Unstable companion escrita por Keyla Cardoso


Capítulo 13
Capítulo 12- Confissões


Notas iniciais do capítulo

A leitura é o alimento da alma, bom apetite.



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Capítulo 12: Confissões

Paul despertou com o irritante barulho do celular tocando. Ele tinha ficado na floresta até quase o amanhecer, pra agora não poder dormir até, pelo menos, as onze...

—Alô. -Ele atendeu o aparelho de má vontade, os olhos pesados de sono.

—Paul, está tudo bem? Você não mandou mensagem ontem, fiquei preocupada. -A voz de Bella chegou à seus ouvidos.

—Hey meu amor, me desculpe, eu acabei esquecendo. Fiquei na floresta até as seis, os meninos deram um trabalhão pra voltarem a forma humana. -Ele explicou.

—E eu fui te acordar... Desculpa.

—Sem problemas, eu que me desculpo por não ter mandado nenhuma notícia.

—Meu pai me ligou e disse que já chamou os pais da Jéssica e do Mike, a essa hora os dois devem estar prestando depoimento.

Quer que eu te busque, para ficarmos um pouquinho aqui em casa? -Paul sugeriu com um "quê" de malícia.

 —Você dormiu pouco, acha seguro vir de moto?

—E quem disse que eu vou de moto? Me espere na porta dos fundos, estarei ai em vinte minutos. -Ele desligou o telefone e se levantou.

Ele pegou um pedaço do pão caseiro que Emily tinha deixado ali e um pouco de café, ele comeu rapidamente e saiu da casa, entrando na floresta e se transformando.

"Paul?" A voz de Jacob chegou em seus pensamentos.

"Estou indo buscar a Bella" Ele desligou os pensamentos e correu o mais rápido que pôde em direção a casa dela.

Cerca de quinze minutos depois, ele parou na floresta aos fundos da casa dela, onde voltou a forma humana e caminhou até sair de entre as árvores. Ela estava sentada nos degraus e sorriu quando ele apareceu.

—Como você está? -Ele questionou quando abraçou-a e inspirou o cheiro dos cabelos dela.

—Eu tô bem e você?

—Melhor impossível. -Ele beijou a testa dela e se afastou um pouco para espiar dentro da sacola de pano que ela tinha pendurada no braço. -O que tem aqui?

—Algumas coisas pra fazer um café da manhã pra gente.

—Estou ansioso, vamos?

—Como vamos?

—De lobo. -Ele riu e a puxou pra floresta. -Se importa? -Ele disse colocando a mão no botão do shorts.

Bella se virou e ele riu. Poucos segundos depois, ela sentiu o hálito quente na mão dela e se virou apenas pra ver o lobo que a encarava pensativamente.

—Eu vou montar em você? -Ela questionou e recebeu um aceno do lobo, que se abaixou para ficar na altura ideal pra ela monta-lo.

Bella se acomodou nas costas do lobo e gritou quando Paul se levantou, ele parou e olhou para trás, a língua pendurada em um sorriso de lobo.

—Não ri de mim, se levanta com calma e não corra. -Ela bateu na cabeça dele.

Paul se levantou calmamente e começou a caminhar lentamente.

—Nesse passo não chegaremos nunca, vai mais rápido. MAS SÓ UM POUQUINHO. -Paul aumentou a velocidade e logo eles estavam correndo.

Bella se agarrou aos pelos de Paul e gritou. A sensação do vento em seu rosto era maravilhosa e ela fechou os olhos pra apreciar as sensações.

Paul parou de correr e Bella abriu os olhos, eles já estavam em La Push, na floresta a poucos metros da casa dele. Ela desceu das costa dele e se virou de costas para que ele voltasse a forma humana e se vestisse.

—E aí, o que achou? -Ele perguntou pegando a sacola da mão dela e a envolvendo com o braço.

—Incrível, temos que fazer mais vezes, o vento no rosto é maravilhoso.  -Bella sorriu animada.

Eles entraram na casa modesta e Paul foi direto tomar banho, Bella ligou o pequeno rádio e começou a preparar o café da manhã.

—O cheiro está maravilhoso e eu estou faminto. -Paul disse se aproximando dela. Bella fechou os olhos e suspirou, o cheiro amadeirado do desodorante de Paul entrando em suas narinas. 

—Sente-se então, falta só terminar os ovos. Já tem suco, torrada e café na mesa. -Bella entregou uma xícara pra ele.

