Unstable companion escrita por Keyla Cardoso


Capítulo 14
Capítulo 13 - Descobertas de Charlie


Notas iniciais do capítulo

A leitura é o alimento da mente. Bom apetite.



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Capítulo 13 - Descobertas de Charlie.

As semanas se passaram, agora era 24 de dezembro e  ela podia ver, pela janela, a neve caindo em flocos espessos. Ao seu lado, Paul se mexeu e puxou-a mais pra perto.

—Por que você está acordada tão cedo? -Ele murmurou beijando os cabelos dela.

—Já são nove. -Ela disse rindo um pouco.

—Levando em conta, a hora que fomos dormir, ainda é bem cedo. -Bella podia ouvir a malícia na voz dele e sentiu as bochechas corarem. -Incrível como você ainda consegue corar, mesmo estando nua em baixo da minha coberta.

—Pare certo? -Ela murmurou fazendo ele rir. -Vou fazer alguma coisa pra comer. -Bella afastou a coberta e estremeceu ao sentir o vento frio na pele.

Ela vestiu um suéter azul de Paul e calçou uma das meias 3/4 que ela adorava usar nessa época do ano.

—Uhm. Você parece deliciosa. -Ele murmurou fazendo-a rir.

—Você precisa de uma lareira aqui. -Ela disse esfregando uma mão na outra.

—Eu te mantive muito bem aquecida essa noite. -Paul levantou e vestiu a bermuda.

Os dois caminharam até a cozinha e Bella deu ordens para Paul pegar ovos e bacon na geladeira, enquanto ela colocava água e pó na cafeteira. Logo o cheiro de bacon e café dominaram o ambiente, atraindo os lobos que estavam pela região.

—Se vocês estiverem pelados se vistam. -A voz de Embry chegou aos seus ouvidos.

—Isso aí, estamos chegando. -Foi a voz de Jacob.

—Um casal não pode nem tomar um café da manhã em paz. -Paul resmungou enquanto pegava mais ovos e bacon na geladeira. -Vocês vão ter que me ajudar com as compras, eu não consigo manter dois lobos não.

—Amanhã eu trago um pacote de bacon pra você, palhaço. -Jacob entrou e abraçou Bella.

—Olá Bebel. -Embry declarou beijando a bochecha dela. -Quer ajuda?

—Pega o suco pra mim, por favor. -Ela disse virando o bacon na frigideira.

Logo, uma montanha de ovos, bacon e torradas estava à frente de três lobos famintos. Paul puxou Bella para seu colo e alimentou-a de seu próprio prato.

Todos comeram e logo todos os pratos estavam vazios, os três lobos, sentindo a barriga estufada, se recostaram na cadeira sorridentes. Uma batida na porta, os despertou do torpor pós alimentício e Bella foi atender a porta.

—Papai? -Ela exclamou ao ver o homem parado ali.

—Olá Bella, posso entrar? -Charlie questionou enquanto Bella ainda o olhava estarrecida.

—Claro, claro. Quer uma xícara de café? -Ela guiou o homem até a cozinha.

—Bom, vamos indo. -Jacob se levantou e levou com ele um Embry contrariado.

—Olá Charlie. -Paul ofereceu a mão ao homem que aceitou e se sentou na cadeira à frente de Paul.

Bella voltou alguns segundos depois com uma xícara de café que entregou ao homem.

—Eu sabia que isso poderia estar acontecendo. -Charlie apontou para os dois. -Mas ver com meus próprios olhos é diferente.

—Papai, eu posso explicar... -Bella começou mas Charlie  interrompeu.

—Não precisa explicar, Bells. Eu sei o que está acontecendo e não estou bravo, estou decepcionado por você ter mentido. Eu teria entendido, afinal, você é uma adolescente, é normal que você queira passar tempo com seu namorado.

—Eu sinto muito papai. -Ela murmurou abaixando a cabeça.

—Ao menos vai existir um casamento?

—Sim, Emily vai se casar em abril. -Bella exclamou animada.

