Meu coração em suas mãos escrita por Eduardo Marais


Capítulo 20
Capítulo Dezenove




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William havia pedido uma prova de que Regina o amava realmente e que não eram apenas palavras que o vento pudesse levar.  

Tinha sido um desafio em forma de súplica e ela jamais poderia ser recusar. Sobretudo, quando seu coração se assanha para acomodar novo amor.

E Regina aceita o desafio. Faria loucuras naquela noite, mas provaria ao seu príncipe, a dimensão de seus sentimentos despertados diante do reencontro oferecido pelo destino.

As horas eram amigas e andavam devagar quando Regina conseguia fazer William tirar as roupas e aceitar as brincadeiras atrevidas que eram propostas naquele espaço da casa.

— É maravilhoso saber que desta vez, eu poderei escrever o meu final feliz. – Regina fala com os lábios colados aos lábios de William. – Sabe, eu amaria descobrir o que você sente quando está dentro do meu corpo. Seria uma forma de selarmos nosso amor e fecharmos nosso relacionamento para que não fique dúvidas de que queremos um ao outro.

— Seria maravilhoso conhecer o que você sente quando eu toco sua pele. – ele sorri.

— Poderemos arriscar, mas temos de desfazer tudo antes do pôr do sol. Quer tentar?

Piscando pesadamente, William sorri com os olhos e concorda com sua Rainha.

— “Regina e William: Câmbia Corporum, Meum Corporum, Sua Nominavi” ! – Regina fala sem dar tempo para que seu príncipe tenha alguma reação.

Totalmente embevecido e inebriado com a brincadeira, William gargalha e comanda o corpo onde estava agora para conhecer novas sensações. Comanda o corpo de Regina e atira-se sobre o corpo onde sua Rainha estava agora. Iriam experimentar as mesmas sensações prazerosas, mas de ângulos diferentes, peles diferentes, corpos diferentes e pontos sensíveis bem diferentes.

Na manhã seguinte, Regina de volta ao seu corpo se recusa a sair cedo de casa para cumprir suas obrigações administrativa. Prefere permanecer mais algum tempo admirando a beleza madura de seu príncipe adormecido, exausto e sereno como resultado de uma noite louca, rara e inesquecível.

Fechando os olhos, a Rainha se solta no sofá e busca as suas lembranças gostosas daqueles momentos de sexo estando no corpo de um homem. Conseguira descobrir as deliciosas sensações quando William se movia dentro de seu corpo, sentindo seu calor e sendo comprimido por determinados músculos. Ver suas expressões faciais provocadas pelo prazer, por meio de outros olhos, jamais poderiam ser explicadas por palavras. Infelizmente, seria uma descoberta que não poderia ser dividida em conversa alguma com mulher alguma de sua roda social.

Contar sua aventura de troca de corpos com Emma? Mary? Ruby? Não poderia compartilhar com nenhuma pessoa que não fosse o próprio William. Mas o dia não poderia terminar sem o teste final, a prova maior que convencesse o príncipe Velac sobre os sentimentos verdadeiros.

Durante o jantar oferecido para toda a família, sem poder contar com Zelena e Gold, a eterna Rainha decide comunicar o noivado e um casamento iminente. Não queria perder tempo e não tinha porque esperar um convívio maior como se fossem pessoas normais.

— Eu gosto destes encontros. É lamentável que Zelena não possa comparecer. – Mary sorri animada, tentando ser cordial com Cora.

— Minha mãe está sendo bem cuidada. Em breve estará de volta. – Robin sorri sem exibir os dentes. Pede licença e vai conversar com Henry.

— Sua mãe está sendo poupada desse circo. – Cora se mostra irritada e contrariada. – Poderiam apenas trocar alianças, porque não estamos em clima para reunião familiar. Gold machucou minha filha. Não penso que seja elegante, a esposa dele vir a um evento, depois do que ocorreu dentro de nossa casa. E o que a Madre Superior está fazendo aqui?

— Não seja chata, mãe. – Regina cumprimenta Mary com um beijo no rosto. – Precisamos manter a nossa unidade até descobrirmos o que realmente houve com Gold.

As três mulheres olham na direção de Belle, que conversava timidamente com Killian, Emma e William.

— Não é cedo para um compromisso?

— Não, Mary. Creio que este é o meu momento de escrever do meu jeito e com meu toque de romantismo, o meu final feliz. Olhe em volta! Todos estão felizes com seus pares e eu também quero essa felicidade para minha vida.

 Depois do jantar acontece a comunicação oficial da decisão de Regina e William sobre o noivado. Trocam alianças e revelam seu desejo de um casamento próximo. Para coroar a pequena cerimônia, Regina entrega a palavra à delicada e suave Madre Superior.

— Para fecharmos essa linda cerimônia, gostaria de fazer uma brincadeira com os casais aqui presentes. Vamos aproveitar esse momento e reforçar os votos de amor.

Os convidados batem palma, exceto por Cora que não se sentia confortável com a perda de algo que nunca lhe havia pertencido.

— Todos receberão uma vela especial, criada pelas fadas do convento e que possuem o poder de provar a reciprocidade dos sentimentos dos casais. Considerem como renovação do amor. – a mulher entrega um par de velas para cada um dos casais. – Vocês deverão vir até esta base de pedra que eu trouxe e colocar um dos pés. Usando este acendedor, incinerarão o pavio que deverá exibir chamas com cores semelhantes...se o amor for recíproco. A chama é imune à magia, portanto, sem trapaças!

Não havia como ficar indiferentes e todos riem.

Mary e David são os primeiros. Não seria preciso provar nada, porque o amor que sentiam um pelo outro, poderia ser tocado por mãos. Em seguida, Emma e Killian comprovam que um começo conturbado não poderia ter um final diferente. As primeiras brigas, os embates, as lutas e finalmente o sim dito no altar.