Bella serviu o bacon e os ovos em um único prato, ela sabia que ele a alimentaria do próprio prato, então não tinha necessidade de sujar muita louça.

—Vem, senta aqui. -Ele a puxou pro colo dele. -Preciso te alimentar.

Ela sorriu e se sentou, ela foi alimentada por ele e apreciou a sensação de ser cuidada.

—Como está o concerto da minha caminhonete? Alguma notícia? -Ela perguntou bebendo um pouco do suco de morango.

—Nem tive tempo de ver isso, como eu disse, ficamos com os gêmeos até as seis da manhã. -Paul respondeu mordendo a torrada.

—Quando vou conhece-los?

—Em breve, agora eu só quero dormir, estou exausto.

—Eu não dormi muito bem essa noite, me senti estranha a noite inteira, era como se tivesse alguém me observando. -Ela disse encostando a cabeça no ombro dele.

—Tem a possibilidade disso? De alguém entrar na sua casa? -Paul disse subitamente nervoso.

—Edward costumava entrar no meu quarto pela janela, mas você sentiria o cheiro dele ou de outro vampiro né?

—A milhas de distância. -Ele disse empurrando o prato vazio pro meio da mesa. -Vamos deixar pra pensar nisso depois, agora vamos dormir.

Paul se levantou com Bella no colo e caminhou até o outro cômodo, ele a colocou na cama e se deitou ao lado dela, abraçando-a e enterrando o nariz nos cabelos dela.

—Sabe, eu lutei muito contra o imprinting, mas agora que eu aceitei, eu imagino a minha vida inteira junto com você. -Ele murmurou plantando um beijo nos cabelos dela. -Eu imagino a gente se casando, acordando junto todos os dias e em um futuro não tão distante, nossos filhos brincando pela casa.

—A gente pode aumentar a casa, adicionar mais uns dois cômodos e pintar, eu imagino as paredes internas de um tom creme e as externas verdes, para se camuflar com as árvores. -Bella sorriu ao imaginar a casa maior e mais aconchegante.

—Eu falo de ter filhos, mas eu tenho medo sabia? Medo de ser como meu pai, medo de não ser um bom marido e um bom pai. -Ele murmurou.

—Você não é seu pai Paul, você é uma pessoa melhor que ele. Nós vamos nos casar e construir nossa família, vamos fazer isso juntos. -Bella disse selando os lábios com os dele.

O beijo, que começou com um simples roçar de lábios, logo ganhou intensidade e profundidade, transformando aquele momento em uma batalha por espaço na boca um do outro. Paul se inclinou um pouco e cobriu o corpo de Bella com o seu, a proximidade era perigosa e Bella sabia disso.

—Não íamos dormir? -Bella murmurou quando eles se separaram em busca de ar.

—Você tem certeza que quer dormir?

Bella pensou nas palavras de Paul e no que elas implicavam. Ela não era uma virgem puritana a muito tempo, mas os meses que ela passou com Edward não acrescentaram em nada na sua, já pouca, experiência sexual, e ela sabia que Paul era um homem experiente e já havia dormido com metade da população feminina de La Push. Sem falar que eles decidiram embarcar em um relacionamento a uma semana, certo que eles eram almas gêmeas e estavam destinados a ficar juntos, mas não estavam se precipitando?

—Hey, não precisa ficar com essa cara pensativa não. Podemos esperar, eu posso esperar. -Ele disse se aconchegando novamente ao lado dela, a puxando pra deitar no peito dele. -Quando for pra acontecer, vai acontecer.

—Obrigada por não fazer perguntas. -Bella murmurou fechando os olhos. A noite mal dormida e o calor convidativo do corpo de Paul, embalando seu sono suave.

Paul beijou a testa dela e fechou os olhos, caindo na inconsciência enquanto sentia o hálito suave de Bella em seu peito.

Ω.Ω.Ω.Ω

Os três garotos caminhavam pelas ruas pouco movimentadas de La Pus atraindo olhares. Afinal, era três garotos, teoricamente, menores de dezessete anos, mas a aparência e o porte físico era de no mínimo 25 anos.

—Todos estão me olhando, parece que estou pelado. -Brady Fuller disse cruzando os braços.

—Somos três adolescentes andando semi nus, em uma temperatura de dez graus. Claro que vão olhar. -Quil disse revirando os olhos.

—A casa de Paul está muito longe? -Collin questionou enquanto eles caminhavam. Sam havia pedido que fossem acordar Paul para uma reunião de emergência.