—Olha, eu não posso, não quero e não vou impedir vocês. Mas pelo amor de deus, se previnam, vocês são muito novos para serem pais. -Charlie disse se levantando. -Preciso ir, obrigado pelo café, nos vemos na casa de Sue, sim?

—Claro, até mais papai. -Ela se despediu com um abraço.

—Ele deve ter ido até a casa da Emy e você não estava lá. -Paul disse quando Bella voltou pra cozinha. -Até que ele foi compreensivo...

—Esse é meu pai. -Ela encolheu os ombros. -Você lava a louça, a água deve estar congelando.

Paul sorriu e começou a limpeza da louça, em menos de cinco minutos, eles estavam sentados no sofá. Bella lia um livro e Paul tinha um caderno de desenhos apoiado nas pernas.

—Me conta o que você está desenhando. -Ela disse abaixando o livro e tentando espiar o desenho de Paul.

—Não, é segredo. Só vai ver depois que terminar. -Ele sorriu escondendo o caderno.

—Você é um chato. -Ela disse mostrando a língua.

—E você é uma curiosa. -Paul disse beijando a ponta do nariz dela e fechando o caderno. -Nós precisamos ir, tenho ronda daqui a pouco e acho que você gostaria de ficar com a Emy.

Paul esperou Bella tomar um banho e se vestir com uns cinco casacos, antes deles saírem. As ruas de La Push estavam vazia, o que evitou olhares para a forma semi-nua de Paul.

—Você tem certeza que não fica doente? -Bella perguntou puxando um pouco mais o capuz do casaco.

—Nosso organismo queima o vírus rapidamente. -Ele disse rindo.

Logo eles chegaram a casa de Sam e entraram, Bella tirando as camadas de casacos e Paul apenas sacudindo a neve dos cabelos.

—Hey vocês. -Emily cumprimentou entrando na sala, um pano de prato pendurado nos ombros.

—Hey Emy, tudo bem? -Bella disse abraçando a garota.

—Tudo ótimo, Charlie apareceu por lá né? Juro que tentei enrolar, mas ele é esperto. -Emily começou a falar e Bella sorriu.

—Está tudo bem, ele descobriria de qualquer forma. -Ela encolheu os ombros. -Onde estão todos?

—Na cozinha, onde tem comida a disposição.

—Comida a vontade? -Paul disse sorrindo.

—Por deus Paul, acabamos de comer. -Bella revirou os olhos quando ele passou por ela em direção a cozinha.

Bella seguiu Emily até a cozinha e sorriu pra todos. Praticamente a matilha inteira estava sentada ali, em volta da mesa. Sue, Leah e Kim, já começavam a preparar a comida pro jantar daquela noite.

—No que posso ajudar? -Ela perguntou olhando pras mulheres.

—Descasque essas maçãs, são pra fazer torta. -Kim entregou uma bacia de maçãs e uma faca pra Bella.

—Você parece feliz... -Leah disse olhando pra Bella pelo canto dos olhos.

—E eu estou, minha vida nunca esteve tão boa. -Bella disse sorrindo. -Tenho um namorado que me mantém aquecida, um pai compreensivo e uma grande família. E você e o Jake?

—Estamos bem. -Ela respondeu simplesmente.

—Vocês já? -Kim perguntou arqueando as sobrancelhas.

—Eu não estou falando sobre minha vida sexual. Meu irmão está sentado bem ali e minha mãe está bem ao meu lado. -Leah exclamou e Bella viu um leve rubor tomar conta das bochechas dela.

—Oh, eu não me importo. Meu quarto é ao lado do seu e vocês não são muito... Silenciosos. -Seth exclamou se levantando.

Se possível, as bochechas de Leah ficaram ainda mais vermelhas.

—Que melhor amigo é você, hem Jacob. -Bella disse jogando o pano de prato na direção do amigo. -Nem me conta mais as coisas.

—Desculpe? -Ele perguntou incerto.

Bella mostrou a língua pra ele e recebeu o pano de prato de volta, direto na cara.

—Mas vocês estão se prevenindo né? Todos vocês? -Sue disse e foi a vez de Bella e Kim corarem também. Emily parecia a única confortável com o assunto.

