Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 27
Movimentações


Notas iniciais do capítulo

Boe leitura!



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— Como você se sente? — Polyusica entrou na sala, para examinar o homem.

— Onde eu estou? — perguntou com a voz rouca.

— O senhor está na Fairy Tail — Wendy sorriu simpática, transmitindo confiança.

— Qual o meu nome?

— Não sabe seu nome?

— Eu não me lembro de nada… O que estou fazendo aqui?

— Não sabemos. Estávamos esperando que nos contasse quando acordasse…

— …

— Cassandra, reconhece esse nome? — arriscou a rosada.

— A dona da loja de jóias mágicas, dela eu me lembro.

— Alguma conhecida?

— Não sei… Lembro apenas de estar em sua loja para buscar um encomenda.

— Que tipo de encomenda?

— Uma caixa com jóias. Eu não vi o conteúdo da caixa, apenas fui lá buscar, pois alguém me mandou.

— Quem?

— Eu não sei. Essa parte da memória está embaçada na minha cabeça… Minha esposa disse que… Eu sou casado, isso! — animou-se, lembrando-se desse fato.

— Lembra-se do nome dela?

— Mirian, moramos em uma casa simples em uma cidade pequena, mas não me lembro o nome. Ela deve estar preocupada…

— Vocês são magos?

— Ela sim. Eu sou apenas um trabalhador comum.

— Alguma guilda?

— Não que eu me lembre… Estamos em uma, certo?

— Sim, mas não iremos lhe fazer mal — Makarov entrou na sala. — Sou Makarov, o Mestre da Fairy Tail. Iremos ajudá-lo a encontrar sua esposa.

— Muito obrigado! Pena que não sei nem por onde começar… Até minha aliança sumiu — analisou a mão esquerda. — Como cheguei aqui?

— Você estava muito machucado. Abriu os portões de nossa guilda e desmaiou, esteve desacordado desde então.

— Entendo…

— Agora, você precisa continuar em repouso. Vamos ajudá-lo a encontrar sua esposa.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

— Mendy, quero que investigue o apartamento de Lucy Heartfilia e descubra se ela esteve lá recentemente — ordenou James.

— Sim! — fez uma reverência e partiu.

— Muito bem! Está na hora da verdade…

James sabia que era praticamente impossível que Lucy estivesse em sua guilda, mas precisava arriscar. A fuga da Heartfilia foi um choque para todos do Conselho Mágico, pois ela agia como se já estivesse conformada de seu destino.

A sentença da loira tinha saído, tinha sido decidido que, por conta do perigo que apresentava para a sociedade, a prisão perpétua era a melhor opção. Naquela manhã, quando chegaram na cela dela para contar a decisão, encontraram tudo vazio e sem sinais de arrombamento.

O pior nem era a fuga sem rastros, mas sim que não foi só ela quem sumiu: sua vizinha de cela também havia desaparecido. Completando o azar, as câmeras do Conselho estavam em manutenção durante a madrugada, tornando impossível que pudessem filmar algo.

James ficou furioso quando lhe contaram sobre o ocorrido, por isso convocou Mendy e seguiram até Magnólia, com a esperança de encontrar alguma pista útil sobre o paradeiro da garota.

— Bom dia! — disse, entrando na guilda. — Eu gostaria de falar com o Mestre Makarov, por favor.

— Bom dia! Que surpresa! Nós não esperávamos pela sua visita — Makarov sorriu. — Venha até minha sala — chamou, guiando-o pela escada.

Entrando na sala, o Mestre seguiu todo o teatro que tinha montando em sua cabeça. Agiria normalmente, como se cada informação fosse nova.

— Aconteceu algo? — perguntou, sentando-se em sua cadeira.

— Sim. Trago novidades.

— A sentença já saiu? — perguntou sério.

— Saiu hoje, bem cedo.

— E qual é?

— Lucy Heartfilia foi sentenciada à prisão perpétua.

— Como chegaram nessa conclusão? — fingiu surpresa. — Não vou mentir, confio na inocência de cada um de meus filhos.

— Por ter cometido um assassinato e por ser maga, essa foi a decisão mais viável.

— Isso pode mudar futuramente?

— Pode. Se ela se comportar e evitar causar problemas, a pena vai aliviando aos poucos.

— Entendo… Quais as chances da inocência dela ser provada?

— Antes, as chances eram bem altas. Ainda tem muitas peças para serem encaixadas nesse quebra-cabeça.

— Agora são menores?

— Sim. Lucy Heartfilia fez algo que, na visão do Conselho é imperdoável. Isso fará com que a pena mais severa permaneça.

