My Dear Secret Admirer escrita por KAT


Capítulo 19
Não sou a droga do seu final feliz


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo tem duas músicas temas, sim, músicas temas é meu fraco igual ao Noah. A primeira é down do jason, a outra é só vocês clicarem no nome quando aparecer que vai pra ela.

Boa leitura!

link da música: https://www.youtube.com/watch?v=mCSl7cL0_n8



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Quando acordo estou na enfermaria da escola, Noah, Redd e até Harry estavam sentados ao meu lado.

— O que aconteceu? – sussurro, sentindo uma dor terrível na cabeça.

— Você desmaiou – Noah explica, aproximando-se de mim rapidamente.  

— Qualquer um desmaiaria depois de ganhar uma bolsa em Harvard – Redd vibrou, lembrando-me do tão temido assunto.

— Eu não quero essa bolsa – aviso, sem ter certeza disso.

— É idiotice desistir de algo assim por um romance que tem a incrível duração de um dia, Malu – Harry solta, provavelmente ele está aqui pra isso, mostrar-me o quão idiota eu seria de recusar algo assim pelo Noah. Sinto meus olhos se encherem de lágrimas outra vez.

— Dê o fora daqui agora – Noah ordenou, fitando Harry com ódio.

— Você sabe que estou certo, cara – Harry deu de ombros e então saiu em seguida.

— Malu, eu estou do seu lado em qualquer decisão que você tomar, está bem? – Redd avisa, depositando um beijo em meu rosto e então sai também.

Noah anda até a porta e a fecha.

Silêncio.

Ele está parado encostado na parede, com as mãos enfiadas no bolso como se pensasse no que fazer.

— Você precisa ir – Noah finalmente diz, fitando-me.

— Olha, não é só por você que eu não vou aceitar, ok? – minto – eu posso arrumar uma boa faculdade aqui, perto da minha casa e das pessoas que eu amo, não é só você.

— Cursar direito em uma universidade que não seja Harvard? Harvey Specter teria vergonha de você – brinca, mas o comentário não deixou o clima menos tenso.

— Ele aceitou o Mike, pelo menos vou ter uma faculdade de verdade – brinquei de volta, com um sorriso amarelo e nervoso no rosto. Noah sorriu e sentou-se ao meu lado, segurando minhas mãos.

— Escuta, você vai pra Harvard e vai ser uma advogada foda igual essas dos seriados, vai conquistar o mundo e não vai ficar presa aqui nessa cidade do interior pelo resto da sua vida, não é quem você é.

— Eu não quero nada disso sem você – sinto algumas lágrimas descerem por meu rosto – não posso te perder.

— Você não vai me perder, posso ir te visitar sempre.

— Não minta pra mim, Noah – digo afastando nossas mãos, minha voz está alterada agora – você não teria dinheiro pra ir me visitar, e mesmo se roubasse um banco e tivesse, eu teria pouco tempo livre fora do campus. E as férias são apenas uma vez por ano, nos veríamos uma vez no ano. E mesmo assim, se eu não tivesse cheia de trabalhos e tivesse que ficar por lá – levanto-me daquela cama, andando de um lado para o outro.

— A gente se reencontra daqui uns anos, eu posso te esperar – diz, levantando-se também.

— Não, eu não vou ficar sem você por cinco anos! – afirmo, encarando-o.

— Você não vai desistir de algo assim por mim – ele quase sussurra e percebo que seus olhos estão cheios de lágrimas também.

— Vou sim – falo, decidida – nada que você diga vai me fazer mudar de ideia.

— Malu...

— Eu não vou pra droga de Harvard, Noah – grito.

— O que espera que aconteça se ficar aqui? Vamos nos casar e ter filhos? Não é quem eu sou, está ouvindo? Não sou o cara que vai te fazer um pedido de namoro, eu não sou a droga do seu final feliz – ele diz com a voz elevada, afastando-se de mim.

— Você pode falar o que bem quiser, não vai me confundir. Sei que só está querendo me magoar – volto a aproximar-me.

— Eu não vou ficar aqui e ver você abrir mão do seu futuro – ele abre a porta do quarto e sai, andando em passos longos pelo corredor da escola, onde Redd e Harry estavam parados.

