Unstable companion escrita por Keyla Cardoso


Capítulo 12
Capítulo 11- Jantar e confusão


Notas iniciais do capítulo

A leitura é o alimento da alma. Bom apetite



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Capítulo 11 - Jantar e confusão 

 –Meu pai vai chegar mais ou menos as sete, então temos bastante tempo para prepararmos o jantar. -Bella disse descendo da caminhonete, uma sacola de compras na mão. 

—Apenas preparar o jantar? -Paul questionou maliciosamente. 

—Apenas. -Ela respondeu abrindo a porta.

Eles entraram e foram direto pra cozinha, onde Bella deixou a sacola na pia e começou a mexer nos armários. 

—Você prefere lasanha ou bife com batatas? -Ela questionou após abrir a geladeira. 

—Já tive minha cota de massa por hoje, então prefiro um bife bem mal passado. -Ele respondeu parando na soleira da porta. 

—Certo então, corte essa cebola pra salada. -Bella entregou uma cebola e a faca para o garoto. 

Ambos ficaram surpresos como conseguiam se entender quando não estavam se provocando, Paul percebeu que quando estava perto de Bella, uma parte dele se coloria e parecia mais feliz. Ele decidiu que gostaria de ver aquela parte mais vezes. 

—Essa é uma receita de família, meu pai aprendeu com a minha vó e me ensinou. -Bella disse enquanto colocava os temperos em uma travessa onde os bifes estavam.

—E você vai ensinar para os nossos filhos. -Ele falou sem olhar pra ela.

—Você quer ter filhos? -Ela questionou curiosa. 

—Você não? 

—Não sei. Quando eu estava com o Edward, a gente não pensava nisso, tudo que pensávamos era em eu ser transformada e vivermos uma eternidade feliz. -Ela riu sem humor. 

—Eu não consigo nem pensar em você sendo transformada, isso me assusta. -O garoto disse sinceramente. 

—Me assusta também. -Ela disse se virando e apoiando as costas na pia. -Agora eu percebo o quão dependente eu era deles, eu era tão dependente, ao ponto de aceitar mudar quem eu sou por eles. 

—Eu sei que pode soar horrível da minha parte, mas ainda bem que ele se foi e te deixou na floresta. Eu pude te encontrar e descobrir que você é a mulher da minha vida. -Paul parou a frente dela e a cercou com seus braços. 

—Acho que teríamos nos encontrado eventualmente. Mesmo que Edward não tivesse me deixado na floresta, ou não tivesse me deixado. Nos encontraríamos e perceberíamos o quão certo somos um pro outro. -Ela respondeu selando os lábios com os dele castamente.

—Sabe, eu ainda tenho medo sabia? Medo de você perceber que eu não sou bom o suficiente pra você, medo de ser como o meu pai, medo de não te merecer. -Ele disse quando ela voltou a preparar a comida. 

—Você não é seu pai Paul, você é uma pessoa diferente dele. Você só é meio difícil e tem um temperamento esquentado, mas você não é ruim e eu confio em você. -Ela o abraçou, tentando tirar toda a insegurança dele com um abraço. -Agora vamos terminar esse jantar, daqui a pouco o Charlie chega. 

Charlie chegou assim que Bella colocava o primeiro bife pra fritar. 

—Hey Bells, o cheiro... Ou, temos visita para o jantar? -Charlie disse chegando na cozinha. 

—Oi papai, você se lembra de Paul né? -Ela indicou o garoto que cuidava da carne enquanto ela temperava a salada. 

—Olá Sr. Swan. -Paul sorriu sem graça.

—Sr. Swan não. Edward me chamava assim e vimos no que deu. -Charlie disse tirando o colete. -Você é diferente dele né?

—Nossa, o senhor não imagina o quanto. -Ele disse fazendo Bella sorrir.

—Mas você quer a mesma coisa que ele, não é mesmo?

—Papai... O jantar está quase pronto, por que você não vai tomar um banho para jantarmos?

Desculpe meu pai, ele ainda não superou tudo que houve com Edward. -Bella disse tirando as batatas do forno.

—Sem problemas. -Paul sorriu e beijou a bochecha dela.

Charlie terminou o banho antes de Bella terminar o jantar, então ele ajudou os dois a colocarem a mesa e os três se sentaram para jantar.

