My Dear Secret Admirer escrita por KAT


Capítulo 5
Crise de ansiedade


Notas iniciais do capítulo

Opa opa meus consagrados, empolguei com essa estória então vai ter bastante capítulo saindo um atrás do outro, vai segurando
música de hoje: Someone you loved.
https://www.youtube.com/watch?v=5i2W6OiXJhs



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"Duvida da luz dos astros,
        De que o sol tenha calor,
        Duvida até da verdade,
       Mas confia em meu amor.
        William Shakespeare"

Quando cheguei em casa naquela noite, minha mãe estava sentada em uma poltrona na sala.
— Não pensei que fosse demorar tanto assim – ela falou, quando me viu.
— desculpe-me, acabamos em uma festa.
— você tem que me avisar quando for assim – soltou em um tom rude.
— tudo bem – me aproximei dela – você está bêbada?
— Só bebi um pouco, não estou bêbada – soltou, dando de ombros.
— Você sabe que eu odeio quando você bebe.
— Nem todo mundo é um viciado como o Noah, Maria Luiza – soltou.
Eu sabia que ela estava dizendo isso apenas para me irritar, não deixaria isso me afetar, não hoje.
— eu vou dormir – falei, andando em direção a escada.
— espere – pediu, quando coloquei o pé no segundo degrau – preciso falar contigo.
— o que houve? – indaguei.
— Vou para o Japão amanhã á tarde, preciso que me ajude a arrumar minhas coisas. – prendi a respiração por alguns instantes sem acreditar em suas palavras.
— Você está mesmo falando sério? Não faz nem uma semana que está em casa.
— Malu – seu tom era carinhoso agora, é o que ela faz quando não quer que eu me irrite – você sabe que ficar presa aqui me sufoca.
— Quer saber, mãe? eu tive um dia incrível e você não vai estragar isso –  subi para o quarto correndo.
É inacreditável o quanto minha mãe é egoísta, eu sempre cuidei de tudo e de mim mesma para que ela corresse em busca dos seus sonhos, era pedir demais que ela ficasse pelo menos uma semana em casa?
Joguei a mochila que havia levado para o piquenique (que no fim se transformou em festa) em cima da cama, foi então que avistei um bilhete cair. Era outro recado secreto.
Sorri feito boba ao lê-lo mais de mil vezes, mesmo de longe meu admirador (não tão) secreto, conseguia me deixar feliz.
Dia Seguinte
Acordei naquela manhã com Noah me encarando, o loiro estava sentado em frente a janela,  o sol batia em seu rosto iluminando cada um de seus detalhes, ele sorriu para mim de modo carinhoso e eu retribui.
—  o que faz aqui? - indaguei ainda sem abrir os olhos totalmente.
—  Não me contou como foi o encontro com Harry –  explicou, levantando-se e andando em direção a minha cama.
—  ah, adivinha onde ele me levou? –  prossegui antes dele ter tempo de adivinhar –  onde nós nos conhecemos.
—  Uau, ainda sou traumatizado com aquele parque –  respondeu, fazendo-me gargalhar e lhe dar um soco de leve em seu braço.
— Discuti com minha mãe ontem, ela vai embora outra vez –  falei adotando uma expressão mais séria, não queria falar sobre aquilo porém, não poderia esconder de Noah, dividimos tudo.
—  É uma novidade pra você? –  falou com certo deboche na voz e isso me incomodou.
—  Noah –  repreendi.
—  Ela sempre faz isso Malu, sempre volta lhe dá esperanças e vai embora – julgou, com a voz um pouco elevada.
—  Ela é minha mãe ­–  o interrompi.
—  Me desculpe –  ele deitou-se ao meu lado –  eu só não quero ver você magoada outra vez –  colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.
Sua frase me fez viajar para quando estávamos nos conhecendo novamente, após o acontecido do parque marcamos de ir até a mesma sorveteria onde me encontrei com Harry.
Entretanto, na mesma noite que combinamos minha mãe foi embora, sem sequer se despedir. Era a primeira vez que ela ficaria tanto tempo fora e tivemos uma briga feia antes dela ir, porém jamais imaginei que a mesma fosse capaz de simplesmente juntar suas coisas e partir, deixando sua filha de 16 anos por três meses completamente sozinha em casa.
Corri por toda a casa enquanto a procurava e quando finalmente percebi que ela não estava escondida em baixo de algum cômodo, fazendo alguma brincadeira de mal gosto, fui para meu quarto, onde encontrei uma carta que ela havia deixado em cima da escrivaninha:
"filha, sei que não gosta da ideia que eu fique tanto tempo fora, porém sei que você consegue cuidar das coisas e de si mesma por esse tempo, confio em ti. Deixei o dinheiro que precisa no envelope ao lado. Ligarei todos os dias, não me decepcione, nos vemos em breve."
Fiquei ali sentada por pelo menos meia hora, relendo aquilo um milhão de vezes, não caia a ficha de que era mesmo real, meu coração estava disparado e meu corpo trêmulo.