—Estamos chegando. Mas vocês vão ser acordar ele, não quero lidar com o mau humor de Paul.

—Isso mesmo Quil, empurre tudo pros mais jovens. -Brady disse revirando os olhos.

Eles chegaram na casa e quando os dois garotos iam para a porta, Quil os segurou pelo braço.

—Esperem, sintam o cheiro. -O garoto disse e os dois mais jovens franziram as sobrancelhas. -O que sentem?

—O cheiro de Paul, bacon... -Collin começou mas foi interrompido por seu irmão.

—Oh, tem um perfume feminino também. Paul está acompanhado. -Brady disse animado, a parte que ele mais gostava em ser um lobo era os sentidos apurados.

—É Bella, ela é o imprinting de Paul. -Quil disse e os dois arregalaram os olhos.

—Acha que deveríamos bater? Sam disse que podemos entrar sem cerimônia na casa de vocês, mas e se eles estiverem pelados? Acho que Paul não gostaria que a gente visse a companheira dele nua. -Collin encolheu os ombros desconcertado.

—Ah não, eles estão vestidos. Vocês saberiam se algo tivesse acontecido, o odor pós coito é quase insuportável. Eu só queria que vocês conhecessem o cheiro da Bella, para o caso de precisarem protege-la ou encontra-la, essa garota é um imã de perigos. -Quil disse e tomou a frente deles na caminhada até a porta de Paul.

Quil abriu a porta sem cerimônia e entrou, os olhos indo até o casal que dormia abraçado.

—Paul, acorda. -Brady disse sacudindo a perna de Paul.

—É cara, vamos lá.- Collin o cutucou no braço.

—Será que um lobo não pode dormir em paz? -Paul rosnou sem abrir os olhos.

—Não quando Sam quer uma reunião com o bando. -Quil, que até então apenas observava divertido, interveio. -Vamos lá cara, já é meio dia, a Emy tá esperando com um almoço maravilhoso.

—Eu ouvi 'Emy e almoço' na mesma frase? -Bella disse com a voz sonolenta. -Vamos lá Paul, estou com fome.

Paul rosnou, mas se levantou. Ele estendeu a mão para Bella e ela aceitou a ajuda pra se levantar da cama.

—Esses são Brady e Collin Fuller, os novos membros da matilha. -Paul apresentou os três. -Essa é Bella Swan, minha companheira.

—É um prazer conhecer os garotos que deram trabalho pra esses lobos. -Bella disse estendendo a mão pros dois.

—Não foi de propósito, é que não conseguíamos nos manter em nossa forma humana, sempre que conseguiamos voltar ficávamos apenas alguns segundos, antes de explodir em pelos novamente. -Brady explicou constrangido.

—Inclusive, afastem-se. -Paul se colocou entre os garotos e Bella. -Vamos logo pra essa maldita reunião.

O estranho grupo caminhou pelas ruas de La Push atraindo olhares, Quil lançava sorrisos pras pessoas, que desviavam os olhares rapidamente.

—O que Sam quer? -Paul questionou e Quil encolheu os ombros.

—Quem sabe? Ele chegou da ronda e pediu para virmos te acordar.

—Espero que esteja tudo certo. -Bella disse se encolhendo nos braços de Paul.

O quinteto caminhou mais um pouco e logo avistaram a casa do Sam, pra onde se encaminharam rapidamente. Eles entraram e Bella esquadrinhou a sala em busca de seu melhor amigo, ela o encontrou sentado ao lado de Leah. Ele se levantou e a envolveu em um abraço.

—Sentem-se, temos assuntos sérios pra tratar. -Sam disse entrando na sala ao lado de Emily. Bella se sentou entre Jacob e Paul, o calor de ambos aquecendo-a.

—O que houve? -Jared foi o primeiro a falar.

—Hoje pela manhã, enquanto eu estava patrulhado Forks, eu senti um cheiro incomum, eu senti cheiro de vampiro. -Bella sentiu um arrepio na coluna, será que os Cullen's estavam de volta?

—Eram os Cullen's? -Quil fez a pergunta que ela não conseguiu fazer.

—Não, não eram os Cullen's. Mas o cheiro estava muito perto da sua casa, Bella. -Sam se dirigiu diretamente a ela. -Você acha que tem a possibilidade de algum outro vampiro ter interesse em você?

—E-eu acho que não. Os Cullen's foram os únicos vampiros que conheci. -Ela respondeu timidamente, falar sobre os vampiros ainda era desconfortável.