—Ah, eu estou com certeza. Imagina engravidar antes do casamento? Seria péssimo. -Emily exclamou fingindo um arrepio.

Todos riram e voltaram a atenção para outros assuntos, a conversa aquecendo Bella de uma maneira maravilhosa.

Ω.Ω.Ω.Ω

O dia foi movimentado e cheio de preparações. Por volta das seis da tarde, os últimos frangos assavam no fogão de Emily.

—Eu acho que estou cansada. -Emily disse se sentando no sofá. A lareira estava acesa, enviando um calor reconfortante pra sala.

—Trabalhou muito meu amor? -Sam questionou beijando a bochecha de Emily. Todos estavam espalhados pela sala, menos Jacob, que estava em forma de lobo cuidando de Charlie.

—Cozinhar comida suficiente pra todos esses lobos é cansativo, por sorte eu não estava sozinha. -Ela lançou um sorriso para as outras mulheres.

—Eu não vejo a hora de atacar esses pratos. -Brady disse esfregando o estômago, fazendo todos sorrirem.

Os sorrisos foram apagados, quando a porta se abriu, revelando um Charlie pálido e um Jacob desconfortável.

—Vá buscar Billy, Jacob. Eu vou ficar bem agora. -Charlie disse ao entrar e se encostar no batente da porta.

—Está tudo bem papai? -Bella perguntou enquanto observava o homem tirar o casaco salpicado de neve.

Charlie olhou ao redor da sala e balançou a cabeça, como se não acreditasse em alguma coisa.

—Sente-se aqui, Charlie. -Sam ofereceu seu lugar ao chefe de polícia. 

Charlie se sentou ainda em silêncio, um silêncio que estava incomodando a todos.

—Posso conseguir uma xícara de café ou uma caneca de chocolate quente pra você, Charlie? -Emily questionou cuidadosamente.

—Café seria bom. -O homem murmurou.

Emily se levantou e caminhou até a cozinha.

—Papai, estou ficando preocupada. -Bella disse se ajoelhado a frente de Charlie, que estava de cabeça baixa.

—Apenas espere o Billy chegar. -Ele disse sem Bella viu lágrimas brilharem nos olhos de seu pai.

As duas portas se abriram ao mesmo tempo: de uma, saiu Emily com uma caneca cheia de café fumegante, já a outra, revelava Billy e Jacob entrando na casa.

Charlie aceitou a caneca de Emily e se virou para Billy, que o observava curioso.

—Quando você pretendia me contar que a Bella, minha única filha, ficou em perigo por mais de um ano? -Charlie finalmente disse, fazendo todos prenderem a respiração momentaneamente e olharem para Jacob.

—Não foi minha culpa. -Jacob começou a explicar. -Eu fiquei um pouco pra trás de Charlie, -a trilha comum na floresta estava intransitável, tive que dar a volta- quando eu cheguei na casa, ela já estava lá...

Nesse ponto, Charlie assumiu a narrativa da história:

—Eu cheguei em casa, tomei um banho quente e estava me preparando pra sair, quando ouço passos. Me viro e olhando pra mim de forma curiosa, estava um ser de olhos dourados assustadores. -O homem estremeceu ao se lembrar dos olhos mortos do ser. -Era uma mulher, e ela ficava me perguntando onde estavam meus cachorrinhos de estimação, eu respondi que não tinha nem um cachorro e que iria prende-la por invasão de domicílio...

—Foi nesse momento que cheguei, por sorte a porta dos fundos estava aberta e eu pude entrar sem precisar quebrar nada. -Jacob voltou a narrativa. -Eu entrei e lá estava ela, horrivelmente pálida (como vocês sabem que eles são), ela fez um som estranho com a boca e um outro vampiro entrou, um recém criado. Ela disse que não iria nos matar, mas queria saber dos Cullen's.

—Ela dizia que sabia que nós, eu e você Bella, tínhamos ligação com os Cullen's. Ela disse que nos daria mais dois meses, se em dois meses, os Cullen's não aparecessem ela iria nos matar. -Charlie disse olhando fixamente para Bella. -Então, ela saiu correndo, deixando o outro... Ser lá, no meio da sala.

