Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 26
Espectro Flamejante


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão?

Hoje é dia de descobrir o porquê da história ter o nome que tem. Quem ainda não sabia, agora vai saber o/

Boa leitura!



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Viajem longa era apelido. Lucy não fazia ideia de quanto tempo precisou andar para chegar até a casa. Passaram a noite caminhando, parando poucas horas para descansar. Não podiam bobear, se parassem muito, o Conselho poderia rastreá-los.

Durante o percurso, conversaram pouco para não fazer barulho. Aproveitando-se disso, as duas loiras comeram as marmitas tranquilamente, sem pressa.Ez tá,

Felizmente, a demora valeu a pena. Quando o dia começou a clarear, o grupo chegou no local certo. Happy mal esperou que Lucy pudesse observar a paisagem, jogou-se no colo da loira, chorando sem parar.

— É bom te ver de volta, Happy — disse, com os olhos cheios de lágrimas.

— Sua estranha, eu fiquei preocupado…

— Desculpa, está tudo bem agora.

— Vila Bela, uma boa escolha — disse Lina, olhando as árvores.

— Você já veio aqui, Lina?

— Sim! É um ótimo lugar para procurar ervas para chás. Poucas pessoas arriscam-se em vir aqui, por ser muito distante das grandes cidades.

— Isso é bom. Estaremos seguras por enquanto.

— Vão ficar enrolando ou vão entrar logo? O café está pronto — Gray chamou as duas loiras, sorrindo de parar.

— Já estamos indo!

A casa escolhida por Gray ficava afastada do restante da vila, no meio da floresta. Por fora, parecia um simples chalé de madeira, com dois andares. Por dentro, a impressão era outra.

No andar de baixo, a sala ficava logo na entrada, do lado direito tinha uma abertura para a cozinha e, no lado esquerdo, uma biblioteca com livros sobre magia. Ao fundo, uma sala de jogos, seguida por um banheiro, a lavanderia e um quintal espaçoso.

O andar de cima tinha quartos suficientes para todos ali, com três banheiros bem localizados. As duas loiras olharam admiradas para a casa, não esperavam que fosse ser tão grande.

Quando sentaram-se para tomar o café da manhã, não esconderam a surpresa com o lugar. Lucy não tardou em voltar ao normal, rapidamente apresentando a amiga, pois sabia que todos deviam estar curiosos, afinal, no início, apenas ela fugiria da prisão.

— Você também estava presa, Lina? — perguntou Erza, simpatizando com a segunda loira.

— Sim! Inicialmente, fui acusada de furto, mas logo fui inocentada…

— E por que ainda estava lá?

— Há muitos anos, escrevi alguns insultos em um momento de revolta com o Conselho, não era para enviar para ninguém, foi só a forma que encontrei de desabafar. Infelizmente, encontraram a folha enquanto investigavam minha casa, e decidiram me manter presa por mais um tempo.

— Juvia acha isso muita cara de pau.

— Eles podem prender alguém por isso? — perguntou Gray.

— Na teoria, não — respondeu Lucy. — Encontramos o papel da acusação da Lina, antes de sairmos… Está escrito exatamente isso como motivo de prisão.

— Imagina quantas pessoas devem estar presas injustamente — disse Lily.

— Cruzes…

— Alguém os seguiu até aqui? — Erza sentia-se observada.

— Não. Gajeel ficou de olho em todo o caminho, não encontramos uma pessoa sequer.

— Ótimo! Assim é melhor. É bom te ter de volta, Lucy.

— É bom estar de volta — sorriu.

— O Mestre disse que Polyusica viria até aqui, mas ela ainda não chegou…

— Graças a Deus, velha maluca — Happy arrepiou-se.

— Happy! — repreendeu Lucy.

— Mas ela é maluca, Luxy.

— Não podemos discordar disso — murmurou Gajeel, despreocupado.

— Se ela escutar vocês… — Erza tentou disfarçar o sorriso.

— Alguém está se aproximando… É ela — avisou.

— Vão demorar quanto tempo para abrir a porta? — ouviram a voz da rosada.

— A senhora chegou cedo — a ruiva abriu a porta, dando passagem para Polyusica entrar.

— Eu fui até o Conselho para visitar essa garota — apontou para Lucy. — Fui barrada já na escada para a prisão, então vim para cá, mas fiz um caminho diferente.

— Quem barrou a senhora?

— O superior daquela menina lá.

— Deve ser o James — disse Gray.

— Mais um motivo para eu odiar humanos…

— Ela também não é humana? — sussurrou Lina.