—O mais intrigante é que o cheiro sumiu no meio do nada, como se o vampiro deixasse de existir de uma hora pra outra. -Sam explicou passando a mão pelos  curtos.

—O que vamos fazer? -Paul murmurou segurando Bella firmemente.

—Intensificar as rondas e não deixar Bella ou Charlie desprotegidos, não sabemos quem são esses vampiros e nem o que querem. -Sam disse nervosamente. -Quanto mais tempo Bella e Charlie puderem passar aqui, na reserva, melhor.

—Vou ver com meu pai, pra ele chame Charlie pra pescar, eles podem ir pra cabana de pesca pelo menos por hoje a noite. -Jacob sugeriu e Sam concordou.

—Conte a ele que tem um desconhecido rondando a casa de Charlie, ele nos ajudará a fazer o possível para manter Charlie e Bella seguros. -Sam disse se levantando. -Vou estabelecer os novos horários de ronda e passo pra vocês mais tarde, mas vamos almoçar agora.

—Você pode ficar aqui, Bella. Temos um quarto de hóspedes. -Emily sugeriu enquanto eles se serviam de sopa e pãezinhos.

—Eu agradeço, Emy, mas vou ficar com o Paul. -Bella sorriu e Paul beijou sua testa.

—Certo, mas podemos dizer ao Charlie que você ficará aqui, pra ele não se preocupar enquanto estiver pescando. -Sam disse e Bella lançou um sorriso agradecido ao casal.

Eles almoçaram em silêncio, todos pensativos sobre os motivos que um vampiro teria pra circular a casa de Bella. Depois do almoço, Paul foi pra ronda com Seth e Bella se sentou com Emily, Leah e Kim na cozinha. O resto dos garotos foram pra oficina, ver a situação que estava o carro de Bella.

—Depois da aula, eu farei questão de vir pra cá. Não quero dar sorte ao azar, não. -Bella disse olhando as árvores pela janela da cozinha. -Só preciso arranjar uma boa desculpa.

—Diga a ele que está me ajudando a preparar meu casamento, o que não é uma mentira. -Emily sorriu radiante pra Bella.

—Vocês vão se casar? -Bella perguntou, os olhos brilhando em animação.

—Decidimos hoje pela manhã. Já é como se fossemos casados, mas queremos oficializar com uma cerimônia tradicional. E eu quero a ajuda de vocês três. -Ela disse olhando principalmente para Leah.

—O que passou ficou pra trás, eu sou uma nova pessoa que não tem mágoas ou ressentimentos, estou tomando um novo rumo na minha vida, e nesse novo caminho não tem espaço pra ódio. -Leah disse pegando a mão de Emily em cima da mesa. -Pode contar comigo, melhor amiga.

Emily se levantou e abraçou Leah, lágrimas rolando por sua bochecha, o imprinting de Sam havia machucado várias pessoas, mas as feridas estavam se curando e a felicidade real estava voltando pra vida de todos.

As quatro mulheres, passaram algum tempo discutindo sobre o quão grande seria a cerimônia, quem eles não  iriam convidar, quem da reserva de Emily viria e coisas do tipo.

A conversa foi interrompida pelo barulho do telefone, que Emily se levantou pra atender.

—Muito legal o que você disse pra Emy, Leh.- Bella disse pra garota que estava sentada à sua frente.

—Agora eu entendo que ela não teve culpa do que aconteceu, agora que aconteceu o mesmo comigo, eu sei o quão forte é o sentimento. Assim como eu não posso lutar pelo que eu sinto pelo Jake, sei que ela não poderia lutar pelo que sente pelo Sam. -Leah encolheu os ombros.

—Que bom que vocês estão se entendendo, eu não gostava de ver a tristeza da Emy sempre que falava sobre você. -Kim disse sorrindo.

Antes que qualquer uma das duas pudessem responder, Emily voltou pra cozinha.

—Desculpem a demora, tive que ligar pro Sam. -Ela informou se sentando.

—Algum problema? -Kim arqueou as sobrancelhas.

—Não realmente. Charlie ligou dizendo que estava vindo até aqui com os pais dos colegas de Bella, pra eles saberem o valor do concerto da uma caminhonete, então liguei pro Sam pedindo pra ele vir receber seu pai.

Alguns minutos depois, Sam e Jacob entraram pela porta do fundo, uma prancheta na mão de Sam.

—Olá meninas, falou com elas sobre aquilo? -Ele se dirigiu a Emily.

