happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 17
Pesado demais para aguentar, vai te forçar a ser frio


Notas iniciais do capítulo

Olá,

Começando a tragédia grega que (quem leu a primeira versão) deve se lembrar, mesmo assim, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780926/chapter/17

Capítulo 17 – Pesado demais para aguentar, vai te forçar a ser frio

|NARRADOR|

De início, o mês de julho não foi muito diferente do resto do ano para os cinco amigos. Ou melhor, o primeiro dia do mês não foi, mas o segundo foi diferente. 

Em adição às férias da faculdade e o nervosismo de Emmett para começar a faculdade enquanto Isabella se recuperava da primeira rejeição que recebeu da NYU, foi apenas no segundo dia que coisas começaram a, de fato, acontecer para eles.

Foi no começo daquela noite fresca de quarta-feira que Rosalie recebeu uma ligação de Nathan contando que seu filho, Charlie, estava pronto para chegar ao mundo. Em júbilo, ela contou a Bella e Alice e, juntas, as três foram para o hospital esperar o nascimento da criança, enquanto mandavam mensagens para Emmett e Edward a fim de deixa-los a par da novidade emocionante. 

Edward prometeu estar lá o quanto antes, Emmett não gostou nada que Rosalie estivesse lá.

Rose, não acho uma boa. Você fica exposta a possíveis doenças aí, não é o ideal, tem que se cuidar — ele disse no telefone, ao tirar quinze minutos no serviço para tentar convencê-la a ir para casa.

—Emm, não se preocupe com isso. Estou descansada e venho aqui para o pré-natal.

É diferente— ele disse rapidamente.

—Porque você diz que é? – ela perguntou irritadiça – Não acho que há uma diferença entre eu estar aqui para o pré-natal ou para esperar para ver Charlie, não seja um chato e venha nos encontrar quando sair do serviço, sim?

Emmett não respondeu nada, disse que a amava e desligou o telefone antes de ir terminar seu turno. 

Victoria apareceu por lá deixando Isabella extremamente desconfortável, mas nada foi dito. Elas se tratavam de forma amistosa, mas nunca estavam na mesma conversa. Edward não demorou a chegar, Victoria demandou certa atenção dele enquanto perguntava sobre Aidan e aquilo tirou Bella do sério.

—Não entendo o que ele espera de mim – Victoria comentou com o amigo.

—Oras, pergunte a ele. Se você não tem ideia do que seja, o que é um absurdo extremo, não é com Edward nem com Rosalie que tem que conversar e sim com a fonte da questão, Aidan – Bella disse sem conseguir se conter.

Alice segurou a risada, sabia que Bella já estava bem amiga de Aidan ao reparar como o estava defendendo ultimamente e gostou de saber daquilo, não demoraria para que Victoria fosse sua nova amizade óbvia e, daquilo, Alice tinha certeza, ansiosa por juntar o grupo inteiro.

Eles comeram e passaram-se mais algumas horas sem notícias de Nora ou Nate, Emmett chegou impaciente no hospital, irritado que já fizesse tanto tempo que Rosalie estivesse lá, completamente teimosa como ele tanto odiava.

—Oi – ele falou seco com todos os amigos antes de sentar ao lado da grávida – O que você comeu? – perguntou ansioso.

—Nada, estou aqui irresponsavelmente vivendo minha vida normal, afinal... Quem dependeria de mim? – ela começou cheia de ironia, irritada de mais para se importar com a infantilidade – Ah, claro, esse neném que não para de mexer e me faz ter náuseas de dois em dois minutos – disse brava.

—Está com náuseas? – o grandão perguntou preocupado, ignorando por completo a irritação e ironia dela.

—Emmett, para de ser imbecil. Estou aqui por uma amiga como gostaria que estivessem por mim – ela falou bufando.

—Para de brincar com coisa séria, você está grávida.

—Eu sei disso, a barriga não me deixa esquecer, mas por que é que está sendo um chato?

—Porque você não pode ficar nervosa, ansiosa...

—Você quem está me fazendo sentir assim agora – ela disse sem pensar.

Emmett ficou quieto no mesmo instante. 

Rosalie respirou fundo e olhou para o rosto contorcido de seu parceiro, não queria que ele se preocupasse por besteira, mas sempre que ficava mandando nela parecia que não confiava que ela sabia cuidar do bebê deles.