—Eu tive que escolher ou eu ia atrás dela e deixava Charlie a mercê do vampiro recém criado, ou eu protegia Charlie. Eu escolhi proteger Charlie.

—Foi uma surpresa quando o lobo puxou o corpo decepado pra fora de casa. Eu o segui, querendo saber o que estava acontecendo, então eu vi o momento exato em que o lobo castanho se transformou em Jacob e me pediu um isqueiro. -Charlie baixou a cabeça e riu baixinho.

—Charlie quase teve um enfarto. -Jacob riu também.

—Jacob te explicou sobre tudo? -Billy questionou cuidadosamente.

—Sim, ele me disse que as lendas são verdadeiras, que a maioria aqui são lobos e que os Cullen's são vampiros. -Charlie disse arqueando as sobrancelhas para Billy. -Você sabia disso.

—Sim, eu sabia. -Billy afirmou.

Todos podiam sentir a tensão na sala, Billy e Charlie se encaravam como dois cachorros raivosos.

—E você deixou que Bella namorasse com Edward, você deixou Bella conviver com vampiros por quase um ano.

—Não era minha escolha, Charlie. Bella sabia onde estava se metendo.

—Você sabia? -Charlie olhou pra Bella levemente horrorizado.

—Sim papai, eu sabia. -Bella balançou a cabeça positivamente.

—E você não se importava?

—Não, meu plano era me tornar um deles quando eu terminasse a escola. -Bella resolveu falar tudo ao seu pai, a verdade era a melhor saída. -Mas então, houve um problema no dia do meu aniversário, Jasper quase me atacou e eles decidiram que eram perigosos de mais para ficarem comigo.

—Você ia se tornar um deles? Você ia nos abandonar? Eu, sua mãe, Jake... Você ia deixar todos nós?

—Egoísta, eu sei. Mas eu era apaixonada por ele, eu faria qualquer coisa pra estar com ele.

—Até deixar sua humanidade? -Charlie estava espantado, sua filha realmente faria aquilo?

—Até deixar minha humanidade. Eu sinto muito papai. -Bella se levantou e se aproximou de Charlie. -Agora eu estou com Paul, ele é o amor da minha vida e eu não o trocaria por imortalidade nenhuma.

—Um lobisomem não é uma escolha muito melhor não... -Charlie disse envolvendo Bella em um abraço.

—Hey, todos nós somos lobisomens, cuidado chefe Swan. -Quil disse fazendo Charlie sorrir.

—Melhor um lobisomem, parcialmente humano, que um vampiro semi-cadáver. -Charlie suspirou e olhou pro Paul. -Mas lobisomem ou não, se você magoar minha filha, eu atiro em você.

Bella, assim como todos, riu. Emily se levantou e caminhou até a cozinha, voltando alguns minutos depois.

—Vamos jantar? Tem um monte de comida na mesa que não vai se comer sozinha.

Todos foram pra cozinha, voltando com pratos cheios de comida e se estabelecendo na sala novamente.

—Eu tenho uma dúvida. -Seth disse de seu lugar no chão. -Por que Charlie aceitou tudo tão rápido? Ele não deveria estar surtando?

—Sim, eu deveria. Mas eu vi um lobo do tamanho de um filhote de cavalo arrancar uma cabeça, aparentemente humana e não sair nenhuma gota de sangue, logo depois eu vi esse lobo se transformar no filho do meu melhor amigo. Acho que nada mais me surpreende. -Charlie disse encolhendo os ombros.

Logo o assunto lobos, vampiros e imortalidade foi esquecido no meio da deliciosa comida que havia disposta na cozinha da casa de Emily.

Ω.Ω.Ω.Ω

—Sugiro que você fique por aqui hoje, Charlie. -Sam disse quando eles estavam comendo a sobremesa: deliciosas tortas de maçã e mirtilo, com sorvete de limão e calda quente de chocolate.

—Sim, eu sei. Com tudo que descobri hoje, acho que a reserva é o lugar mais seguro em que eu posso estar. -Charlie falou distraidamente.

—Conseguiu aquelas férias? -Billy perguntou.

