P.O.V. Hope.

Ela acaba de falar da minha mãe? Essa vagabunda acaba de falar da minha mãe?

—Hope...

—Sabe, Millie eu vejo algo que você não vê.

—Ótimo, é louca.

—O motivo pelo qual Kelly terminou com você... é você. Eu não sei muito sobre ação de Graças, mas acho que é um feriado onde se agradece e se tem um pouco de humildade e consideração pelos outros. Este jantar durou duas horas e por duas horas toda vez que você abriu essa sua boca... foi para falar sobre, você. Ou me alfinetar.  Você nunca considera os sentimentos de ninguém exceto os seus! Porque a Millie Harris é uma vadia descabeçada, inconsequente e egoísta!

As chamas das velas que a Rosalee tinha colocado na mesa já estavam nas alturas á esta altura.

—Calma, gente calma. Sinto muito por ela, vou ter que pedir que se retire.

—Até que enfim.

—Ela tava falando de você.

—Até parece.

—Estou. Por favor, saia da minha casa. Você não é mais bem vinda.

Millie tentou me atacar, fisicamente e eu agarrei o pescoço dela.

—Qual o problema? A garganta tá fechando? Tá difícil de respirar? Sabe, eu poderia quebrar o seu pescoço como um galho, mas sou melhor do que isso. Sai!

Millie fugiu correndo.

—Sinto muito senhor e senhora Calvert. Espero que possam me perdoar. Com licença.

Então, Hope saiu correndo.

—Bem, isso foi... interessante.

—Sério filho, qual é a sua com as garotas malvadas?

—Posso te fazer a mesma pergunta pai, já que casou com uma Hexenbiest.

—Ai. Mas, tem razão.

—Eu vou abrir as janelas para sair o cheiro de vela queimada.

—Acham que a Hope está bem?

—Não sei.

P.O.V. Hope.

Estou longe de estar bem, estou á um momento de ter um colapso! É esta sensação dentro de mim como um balão sempre se enchendo e sempre prestes á explodir. Vou deixar explodir.

Estou no meio do nada, sozinha, cercada de floresta e preciso deixar isso sair antes que acabe machucando alguém. E então, eu berrei o mais alto que eu consegui. Liberando uma quantidade exorbitante de magia.

O problema foi que o Kelly apareceu do nada e a onda de magia, acertou ele em cheio.

—Meu Deus!

Eu corri para ajudá-lo.

—Kelly! Kelly! Meu Deus!

Ele bateu a cabeça, abriu a testa estava sangrando e ele tava inconsciente.

—Hospital.

Eu o carreguei até o hospital mais próximo e compeli o médico a cuidar dele a fazer todos os exames necessários e de graça. Peguei o celular dele e liguei para o pai dele.

—O que aconteceu?

—Ele apareceu do nada, eu estava deixando a minha raiva sair. Não consegui impedir, pensei que estava sozinha e a onda de magia... acertou nele. Os médicos disseram que ele vai ficar bem, mas levou vinte pontos na testa e está inconsciente. Eu fiz um feitiço para atenuar a dor dele e para acelerar a cura. Quando ele acordar não vai ter um arranhão. Espero que ele melhore logo e sinto muito.

Eu sai e fui até a capela da igreja onde eu chorei de soluçar. Eu nem conseguia respirar.

—Você está bem, moça?

—Minha mãe morreu e o cara que eu amo está neste hospital inconsciente com um ferimento na cabeça.

—Sinto muito por ouvir isso.

—E quanto a você?

—Meu filho está em coma. Ele bebeu até entrar em coma.

—Sinto muito. Espero que ele acorde e que se recupere.

—Eu também.

P.O.V. Kelly.

Quando eu acordei, tinha essa luz brilhante, eu estava num hospital.

—O que aconteceu?

—Você se transportou e foi parar no lugar errado na hora errada, aparentemente.

Então, eu me lembrei. O tio Monroe ouviu o grito e eu fui verificar, vi a onda vindo e fui atingido.

—Hope fez isso. Mas, não acho que foi de propósito.

—Não foi. Ela trouxe você pro hospital, correu cinquenta quilômetros em dez minutos carregando você e fez algo aos médicos. Eles trataram você, tudo do bom e do melhor e de graça.

—É. Isso não é algo que acontece todo dia. 

—Ela tinha razão, não ficou cicatriz.

—O que?

—Você bateu a cabeça filho. Fez um corte.

—Me sinto bem.

—Graças á Deus.

Eu pude ir pra casa depois de algumas horas de observação.