disse correndo até eles.

—Isabella Mary Swan, 18 anos.

—O que aconteceu?

—Acidente de carro na saída de La Push, o carro derrapou na neve e bateu contra as árvores.

—Sinais vitais e pressão arterial.

—Dadas as circunstâncias, podem ser considerados normais.

—Certo, preparem o centro cirúrgico três e chamem o cirurgião ortopedista. -O médico gritou para uma enfermeira enquanto guiava a maca de Bella para uma porta na qual Charlie não teve autorização para acompanhar.

—Eles trarão notícias dela antes de a levarem para o centro cirúrgico, fique calmo okay? -Uma enfermeira disse guiando Charlie para a sala de espera.

Como prometido, o médico voltou trinta minutos depois e sorriu para Charlie.

—Sr. Swan, sua filha e seu neto estão bem. Ela está sedada e a caminho do centro cirúrgico, vamos precisar fazer uma cirurgia pra colocar o osso da perna no lugar... -O médico disse parando ao lado de Charlie.

Charlie parará de ouvir na primeira frase: sua filha e seu neto estão bem.

—Você disse neto? -Charlie perguntou se sentando.

Sua filha estava grávida?

—Oh, o Sr. não sabia. Sinto muito por dar a notícia assim. -O médico pareceu desconcertado. -Ela acordou enquanto a preparávamos pro centro cirúrgico e começou a perguntar sobre o bebê, se seu bebê estava bem... Fizemos um exame de ultrassonografia pra confirmar se ela realmente estava grávida, e vimos que o bebê está bem.

—Meu deus. -Charlie levou a mão a cabeça.

—Preciso voltar pra lá Sr. Swan, voltarei com notícias em breve.

O médico sumiu pela porta, deixando Charlie sentado, processando a novidade.

Alguns minutos depois, Sue, Emily, Leah, Kim e Billy entraram pela porta e se encaminharam até Charlie.

—Como ela está? -Billy perguntou aproximando com a cadeira de rodas do lugar onde Charlie estava.

—Foi levada pro centro cirúrgico, uma fratura exposta na canela. -Charlie respondeu. -Mas ela e... Meu neto estão bem.

Billy e Sue pareceram surpresos, mas as três garotas pareciam aliviadas.

—Vocês sabiam?

—Fomos as primeiras a saber. -Emily disse se sentando ao lado de Charlie. -Ela ia te contar no jantar de hoje.

—É por isso que Paul não está aqui? Ele abandonou minha filha? -Charlie parecia irado.

Billy olhou para Sue e suspirou, era hora de contar a Charlie sobre o imprinting.

Ω.Ω.Ω.Ω

 Ele estava inquieto, alguma coisa tinha acontecido com Bella e ele não conseguia voltar a forma humana. Desde o dia em que receberá a notícia de que seria pai, ele não conseguia retroceder sua transformação. Então, ele se embrenhou na floresta, dormiu em buracos na neve e comeu pequenos animais. Ele estava esperando o medo e o desespero passar, mas agora era diferente, algo tinha acontecido com Bella e ele precisava saber o que era.

Ele correu até sua casa, conseguiu entrar pela porta da cozinha e absorveu o cheiro do lugar, cheirava a sabão de coco, shamppoo de morangos e... Bella. Ela ainda estava ali, vivendo em sua casa. Ainda em forma de lobo, ele se deitou na cama arrumada, se enrolando nos lençóis e absorvendo o cheiro de sua companheira. Ele sabia que deveria estar procurando por Bella, mas a cama era confortável, cheirava a ela e era segura... Ele adormeceu.

Ele estava correndo pela floresta, na sua forma humana. Ele estava sendo perseguido por alguma coisa,  por algo grande, ancestral e poderoso. Ele percebeu terra, não neve, sob seus pés.

—Você não pode apagar seu passado, mas não pode deixar ele interferir no seu futuro. -Uma voz grossa chegou aos seus ouvidos.

Paul sabia que precisava parar e foi isso que ele fez. Ele se virou e olhou para trás, encontrando uma grande forma prateada parada a poucos metros dele.

—Ephraim Black. -Ele disse respeitosamente.

—Paul Lahote. Você está fugindo do seu destino a três semanas, se embrenhando na floresta como um animal covarde.

Paul se sentiu envergonhado. Ele realmente se sentia um covarde.

—Os deuses sabem o que fazem garoto, não se apegue aos medos de ser como seu pai. Você é melhor que isso, você é melhor que ele. -Ephraim disse se aproximando de Paul. -O que tiver de acontecer, acontecerá. E você precisará enfrentar quando vier a  acontecer.

—Mas e se eu não for um bom pai? E se eu for tão ruim quanto o meu pai? -Paul disse e sentiu as lágrimas correrem por suas bochechas.