—Você trabalha Paul? -Charlie questionou enquanto se servia.

—Trabalho sim. Trabalho na mecânica do Sam, eu trabalhava em uma empresa de concertos em Seattle, mas era muito longe pra mim. -Paul disse calmamente.

—Sam é um bom rapaz. -Charlie disse e o assunto morreu ali.

Charlie e Paul conversaram sobre o trabalho na polícia local, sobre futebol, basquete e basebol. Bella percebeu que seu pai tratava Paul com um entusiasmo contido, ela sabia que o chefe estava feliz por ter alguém com quem compartilhar as coisas que o interessava.

—Vou buscar a sobremesa. -Bella disse juntando os pratos vazios.

—Tem sobremesa? -Charlie disse surpreso.

—Paul comprou sorvete.

—Então você fica aqui, que eu e Paul levamos essas coisas e trazemos o sorvete. -Charlie disse já se levantando.

Bella observou seu pai e seu companheiro saindo a caminho da cozinha, as mãos cheias com as travessas de comida e pratos vazios.

Quando chegaram à cozinha, Charlie guardou as sobras no forno e observou o garoto em sua frente.

—Olha Paul, eu não sei quais suas intenções com a minha filha, mas ela já se machucou de mais, então se o seu objetivo for apenas se divertir, sugiro que procure outra garota. -Charlie foi direto ao ponto, ele havia sido muito conveniente com Edward e ele simplesmente quebrou o coração de sua filha.

—Nós estamos em algo complicado, Charlie. Mas eu juro que as coisas estão se acertando, eu estou me acertando e vou fazer o possível pra fazer ela feliz, eu gosto dela de verdade. -Paul disse apertando o ombro do homem preocupado à sua frente.

—Então bem vindo a família. -Charlie sorriu e pegou o pote de sorvete de dentro do congelador. -Tem calda na geladeira, pega aí enquanto eu pego os talheres.

Logo eles voltaram pra sala de jantar, onde Bella serviu aos três.

—Eu amo sorvete de abacaxi. -Bella disse após uma colherada da sobremesa.

—É o meu preferido também. -Paul murmurou de boca cheia.

Charlie observou os dois e sorriu, talvez de certo entre eles afinal de contas.

—Eu já vou indo, obrigado pelo jantar. -Paul disse ao olhar o relógio pendurado na parede.

—Como você vai pra La Push? -Charlie questionou arqueando uma sobrancelha.

—Um amigo está passando por aqui, vou pegar uma carona com ele. Até mais Charlie. -Paul disse apertando a mão do homem.

—Eu separei um pouco da comida pra você, acha que dá pra levar? -Bella questionou, sabendo que ele voltaria em sua forma de lobo, e recebeu um aceno confirmativo de Paul.

—Obrigado pelo jantar, adorei passar esse tempo com você. -Paul disse envolvendo Bella em um abraço.

—Te vejo na sexta? -Ela questionou erguendo os olhos pra ele.

—Com certeza. -Ele murmurou beijando os lábios dela em seguida. -Fique com isso, pra você não se esquecer de mim. -Ele tirou a camiseta azul que usava e entregou pra ela.

Bella sorriu, mas aceitou a camiseta de bom grado.

—Até mais, Bells. -Ele sussurrou indo até a floresta do outro lado da rua.

—Até mais, Paul. -Ela sussurrou de volta.

Ela esperou até Paul sumir pela floresta e entrou em casa novamente.

—Boa noite Charlie. -Ela gritou para seu pai enquanto corria pro andar de cima.

Ela tirou o shorts e a blusa que usava e vestiu a camiseta que Paul havia lhe entregado, era grande e confortável e tinha o cheiro dele. Bella sorriu e foi ao banheiro, onde fez xixi e escovou os dentes.

Voltando ao quarto, ela se deitou e dormiu quase instantaneamente.

Ω.Ω.Ω.Ω

Os dias seguintes passaram lentamente. Bella e Paul não conseguiram tempo para se ver, pois ambos estavam atarefados de mais naquela semana. O recesso de inverno, que se aproximava, deixou para Bella uma carga extensiva de trabalhos escolares, já Paul, recebeu uma carga extra de trabalho na oficina.

Mas finalmente era sexta-feira e eles iriam se ver. Bella estava no intervalo quando seu celular tocou. Interrompendo a conversa com Ângela, ela atendeu.

