happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 46
Colocarei meu futuro em você


Notas iniciais do capítulo

Cuidado com a burra!

Oi, amiges, antes de tudo, desculpa o atraso, mas se eu não dormi ainda é quarta-feira hahahaha meu emprego TÓXICO não me deixou postar antes hahahaha

Vamos lá: Eu, burra que sou, falei errado ontem. O de ontem era o ANTEPENÚLTIMO capítulo. Hoje é o penúltimo, então vamos fingir que ganhamos um bônus? Tá bom.

Então, deixa eu explicar. Faltavam sete capítulos porque dividi assim: 1)Jazz+Edward, 2)Rose+Bella 3)Emm+Alice. Daí viemos com os casais 4)Beward 5)Emmelie e hoje é o 6) Alisper, entendo que a confusão veio que Alice narrou o casamento dela no capítulo dela com o Emm, mas foi mais questão cronológica que qualquer outra coisa.

O que dizer do capítulo de hoje? Apesar de ser um capítulo mais curtinho, é uma parte importante da vida Alisper também, um passo para o "felizes para sempre" deles.

AH, QUERO AGRADECER A NANDA PELA INDICAÇÃO, muito obrigada mesmo, eu amei e fico muito feliz de saber que você acompanhou as duas versões e gostou da mudança que aconteceu tão drástica, principalmente nessa aqui. Você é maravilhosa!

Sem mais delongas, espero que gostem.

Boa leitura!



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Capítulo 46 – Colocarei meu futuro em você

|JASPER|

—Dindinho, fica aqui comigo, só hoje. Pode dormir na minha cama comigo – Ness pediu.

Era tentador, não voltar para minha casa tão vazia.

—Não posso, monstrinha, amanhã eu vou viajar, lembra que te contei?

Ela fez um bico de chateação que a deixava uma cópia fiel de seu pai.

—De novo?

—O dindo tem que trabalhar, Nessie – falei a puxando para meu colo.

EJ estava deitado de ponta cabeça assistindo TV.

—Mas você sempre tem que trabalhar e a tia Alice não volta faz doze anos – ela falou chateada.

Comecei a rir com sua colocação. Fazia vinte dias que Ness não via Alice pessoalmente.

—Ela volta mês que vem, eu prometo – falei levantando EJ – Não está com dor de cabeça?

—Ele diz que gosta de ver as coisas de outro ponto de vista – Bella contou voltando para a sala com a bandeja com nossa sobremesa.

Era sorvete que eu e ela fizemos, real, a gente fez, depois do café-da-manhã e só agora tinha ficado pronto. Eu gostava de passar o dia na casa de Bella e Edward porque sempre fazíamos coisas divertidas.

—Roupa lavada – Edward entrou no apartamento cantando com o cesto de roupas enorme nos braços.

—PAPAI, PAPAI, TEMPETADEEEEEEE— EJ pediu pulando do sofá, elétrico.

Renesmee era uma criança calma, centrada e extremamente independente. EJ era independente também, mas as duas outras qualidades poderiam ser substituídas por: sagaz e arteiro.

Bella olhava para Edward com os olhos em fenda.

—Não sei do que ele está falando – Edward disse rapidamente, o brilho no olhar o entregava.

—Eu quero saber o que é isso – falei rindo.

Ness cruzou os braços quando perdi a atenção dela.

—JOGA A ROUPA QUENTINHA EM MIM, PAPAI – EJ voltou a gritar animado e Edward fechou os olhos em uma careta culpada.

—Eu vou te assassinar – Bella disse docemente o que me fez explodir em gargalhadas.

—Não é nada demais, a gente brinca enquanto dobra as roupas – Edward se defendeu, colocando o cesto de roupas de lado e jogando EJ em seu ombro, o pequeno gargalhou alto e, às vezes, eu ficava até meio burro do tanto que ele me lembrava de Bella em sua idade.

—Por isso que ele abre as gavetas e joga roupa para cima – ela acusou.

—É, mamãe, tempetade— o garoto disse do ombro de seu pai.

Bella suspirou.