— O que Lucy fez de tão errado? — demonstrou curiosidade, preparando-se para reagir à notícia.

— A garota fugiu e ainda levou outra detenta junto.

— O quê? — arregalou os olhos. — Lucy nunca fugiria, deve haver algum engano. Olharam a cela certa? Os banheiros? O pátio?

— Tudo foi olhado com o máximo de atenção. Lucy fugiu e, de alguma forma, conseguiu levar suas chaves e chicote.

— Impossível. Não tem como fugir da prisão do Conselho. Ela estava com pulseira a prova de magia.

— A pulseira foi cortada com um canivete mágico.

— Isso não faz sentido…

— Exatamente. O canivete era um item confiscado, não sabemos como chegou até ela

— Algum dos guardas?

— As câmeras foram revisadas, desde a prisão dela. Ninguém foi visto com o canivete, nem guardas ou visitantes.

— …

— Lucy veio até aqui?

— Não. Eu nem sequer sabia que ela havia fugido. Quando foi?

— Pela madrugada, depois da ronda noturna.

— Um sequestro?

— É o que queremos saber. Alguém a ajudou, temos certeza disso.

— Sendo sincero, ainda não consigo acreditar nisso. Lucy já sabia sobre a sentença?

— Não. Por mais que houvessem boatos, a informação nunca vazou.

— Olharam o apartamento dela?

— Já mandei alguém ir até lá…

— Alô? — alguém chamou pela lácrima.

— Mendy, alguma pista?

— Não, senhor! Está exatamente da forma que deixamos na última vez.

— Alguém a viu aí?

— Ninguém. Perguntei até para alguns comerciantes ao redor, Lucy Heartfilia não esteve em Magnólia depois de sua prisão. Parece que a notícia sobre sua fuga já se espalhou…

— Entendo… Espere-me na estação, já terminei por aqui.

— Sim — desligou.

— Preciso voltar. Avisarei se tiver novas informações.

— Obrigado. Espero que a encontrem, se ela aparecer por aqui, pode deixar que eu ligo.

— Estarei aguardando. Até logo! — despediu-se, saindo aliviado.

Makarov suspirou aliviado depois que ouviu o som dos portões da guilda abrindo e fechando.

— Tomara que não a encontrem…

— Mestre? — Wendy bateu na porta, parecendo desesperada.

— Entre, Wendy. O que aconteceu?

— A Charlie — apontou para a gatinha.

— Mestre, eu tive outra visão — começou a contar. — O Conselho vai invadir a casa onde todos estão, não é seguro para a Lucy ficar lá…

— Vocês fizeram muito bem em me avisar — sorriu carinhoso. — Irei avisá-los.

— Sim!

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

— James Délnamo? — perguntou uma senhora, parando-o na rua.

— A senhora é… ?

— Margareth, prazer. Sou apenas uma pequena comerciante com possíveis informações sobre Lucy Heartfilia.

— O que sabe sobre ela? — demonstrou interesse.

— Sobre ela, nada… Porém, ouvi dizer que alguns magos da Fairy Tail estão em uma casa isolada na Vila Bela. Dizem que é uma casa para treinamento, um pouco longe da civilização…

— Interessante… Muito obrigado pela informação — sorriu agradecido.

— Boa sorte com as buscas, espero que a encontrem logo — sorriu, afastando-se.

— Eu também…

— Senhor? — Mendy chamou sua atenção. — Iremos para Vila Bela?

— Sim. Avise todos que nossa rota mudou, temos uma casa para investigar em Vila Bela!

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

— Sua chata, não quer me contar o sonho que teve hoje de manhã — Happy fez cara de emburrado.

— Não teve nada de mais, Happy. Eu apenas vi o Natsu, de novo — respondeu, pela quinta vez

— Mentirosa. O que ele disse?

— Disse que nos veríamos de novo…

— E?

— Nada, ele só disse isso.

— Certeza que estava se agarrando com o Natsu do sonho e está com vergonha de falar — alfinetou.

— O quê? — ficou vermelha.

— Eu sabia, Luxy safadinha — riu, colocando as patinhas na boca.

— Eu estou falando sério, Happy. O Natsu apareceu, disse o que eu já falei e depois sumiu.

— O Natsu do seu sonho parece muito consciente do que está acontecendo, como se soubesse de tudo — Lina ignorou as provocações do exceed, contando o que achava. — Será que ele sabe de algo a mais?

— Não sei, mas espero que sim — admitiu, tampando a boca do exceed. — Fico com medo de ser apenas coisa da minha cabeça.

— Não é, tenho certeza sobre isso!

— O Mestre me ligou, James apareceu na guilda e mandou alguém olhar seu apartamento — Erza entrou na sala, sentando-se ao lado de Lina.

