Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 28
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A caverna onde estavam era um pouco mais funda do que imaginavam inicialmente. Assim que a última pessoa subiu para a superfície, Lily ligou uma lanterna e iluminou o local, revelando que havia escondido. Pouco atrás da “sala principal” tinha o que podiam chamar de “outra sala” conectada. As paredes eram limpas, sem musgo ou plantas.

O grupo não sabia quanto tempo deveriam ficar ali, por isso, montaram acampamento na sala de trás. Cada um colocou seu saco de dormir e sentou, esperando por novas informações do grupo que ficou na casa.

— Pena que não podemos montar uma fogueira aqui dentro — Lina quebrou o silêncio.

— Alguns peixes assados cairiam bem agora — disse Happy.

— Você sabe que é de madrugada, né? — perguntou Lucy.

— Nunca é tarde demais para comer peixe.

— Vocês deveriam tentar dormir um pouco mais, eu vou ficar de guarda — informou Lily. — Não aceito um não como resposta.

— Não hesite em nos acordar, Lily — pediu Lucy.

— Pode ficar tranquila.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

— Abram a porta ou seremos obrigados a usar força bruta — Gajeel ouviu a voz de James do outro lado da porta.

Revirando os olhos, o moreno levantou-se do sofá onde estava deitado e, muito a contra gosto, abriu a porta. Sem cerimônias, cerca de vinte membros do Conselho Mágico entraram na casa, começando a verificar tudo.

— Que barulheira toda é essa? — perguntou Erza, descendo a escada vestindo um pijama. — James?

— Erza… Quem mais está na casa? — perguntou para a ruiva, ignorando Gajeel que ainda segurava a porta de entrada.

— Eu, o Gajeel e o Gray. O que está acontecendo?

— Lucy Heartfilia fugiu.

— O QUÊ? VOCÊS DEIXARAM ALGUÉM LEVAR A LUCY?

— Erza, é o Conselho — alertou Gray, saindo da cozinha.

— Desculpe — respirou fundo.

— O que fazem em um lugar tão afastado?

— Treinando.

— Vocês três em específico?

— Somos companheiros de guilda. O senhor acha estranho treinarmos juntos?

— O que eu acho estranho é o sumiço da Heartfilia. Digam-me tudo o que sabem sobre isso.

— Olha, não fazemos ideia de onde a Bunny Girl possa estar — respondeu Gajeel. — Quem deveria saber é o próprio Conselho.

— Relatório, Mendy!

— Ninguém encontrou nada que possa indicar a estadia da senhorita Lucy nessa casa. Nenhum rastro.

— Entendo… Então, aquela mulher mentiu — murmurou com raiva.

— Denuncia falsa — Gajeel riu. — Típico de quem não sabe de nada, mas adora se intrometer…

— Caso saibam de algo, informem o Conselho. Não tentem esconder a garota, pois pode ser pior — James olhou mais uma vez para os três, virou as costas e saindo. — Vamos embora!

— Sim, senhor!

Minutos depois da saída dos “caçadores” saírem, Gajeel voltou para o sofá e deitou. Isso era um indício de que tinham se afastado e não havia mais perigo.

— Eles foram pelo mesmo caminho que vieram.

— Vou avisar a Juvia — Erza pegou a lácrima e ligou para a azulada.

— Sim? — ouviram a voz de Lily.

— Lily, alguém fez uma denuncia da gente. Afastem-se daqui o mais rápido possível, eles foram embora, mas podem voltar — disse o mais rápido que conseguiu.

— Ok! Vou avisar todos — disse, desligando em seguida.

— E agora? — perguntou Gray.

— Vou avisar o Mestre e amanhã vamos fingir que estamos treinando.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

— Lucy? Juvia? Lina? Happy? — Lily chamou, balançando cada um deles.

— Mais cinco minutinhos — Happy sussurrou.

— Nos encontram? — perguntou Lucy, coçando os olhos.

— Erza me ligou, alguém denunciou que você estava na casa.

— Será que foi aquela mulher?

— Ninguém sabe quem foi, mas o Conselho foi embora. Essa é a nossa chance de sairmos daqui.

— Juvia está pronta!

— Eu também — anunciou Lina.

— Eu levo o dorminhoco — Lucy riu, pegando Happy no colo, depois de guardar seu saco de dormir.

Sair foi bem mais rápido que entrar. Assim que pisaram em terra firme, olharam rápido ao redor e começaram a caminha, evitando qualquer caminho que pudesse ter folhas e galhos secos, para não fazer barulho.

A floresta era densa e no escuro parecia impossível de caminhar por entre as árvores. Ninguém fazia ideia de para onde estavam indo, apenas seguiam, torcendo para nenhuma pessoa aparecer de surpresa.

Caminharam por longos minutos, até Lina parar de repente, olhando para uma árvore em específico. A árvore não tinha nada de diferente, mas a loira parecia conhecê-la muito bem.

— Estamos seguros — Lina sorriu.

— Seguros? Como? — perguntou Lucy.

— Com essa árvore, tem uma passagem até minha vila natal embaixo dela.

— Sério?

— Sim. Antigamente era muito usada por comerciantes para atravessar a floresta mais rápido. Eu me lembrei dela assim que vi… A passagem deve estar por aqui.

Remexendo na grama, Lina procurou por algo durante alguns segundos, até abrir uma pequena tampa, pouco maior que uma borracha escolar, e puxou uma corda. O alçapão logo abriu-se, revelando uma escada de parede, feita de madeira.

— Aqui está nosso caminho — sorriu orgulhosa.