—Sim, estávamos falando sobre isso, Leah aceitou também, isso é incrível não é? -Emily disse segurando a mão da prima.

—Que bom que vocês estão se acertando, eu fico feliz por isso. -Jacob disse beijando a bochecha de Leah.

—Guardar mágoas não é legal e eu estou feliz agora. -Ela lançou um sorriso apaixonado para Jacob.

—Espera... Isso foi um sorriso apaixonado? Leah Clarewater sorriu apaixonada? -Kim provocou fazendo todos rirem.

—Ah, pelo amor de deus. Deixem minha cunhada em paz. -Bella disse tentando segurar a risada.

Uma batida ecoou na madeira da porta e Sam se levantou, um sorriso leve no rosto.

—Vocês parem de rir e se comportem como pessoas normais. -Ele murmurou caminhando pra sala.

Segundos depois ele voltou com Charlie e os pais dos colegas e Bella.

—Obrigado por nos receber, Sam. Esses são a Srª Newton e o Sr. Stanley. -Charlie apresentou seus dois acompanhantes.

—Sentem-se por favor, temos muito o que tratar. -Sam indicou a mesa.

Eles se sentaram e Sam pegou a prancheta da mão de Jacob.

—O estrago foi feio, uma sorte não ter quebrado o motor, pois aí seria pior ainda. -Sam começou a falar mas foi interrompido pela mãe de Mike.

—Olha, eu não tenho todo tempo do mundo, então se você puder ser rápido. -Ela olhou pra pequena casa enojada.

—Certo, então. O concerto vai ficar em 7.500 dólares, teremos que trocar os vidros, desamassar a mataria e refazer a pintura. -Sam disse se recostando na cadeira, um sorriso cínico nos lábios.

—Isso é um absurdo, não pode ser tudo isso. -A Srª Newton esbravejou batendo a mão na mesa. -Vocês estão querendo arrancar dinheiro da gente, eu vou processar vocês.

—Olha Srª Newton, se você acha que realmente estamos tentando roubar vocês, pegue essas fotos e vá em qualquer oficina mecânica de Seattle, eles vão cobrar no mínimo uns oito mil. -Sam empurrou as fotos pra mulher. -Eu não preciso do seu dinheiro Srª. Newton, eu e meus amigos trabalhamos honestamente, se você está duvidando disso, sugiro que se retire e procure um outro lugar.

—Não se preocupe filho, eu faço questão de pagar o concerto em um lugar que Bella escolher. Tenho certeza que a Srª Newton também. -O pai de Jéssica olhou pra Srª Newton que confirmou contrariada.

—Certo, eu vou começar o concerto em breve. -Sam se levantou junto com Charlie.

—Obrigada por nos receber. Depositarei o dinheiro na conta de Charlie e ele repassará pra você.  -O Sr. Stanley apertou a mão de Sam. -Até mais. -Ele acenou pros outros.

A Srª Newton saiu sem se despedir e Bella riu da mulher.

—Papai, posso falar com você? -Ela se levantou e o homem confirmou. -Vou ficar aqui com Emily hoje, estou ajudando ela a planejar o casamento.

—Menos mal, vou sair com Billy essa tarde pra pescar, fico mais tranquilo sabendo que você não está sozinha em casa. -Ele beijou a testa da filha. -Preciso ir, até mais tarde.

Bella voltou pra casa e se sentou no sofá ao lado de Jacob.

—Essa Srª. Newton é horrível. -Kim disse revirando os olhos.

—Eu queria ver ela achar alguém que fizesse o concerto por menos de 7.000. -Sam disse se sentando ao lado de Emily.

—O Sr. Stanley me pareceu sensato. -Foi a vez de Leah apontar.

—Eu vou preparar um lanche, me acompanham? -Emily se dirigiu as garotas.

As quatro se encaminharam pra cozinha, onde Emily começou a separar os ingredientes para um bolo.

—Como está a sua relação com Paul? -Emily perguntou como quem não quer nada.

Bella corou e desviou os olhos da garota.

—Estamos bem... Ele está se mostrando uma pessoa maravilhosa. -Bella respondeu sem graça.

—Vocês... Já? -Kim perguntou fazendo Bella, se possível, corar ainda mais.

—KIM. -Leah repreendeu rindo e se virando para Bella. -Mas já?

—Não. Deuses, não. -Bella respondeu envergonhada.

—Mas porque não? -Emily disse tirando os olhos do bolo de chocolate.

