Peter conhecera o namorado no supermercado.

 Estava na fila da padaria quando a atendente chamava pelo próximo. O rapaz a sua frente, entretanto, distraíra-se com um doce do balcão. Tentara chamar e, quando este o ignorara, tocara no ombro suavemente. O loiro pulara, então sorrindo sem-graça e desviando o olhar, fazendo o pedido de três pães.

 Quando vira os olhos azuis voltarem para o doce, não pudera deixar de ter o coração amolecido pelo quanto aquele rapaz com 25 anos lembrar seu filho pequeno.

 - Muito bom esse - comentara, entretanto o rapaz não notara que era com ele. - O doce - acrescentara, aproximando-se mais e chamando a atenção deste. - Pelo menos foi o que meu filho disse.

 Sorrira suavemente, já os olhos azuis seguiam assustados, como se houvesse sido dito um absurdo.

 Não tivera muito tempo para ponderar porque no instante seguinte a moça surgira e entregara os pães. Em seguida o loiro afastara-se, sem um segundo olhar.

 Na hora não seguira, porém seu coração vibrara ao encontra-lo minutos após, olhando barras de chocolate.

 - Oi... Desculpe se eu fui grosseiro ou invasivo antes.

 Os mesmos olhos voltaram-se para si, o loiro sorrira tímido uma segunda vez.

 - Desculpe, eu não escuto.

 Precisara de três segundos para processar. Em seguida puxara o celular do bolso, abrindo o bloco de notas.

 Escrevera: Ufa! Achei que eu tinha sido assustador.

 O rapaz rira e, de repente, aquela barreira invisível entre ambos sumira por completo.