— Juvia achou incrível. Duvido que nos achem aí dentro.

— É seguro? — perguntou Lily.

— Totalmente. Apenas os moradores sabem sobre essa passagem, não deve ser usada há anos — respondeu Lina, já descendo a escada.

O escuro do lado de fora nem se comparava com o de dentro. A poeira misturava-se com o cheiro de mofo, tornando a experiência mais desagradável ainda, porém, não tinham muita opção. Seguiram Lina em silêncio, ligando suas lanternas e tomando cuidado para não esbarrarem um nos outros.

— Hum… — murmurou Happy, acordando. — SOCORRO, ESTOU SENDO SEQUESTRADO, VÃO ME LEVAR PARA UM CALABOUÇO! — gritou, fazendo todos rirem.

— Happy, pelo amor de Deus — pediu Lucy, rindo entre uma palavra e outra.

— Luxy? Por que está me sequestrando?

— O Conselho nos achou. Estamos fugindo.

— Que cruel, vai me levar para um calabouço.

— É uma passagem secreta.

— Se nós sabemos onde ela está, não é mais secreta.

— Happy…

— Chegamos — anunciou Lina, abrindo os braços.

— Essa é a vila?

— Não, esse é a sala de descanso. Podemos passar o resto da noite aqui em segurança.

A sala em questão tinha o formato de círculo e ficava entre o corredor por onde vieram, e o que continuava o caminho. Em um dos cantos, um fogão de lenha totalmente empoeirado preenchia grande parte da parede. Apesar de pequeno, o lugar tinha espaço suficiente para montar um acampamento.

No lado contrário, muita madeira armazenada estava organizada em pilhas.

— Não é perigoso acender fogo aqui dentro? — perguntou Lily.

— Tem uma magia no teto que absorve a fumaça — explicou Lina.

— Um lugar para dormir longe de qualquer membro do Conselho é o suficiente para mim — Lucy sorriu, colocando sua mochila no chão.

— Parece assustador — reclamou Happy.

— Quer ir lá para fora?

— Amei esse lugar — mudou de opinião. — Posso dormir com você no seu saco de dormir, Luxy?

— Claro.

— Juvia está ouvindo algo, parece som de passos.

Segundos depois de Juvia ter dito isso, todos pararam o que estavam fazendo para ao ouvir o tal barulho. Parecia pessoas correndo em uma mesma direção, passando exatamente acima de onde estavam.

— Mais rápido, não podemos deixar que as duas fujam — Lucy reconheceu a voz de James.

— Sim, senhor! — responderam os outros membros em sincronia.

Minutos passaram-se e ninguém se moveu um milímetro, com medo de fazer barulho e serem descobertos. Quando achou ser seguro, Lucy foi a primeira a quebrar o silêncio.

— Alguém deve ter dito algo para voltarem…

— Se não tivéssemos entrado aqui, com certeza teriam nos achado — sussurrou Lily.

— Credo — Happy encolheu-se, subindo no colo de Lucy.

— Vou ativar o sistema de segurança — Lina aproximou-se do fogão e bateu na parede atrás do mesmo.

Uma passagem do tamanho de uma sulfite abriu-se no lugar. Lina colocou uma das mãos nele e liberou um pouco de magia, fazendo um círculo mágico surgir ao redor de toda a sala.

— Achei criativo — ouviram uma voz vindo do corredor por onde passaram anteriormente.

— Você… — Lucy sussurrou.

— Eu sabia que você era teimosa, garota, mas nunca imaginei que fugiria da prisão — Margareth riu.

— O que quer aqui? Não acha o suficiente o que já fez?

— Na verdade, eu ainda achei pouco… Que tal me contar o que pretende fazer agora, então eu posso decidir melhor o que fazer com você e seus amiguinhos.

— Como se eu fosse idiota!

— Você é engraçada. Bem, vim até aqui para dizer que pretendo fazer um acordo de paz.

— Quais as condições? — perguntou Lily.

— Gatinho esperto, já sabe que não faço nada de graça — sorriu. — Vou explicar apenas uma vez. Minha neta usou aquele garoto idiota e sua magia mais idiota ainda, para abrir um portal. Infelizmente, deu errado e agora não posso voltar para meu mundo.

— Uma bruxa dessa só podia ser de outro mundo mesmo — sussurrou Happy. — Birutinha.

— Juvia concorda!

— Pois bem — ignorou o xingamento. — Preciso que peguem as sete flores mágicas, abram a caixa cinza e me entreguem a chave que tem dentro dela.

— Que caixa? — perguntou Lucy, fingindo não saber.

— Não tente me enganar, garota! Eu sei que você está com a caixa.

— Ok… E o que acontecer se nós dissermos que não?

— Isso! — arremessou uma poção perto dos pés da loira, foi tão rápido que ninguém teve tempo de reagir.

— Meu pés! — Lucy arregalou os olhos, tirando a bota que usava e as meias.

As pontas de todos os dedos estavam congeladas, uma leve camada de gelo era visível e, não importava o quanto a loira esfregasse, permanecia igual.

— Que poção é essa?

— É uma versão diferente da que usei no seu amiguinho — riu. — Ao contrário da que usei nele, essa vai te congelar de fora para dentro.

— Maldita… — disse Lily, tentando usar o calor das suas patas para aquecer os dedos da loira, sem sucesso.

— É reversível — disse Margareth, começando a desaparecer.

— Como?

— Façam o que eu pedi e eu desfaço a magia. Caso contrário, podem dar adeus a loirinha.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos no próximo o/



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