—Vocês sabem que podemos ouvir tudo né? -Sam disse colocando a cabeça pra dentro da cozinha, um sorriso estampado em seu rosto.

—Meu deus. -Bella exclamou encostando a cabeça na bancada da pia. 

—Estamos saindo, podem voltar a falar sobre a vida sexual da Bells. -Jacob passou pela cozinha em direção a porta do fundo.

Bella gemeu e as garotas riaram, deixando o assunto de canto por enquanto.

Ω.Ω.Ω.Ω

Todos estavam sentados em volta da mesa, eram quatro da tarde e eles tomavam um magnífico lanche preparado por Emily e as garotas.

—Passa a geleia de uva, por favor. -Brady pediu para Bella, que estava sentada entre ele e Paul.

—Você vai passar geleia no bolo? -Quil perguntou com uma careta.

—Acho que vocês deveriam parar de encher o saco do garoto e se concentrarem na comida de vocês. -Emily reclamou jogando um pedaço de pão em Quil.

—Como foi seu dia? -Paul perguntou beijando a testa de Bella.

—Foi bem, conversei bastante com as garotas. -Um leve rubor assumiu as bochechas de Bella.

—Que bom, fico feliz em ver que você tem amigos aqui na reserva.

—Os melhores. -Ela sorriu pra Emily que piscou pra ela.

Eles continuaram a comer em uma conversa animada, Paul sempre se certificando de colocar alguma comida na boca de Bella.

Quando todos estavam satisfeitos, Quil e Collin foram limpar a louça, enquanto os outros se sentaram na parte de trás da casa para conversarem.

Depois de alguns minutos, Leah e Kim lançaram um olhar encorajador para Bella. A garota suspirou e se encostou no peito de Paul, ela estava sentada entre as pernas dele, ambos no chão.

—Vamos? -Ela murmurou pra ele, as bochechas corando levemente.

—Mas já? -Ele arqueou uma sobrancelha pra ela.

—Preciso de um banho.

—Vamos então. -Ele disse se levantando. -Até mais pessoal.

Bella se despediu de todos e eles caminharam até a casa de Paul em silêncio, o silêncio entre eles era confortável e acolhedor, como sempre era quando eles estavam juntos.

—Porque ir embora tão cedo? -Ele perguntou.

—Não sei, apenas queria um banho e ficar com você. -Ela encolheu os ombros.

—Aprecio essa ideia. -Ele murmurou plantando um beijo casto na testa dela.

Eles chegaram na casa de Paul e entraram. Paul foi direto ao guarda-roupas, de onde tirou uma camiseta vermelha, uma box azul e uma toalha branca.

—Sei que você não tem roupas, isso deve servir pra noite. -Ele entregou as coisas pra ela, que sorriu e se aproximou dele.

—Muito obrigada. -Ela disse e depositou um selinho nos lábios dele.

—Jogue suas roupas pra fora que eu vou lava-las enquanto você toma banho. -Ele a empurrou levemente em direção ao banheiro.

Bella entrou no banheiro e respirou profundamente enquanto se despia. Ela abriu levemente a porta e descartou as roupas sujas pra fora, entrando no jato morno em seguida.

Ela tomou um banho lento, usando o tempo para pensar na decisão que havia tomado naquela tarde. Depois de uma conversa constrangedora com as meninas, ela decidiu que estava pronta para ficar com Paul e decidiu por aquela noite. Ela estava ansiosa, com medo de não superar as expectativas de Paul, afinal, ele já havia estado com mulheres mais atraentes que ela...

—Tudo bem aí? -Ela ouviu uma batida na porta. Ela dispersou os pensamentos e percebeu que, provavelmente, estava ali a muito tempo, pois a água começava a esfriar.

—Tudo sim, já estou saindo. -Ela desligou o chuveiro e começou a se secar, levando todo o tempo do mundo pra isso.

Ela se olhou no espelho pendurado atrás da porta e suspirou. Ela não tinha nada de atraente. Era pálida, tinha os seios pequenos e não tinha muitas curvas.

—Tem certeza que tá tudo bem, Bells? -Ele disse se aproximando da porta novamente. -Eu consigo te sentir ansiosa, vem pra gente conversar.

Ela respirou fundo e se vestiu. Olhando no espelho mais uma vez ela abriu a porta, encontrando um Paul ansioso do outro lado.

—Certo, o que houve? Está tudo bem? -Ele questionou envolvendo-a em um abraço. Paul a ergueu e levou-a pra cama, onde colocou-a sentada e se sentou ao lado dela.