Ela estava se recompondo, pronta para conversar civilizadamente com ele, mas não deu tempo, Emmett segurou suas mãos e falou antes dela:

—Vamos para casa – pediu novamente e Rosalie o olhou com ira.

—Você tem que estar brincando.

Emmett soltou as mão dela, exausto com a forma teimosa que ela se portava às vezes, então sentou ao lado de Edward que, assim como os outros, encarava a briga em silêncio não querendo se intrometer e piorar.

—Fala de uma vez – Rosalie pediu alterada, ainda com os olhos presos em Emmett que se distraía com o celular.

—Sobre o que está falando? - perguntou confuso.

—Que não confia em mim, que acha que sou uma garota mimada e teimosa que não sabe de nada e, sem você, já teria perdido o bebê há muito tempo – ela falou – E se o bebê não fosse seu? E se você tivesse nos deixado? O que o faz pensar que você é tão importante assim nas decisões sobre o meu corpo e o meu filho? – perguntou rudemente.

Os quatro pares de olhos se arregalaram. Emmett não falou nada, a mágoa bateu fundo nele, mas ele tentava se convencer que eram apenas os hormônios, ela não o achava substituível.

—Eu vou embora – falou simplesmente se levantando e saindo do hospital sem se preocupar em olhar para trás.

Rosalie sentiu a pontada do chute que o bebê deu em sua costela, mas não perdeu a pose. O orgulho não a deixara ver o quão fria e injusta tinha sido com Emmett e, foi ali que os amigos repararam que, talvez, o relacionamento deles enquanto Rosalie estava grávida, poderia ser a ruína dos dois. 

Em casa, Emmett tomou um banho antes de sentar na sala e tentar tirar a preocupação e mágoa da cabeça. Por que Rosalie diria aquelas coisas? Se, no momento de raiva é onde somos mais sinceros, ela realmente achava que ele era trivial daquela forma?

O telefone do apartamento tocou e ele bufou audivelmente, teria evitado de atender o telefone caso soubesse quem o esperava do outro lado.

Em Forks, John batucava preocupado na mesa do escritório. Esperava que Emmett ou Edward o atendesse para que não precisasse falar com as meninas, não poderia dar esse tipo de notícia por telefone e Carlisle o avisou que não deixasse Rosalie sofrer preocupações.

—Sim? – a voz rouca de Emmett causou um alívio diferente em John naquela noite.

—Emmett, que bom que é você. Onde está Rosalie? – perguntou preocupado.

Emmett estava indiferente a preocupação de John, achou um porre que fosse ele quem tinha ligado, se soubesse não teria atendido.

—Ela está no hospital aguardando o nascimento do filho de um dos amigos dela – contou sem emoção – Acredito que se ligar para o celular dela conseguirá...

—Não é com ela com quem quero falar, Emmett. Escute – pediu o advogado claramente agitado – Recebi uma ligação de Suffolk.

A base militar de Jasper. A espinha de Emmett gelou.

—Estou escutando, sr. Hale – Emmett disse sério.

—Ok, não é nada sério, ao menos torcemos para que não. Sou a ligação imediata de Jasper e disseram que ele foi a uma missão próximo ao Sudão, não sei direito, ele ainda é novo lá, a questão é, parece que houve um ataque ao avião em que ele estava – John soava mil vezes mais calmo do que realmente o estava, o choque ainda estava em seu sistema e quis ligar para algumas pessoas antes do pânico o tomar e ele ter que ligar para Anne – O quartel está em contato direto comigo, o ataque aconteceu no começo da semana, mas só hoje a confirmação veio para mim, Emmett, Jasper estava no avião que foi derrubado.

—Senhor Hale – Emmett pediu desesperado – Preciso saber de mais, o que faço com essa informação? Ele está...

—Por Deus, garoto, não termine essa frase – John pediu preocupado – Não sabemos de nada, é isso o que te digo. Ele deve ter conseguido escapar, Jasper é inteligente, o pensamento é rápido, frio, calculista. É um estrategista nato, escutei isso de alguém do alto escalão do exército.

—Senhor Hale, Rosalie não pode...

—Sim, sei que ela não pode se estressar assim e ainda não sabemos de nada, liguei para o deixar a par da situação. Caso alguma carta do exército chegue, a intercepte e vamos manter entre nós, por enquanto – o advogado instruiu.

—Quem já sabe? – perguntou Emmett ansioso para ir checar as caixas de correio.