—Viva um dia de cada vez, meu filho. O ontem é história, o amanhã um mistério. Mas o hoje é uma dádiva, por isso que se chama presente. -Ephraim disse e se dissolveu em uma névoa prateada.

Paul respirou fundo e decidiu, ele iria viver cada segundo ao lado de Bella, deixaria para pensar no futuro quando ele chegasse.

Paul se mexeu na cama e sentiu seus braços e pernas doloridos.... Braços e pernas?

Ele pulou da cama e riu, seu corpo humano estava ali novamente, em algum momento durante o sono ele havia retrocedido a sua forma original

Ele caçou uma bermuda no guarda roupas, calçou um tênis e pegou as chaves da moto. Ele precisava achar Bella.

Ele percebeu que o céu estava começando a escurecer, ele realmente havia dormido o dia inteiro? Ele fechou os olhos e inspirou, ele sabia que o imprinting o levaria até Bella, então ele montou na moto e pilotou a toda velocidade, sem ver ao certo onde estava indo.

Se Paul estivesse um pouco mais atento, ele teria visto o caminhão vermelho de Bella capotado a poucos metros da estrada principal.

Ele foi levado até o hospital. Ele deveria ter vestido uma camiseta, nunca o deixariam entrar assim. Ele estacionou a moto e começou a caminhar em direção ao lado em que ele sabia ser os quartos, ele poderia entrar pela janela... Quando ele encontrou o quarto onde Bella estava (seu perfume parecia chamar por ele), ele sorriu, havia uma árvore bem abaixo da janela.

Se pendurando nos galhos, ele conseguiu chegar até a janela entreaberta e, depois de checar se não tinha ninguém por ali, saltou pra dentro do quarto. Nada poderia ter preparado Paul para a visão que ele teve. Sua linda companheira estava pálida, a testa com um corte profundo, a perna engessada e pendurada, marcas e arranhões por todo o corpo.

Ele sentiu lágrimas brotando em seus olhos e se aproximou da cama onde ela estava. O que havia acontecido? Seu bebê estava bem?

Ele ouviu passos no corredor e viu a porta se abrir, revelando um Charlie bem abalado.

—Você? -Charlie murmurou olhando para Paul, por um segundo, ele jurou ver uma centelha de ódio nos olhos de Charlie, mas tão rápido quanto apareceu, sumiu. -O que você está fazendo aqui? Quando chegou?

Charlie estava exausto. Ele queria discutir com Paul, xingar e brigar com o garoto, ele havia jurado que faria isso quando o encontrasse. Mas vê-lo ali, frágil e abalado, acabou com toda sua força de vontade. Paul era apenas um garoto de dezenove anos, afinal de contas.

—Eu... Senti que ela não estava bem, então acabei chegando aqui. -Paul encolheu os ombros. -O que houve?

—Não sabemos direito. O que sabemos é que o carro capotou, tinha um vampiro cercando o carro quando Seth chegou lá, a perna dela ficou presa nas ferragens, fratura exposta.

—M-mas ela ficará bem? -Ele perguntou tirando o cabelo do rosto dela.

—Sim, ela e o bebê estão bem. Ela está em coma induzido, pois precisou fazer uma cirurgia e os médicos optaram por isso, até ela estar um pouco mais estabilizada.

Paul se sentou e colocou a cabeça entre as mãos, lágrimas silenciosas pingando em sua bermuda. Charlie se aproximou e colocou a mão nas costas do garoto em solidariedade.

—Eu fiquei tão assustado quando ela me contou. Fiquei com medo de repetir os mesmos erros do meu pai, medo não ser bom o suficiente pra ela... O medo me estagnou, eu não conseguia voltar.

—Você sabe, eu era assistente do chefe de polícia quando você era criança. Não sei se você se lembra, mas eu estava lá quando aconteceu o acidente, eu vi a loucura daquele homem, Paul. Você não é como ele, você é melhor que isso, você vai ser um ótimo pai pro meu neto e um marido maravilhoso pra minha filha.

—Você realmente acredita nisso? -Paul ergueu os olhos úmidos para Charlie.

—Com toda a certeza do mundo. -Charlie sorriu. -Mas agora, porque você não volta pra casa? Eles estão seguros agora, você precisa de um banho e falar com Sam.

—Amanhã eu volto, certo? Precisamos entrar em um consenso sobre as dispesas médicas. -Paul se levantou e se aproximou da cama onde Bella estava. -Eu vou voltar, certo? Nunca mais vou te deixar. A partir de hoje vou estar sempre ao seu lado.

Paul se inclinou, beijou a testa de Bella e em seguida sua barriga, numa demonstração de afeto.

—Nos vemos amanhã garoto. -Charlie disse quando Paul se aproximou da janela. Paul sorriu e se pendurou na árvore, pulando pro chão cimentado.

Quando ele ligou a moto e saiu para o vento noturno, ele pensou que poderia ser um bom pai afinal de contas.


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