—Vamos comer sorvete de doce de leite para eu garantir meu réu primário – Bella disse colocando o pote na mesa de centro.

Sentamo-nos todos ao redor dela no chão e entramos em conversas amenas sobre a escola das crianças.

—Mamãe, meu dindinho pode dormir aqui? – Ness pediu e eu ri, a puxando para meu colo.

—Filha, seu padrinho vai trabalhar amanhã e ele precisa descansar na cama dele.

—Então posso ir dormir com ele? – ela ofereceu – Ele pode me deixar na escola quando for trabalhar – ela ofereceu com os olhos verdes bem grandes.

E aquela, senhoras e senhores, era minha afilhada aos seis anos de idade. Uma gênia da argumentação e propostas justas.

Sorri gostando da ideia e olhei para Edward e Bella que me olhavam para saber o que eu achava. Tive uma ideia ainda melhor e comecei a rir sabendo que seria uma noite agitada, mas eu não me arrependeria de nada.

—E se os dois fossem? Podemos ligar para o Henri e vamos fazer festa do pijama na casa do tio Jazzy – falei com a feição animada.

Renesmee abriu a boca e EJ pulou em cima da mesa de centro.

—FESTA – ele disse dançando.

—O passinho, filhote – Edward anunciou.

Edward começou a fazer o passinho que ele e EJ sempre faziam nas festas e eu ri. Bella ainda me olhava desconfiada.

—Jazz, não precisa disso, se quiser levar Ness tudo bem, mas com o EJ é demais – ela falou séria.

A verdade é que, sim, EJ era um mini furacão. Edward defendia a ideia de que era culpa da junção dos nomes das pessoas mais inquietas que ele conhecia, mas eu achava que era apenas uma equivalência do universo. Renesmee veio como uma combinação de toda a tranquilidade que os pais reuniam entre si, EJ veio com o lado peralta que eu bem sabia que meus dois irmãos tinham.

—A gente pode, mamãe? – Ness pediu animada.

Bella me olhou de novo.

—EJ, filho, você não tem medo de dormir sem o papai? – Edward perguntou tirando o filho de cima da mesa, falando sério.

—Não, papai, já sou gande— ele jurou.

Edward olhou de mim para Bella.

—Eu quem convidei, eu acho a ideia ótima – dei de ombros.

—Está bem, mas você liga qualquer coisa – Bella falou com a palavra final e as crianças, Edward e eu comemoramos.

.

Henri topou depois que Ness disse as duas primeiras palavras no telefone. Os dois eram muito amigos, desde muito pequenos eles se davam muito bem e adoravam dividir as brincadeiras. Os dois estavam jogando Twister enquanto eu girava a roleta e EJ brincava, mas não realmente.

—Certo, pé esquerdo do papa-léguas na verde – falei e EJ franziu o cenho.

—Não consigo, titio – ele falou sério.

—Então vem girar a roleta comigo – pedi e ele correu, derrubando Henri no processo.

—NÃO VALE – meu sobrinho mais velho gritou.

—Foi sem querer – defendi.

—PERDEU – Ness comemorou pulando.

—Vamos começar de novo – ele demandou e ela acabou acatando.

Eu gargalhava das tiradas de EJ que estava derretido em meu colo. Apesar de pimentinha ele sempre foi bem carinhoso. No final da brincadeira com Renesmee, de vencedora de todas as rodadas, jantamos pizza – afinal, a beleza de ser tio é não precisar negar nada.

Coloquei um filme de dinossauros para que pudéssemos ir dormir. Era estranho, mas Ness tinha fascínio pelos bichos pré-históricos e fez as outras duas crianças da família também pirarem nisso o que tornou nós, adultos, completos rendidos pelo assunto.

Nomeie as características que eu te digo sobre que dinossauro você está falando.

Quando olhei no relógio que marcava onze e trinta e dois da noite, percebi que os três estavam dormindo gostoso espalhados pelo sofá confortável da minha nova casa.