—Olá. -Ela disse tentando ignorar o barulho do refeitório.

—Olá. -A voz de Paul chegou à seus ouvidos, fazendo ela sorrir. -Queria saber se está tudo certo pra nossa saída de hoje.

—Claro, você me pega as seis?

—Estava pensando em te pegar depois que terminar suas aulas, aí podemos almoçar juntos e ir ao cinema. E eu não corro o risco de te devolver muito tarde. —Ele disse fazendo Bella sorrir.

—Tudo bem então, eu saio ao meio dia. -Ela falou e ouviu um resmungo impaciente da parte dele.

Faltam duas horas e meia ainda. -Ele reclamou. —Mas eu estarei ai.

Eles se despediram e desligaram o telefone, um sorriso bobo enfeitava o rosto de Bella.

—Hum e esse sorrisinho ai? -Ângela disse recebendo uma careta de Bella.

As duas voltaram a conversar e logo o sinal tocou. Bella esperava impaciente as aulas acabarem, mas parecia que o relógio estava parado. 

—Ai que saco. -Ela resmungou ao olhar o relógio e ver que só tinha passado cinco minutos.

—Impaciente? -Jéssica perguntou com um sorriso cínico.

—Sem tempo pra te aturar. -Bella respondeu enquanto tomava notas do que a professora falava.

Mais devagar que Bella gostaria, as horas passaram e o sinal indicando o fim das aulas tocou. Bella guardou seus materiais e saiu com Ângela em direção ao armário para deixar alguns livros.

Elas guardaram os materiais e caminharam pra saída. A ansiedade fazia Bella quase correr.

—Será que esse deus grego tá perdido? —Bella ouviu uma garota do segundo ano falar com a amiga.

—Eu não me importaria de mostrar o caminho do meu quarto pra ele. -A outra respondeu.

Bella seguiu o olhar das garotas e viu o que estava causando aquela agitação entre as garotas: Paul estava parado ao lado de uma motocicleta, os braços cruzados em frente ao peito nu, uma calça jeans se agarrando nas pernas torneadas. Quando ele a viu, abriu um sorriso e acenou.

Algumas meninas suspiraram e Bella corou com a intensidade do olhar que ele lançava a ela.

—É impressão minha, ou o deus grego tá vindo pra cá? -Ângela sussurrou e Bella riu. O sorriso no rosto de Paul indicava que ele havia ouvido.

—Hey Bella. -Paul disse envolvendo Bella em um abraço, ele absorveu o perfume dos cabelos dela e a soltou com beijo na testa.

—Ângela, esse é o Paul, um amigo da reserva. -Bella apresentou os dois. Paul estendeu a mão e Ângela apertou com um sorriso.

—É um prazer.

—O prazer é meu, pode ter certeza. -Ângela disse levando uma cotovelada de Bella.

—Vamos? -Paul indicou a motocicleta.

—E minha caminhonete?

—A gente deixa ela aqui e na hora que eu for te levar pra casa a gente pega.

—Vamos então. -Bella aceitou. -Até mais Ange.

—Mas já está pendurada em outro homem gostoso Isabella? -A voz de Jéssica chegou aos ouvidos da garota. -Não esperou nem o Edward estar longe o suficiente pra arrumar outro... Talvez seja por isso que ele se foi, percebeu a vadia que você é.

—Você está começando a me ofender Jéssica. -Bella disse se virando pra garota. Paul estava atrás dela protetoramente, ele sabia que essa era uma luta dela, mas estava preparado para defende-la caso necessário.

—Tem o que, um mês que o Edward se foi? E você já arrumou outro cara. Isso pra mim é coisa de vadia. -A essa altura, uma pequena multidão observava as duas.

—Sabe qual é o seu problema Jéssica? Inveja. -Bella disse cruzando os braços na frente do corpo.

—Inveja de você? Talvez nos seus sonhos.

—Inveja de mim sim. Eu a Isabella sem graça e desastrada consegui namorar Edward Cullen, um dos garotos mais desejados desse colégio e agora consegui conquistar um "deus grego", como ouvi algumas garotas chama-lo. E você Jess? Quem além do Mike você já pegou?- Bella se sentiu um pouco mal por envolver Mike na discussão das duas, mas não era tempo pra arrependimentos. -Se você me der licença Jess, eu tenho um encontro agora.