— Noah – grito, andando atrás dele – que droga, para de andar – seguro seu braço, então ele finalmente para e me fita.

— Não torna tudo mais difícil – Noah quase sussurra, segurando meu rosto com as duas mãos – estou te pedindo pra escolher você – balanço a cabeça em negação – ESCOLHA VOCÊ! – ele grita, afastando-se.

— Eu escolho você, Noah – seguro seus braços, impossibilitando-o de se afastar – Eu escolho a gente! – sussurro e então junto nossos lábios, beijando-o devagar. Ele retribui por alguns segundos, é um beijo triste e com gosto de lágrimas.

— Então você não me dá outra saída – ele sussurra de volta, afastando-se outra vez, andando para longe.

— Do que está falando? – volto a andar atrás dele.

— Vou embora, eu vou subir naquela moto e nunca mais olhar pra trás – avisa fazendo meu coração disparar.

— Não volta com essa ameaça ridícula, não depois de tudo – grito, saindo da escola atrás dele, sentindo aquele aperto horrível em meu coração.

— Eu espero que você seja feliz, Malu – diz, andando em direção a sua moto.

— Noah, para com isso – corro atrás dele, segurando seu braço – eu nunca vou te perdoar se você for – digo aos berros, segurando-o com força, mas ele continua andando rápido, fazendo-me cair no chão. Noto que várias pessoas que estavam na rua param de andar para observar a cena, como se minha infelicidade fosse um filme com espectadores.

— É mais fácil se você me odiar – ele diz enquanto coloca o capacete, sua voz está embargada.  

— Você prometeu nunca ir, você prometeu. Não faz isso comigo, Noah, estou te implorando. Por favor – peço ainda jogada no chão, chorando como nunca antes, mas ele sequer olhou para mim.

— Adeus, Malu – ele ligou a moto e simplesmente foi embora.

— Não, não, não – levanto-me outra vez correndo atrás daquela moto.

 As lágrimas quentes descendo por meu rosto sem parar, conseguia sentir todo meu corpo formigando, corri até meus pulmões arderem e eu não teria parado se não fosse as mãos de Harry em minha cintura, impedindo-me de correr mais, debato-me contra seu corpo com força tentando soltar-me, enquanto observo Noah indo pra longe.

— Fique calma – Harry diz.

 – Precisamos ir atrás dele, por favor me leve atrás dele – peço quando ele finalmente me solta.

— Malu – Redd sussurra, aproximando-se, seus olhos estão encharcados por lágrimas também.

— Por favor, me leve pra ele – imploro como uma criança sem seu brinquedo preferido.

— Ele já está longe, eu sinto muito – Redd responde e então me abraça com força, fazendo-me chorar ainda mais.

 Até algumas pessoas que nunca vi na vida me encaravam com lágrimas nos olhos. E apesar de odiar os olhares de pena, não consigo parar de chorar feito uma criança, aos berros. Eu sentia que meu corpo estava sendo consumido por toda essa dor.

 Por toda minha vida, parecia ter uma parte faltando em mim, sempre fui a garota solitária, sozinha em uma casa gigante, até conhecê-lo. Noah mudou a minha vida de todas as formas possíveis e foi por isso que reprimi cada sentimento, eu não podia arriscar perde-lo.

Nunca sequer imaginei meu mundo sem ele, não existe nenhuma versão de mim que é feliz sem Noah Adams, ele me fez ser dependente dele de todas as maneiras e simplesmente foi embora quando tudo ficou difícil. A pior parte de ter alguém definitivamente é quando você sabe que vai perde-la para sempre.

 Se eu pudesse voltar no tempo, escolheria nunca ter o conhecido, nunca ter o beijado, se eu pudesse voltar no tempo o manteria longe do meu coração. Por que ele me salvou de mim mesma um milhão de vezes, mas ele também é a única pessoa que conseguiu me destruir.

 Fico abraçada com Redd por uns minutos, até que ela me convence a entrar no carro de Harry. Vamos em completo silêncio até minha casa, fico olhando pela janela durante todo o trajeto com lágrimas silenciosas escorrendo por meu rosto, cada lugar dessa cidade traz lembranças dolorosas da minha história com Noah, e eu sei que nunca mais poderei ser feliz aqui sem ele. Quando finalmente Harry para em frente minha casa, Redd entra comigo.  