— Sim, mas ela é doida assim mesmo — respondeu Happy, colocando as patinhas na boca.

— Eu consigo te ouvir, gato — Polyusica olhou para o exceed.

— Eu só estava cantando uma música sobre peixes.

— Vou fingir que acredito. Como se sente, pirralha?

— Eu? Bem.

— E as alucinações?

— Então…

— Oh! Olá, eu sou a Polyusica. Se bem conheço essa pirralha, você deve ser a amiga que ela fez na prisão — ignorou a loira.

— Sim! Sou Lina — sorriu.

— Você tem problemas com alucinações também?

— Não, senhora! Só a Lucy mesmo…

— Conte-me mais sobre isso, Lucy.

— Já faz um bom tempo que ando vendo um fantasma em chamas. No tempo em que passei presa, as “visitas” eram mais frequentes. Tentei até conversar, mas não me respondia.

— Natsu?

— Ele mesmo…

— Entendo… Um médico de lá te examinou?

— Sim. Nada foi encontrado.

— Algo mais.

— Sonhos. Ele parece saber o que está acontecendo, citou até que o cachecol está com o Happy, apesar de não se lembrar como sabia disso.

— O que aconteceu no último sonho?

— Eu vi a caverna onde o Mestre mandou ele buscar os cogumelos, também tinha a montanha onde ele buscou algumas plantas…

— Certo. Estique suas mãos.

Polyusica fechou os olhos e pegou as mãos da loira. Todos ficaram em silêncio, atentos para qualquer reação.

— Você não tem nada, menina. Está saudável.

— Isso é bom ou ruim? — perguntou incerta.

— Bom. Você não está alucinando, as aparições são reais.

— Sério?

— Acho que te conheço bem o suficiente para saber que você tem uma teoria, não tem? Conte para nós — incentivou.

— Eu… Não dá, é vergonhoso.

— São sinais, Lucy..

— Eu sei…

— Então?

— Ok! Eu acho que o Natsu está vivo e todas essas aparições e sonhos são a forma que ele encontrou de se comunicar — despejou em um fôlego só.

O silêncio tomou conta do local e Lucy logo arrependeu-se de dizer o que estava martelando em sua cabeça. Fazia um tempo que estava pensando nisso, mas tinha medo de ser um pensamento muito absurdo.

— Faz sentido — Erza quebrou o silêncio. — Tudo começou depois que o Natsu, supostamente, morreu. Antes, nada aparecia.

— Concordo. Se a Lucy está saudável, as aparições e sonhos são algum tipo de aviso — disse Gray, ligando os pontos. — Ou alguém querendo confundir ainda mais as coisas.

— Pensei nisso também. Não quero criar esperanças, mas está um pouco difícil… — Lucy admitiu.

— Desculpe-nos por duvidar de você, Lucy. Você pode nos punir se quiser — disse Erza.

— Desculpa, Lu… Mas se for punir alguém, puna só a Erza.

— O QUE DISSE?

— Nada — levantou os braços em sinal de rendição.

— Eu desculpo vocês, está tudo bem — sorriu. — É apenas uma teoria…

— O único jeito de saber se a sua teoria está certa é indo atrás de respostas — Lina sorriu compreensiva.

— É isso que pretendo fazer. Duvido que eles não venham até aqui uma hora ou outra.

— Então, o foguinho virou um fantasminha em chamas… Podemos chamar ele de Espectro Flamejante?

— Acho que é melhor do que chamar de fantasma de fogo — deu de ombros, não ser importando muito com o nome que o chamariam.

— Agora que já fiz o que tinha para fazer, voltarei para Magnólia — Polyusica levantou-se da cadeira.

— Já?

— Sim. Quero ver a cara do Conselho quando chegarem na guilda e não verem vocês.

— Essa eu também queria ver — Happy riu.

— Quer voltar comigo?

— Não, senhora — escondeu-se atrás da loira.

— Juvia acha melhor Polyusica-san ficar com as provas — a azulada retirou os saquinhos do bolso, entregando para a mulher. — São as provas que podem ajudar na inocência da Lucy-san.

— Certo. Guardarei com todo o cuidado do mundo.

— Onde acharam isso?

— Eu nem me lembro mais — Gray sorriu envergonhado. — Fomos tão afobados atrás de provas que até esqueci.

— Francamente!

— Humanos, por isso os odeio.

— Isso não faz sentido — disse Lina baixinho.