Bella se virou e pegou o capacete que estava nas mãos de Paul. O garoto sorriu, colocou o outro capacete e subiu na moto, ele esperou Bella subir na garupa e acelerou, ele sentiu os braços dela apertarem em sua cintura. Em poucos segundos eles estavam na estrada que os levaria a Port Angeles.

—Você tem habilitação pra dirigir isso? -Bella sussurrou sabendo que ele ouviria.

—Eu não levaria a filha do chefe de polícia pra passear de moto se não tivesse. -Ele respondeu fazendo Bella rir.

—Você poderia ter vestido uma camiseta né?

—Eu gosto de sentir o vento. -Ele respondeu simplesmente. -Ouvi o que suas colegas pensam de mim.

—Eu também ouvi, por isso acho que você deveria ter usado uma camiseta. -Paul riu e Bella se deliciou com as vibrações de suas costas. -Onde vamos?

—Em um restaurante mexicano e depois ao cinema, então podemos apenas andar por ai.

O assunto acabou ali, mas o silêncio era confortável e acolhedor.

Paul parou a moto em frente ao restaurante e ajudou Bella a descer. Ela não viu de onde ele tirou a camiseta verde que, de repente, ele usava. Os dois entraram e se sentaram, Paul sempre tocando Bella de alguma forma.

—Qual seu pedido? -A garçonete se dirigiu a Paul, ignorando Bella totalmente.

—Quero duas porções grandes desses tacos que foram incluído recentemente no cardápio e uma coca e você querida?

—Uma porção média desses mesmos tacos e um suco de maracujá. -Bella disse de má vontade.

A garçonete saiu e Bella revirou os olhos.

—Quer apostar quanto que ela vai voltar com o número de telefone. -Bella resmungou fazendo Paul rir.

—Eu tenho olhos apenas pra você querida. -Ele disse beijando a mão dela.- Como foi seu dia?

—Foi normal, até você me ligar, depois disso fiquei impaciente. -Bella confessou fazendo Paul sorrir.

—Você estava ansiosa pra me ver?

—Estava. Parece estranho, mas depois de segunda-feira é estranho ficar longe de você, parece uma dor física.

—Eu entendo isso, por isso te ligava todos os dias. Ouvir sua voz ameniza esse sentimento.

—É estranho isso né? Antes de aceitar o imprinting a gente não tinha tanta necessidade um do outro, agora parece uma questão de vida estar perto de você. -Bella disse entrelaçando os dedos com os dele.

—Nós vamos nos casar, então essa necessidade vai passar.

—Pra quem não queria nem me ver, está fazendo bastante planos. -Ela disse e ele riu.

A garçonete trouxe os pedidos e, como Bella havia dito, entregou o número de telefone para Paul.

—Que safada. -Bella disse depois que a mulher saiu. Paul amassou o papel e o deixou em cima da mesa.

—Eu tenho olhos apenas pra você. -Ele repetiu e beijou a costa da mão dela.

Os dois esqueceram a garçonete oferecida e começaram a comer entre conversas amenas e sorrisos trocados.

—Que filme vamos assistir? -Paul perguntou após eles saírem do restaurante.

—Não sei, qualquer coisa que não seja comédia romântica. -Bella disse entrelaçando os dedos com os dele.

O cinema era próximo, então eles caminharam de mãos dadas pela rua movimentada.

—Eu nunca me imaginei levando uma garota em um encontro. -Paul disse quando eles chegaram ao cinema.  -Eu era mais do tipo: 'Oi, vamos pra minha casa transar'.

—Isso é horrível. -Ela disse batendo no ombro dele. -Esse filme parece legal. -Bella indicou um cartaz de um filme de guerra.

Eles compraram os ingressos e duas pipocas e foram pra sala de projeção.

O filme falava sobre um demônio alemão que possuía os soldados inimigos durante a segunda guerra, fazendo eles se matarem. Bella e Paul acharam o filme bem fraco e apontavam diversos erros.

Ω.Ω.Ω.Ω

—Esse filme foi ridículo. -Paul disse quando eles estavam saindo do cinema.

—E aquela cena em que o soldado corta o próprio pescoço com um machado? -Bella adicionou rindo. Ela pegou o celular do bolso e viu que tinha uma mensagem de Charlie, dizendo que ficaria até mais tarde na delegacia.