Eles ficaram em silêncio por um longo tempo, Paul estava começando a se sentir mal com a ansiedade que exalava através do vínculo.

—Bella querida, se você não disser o que está acontecendo, não tem como ajuda-la. -Ele disse e puxou-a para se sentar em seu colo, de frente pra ele.

—Paul, você... Eu... Eu sou atraente pra você? Além do vínculo. Quero dizer, você se sentiria atraído por mim sem o vínculo? -Ela tropeçou nas palavras mas conseguiu expressar suas dúvidas.

—Você quer saber se o seu corpo me atraí? -Ele franziu as sobrancelhas, por que esse assunto agora? -Confesso que eu era mais do tipo "peito e bunda em abundância", mas desde o imprinting, você se tornou meu tudo e eu sou apaixonado por cada detalhe seu.

—Você não teria se interessado por mim sem o vínculo. -Não foi uma pergunta, mas mesmo assim Paul respondeu.

—Não, provavelmente eu não teria. -Ele sentiu um aperto no peito.

Bella tentou se afastar, se sentindo ridícula por pensar que Paul estaria interessado em dormir com ela por estar apaixonado por ela... Era tudo por causa vínculo, ele não tinha escolha a não ser ficar com ela.

—Me solte Paul, por favor. -Ela murmurou sentindo as lágrimas ameaçando cair.

—Eu não vou te soltar Isabella, até você me explicar o que está acontecendo. -Ele apertou-a ainda mais em seu colo.

—Você só está comigo por que não tem escolhas, você preferiria estar com uma garota mais bonita, com mais... Atributos. -Bella resmungou e sentiu quando os braços de Paul afrouxarem em surpresa.

Bella saiu do colo de Paul e começou a se agasalhar.

—Onde você vai? -Ele questionou quando a viu fechar o casaco.

—Vou pra casa da Emily. -Ela resmungou enquanto calçava as botas.

Paul se levantou de um rompante e a segurou contra seu corpo antes que ela pudesse alcançar a porta.

—Paul, me solte. Por favor. -Bella disse enquanto ele a levava em direção da cama novamente.

—Não até você me ouvir. -Ele se sentou com ela no colo, as costas agasalhadas pressionadas ao peito nu. -Você está insegura. -Paul afirmou e ela se debateu um pouco, tentando se soltar. -Mas não deveria. Com as outras, era apenas sexo casual, mas com você não.. Imprinting ou não, você consegue a melhor parte de mim, a parte que tem esperança de ter uma família e ser feliz, a parte que luta todos os dias para ser melhor. Você Isabella Swan, tem a melhor parte de mim.

Paul desfez o zíper da blusa e calmamente a tirou do corpo de Bella, jogando-a no chão.

—Eu sou apaixonado por você... -Ele murmurou beijando o pescoço dela. -Por cada detalhe seu.

—Isso é apenas o Imprinting falando. -Bella afirmou enquanto sentia os pés de Paul tirarem sua bota recém calçada.

—Talvez seja, mas eu não quero lutar contra. Deixe-me provar o quão apaixonado por você eu sou. -Ele implorou fazendo Bella se sentir completamente extasiada.

—Paul... Você não é apaixonado por mim. -Bella tentou pensar logicamente.

—Ah, eu sou. E você vai descobrir se me deixar te mostrar. -Ele disse pressionando o traseiro de Bella em sua crescente ereção.

Bella suspirou e deixou o corpo relaxar contra o corpo de Paul. Era isso que ela planejava não é mesmo? Então pra que resistir por mais tempo...

—Paul... Eu quero te beijar. -Bella murmurou, a frustração de minutos antes, sendo substituída pelo desejo.

Paul virou Bella em seu colo e selou os lábios com os dela violentamente, o desejo não deixando tempo para muitas preliminares. As mãos de Paul ergueram a camiseta que Bella usava lentamente, os dedos roçando a pele que estava sendo descoberta.

Bella suspirou quando os dedos de Paul traçaram sua costela, as sensações eram de mais para Bella suportar. Paul terminou de tirar a camiseta e observou os seios pálidos de Bella, um sorriso de satisfação em seus lábios quando ele depositou um beijo no vale entre os seios.

A boca de Paul traçou um caminho de beijos molhados pelos seios de Bella. Ele depositou um beijo calmo no mamilo esquerdo, antes de toma-lo em sua boca e devora-lo como um bebê faminto. Bella jogou a cabeça pra trás e gemeu, a sensação dos lábios de Paul em seu seio enviando uma carga elétrica para seu corpo.