— Juvia também acha — sussurrou de volta. — Ela é uma humana um pouco estranha.

— Igual a Luxy — Happy não perdeu a oportunidade.

— Eu estava com saudades de puxar seus lindos bigodinhos — a loira sorriu macabra.

— Lina, socorro!

— Não sei como o Makarov atura vocês — balançou a cabeça, saindo da casa. — Cuidem-se.

— Ela não parece tão assustadora — Lina olhou-os com dúvida.

— Continue com esse pensamento, poupará traumas antecipados — respondeu Lucy, arrepiando-se, bocejando logo seguida. — Acho que agora é uma boa hora para dormir.

— Bem longe dos colchonetes da prisão.

— Com toda certeza.

— No segundo quarto à direita tem roupas limpas no guarda-roupa. Acho que devem servir na Lina também.

— Não precisava se incomodar, Erza-san — a segunda loira ficou envergonhada.

— Deixa disso. Vamos logo — agarrou as duas loiras e saiu as arrastando para o andar de cima, sendo seguida por Happy.

— Algo me diz que essa paz não vai durar tanto — Gajeel encostou-se na frente da janela, olhando para fora.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Lucy sorriu quando acordou. Seu corpo agradecia pelo descanso muito mais do que merecido. Nunca pensou que dormir em uma cama aconchegante poderia trazer tanto bem estar.

Levantou-se renovada, animada para mais um dia, embora fosse de tarde. Ouviu barulhos no andar de baixo e deduziu serem seus amigos, fazendo alguma bagunça.

— Lucy? — Happy levantou da cama, afastando o cachecol do corpo e coçando os olhos.

— Desculpa! Eu não queria te acordar.

— Não acordou, foi esse barulho todo.

— Acho que arrumaram algo legal para fazer lá embaixo.

— Eu quero ver! — enrolou o cachecol no pescoço e saiu voando.

— Ei! Nem para me esperar…

Descendo a escada, Lucy deu de cara com a bagunça. Erza, Gray e Juvia riscavam em folhas e mais folhas, tagarelando sem parar. Lina observava tudo com dúvida, não entendia o que eles queriam dizer com toda aquela falação.

— O que está acontecendo? — perguntou a loira, terminando de descer os degraus.

— Estamos ligando os pontos para saber onde temos que ir agora — respondeu Erza. — Talvez voltar até Snowball, na loja da Cassandra.

— Ela tem uma loja? — perguntou surpresa.

— Sim. Comprei um anel dela para você — Happy voou de volta para o quarto e logo voltou, mostrando a caixinha.

— O que tem nisso aí?

— Eu pedi para ela colocar alguma magia que avisasse sobre possíveis perigos.

— Obrigada, Happy! Será que funciona? É bonito — abriu a caixinha.

— Vamos testar. Lucy, coloca o anel — Erza pediu.

— Ok!

— Agora, pensa rápido — jogou uma pedrinha na loira.

— AH! — desviou, olhando para o anel. — Ele brilhou.

— Funciona.

— Que susto…

— Juvia acha que voltar lá é arriscado, mas alguém tem que seguir ela.

— A mulher está tão de boa que nem saiu de Snowball — comentou o moreno.

— Snowball tem uma cidade? — perguntou Lina, curiosa.

— Tem. Fica escondida, debaixo de toda aquela neve.

— Incrível.

— O plano é simples, nós vamos colar um rastreador nela — Erza sorriu orgulhosa.

— Como?

— Não faço ideia, mas nós vamos! Ou querem esperar o homem misterioso wcordar?

— O que anda acontecendo que eu ainda não estou sabendo? — perguntou Lucy, perdida no assunto.

Lembrando-se que Lucy não sabia do que tinha acontecido em sua ausência, Erza começou a contar tudo o que fizeram. Começou da investigação em seu apartamento, depois contou sobre a visita em Snowball e, por fim, sobre o homem que apareceu de repente nos portões da guilda.

Lucy ficou pensativa, tentando entender o que o homem teria a ver com toda a confusão recente.

— Um membro do Conselho infiltrado? — sugeriu Lina.

— Não tínhamos pensado nisso… — Erza anotou no papel. — Se for um infiltrado, melhor ainda que vocês duas não foram para lá.

— Erza? — ouviram a voz de Makarov, vindo da lácrima de comunicação.

— Mestre? Aconteceu algo? 

— O homem acordou.


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Notas finais do capítulo

Agora que o nome está explicado, não preciso mais terminar a história, né?

Brincadeirinha, nos vemos no próximo capítulo :3



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