— Ainda bem que já voltaram, preciso de mais alguns detalhes paro meu livro. Onde está o Noah? – minha mãe diz assim que entro em casa, apenas subo as escadas correndo sem dizer nada.

Uma semana depois

— Você precisa decidir, Maria Luiza – minha mãe diz – a viajem é hoje, se você não decidir a diretora terá que passar a bolsa pra outra pessoa.

— Que seja – dei de ombros.

— Deixamos você sentir pena de você mesma por uma semana, já basta! – Redd berrou de repente, abrindo a cortina do meu quarto, fazendo meus olhos arderem – o Noah foi embora e não vai voltar, claro que é difícil, não consigo nem imaginar o que você está sentindo, mas definitivamente precisa seguir em frente.

— Noah vai voltar quando perceber que não vou pra Harvard.

— Não vai, ele nem vai saber, Malu – redd respirou fundo, como se estivesse cansada de tentar me salvar – ele contratou pessoas pra buscar as coisas na casa dele, tudo isso pra não precisar ver você outra vez – contou-me, fazendo meu coração doer.

Nunca odiei alguém tanto quanto odeio o Noah agora, o odeio por ter se achado no direito de tomar essa decisão por mim.

— Tem um mundo inteiro esperando por você, um milhão de possibilidades – minha mãe começou a filosofar.  

— Não vem com frases do facebook – falei, virando-me de costas. Então Redd andou até mim puxando-me da cama – me solta – reclamei, ficando de pé.

— Você pode sofrer em Harvard, Malu, pode enfiar a cara nos estudos e nem aproveitar a vida de caloura, mas precisa ir – ela segurou meu rosto, encarando meus olhos – se ficar aqui, esperando um garoto, você é uma idiota.

— Tudo bem – respiro fundo – eu vou.

— VOCÊ VAI? – minha mãe e Redd berraram, animadas.

— Ele quis ir embora, ele desistiu da gente – digo, observando minha foto e do Noah em cima da minha mesa – não vou me punir pela decisão dele – olho para cima, impedindo que essas lágrimas insuportáveis tomassem conta de mim outra vez.

— Você precisa ser feliz, você merece isso. Fico contente que tenha percebido – minha mãe diz, abraçando-me.

— Se quiser mesmo ir, precisa ir agora, seu voo é daqui duas horas – Redd avisa.

— Por que não me disse antes?

— Estávamos tentando te convencer até cinco minutos atrás, esqueceu? – disse.

— Eu preciso arrumar as malas.

— Acha que sou uma inútil? Já estão todas prontas te esperando na sala – Redd avisou como se fosse óbvio – Eu sabia que você ia escolher o certo no final – continuou a dizer, sorrindo para mim.

— Então parece que vou para Harvard – suspiro, sorrindo.

— HARVARD, VADIAS! – Redd berra, pulando em mim como uma louca – agora vá tomar um banho e coloque a roupa que deixei lá pra você – Redd ordenou, é impressionante como ela pensa em tudo.

Tomei o banho mais rápido do mundo e enfiei-me dentro daquela roupa que Redd havia comprado, era uma calça azul grande e uma mini blusa que tinha a seguinte frase escrita: “caloura em Harvard, vadia!” sorrio feito uma idiota vendo aquilo, é tão típico de Redd.

— Anda logo, Malu – minha mãe grita.

— Estou pronta – assim que saio do banheiro minha mãe tira uma foto.

— Não faça isso – reclamo.

— Foto indo pra Harvard – explica – estou tão orgulhosa de você, filha! – ela beija meu rosto, seus olhos estão cheios de lágrimas.

— Sem lágrimas – peço, apontando o dedo para ela.

— Desculpe – ela balança a mão, como se aquilo fosse impedir as lágrimas de descerem.

— Vou sentir sua falta, mamãe.  

— Vem logo, Malu – Redd berra e então beijo minha mãe e corro escada baixo.

Quando saio de casa noto que o carro de Harry está parado ali e os irmãos Campbell já estão dentro dele.