Ah, sim. Alguns meses depois de Bella e Edward se mudarem, Alice e eu achamos uma boa casa em um bairro residencial da cidade, não era tão longe dos nossos irmãos e, certamente, nos dava mais conforto e privacidade, então a compramos.

Desvencilhei-me delicadamente dos três e subi apressado para o andar de cima. Por um segundo eu fiquei olhando para o quarto de visitas que tínhamos em casa para eles, mas Alice não estava lá e eu estava cansado de dormir sozinho – minha cama era grande demais.

Fui até meu closet trocando de roupa e desci, decidindo começar pelo mais pesado. Subi com Henri no colo, depois Ness e então apaguei a luz da cozinha antes de pegar EJ, que acordou assustado com o movimento que eu fiz, ele ficou confuso por um momento, antes de se lembrar onde estava.

—Tijazzy – ele falou com a voz rouca.

—Shhh, está tudo bem, querido, o titio vai te levar lá para cima – falei amenamente o pegando em meu colo.

—Não goto de ecuro.

—Eu sei, lindo, o tio deixa a luz do banheiro acesa.

—Não titio, eu quelo meu papai e minha caminha – ele fungou.

Parei no meio da escada e pensei por um segundo. Edward não tinha preguiça, nem Bella para falar a verdade. Mais de uma vez eles saíram da casa deles para buscarem EJ e, uma vez, Ness, no meio da noite em dormidas fora de casa, mas naquela noite eu não queria que ele fosse embora, queria dormir com os três junto de mim e eles estavam tão bonzinhos.

—Fica com o titio, EJ – pedi e ele negou com a cabeça.

Quelo meu papai Edwaid, ele tila os monstos da cama – EJ disse fungando e eu sorri, acariciando a cabeça encaixada no vão de meu pescoço.

—O titio também tira, mas antes, tenho que tomar leite. Quer tomar leite com o tio?

EJ considerou por um momento, por fim, concordou e eu desci as escadas, o sentando no balcão da cozinha antes de preparar dois copos de leite quente com achocolatado. Sentei-me na banqueta quando estava tudo pronto e EJ pulou para meu colo, se aninhando em meu peito. A sensação era tão boa.

Eu me sentia pronto para ser pai, sempre me sentia tão completo quando estava com meus sobrinhos, que apenas conseguia imaginar como seria com um pedaço meu andando por aí, mas eu não era a peça principal. Eu queria ser pai de um filho de Alice, então eu esperava pacientemente para ela sentir o estalo dentro de si, não parecia que ocorreria tão cedo, ela tinha uma resposta pronta “Temos tempo, quem sabe ano que vem?”, eu entendia, ela estava em um momento ótimo de sua carreira, mas que um raio me atingisse se eu não gostaria de uma surpresa daquelas, qualquer dia do ano.

Senti EJ relaxando aos poucos.

—Titio, meu papai domindo? – ele perguntou.

—Acho que sim, mas se você estiver inseguro, sei que ele e a mamãe correm para te buscar. Só que eu quero que você saiba que o tio te protege também, que eu te amo muito e sempre estou forte para lutar contra monstros feios – falei exagerando nas careta que fazia e ele me deu um sorriso de Edward.

Eu ri para o pensamento.

—A mamãe disse que você é meu pai númelo dois junto com o padin Emm – ele pensou alto.

—Verdade – concordei e ele sorriu.

Deculpa quando eu cholo, Tijazzy, não mais fazê assim, eu te amo – ele falou manhosamente e eu pensei que iria derreter com tanto amor.

—Não tem que pedir desculpas, você sempre pode falar para o tio como se sente, assim nós conversamos – falei piscando e ele sorriu amplamente para mim, assentindo.

—Posso naná tom você? Só hoje – ele jurou e eu ri.

—Sim, a Ness e o Henri estão dormindo na cama do tio também.

Percebi o brilho de animação no rosto dele e então subimos. Coloquei EJ ao lado de Ness e acendi a luz do banheiro, encostando a porta.

—Assim está bom? – perguntei e ele assentiu.

Sorri entrando debaixo do cobertor e ele logo se agarrou a mim, sorri abraçando-o.