— Eles são rápidos…

— Ele me disse algo mais… — começou incerta.

— O quê?

— …

— Erza?

— Não é mais seguro aqui… Charlie teve uma visão, a casa será invadida.

— Precisamos nos preparar para reagir com naturalidade — Gray saiu da cozinha, juntando-se à conversa. — Estamos aqui apenas para treinar, certo? — piscou um dos olhos.

— Vocês são demais! — sorriu agradecida. — Para aonde iremos?

— Podemos ir até à casa da minha amiga, Cassandra — sugeriu Lina.

— CASSANDRA? — Erza e Gray gritaram.

— É…

— A amiga da Lina não é a mesma Cassandra que conhecemos, eu acho… Ela está desaparecida…

— Entendi… Querem investigar o sumiço dela também — disse Erza, aprovando a ideia.

— Sim. Lina nunca entrou na casa da amiga depois do desaparecimento. Pode ter alguma pista.

— Acho uma boa ideia vocês irem, isso vai impedir que fiquem sempre paradas no mesmo lugar. Vai despistar o Conselho.

— Esse é o plano!

— Perfeito. Agora todos para a cama, o dia foi cansativo e todos precisam dormir.

— Não fizemos nada para nos cansarmos, passamos o dia sentados — sussurrou Happy.

— O que disse? — virou-se para ele.

— Estamos morrendo de sono, não é?

— Com certeza — responderam em uníssono.

— Acho bom mesmo — disse de modo ameaçador, subindo a escada.

— Melhor não desobedecermos — Lucy tremeu. — O que menos quero agora é ver a Erza brava.

— Concordo. Vamos logo! — Happy tomou a frente, sendo seguido pelos demais que riam de sua reação.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

A madrugada reinava, quando Gajeel começou a sentir cheiros estranhos, vindo da floresta. Não eram animais, mas sim, humanos. Em alerta, levantou de seu “posto de guarda” e entrou na casa.

— O Conselho — disse por entre dentes.

Todos estavam dormindo, mas precisava acordá-los antes que fosse tarde e os “visitantes” se aproximassem mais, ao ponto de impedir que o plano de fuga pudesse ser concluído.

— Lily, leve a Bunny Girl e a Lina para longe daqui. Avisarei os outros.

— Sim! — voou, indo até o quarto das loiras.

As duas dormiam calmamente até que Lily as acordou, avisando sobre a aproximação.

— Podiam vir de manhã — resmungou Happy, coçando os olhos.

— Precisamos sair — Lucy pegou uma mochila, onde estavam algumas roupas.

— Eu esperava que fossem demorar mais para aparecer — Lina lamentou, seguindo o exemplo da loira.

As duas não perderam tempo, guardaram o que achavam ser necessário. Por sorte, tinham deixado alguns mantimentos para caso precisassem sair em um momento de emergência.

Não sabiam quanto tempo teriam que ficar andando em “círculos”, por isso levariam o suficiente para, no mínimo, uma semana. Todo o cuidado era pouco naquela hora, tinham que ter certeza que nada lhes faltaria.

— Eu vou com você, Luxy.

— Juvia também —  a azulada entrou no quarto, pronta para sair.

— Juvia… — a maga tentou falar, mas foi interrompida.

— Juvia pode ajudar a escapar pela água, o Conselho vai ter que nadar para nos achar.

— Juvia tem razão, nós ficaremos para manter as aparências — Erza incentivou.

— Ok! Prontos?

— Sim!

Utilizando a única porta do local, o grupo despediu-se em silêncio, seguindo pelo caminho contrário de onde vinham os intrusos. Andaram por cerca de dez minutos, sempre atentos ao redor, até se aproximarem de uma cachoeira.

Atrás da mesma tinha uma pequena abertura, suficiente para todos ficarem, mas logo descartaram essa ideia. Seria muito óbvio usar aquele lugar de esconderijo. Subir a cachoeira também não era uma boa opção, demorariam muito e, naquele momento, o tempo era o pior inimigo.

Olharam-se entre si, já sabendo o que teria que ser feito, caso quisessem um esconderijo minimamente seguro e… escondido.

— Não tem jeito — Lucy tremeu, abraçando-se. — Vamos ter que ir por baixo.

Entrando na água, Juvia logo fez bolhas com ar para todos e passou a guiá-los cada vez mais para o fundo, onde encontrou uma pequena abertura na parede. A azulada entrou primeiro, logo sinalizando que era seguro e que havia uma caverna grande o suficiente para todos. Até que fosse seguro, seria ali que ficariam, escondidos de tudo e de todos.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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