—Graças a deus sim, só volto no final de janeiro.

—Muito bom, você está convidado a ficar esses dois meses na minha casa. Podemos limpar o antigo quarto das gêmeas e você é bem vindo lá.

—Por hoje, você pode ficar no meu quarto, eu fico na casa de Leah. -Jacob disse corando sob a pele morena. -Se a Sue não se importar, é claro.

—Você é sempre bem vindo. -Sue sorriu.

—Feitos os arranjos, precisamos decidir o que vamos fazer. -Sam disse se colocando de pé. -Já sabemos que não podemos sentir o cheiro desse vampiro, não sei porque, mas só sentimos o cheiro dela quando ela quer.

—Eu tenho uma ideia do que possa ser. -Bella disse fazendo todos os olhos se voltarem pra ela. -Alguns vampiros, tem habilidades especiais, coisas em que eram bons quando eram vivos. Edward por exemplo, era bom em desvendar quando estavam mentindo pra ele, ele conseguia ler a pessoa como um livro. Depois de transformado, ele passou a ler mentes. Já Alice, tinha uma intuição muito forte, conseguia saber todas as possibilidades do que aconteceria, observando apenas as opções que tinha. Depois de transformada, ela passou a ver possibilidades do futuro.

—Mas algum Cullen tem poderes assim? -Leah questionou.

—Jasper consegue sentir e controlar as emoções de quem está ao seu redor, Emmet é mais forte que os vampiros normais... E eu acho que é isso. -Bella forneceu as informações.

—Você está dizendo que essa vampira que ameaçou seu pai, pode ter algum poder? -Sam questionou enquanto andava de um lado pro outro na sala.

—Isso faz todo sentido. -Jacob disse levemente surpreso. -Ela pode conseguir mascarar seus cheiro, se esconder...

—Isso significa que só vamos encontra-la se ela quiser... -Paul disse desanimado.

—Ou... Eu posso enviar um email para Carlisle. -Bella disse rapidamente, esperando a reação dos lobos. -Ela quer os Cullen's, não é?

As reações que ela conseguiu foram diversas: Charlie, Billy e Sue franziram as sobrancelhas; Emily, Kim e Leah olharam pra ela como se uma segunda cabeça tivesse nascido em seu pescoço; Paul, Jacob e os outros lobos começaram a perguntar se ela era maluca; mas a reação que mais a surpreendeu foi a de Sam.

—Silêncio, todos vocês. -Ele usou seu comando alfa para silenciar o grupo. -Bella está certa, devemos contatar os Cullen's. Essa vampira os conhece e está ameaçando pessoas importantes para nós, não conseguiremos encontra-la sozinhos e não sabemos o que ela está planejando.

—Mas Sam, são vampiros. Você sabe que isso pode induzir outras pessoas a se transformar. -Jacob tentou argumentar, mas Sam balançou a cabeça negativamente.

—Está decidido, pode escrever pra eles Bella. -Sam disse e Bella confirmou.

Nesse momento, um barulho estridente foi ouvido: o toque de um telefone.

—É o meu. -Bella disse correndo até onde seu casaco estava pendurado e tateando o bolso em busca do aparelho. -É Alice.

—Atenda e coloque no viva-voz, vocês continuem em silêncio. -Sam ordenou.

Bella se sentou no meio da sala e atendeu o telefone, a voz de sinos de Alice preenchendo o ambiente.

—Bella quanto tempo, eu liguei porque acabei de ter uma visão de Carlisle recebendo um email seu. Fiquei muito curiosa, é o primeiro vislumbre sobre você que tenho em meses.

—Oi Alice, como vai, Carlisle está por perto? Gostaria de falar diretamente com ele. -Bella ergueu os olhos pra Sam, que acenou positivamente.

—Estão todos aqui, estamos curiosos para saber o que faria você escrever para nós. -Alice disse animadamente. Bella quase podia ver a vampira saltitando de animação. -Vou deixar ele falar com você.

—Oi Bella, o que houve? -A voz calma de Carlisle preencheu o silêncio momentâneo.