Robin e Henry aproveitam para incrementarem a situação com brincadeira e a cor das chamas, obviamente, surgem em cores diferentes. Uma brincadeira que consegue provocar algum movimento que poderia ser chamado de sorriso em Cora.

Porém, o mais esperado era a comprovação de Regina e William. Ela estende a mão e conduz um homem hesitante até o ponto estabelecido pela Madre Superior. Recebem o acendedor e diante de todos teriam de incinerar os pavios.

Regina acende sua vela e aos poucos a chama branca vaia assumindo uma nova coloração. Torna-se roxa. Uma cor significativa em sua vida.

Chegada a vez de William e ele se mostra inseguro. Seus sentimentos seriam tão profundos a ponto de ultrapassarem a barreira do desejo, da paixão e fazer surgir o amor? E se seus sentimentos estivessem confusos?

A chama que surge na vela é branca, também, começando a assumir uma coloração escura. A cor do céu noturno surge imponente e dura por alguns segundos, para depois dar espaço para outra cor: roxa.

Todos ovacionam, aplaudem e assobiam.

Regina ergue os braços, sapateia e grita.

William apenas chora de emoção, a ponto de soluçar.

No dia seguinte, Regina termina uma reunião em seu gabinete, quando William bate à sua porta.

— Posso entrar?

Ela sorri e vai recebê-lo, oferecendo um beijo longo e um abraço. O contato com corpo dele era sempre agradável em qualquer posição que estivessem.

— Não deveria estar nas docas?

— Fiz uma parte do serviço e vim conversar com você. Depois retornarei.

— Algo importante?

Antes da falar, ele rouba outro beijo.

— Eu quero lhe pedir para devolver os corações, antes que nos casemos. É um presente que peço.

O rosto de Regina se torna inexpressivo. Ela apenas quer fitar os olhos escuros do príncipe. Na verdade, gostaria de enxergar a sua alma.

— Não tenho como identificar a quem pertence. E nem eles têm como reconhecer. Não posso simplesmente abrir uma gaveta, tirar um coração de lá e enfiar no peito de uma pessoa, aleatoriamente.

Com delicadeza, William retira um fio de cabelo que estava no ombro de Regina. Muito zelo para uma atitude sem valor, mas que não passa despercebida aos olhos da mulher.

— Eu sei como fazer. Posso ensinar...mas durante o processo de feitura da fórmula, somente uma pessoa deve começar e terminar. Mas recolocar o coração no peito, outras pessoas podem ajudar, desde que tenham magia.

E o manto da noite é colocado na abóboda celeste. E para complementar, um vento frio vinha cantar sua canção sonora nos vãos das construções.

— Isso é simplesmente ridículo. Receberão senhas? Serão atendidos grupos de dez em dez? Receberão seus corações pelo correio, com as lembranças de Regina Mills? Fico até ofendida por pensarem em mim, para participar dessa patuscada!

Regina olha para os pés e fica pensativa. Sente-se triste.

— Pelo que observei não são tantas pessoas. Eu poderia ensinar-lhe a receita da fórmula de identificação e você a faria. Regina e eu recolocaríamos o coração no peito da pessoa. E sim, Regina deveria congratulá-los e compensá-los com algo de valor. – William opina

— Vocês são tolos e românticos. As pessoas irão se recordar do que viveram sem seus corações e assim que os receberem no peito, sentirão ódio por Regina.

— Ou amor. Eles verão a prova de que a Rainha Má definitivamente não existe mais. - a voz de Regina é baixa, mas audível. – Será meu presente de casamento ao meu noivo.

Cora volta seus olhos e sua raiva para o príncipe. Pensa por alguns segundos e decide abaixar suas defesas. Poderia não ter William como seu homem, mas o teria como genro. A proximidade traria vantagens para sua paixão. Ora, mas que patética! Vivera tanto tempo sem seu coração para não amar mais, e quando o resgata, a primeira atitude que toma é apaixonar-se por um homem proibido.

— Mãe?

— Não esperem que eu dê beijinhos neles.

Dias depois, o salão nobre da Prefeitura é cenário para um evento macabro e perigoso, além de arriscado demais.

Mesmo sem serem vistos, haviam guardas espalhados em pontos estratégicos para acabar com qualquer tumulto ou rebelião. Emma e David tinham organizado todo o esquema de segurança para que ninguém saísse ferido daquela extravagância exigida por Regina, como forma de provar definitivamente a mudança em sua alma.

Os primeiros, apavorados e tímidos cidadãos chegam ao local e a mera visão de Cora e Regina juntas, provoca ainda mais incômodo e medo, invocando as lembranças dos tempos em que viviam acuados na Floresta Encantada.

Mas o sorriso orgulhoso e sincero de Regina consegue derrubar todas as defesas mais profundas em cada uma daquelas pessoas. A Rainha estava radiante e brilhava, emanando a mais suave e acolhedora aura em um ser humano. Uma aura convidativa e materna.

William recebe um objeto pessoal de uma mulher que se atreve a ser a primeira a reaver seu coração. O dedo da mulher recebe um pequeno furo e o sangue que sai é pingado sobre o objeto. Cinzas surgem quando o objeto é incinerado, após uma frase em um idioma desconhecido ser dita. Essas cinzas criam vida e vão localizar a gaveta onde descansava o coração da mulher, que é carinhosamente devolvido ao seu corpo, pelas mãos firmes de Regina.

Era mais uma prova que Regina exibia aos olhos de William, mostrando a grandiosidade de seus sentimentos. E a ferida na alma do príncipe aumenta ainda mais, dividindo-o entre seu dever e seu amor.


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