—Seus pais, Esme, Carlisle, você e eu. Logo Anne também, mas indico evitarmos contar para Rosalie – ele disse.

Emmett terminou de conversar com o avô de seu bebê antes de desligar o telefone e se ver preso em um dilema complexo de mais. Por um lado, proteger o neném e Rosalie parecia a única chance dele, por outro, sabia que – caso o pior acontecesse, ela tinha que ter tido um aviso prévio.

No meio de toda a confusão mental do futuro pai, ele se sentou no sofá, com o peito apertado em preocupação com um de seus melhores amigos. O que havia acontecido com Jasper?

No hospital, Nora estava pronta para trazer Charlie ao mundo, depois de mais algum tempo, Nathan saiu da sala, chorando como um bobo e contou aos amigos sobre o filho. Não demorou para todos se apressarem para o berçário para ver o lindo neném, Rosalie estava apaixonada e pensou que logo seria o dela ali. 

Os amigos negaram quando Nate perguntou se queriam ver Nora, ela deveria estar cansada e eles, com certeza, estavam. Combinaram de ir outro dia vê-la e, assim, saíram do hospital.

Rosalie estava começando a se sentir mal por tudo o que tinha falado para Emmett e, ao chegar em casa, correu para ele, precisando se sentir bem-vinda.

—Charlie é lindo, nasceu tão grande – ela disse para Emmett que não tinha se mexido desde que desligou o telefone com John. 

Até mesmo o telefone continuava em sua mão e a voz de Rosalie o fez assustar, ainda não tinha decidido o que fazer.

—Isso é ótimo, Rose – ele disse forçando um sorriso.

Ela sentiu a mudança no humor dele, Emmett nunca era frio assim com ela.

—Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada, sentindo-se culpada.

—Não é nada, acho que deveria ir dormir, bom, se quiser. Você sabe o que sente melhor do que eu – ele disse lembrando-se que tinha que ir ver as correspondências.

—Emm...

—Está tudo bem, vá para casa, Rosalie, amanhã a gente conversa. Estou com um pouco de dor de cabeça.

Se fosse ser honesto, ele não mentia em relação a dor que sentia, mas também não conseguia olhar nos olhos de Rosalie porque sabia que teria que omitir algo sério dela, mas fazia para protege-la, e rezava aos céus que o protegessem e para que ele estivesse tomando a decisão correta.

—Tudo bem – ela falou sentida, mas parecia entender que ele deveria estar chateado.

Saiu da casa dele e Emmett correu para o primeiro andar, checou a caixa de correios dele e pediu para Marcus deixar ele ver o das meninas, estavam vazias, como imaginou que estariam. Ele conversou com o amigo porteiro, que jurou que interceptaria qualquer carta que parecesse muito diferente, entregaria para Emmett ou Edward e para mais ninguém.

—Obrigado, Marcus – ele sorriu subindo as escadas.

Poderia contar para Bella e Alice, mas Alice não conseguiria se conter em preocupação e ele não queria colocar Bella na posição em que ele mesmo se encontrava agora, mas Edward era o melhor amigo de Emmett, ele não conseguiria esconder aquilo do cunhado.

Entrou em casa escutando o chuveiro ser ligado, foi checar a casa toda tendo certeza que os dois estavam sozinhos, então atravessou o corredor e checou para ver se a porta das meninas estava trancada, normalmente ele passava na casa delas e trancava e, como esperava, a porta estava aberta.

—Eu te amo, ursinha – ele sussurrou trancando a porta sem ir falar com ela, não conseguiria, tinha que pensar com calma.

Rosalie escutou a porta ser fechada e sentiu a sombra da culpa toma-la quase por completo. Emm voltou para o apartamento dele e trancou a porta também, esperou Edward no quarto.

—Ah! Que mania doida vocês têm de ficarem quietos num lugar vazio – Edward reclamou ao encontrar o amigo sentado no quarto escuro, estranhou a falta de humor de Emmett, algo nele pensou que pudesse provir da briga com Rosalie, mas seu íntimo entendeu que algo estava errado – O que foi, garoto? – perguntou esticando a toalha úmida na cadeira.

—Edward – Emmett falou ansioso.

—Sim, desde que nasci, acho que até antes disso, mas meu nome não me diz sobre suas aflições.

O humor não combinava com o assunto, foi o que Edward percebeu antes de Emmett o olhar, com os olhos opacos.