Eles montaram na moto e Paul acelerou em direção à escola, onde Bella pegaria sua caminhonete e eles iriam pra suas casas.

—Aquele é seu caminhão? -Paul indicou o único carro no estacionamento, Bella olhou e seu coração parou por um segundo. Seu caminhão estava destruído.

—Não, não, não.... -Ela murmurou enquanto ele se aproximava.

Os vidros estavam quebrados, a lataria amassada e uma frase estava pixada em azul.

—Isabella vadia Swan. -Paul leu a frase ofensiva.

—Meu caminhão Paul, meu caminhão. -Bella murmurou descendo da moto e se aproximando do carro. -Eu vou matar a Jéssica, juro pra você.

—Calma, não temos provas de que foi ela mesmo, precisamos ter certeza antes de fazer algo. A escola deve ter câmeras de segurança, vamos ligar pro seu pai, ele saberá o que fazer. -Paul disse pegando o celular do bolso e discando o número da delegacia. -Fala com seu pai e me empresta seu celular, vou ligar pro Sam trazer o guincho, prometo que vou deixar seu caminhão novinho em folha.

—Delegacia de polícia, boa noite. -Um oficial atendeu.

—Boa noite, eu gostaria de falar com o chefe Swan. -Bella disse enxugando as lágrimas.

—Chefe Swan não pode atender, qualquer emergência pode ser tratada comigo.

—Eu realmente preferia falar com o chefe Swan. -Ela tentou mais uma vez.

—Olha garotinha, o chefe está ocupado, ele não tem tempo pra menininhas mimadas.

—Ele não tem tempo nem pra filha dele? -Ela gritou fazendo o homem soltar um suspiro assustado.

—Eu vou transferir sua ligação pra ele, desculpe. -O homem disse e a linha ficou momentaneamente muda.

—Chefe Swan, boa noite. -A voz de Charlie chegou ao seu ouvido.

—Hey papai, será que o senhor pode vir até a escola? -Ela disse tentando conter as lágrimas.

—Bells? O que houve? -Charlie disse preocupado.

—Lembra que eu sai com Paul, nós fomos de moto e deixamos minha caminhonete aqui no estacionamento da escola. Papai, destruíram meu caminhão e eu tenho uma ideia de quem foi.

—Certo, eu estou chegando, me espere aí. Não mexa no caminhão e pergunte ao Paul se ele pode ficar com você. -Charlie desligou o telefone.

—Consegui falar com Sam, ele vai trazer o guincho. -Paul se aproximou e a abraçou.

—Meu pai está vindo, espero que ele consiga descobrir quem fez isso. -Bella disse observando seu amado caminhão destruído.

—Ele vai descobrir e então a pessoa irá pagar pelo prejuízo.

—Que não foi pouco. -Ela completou encostando a cabeça no ombro dele.

A viatura de Charlie foi avistada e Paul acenou para o chefe. 

—A coisa foi feia aqui... -Charlie disse descendo da viatura. -Esse é Carl, meu assistente, ele já ligou pro diretor e ele está a caminho. -Ele indicou o rapaz ao seu lado.

O telefone de Paul tocou e ele se afastou para atender. Carl fotografava o caminhão enquanto Charlie preenchia alguns papeis.

—Sam teve um problema na reserva, não vai poder vir com o guincho, mas ele tá mandando o Jared e o Quil. -Paul disse ao desligar telefone.

—O que houve? -Bella sussurrou pra ele quando Charlie  Carl se afastaram.

—Parece que temos um novo lobo no bando. -Paul disse encolhendo os ombros. Ele apontou para um carro preto que se aproximava. -Acho que seu diretor chegou.

—Chefe Swan, o que houve? -O diretor desceu do carro e cumprimentou o delegado.

—Isso houve, diretor Harrison. -Charlie indicou o caminhão destruído. -Preciso dos registros das câmeras de segurança do estacionamento.

—Claro, claro. Queira me acompanhar. -O diretor disse tirando um molho de chaves do bolso.

—Você vem Bells?

—Não, vou esperar o guincho com Paul. -Ela respondeu e Charlie assentiu.

Charlie, Carl e o diretor Harrison entraram na escola, deixando os dois sozinhos.

—Um lobo novo é? -Bella perguntou.