—Boa noite, Tijazzy, dome tons anjinhos – ele murmurou.

—Estou fazendo isso, anjinho – respondi baixo.

.

|ALICE|

As semanas de moda pelo mundo estavam sendo a minha parte favorita de trabalhar como representante da marca nas viagens internacionais. Minha chance tinha provindo da minha boa performance na Itália. Eles precisavam de alguém que falasse o idioma e eu fui escalada, no Brasil foi a falta de opção já que não tinha ninguém que falava português, mas eles aceitaram que Senna poderia me ajudar.

Senna era uma ativista, o rosto da nossa nova campanha e uma amiga minha. Tínhamos nos conhecido em um desfile e, desde então, conversávamos sempre, saíamos juntas e eu fui sua guia por Nova Iorque, já que ela era nova na cidade.

—Eu só estou me sentindo mal que não tivemos tempo aqui – ela disse suspirando quando chegamos no quarto que dividíamos.

—O que quer dizer com isso? Tem me levado como um chaveiro para todo o lado desde que chegamos, eu estou amando São Paulo, não seja insana.

Senna me encarou por um momento.

—Você tem mais uma semana para mim? – ela indagou, animada de repente.

—Como assim? – perguntei insegura.

—Vou fazer uma matéria para um canal de televisão sobre as partes menos bonitas do Brasil, trazer a atenção das pessoas para comunidades carentes e a desigualdade social. Faremos a comparação com a semana de moda, vai ser incrível, juro – ela sorriu animada – Você pode vir comigo, você tem um ótimo olhar e, não vou dizer que vai ser legal, mas eu acho enriquecedor. Vamos fazer uma espécie de documentário. Vamos para o Rio de Janeiro, Piauí e Amazonas – ela falou – É só uma semana, amiga, então voltamos juntas para Nova Iorque.

—Eu tenho que ajeitar as coisas no trabalho... – falei pensativa, mas sentindo que precisava fazer aquilo, seria realmente enriquecedor.

—Jazz pode se juntar a nós – ela sugeriu dando de ombros.

Ela sabia como Jasper e eu estávamos aproveitando todo tempo livre que tínhamos um com o outro. Entre minhas viagens e o grande enfoque em meu trabalho e ele fazendo o mesmo com o trabalho dele – de piloto de avião de carga e jatos pequenos. Nos desencontramos por algumas vezes no último ano, mas nada que me preocupava, nós costumávamos fazer funcionar, estávamos sempre nos falando e eu confiava em meu relacionamento.

—Ele tem uma sequência de trabalhos – falei suspirando – Ele vai para Vancouver e depois Londres – contei, pensativa por um momento – É, talvez funcione, eu ficaria uma semana sozinha em casa, um pouco mais... Pode ser, amiga, eu só tenho que falar com a minha chefe, mas eu acho que pode acontecer.

.

Levamos roupas e doação de alimentos e produtos básicos de higiene para famílias carentes e, mesmo que não falássemos a mesma língua, o brilho no olhar que demonstrava tanta gratidão e gentileza era o bastante para mim, eu me sentia tão leve e bem quando eu entregava as coisas para as pessoas – em oposição ao peso que eu sentia em meus ombros sempre que eu pensava em tudo o que eu tinha e aquelas pessoas não.

Senna era incrível. Uma mulher, negra, bissexual, lutando contra a desigualdade e, mais que aquilo, mostrando para que mais pessoas pudessem criar a consciência. Me fazendo me dar conta de meu privilégio, me tirando da minha zona de conforto. Eu já estava mais do que grata por ela.

Mas foi ao pisar em Manaus, no norte do país, que eu senti algo diferente.

A atmosfera era parecida com as outras – principalmente com o Piauí, passamos a primeira tarde conhecendo um pedaço da floresta amazônica e eu me apaixonei pelo pulmão do mundo, eu sentia-me tão conectada ao verde, me fez pensar em minha origem, Forks – mesmo com o bioma tão diferente.

—Está preparada para o nosso penúltimo dia? – Senna indagou ao sair do banheiro na manhã de quinta-feira.