— Você não precisava me buscar – digo para Harry, enquanto entro no carro.

— Eu te devo uma – ele sorri pra mim, e então Redd liga o rádio colocando a música “Empire State Of Mind”.

— Diz a lenda que essa é a música tema de qualquer viajem internacional – Redd avisa, fazendo-me lembrar de Noah, no mesmo instante um nó enorme se forma em minha garganta – que droga, esqueci que isso de música tema é algo dele...

— Eu não vou ficar triste logo agora, hoje eu estou feliz por mim – digo e então aumento o volume da música no máximo, fazendo Redd berrar.

— É isso aí! – ela abre a parte de cima do carro solar e nós duas nos levantamos na mesma hora, fazendo Harry praticamente morrer do coração.

— Você sabe que o papai não deixa abrir o carro assim – Harry reclama, mas Redd e eu apenas gargalhamos, ignorando-o.

— VIVA A HARVARD! – Redd grita, segurando minha mão pro alto.

— VIVA A INDEPENDÊNCIA! – grito também, jogando a cabeça pra trás enquanto o vento forte bate em meu corpo, extasiando-me.

Eu realmente estou feliz nesse momento e é o suficiente pra eu ter certeza que ficaria bem. Afinal, não é isso que há vida é? Um conjunto de bons momentos apesar de toda merda?

Chegamos no aeroporto faltando meia hora pro voo decolar, saímos do carro correndo, cada um com uma mala nas mãos e quando finalmente resolvo todas as coisas insuportáveis de viajem, posso finalmente me despedir dos meus amigos.

— Sei que vai passar no concurso e te vejo em breve por lá, não é? – digo para Harry que me encara com uma florzinha na mão.

— Se não for lá, estarei em alguma das outras cinco melhores universidades – Harry joga de volta, sorrindo.

— Esse é meu garoto! – brinco e então ele sorri para mim, entregando-me a flor – obrigada por tudo.

— Não precisa se despedir de mim, eu odeio despedidas – Redd diz assim que a fito, seus olhos estão cheios de lágrimas.

— Cala a boca – jogo-me em seus braços, abraçando-a com força – eu vou sentir tanto a sua falta, você não faz ideia.

— Faço sim, qualquer um sentiria minha falta – ela brinca, mas aquilo realmente é verdade.

— Eu vou te ligar todos os dias e se você me trocar por alguma das vadias da escola você vai ver – ameaço, enquanto sinto meus olhos se encherem de lágrimas também.

— Nem se eu quisesse, ninguém chega aos seus pés – Redd diz, enquanto várias lágrimas descem por seus olhos.

— Eu sei – brinco imitando-a, e nós duas sorrimos.

— Ano que vem vou estar em Harvard também, então nem pense que vai escapar de mim por muito tempo – ela avisa, animando-me. Definitivamente uma vida com a Redd é mil vezes melhor do que sem.

— Eu te amo muito – digo, sentindo-me extremamente melosa.

— Eu te amo também – ela diz em um tom ainda mais meloso, então tudo bem.

— Você precisa ir – Harry apressa – Já deram mil avisos.

— Isso, vai logo, não aguento mais chorar – Redd pede, enquanto soluça.

— Obrigado por cada momento – limpo as lágrimas e abraço os dois ao mesmo tempo uma última vez – vocês tornaram minha vida muito melhor.

— Seja feliz, Cooper – Harry diz e então afasto-me de vez.

Enquanto ando por aquela fila, sinto que tem alguém me observando e não era Harry e Redd, eles já haviam ido embora. Olho ao redor com o coração disparado, muitas pessoas diferentes  e eu só precisava ver uma. 

Eu queria tanto que fosse ele, queria mais que tudo que ele me pedisse pra ficar.

Ele não estava.

Noah cumpriu o que disse, apenas foi embora e realmente não olhou pra trás, vou fazer o mesmo. Entrego a passagem e finalmente entro naquele avião.

Cinco meses depois...     


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Notas finais do capítulo

puts k k
devo ser mesmo muito cruel pra destruir a felicidade da Malu e do Noah no penúltimo capítulo né?
O último saí hoje mais tarde ou amanhã, tá bom s2

Comente o que achou e deixe-me feliz!



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