—  Oi –  era  a voz de Noah, pulei da cadeira –  me desculpe entrar assim, a porta estava aberta, ainda assim bati várias vezes mas como não teve resposta, fiquei preocupado que tivesse acontecido algo –  explicou-se.
—  Ah, tudo b... ok –  tentei dizer, no entanto havia um nó enorme em minha garganta.
—  Está tudo bem? –  ele me analisava com preocupação.
Tentei dizer algo porém minha voz falhou novamente, então apenas balancei a cabeça em negação, notei o loiro se aproximar, passando seus braços em volta de mim, o abracei de volta sentindo as lágrimas finalmente descerem por meus olhos.
—  Minha mãe foi embora –  me afastei dele um pouco –  ela simplesmente foi... –  gaguejei outra vez, sentindo a falta de ar entrando em meus pulmões.
—  Ei, calma –  ele me guiou para a cama, sentando-me. As lágrimas estavam descontroladas e junto a elas aquela falta de ar insuportável se intensificava –  olha pra mim, foca nos meus olhos –  ele mandou e eu obedeci.
— Preciso que conte junto comigo até dez, está ouvindo? pode ser difícil, mas preciso que se esforce – balancei a cabeça em concordância, e então contei até dez com muita dificuldade.
Ainda assim a falta de ar ainda estava um pouco presente, era desesperador não saber oque estava acontecendo comigo, mas pelo menos Noah estava ali.
Ele deitou-se ao meu lado, fazendo com que ficássemos de conchinha,  repetiu as frases "está tudo bem, estou aqui, você pode respirar" mais vezes que posso contar, só parei de ouvir quando finalmente fechei os olhos e consegui adormecer. Quando acordei já era de manhã e Noah ainda estava ali.
Não consegui segurar a timidez ao notar que havíamos dormido juntos, estava grata a ele pelo que havia feito, porém, ainda assim, era estranho.
— Está melhor? –  perguntou, ao notar que eu havia despertado.
— Eu não sei o que deu em mim ontem, eu surtei – falei, afastando-me um pouco do garoto em minha cama.
— Foi uma crise de ansiedade. – ele falou, e isso me assustou um pouco.
Eu pensei que no máximo eu estivesse morrendo, ou tivesse adquirido um problema respiratório de repente, mas uma crise de ansiedade significava que realmente eu tinha problemas.
E eu não queria ter de passar por isso outra vez, não queria ser uma dessas pessoas que começam a ter crises de ansiedade, de repente não saem mais de casa, e em um dia sombrio se jogam de uma ponte.
— Como você sabia o que fazer?  – perguntei.
— Não é uma novidade pra mim – estreitei os olhos, era difícil imaginar um garoto como aquele tendo crises de ansiedade por aí – sabe, temos que parar de nos encontrar nos piores momentos – completou antes que eu pudesse responder, e eu sorri.
— O que é isso? Acho que você está exagerando – comecei a dizer com cinismo – quando nos conhecemos eu queria te matar e depois você me contou todos seus problemas, e no nosso segundo encontro, eu surtei. Não parece algo fora do padrão – completei, e nós dois gargalhamos.
Depois nos encaramos por alguns minutos, de repente aquela pequena distância entre nós pareceu se tornar insuportável, havia algo me puxando pra perto dele.
Noah aproximou-se do meu rosto perto o suficiente para que eu sentisse seu hálito, eu conseguia imaginar o beijar e o gosto que seus lábios tinham, porém imediatamente meu lado cauteloso criou uma ficha rápida dele em minha mente, apesar de nunca termos conversado eu sabia como noah era popular por causar problemas. Bastou esse rápido pensamento para que eu recuasse, virando o rosto quando ele estava a instantes de me beijar.
— me desculpe – ele soltou.
— não tem que se desculpar, eu só... tem tanta coisa acontecendo na minha vida agora, eu só não consigo imaginar estar com alguém como você – expliquei, sentando-me.
— como eu? – franziu o cenho, voltando a me encarar.
— é, nunca tínhamos conversado mas, já ouvi sobre você, Noah Adams. Somos da mesma escola afinal.
— bom, eu nunca ouvi sobre você – falou, com sarcasmo.
— idiota – bati em seu ombro e ele riu jogando a cabeça pra trás, fazendo aquilo parecer mais engraçado do que realmente foi.
— a gente pode ser amigos, o que acha? – sugeri.
— ok, eu senti um impulso grande de beijar você muito forte agora pouco, não acho que devemos ser amigos.
— eu preciso tanto de um amigo agora.
— Não posso ser esse alguém pra você, Malu.
— Não é como se você não estivesse precisando de uma amiga também – insisti.
— justo – concordou, respirando fundo – vou esconder essa vontade louca de te beijar então e ser um ótimo amigo – falou, fazendo-me sorrir.
— Amigos? – apontei o dedinho mindinho pra ele.
— Você é tão estranha – soltou, finalmente juntando seu dedinho ao meu.
E foi assim que se iniciou nosso selo de união eterna, a partir dali ele sempre foi o meu porto seguro em qualquer situação.


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Notas finais do capítulo

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