Assenti distraída, mas eu me lembraria de tudo daquele dia.

Lembro da saia marrom que eu escolhi usar, mais comprida e, mesmo que pudesse soar desconfortável, era melhor do que as calças que faziam o suor ficar preso e assaram um pouco minhas coxas no primeiro dia, eu evitava aquilo a qualquer custo. Lembrei da blusa de Jasper que eu trouxe para dormir, mas usei naquele dia, como se eu soubesse que precisaria ter um pedaço dele perto de mim.

—Amiga, não adianta levar o celular, não teremos sinal nenhum – Senna avisou.

Saímos do quarto do hotel pouco tempo depois.

Tomamos café e eu deixei Senna prender meu cabelo de uma forma bonita que ela adorava fazer, com um lenço e tranças, eu adorava quando ela queria me pentear.

—Vamos conhecer o orfanato de onde nosso amigo que está cuidando das filmagens, Gustavo, veio – Senna contou para a câmera e contou um pouco a história dele.

Eu estava me sentindo um pouco fora de mim naquele dia, estranha, eu passei mal daquele jeito no Piauí, muito calor que baixou a minha pressão, então tomei mais água e respirei profundamente, sentindo o ar condicionado contra minha pele.

—Tudo bem, Allie? – Senna perguntou preocupada quando parou de gravar.

—Sim, acho que é a pressão de novo, mas logo volto ao normal.

—Come um pouco desses biscoitos de polvilho, são salgados – Gustavo disse me passando um pacote.

Experimentei um e gostei, então peguei mais dois, me senti um pouco melhor quando o carro parou e paramos de balançar tanto.

Também tinha aquilo, as ruas eram muito íngremes e o balanço do carro me enjoava.

Paramos na porta do orfanato. Desci com uma sacola com bastante roupas enquanto os dois homens carregavam as caixas com mantimentos e Senna levava a cesta com produtos de higiene.

Gustavo tocou um sino e então a porta se abriu.

Meu mundo inteiro se realocou naquele momento.

Tivemos que baixar a cabeça para ver a pessoa que abriu a porta. Ele era pequeno, senti meus olhos enxerem de lágrimas quase instantaneamente. A sacola caiu em um baque surdo no chão e senti minhas pernas falharem.

Ele me olhou quando a sacola caiu e sorriu, simples assim. Ele correu para meu lado e eu caí de joelhos no chão, porque eu sabia que ele vinha para um abraço.

Abri meus braços e ele pulou em mim. Comecei a chorar copiosamente, meu coração nunca tinha sentido aquela paz, nunca. O garotinho não falou nada, nem uma palavra e eu também não conseguia. Senti o cheiro de sabonete nele e eu queria transformar aquilo em um spray para passar em todo o lugar, o cheiro seguro que ampliou meu coração em duzentas vezes.

Eu tinha encontrado meu filho.

Afastei-me um pouco dele para olhar em seu rosto. Ele era tão lindo, limpei minhas lágrimas com uma mão só já que a outra estava abraçada a cintura dele, não queria o soltar.

—Oi – falei, em português, respirando pesado.

Ele sorriu amplamente, colocou a mãozinha quente em meu rosto e voltou a me abraçar, eu devolvi seu abraço.

Foi a maior coisa que já senti em toda a minha vida. Eu amava meus pais, irmãos, sobrinhos... Amava meu marido, mas eu não sabia se qualquer um deles poderia ser comparado àquele que floresceu de repente em meu coração. Eu tentava racionalizar, voltar ao meu pé, parar e ser real, ser séria, conversar com alguém, mas ele estava em meus braços. Ele estava ali. Ele tinha me dado a luz que eu não sabia procurar.

Fechei os olhos novamente, deixei tudo fluir e eu sentia a nossa energia entrelaçada, a força magnética que o puxava para meu colo.

Escutei fungados ao redor e abri os olhos, percebendo que as pessoas que vieram comigo e algumas desconhecidas nos olhavam, todos emocionados também, parecia que todo mundo tinha entendido o que tinha acontecido ali. Nosso reencontro.