—Carlisle, tem uma vampira procurando por vocês. -Bella disse sem rodeios.

—Uma vampira?

—Sim, ela apareceu na minha casa, por sorte Charlie estava acompanhado e ele não se feriu. Essa vampira sabia que eu estive ligada com vocês e usou isso pra nos ameaçar. -Bella ergueu os olhos para Sam que movimentou os lábios formando as palavras "fale para ele sobre nós" -Vocês devem saber sobre os Quileutes né? Sobre eles serem lobos...

—Sim Bella, sabemos, eu mesmo fiz o tratado com Eprhaim Black. Mas o que isso tem haver com essa vampira?

—Eles não conseguem rastrea-la. Eles não conseguem sentir o cheiro dela e nem saber onde ela está. -Bella informou e a linha ficou mortalmente silenciosa.

—Você tem certeza disso Bella? -A voz de Carlisle retornou depois do que pareceram horas em silêncio.

—Sim, eu mantenho contato constante com Sam e a matilha, contato suficiente pra saber sobre isso.

—E qual era a cor do cabelo dela? -Carlisle perguntou tenso.

Bella olhou para Charlie que gesticulou um "ruivo", que ela logo passou para Carlisle.

—Ah não. -Carlisle murmurou. -Bella, você me disse que tem convivido bastante tempo com a matilha, eles estão com você agora?

—Sim, estão.

—Deixe-me falar com Sam, por favor. -Carlisle disse com urgência na voz.

Bella entregou o telefone pra Sam que o pegou e se sentou no chão.

—Carlisle. -Sam disse cordialmente.

—Sam. -Carlisle devolveu. -Eu não posso ir pra Forks por enquanto, os aeroportos da cidade onde estou, estão fechados por causa de uma nevasca e eu tenho algumas coisas pra resolver por aqui também. Eu só vou conseguir ir pra Forks em meados de janeiro, então eu gostaria de pedir pra você manter Charlie e Bella seguros.

—Vocês conhecem essa vampira? -Sam perguntou.

—Infelizmente sim. Achávamos que ela estava em outro lugar, longe da civilização humana, mas parece que não. Ela é perigosa Sam, todo cuidado com ela é pouco. Tente manter Bella e Charlie o maior tempo possível na reserva. -Carlisle disse e Sam concordou.-Esse já era nosso objetivo. Bella e Charlie ficarão seguros aqui. Mas vocês tem que vir resolver isso, eventualmente Charlie precisará voltar ao trabalho e Bella precisará voltar à escola.

—Sim, iremos o mais rápido possível. Obrigado Sam, mantenha Bella segura, ela é importante para nós. -Carlisle disse e desligou o telefone.

Sam entregou o aparelho para Bella, que o colocou na mesa de centro.

—É... Foi um grande dia. -Charlie disse se recostando na poltrona.

—E põe grande nisso. -Kim concordou.

—Acho que está na hora de irmos. -Bella disse pra Paul.

—Sim, nós também já vamos. -Billy concordou.

—Separei comida pra vocês levarem, sobrou bastante coisa. -Emily disse se levantando.

Alguns minutos depois, todos se despediram e seguiram para suas casas (ou para a casa onde ficariam hospedados), deixando Emily e Sam abraçados na varanda da casa.

—O que você acha que vai acontecer agora? -Emily perguntou quando as pessoas que saíram de sua casa eram apenas sobras distantes.

—Eu não faço ideia. Mas eu tenho o pressentimento de que o que acontecer será grande... -Sam disse abraçando Emily mais fortemente.

Do alto, os deuses movimentavam os fios do destino, decidindo entre eles o que aconteceria com a humanidade abaixo deles. Eles se entreolharam e concordaram com um aceno afirmativo. De dois grossos fios escarlate, eles puxaram dois novos fios, mais frágeis, mais curtos e mais claros, que se entrelaçaram nos outros fios, amarrando-os e ligando-os. A partir daquele momento, aqueles destinos estavam ligados para a eternidade.


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Notas finais do capítulo

Eles voltaram! Oq esperam para os próximos capítulos?

Críticas, sugestões e opiniões são sempre bem vindas!