—Algo aconteceu com Jasper – o grandão disse de uma vez.

—O que quer dizer com isso? – indagou Edward já sem humor algum.

Emmett contou a ele sobre a ligação que tinha recebido e seus medos e confusões, Edward parecia ansioso e preocupado, tanto quanto Emmett estava.

—Contou a mais alguém? – perguntou o loiro, preocupado.

—Só para Marcus, em razão das possíveis cartas.

—Emmett, as garotas não podem saber – Edward disse rapidamente.

—Racionalize para mim, Ed, por quê? Estou me sentindo tão mal por não ter contado ainda...

—Não sabemos o que aconteceu, a confusão é demais, não deve ter acontecido nada com ele, confia – Edward falava ansioso – Sabe que Jasper disse que voltava, ele não mentiu. Emm – o garoto tinha aparência insana, mas para Emmett ele fazia sentido – É uma coisa nossa, nosso segredo. Eu invoco o pacto dos três mosqueteiros – Edward falou.

Uma lembrança foi compartilhada. Três garotos brincando juntos, inúmeros segredos guardados entre eles, a vez que fizeram um pacto de sangue prometendo nunca contar os segredos que os outros pediam para ser guardados. 

Com o coração pesado, Emmett e Edward pensaram que aquele poderia ser o último segredo compartilhado apenas com “os três mosqueteiros”.

Onde estava o garotinho gêmeo?

—Nós três – Emmett concordou.

—Ele está bem, tem que estar – Edward repetiu, sentando-se ao lado de Emmett.

O silêncio no quarto foi acompanhado de um arrepio de temor. O medo provindo da falta que Jasper fazia, o pensamento de quando ouviram falar sobre ele pela última vez, se Alice pressentira algo. 

Os dias que se seguiram foram tensos para os dois amigos. 

Por mais que Anne e John quisessem estar com Rosalie, o ímpeto foi contido para não alarmar a ela, combinaram que iriam para Nova Iorque em setembro, quando o bebê estava previsto para nascer, mas não tinha como ninguém prever aquilo, nem mesmo o estranho sexto sentido de Alice. 

Era uma segunda-feira bem comum, já no final de julho. 

Rosalie estava sentada na sala de sua casa, sentindo Emmett mais próximo dela depois das semanas em que passou tão estranho, com certeza tendo a desculpado mesmo sem o pedido propriamente feito. 

Ela entrou no aplicativo que tinha em seu celular sobre seu tempo gestacional, não conseguia acreditar que era mãe há trinta e duas semanas. Colocou o pé na mesa de centro para esticar as pernas esperando Emmett voltar com o lanche da tarde e foi quando uma coisa começou a incomodá-la. 

Seu bebê está do tamanho de um repolho grande

Foi o que ela leu no aplicativo, voltou os olhos para o coco próximo ao seus pés. 

Se o neném já era do tamanho de um repolho, porque era um coco que adornava a mesa de centro da casa dela? Emmett não era displicente assim, ele nunca esquecia de mudar o tamanho do bebê na mesa de centro da casa das meninas. 

O que prendia a atenção de Emmett de tal forma?

Foi com aquele pensamento que ela ouviu o telefone tocar e se esticou, sem se preocupar em ver no identificador de chamadas quem era.

—Alô?

Boa tarde, por gentileza... Alice Cullen?

—Ela não está no momento, posso anotar algum recado? – perguntou educadamente, mas esperava que a pessoa dissesse “não”, porque não queria ter que levantar e procurar um papel.

Pode pedir para ela entrar em contato com a base militar de Nova Iorque o quanto antes?

O coração de Rosalie parou.

—Desculpa? É sobre o soldado Hale? Sou a irmã dele.

Rosalie Lilian Hale?— o homem perguntou.

—Isto.

É a segunda pessoa para uma emergência. Nossa carta ainda não foi respondida e precisamos disso para que possamos dar continuidade a toda a papelada. O funeral será feito junto com os daqueles que morreram no combate, a décima primeira artilharia de honra...— a voz dizia profissionalmente, mas Rosalie começou a sentir a náusea, não conseguindo escutar mais nada.

—Desculpa, funeral? De quem? – perguntou confusa.

Do soldado Jasper John Hale.

Foi tudo o que Rosalie escutou antes de largar o telefone e soltar um jato do almoço que tinha comido há três horas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero suas apostas!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "happily ever after." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.