—Pelo que eu entendi, sim. Mas ainda não sei quem é. -Paul respondeu inquieto. -Estão se transformando rápido de mais, isso não é bom.

—Eu não entendo, por que isso é tão ruim?

—Pode estar vindo algo grande por aí, uma guerra, por exemplo. -Ele disse olhando o horizonte.

—Uma guerra entre lobos e vampiros?

—Sim, a matilha se fortifica com a entrada de novos lobos, se os deuses querem uma matilha forte, é porque algo grande deve estar a caminho.

—Você está preocupado? -Bella questionou olhando para o rosto distraído de Paul.

—Vidas estão em risco, não tem como não ficar preocupado.

Eles ficaram abraçados em silêncio, a expectativa de um conflito assustando os dois. O guincho chegou e Jared saltou do lado do motorista e cumprimentou Bella e Paul.

—Quem se transformou? -Paul perguntou assim que os dois garotos estavam ao lado deles.

—Lembra de Brady e Collin? Os gêmeos? -Quil disse encostando no caminhão.

—Deuses, eles tem catorze anos. -Paul disse assustado.

—E isso dificultou as coisas pro Sam, eles estão muito assustados. -Jared respondeu e começou a prender o caminhão de Bella.

O silêncio que se seguiu, logo foi interrompido pelos três homens que saiam do prédio conversando.

—Descobrimos quem foi. -Charlie disse mostrando o CD com a cópia da câmera de segurança. -Olá meninos.

—E? -Bella disse ansiosa.

—Foram dois colegas seus, Jéssica e Mike. -O diretor respondeu constrangido. -Eu peço desculpas mais uma vez, vou tomar as devidas providências na segunda feira.

—Obrigado Diretor Harrison, desculpe pelo incomodo. -Charlie disse apertando a mão do homem. -Já temos as fotos, podem levar o carro. -Ele se dirigiu aos dois garotos.

—O que vai ser feito agora, papai?

—Vamos abrir um inquérito pra depedramento de patrimônio privado e ofensa caluniosa, eles terão que pagar pelo concerto da caminhonete e provavelmente terão que fazer trabalho voluntário. -Charlie respondeu e viu a garota assentir. -Eu vou registrar a queixa hoje e entrar em contato com os pais deles amanhã e eles irão prestar depoimento. Como tem provas, não tem como eles negar.

—Obrigado papai. -Bella abraçou o homem.

—É o meu serviço. -Ele beijou a bochecha dela. -Vou te levar pra casa antes de ir pra delegacia.

—Não precisa, o Paul me leva de moto.

—Se você tem certeza. -Charlie encolheu os ombros. -Vamos Carl.

Assim que o Charlie saiu com a viatura, Jared e Quil se aproximaram.

—Vemos você na reserva? -Quil disse e recebeu um aceno confirmativo de Paul. -Até logo então.

—Tchau Bells, prometemos devolver seu caminhão novinho em folha. -Jared disse beijando a bochecha dela.

—Manda um beijo pras meninas. -Ela disse abraçando os dois.

Quando eles saíram, ela e Paul subiram na moto e Paul pilotou até a casa dela.

—Obrigado pelo dia, Paul. -Ela disse entregando o capacete pra ele.

—Foi maravilhoso, obrigado por ter me proporcionado esse dia. -Ele guardou o capacete e abraçou-a. -Nos vemos amanhã?

—Não sei se consigo ir pra reserva, não tenho um carro. -Ela encolheu o ombro.

—Se eu não conseguir vir te buscar, eu peço pra um dos meninos ou até pra Emy. -Ele disse beijando a testa dela.

—Tudo bem, vou ficar esperando, mas me manda uma mensagem. -Ela ficou na ponta dos pés e beijou os lábios dele.

—Até amanhã. -Paul se afastou.

—Até amanhã. -Ela sorriu o abraçando.

Ela observou ele se afastar e entrou em casa, um sorriso mínimo nos lábios. Apesar dos últimos acontecimentos, o dia tinha sido ótimo, Paul estava se mostrando uma pessoa incrível e a cada dia que passava ela se via mais apaixonada por ele.

Se ela não estivesse tão distraída com os acontecimentos do dia, ela teria notado a janela da sala aberta e o leve farfalhar das cortinas azul.


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se: Alguns vampiros tem poderes especiais (como os Cullen's)



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