Levantei-me com ele em meu colo, não parecia que ele queria me soltar também.

—Alice, o que...? – Senna perguntou com a voz embargada.

—Eu não sei – falei sincera – Mas você pode me ajudar a conhecer mais sobre ele? – pedi e ela aceitou de pronto.

A história dele não era bonita, mas não pensei muito nela, não pensei muito mais em nada, tudo o que eu pensava era: como eu sairia daquele país depois de amanhã sem o meu filho? Eu não podia.

.

|JASPER|

Meu celular tocou alto na mesa de cabeceira e eu franzi o cenho, não parecia que eu tinha acabado de dormir, na verdade, estava bem difícil de abrir os olhos e achar o celular. Pisquei algumas vezes para tentar enxergar a tela brilhante do celular.

No fuso horário de Londres estava marcando três e vinte e dois da manhã.

Alice desligou a chamada quando fui atender. Suspirei pesadamente, piscando para achar como ligar para ela, mas não foi preciso, logo o celular voltou a soar alto no quarto de hotel vazio em que eu estava.

—Oi, linda – bocejei – Acho que você se esqueceu, mas estamos em fuso-horários diferentes...

Eu ia continuar brincando, mas ela não me mandou calar a boca, fez algo mais eficaz, fungou alto do outro lado da linha e eu me sentei instantaneamente na cama, ansioso.

—Alice? O que foi, princesa? – pedi preocupado.

Ela balbuciou algumas coisas por um tempo, sem que eu entendesse nada, pedi que ela respirasse fundo e começasse de novo e foi a minha vez de me perder em palavras.

Eu não sei o que você vai achar disso e, eu te amo, mas não sei se me importo muito. Eu só preciso te falar que...— uma respiração profunda, mais um soluço – Jasper, eu encontrei o meu filho.

Minha mente girou. Olhei a tela do celular de novo confirmando que era a minha esposa ali.

—Eu não te entendo – falei com a voz esganiçada.

Eu não consigo te explicar mais que isso, não sei o que falar, mas hoje eu conheci meu filho e ele é lindo, ele tem dois anos e meio e se chama Nahuel e... Eu sou mãe— ela chorou.

Só tinha uma resposta para aquela surpresa.

—Então eu sou pai – falei com a voz firme e ouvi Alice voltar a soluçar – Eu estou indo até vocês. Não se preocupa, linda, eu estou indo para vocês, o quanto antes, não sai daí. A gente vai descobrir o que fazer e você me conta tudo com detalhes – falei e ela não dizia nada, apenas fungava e soluçava – Alice, não tem o que temer, meu amor, eu estou indo te encontrar, eu vou ir buscar você e nosso filho, está bem? Vamos ser o lar de Nahuel.


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Notas finais do capítulo

Eu queria MUITO fazer algo sobre adoção nessa versão e ontem me vi perdida nos vídeos da Giovanna Ewbank e do Bruno Gagliasso, a história deles com a filha mais velha deles é algo bem parecido com o que descrevi, achei tão linda que quis trazer uma sensibilidade assim para a história, principalmente para a Allie que eu a enxergo muito nesse enfoque de trabalho e foi completamente derrubada com o amor de mãe.

O que acharam do Jazz com os sobrinhos dele? E dele no final quando Alice conta que achou o filho deles? Eu choro toda a vez que a Giovanna conta essa história, real!

Espero que tenham gostado, quem não conhece, indico procurar entrevista deles falando sobre isso. Adoção é lindo demais, af, fico soft demais com o assunto!

Bom, é isso. Queria dizer que volto com o ÚLTIMO CAPÍTULO (agora sim) na sexta ou sábado. Agora que já focamos em todos pela última vez, prontos para passarmos para a terceira pessoa e fazermos o farofão contando como tudo ficou com todo mundo? O que acham que vai acontecer? Aceito apostas sobre profissões, filhos, futuro... Tudo. Chegamos no final gente, se preparem.

Obrigada por lerem, nos vemos logo para o felizes para sempre.

UM BEIJO ♥



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