—Eu sou apaixonado por você, você é perfeita pra mim e espero que nunca duvide disso. -Paul murmurou contra a pele de Bella. -Não importa quantas eu tive antes de você, a partir de hoje, você é única.

Paul forçou seu corpo e deitou Bella na cama, sobrepondo-se a ela. Ele desceu os beijos pela barriga de Bella, parando apenas para remover a cueca que ela usava. Quando a peça não era mais um obstáculo, a língua de Paul adentrou as dobras húmidas de Bella, que fechou os olhos e se agarrou aos lençóis.

Bella percebeu que Paul sabia como e onde toca-la. Então ela se lembrou de que ele tinha anos de experiência, anos dando prazer a incontáveis mulheres... O pensamento foi perdido quando ela sentiu o dedo de Paul adentra-la.

—Paul... -Bella gemeu quando os lábios dele fizeram o caminho de volta pelo seu corpo.

Paul se afastou um pouco, apenas para retirar o short jeans que ele usava, revelando-se por completo.

—Gosta do que vê? -Ele arqueou uma das sobrancelhas quando percebeu o olhar de Bella em seu membro.

—Talvez um pouco. -Ela resmungou desviando os olhos.

Paul se inclinou para o criado mudo e pegou um preservativo da gaveta, vestindo-o rapidamente, ele cobriu o corpo de Bella com o seu novamente.

—Você é incrivelmente perfeita. -Ele murmurou beijando os lábios dela novamente.

Bella sentia seu corpo quente e pensou que poderia entrar em combustão a qualquer momento. Ela gemeu em desgosto quando Paul se afastou para se sentar na cama, as costas encostadas contra a cabeceira, mas logo foi puxada para o colo dele.

Paul ajudou-a a se ajustar em seu colo, seu membro protegido deslizando facilmente no interior de Bella.

—Assim ficamos quase do mesmo nível, e eu quero olhar em seus olhos enquanto fazemos amor. -As palavras saltaram de sua boca antes que ele pudesse conter. Ele nunca havia dito "fazer amor" para uma mulher. Fazer amor era algo profundo e íntimo, que ele nunca havia compartilhado com ninguém.

Até aquele momento.

Os braços de Bella cercaram o ombro de Paul e ela encostou a testa na dele.

—Me diz o que fazer. -Ela sussurrou de olhos fechados.

—É fácil... Você sobe e desce. -Ele disse cercando a cintura dela com dedos fortes.

Logo eles estabeleceram um ritmo próprio e os sons do prazer deles encheram a casa inteira. Bella jogou o pescoço pra trás, em um gemido silencioso, e Paul atacou o ponto onde ombro e pescoço se conectavam, onde, em breve, ela ostentará sua marca.

Sabendo que não duraria muito mais, Paul deslizou a mão entre os corpos e pressionou o clitóris de Bella, fazendo-a se contorcer em seus braços e gemer seu nome. Em poucos minutos, ela se desfez no melhor orgasmo que já havia experimentado, levando Paul com ela.

Bella caiu cansada no peito de Paul, seu corpo completamente satisfeito.

—Vem, deita aqui. -Paul ajudou ela se acomodar na cama. Ele tirou o preservativo e se deitou ao lado dela, seu corpo suado envolvendo-a. -Sabe Bella, eu acho que te amo.

Ela ergueu os olhos assustada, ele estava confessando seu amor?

—Hum, também acho que te amo. -Ela murmurou traçando padrões invisíveis pelo peito dele.

—E você, Bella Swan, é tudo o que eu tenho de melhor. -Ele selou os lábios brevemente.

Bella sorriu e começou a se sentir sonolenta, seu corpo cansado e o calor de Paul a convidando para uma soneca.

—Eu tô cansada. -Ela murmurou fechando os olhos.

—Então durma querida. -Paul disse colocando uma mecha do cabelo castanho atrás da orelha dela.

Em poucos segundos ela ressonava tranquila e Paul a observava maravilhado. Ela era a única certeza que ele tinha na vida e ele lutaria com unhas e dentes para fazer ela feliz.

Com esse pensamento, ele fechou os olhos, se permitindo cair nos limites da inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Oq acharam? Bom, ruim, mais ou menos?

Contem-me suas expectativas para os próximos capítulos, nem tudo será calmaria.



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