Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 25
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Olá o/

Feliz ano novo com muita paz e saúde!!!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780523/chapter/25

O vento assoprava o cabelo da loira sem hesitar. Lucy não sabia onde estava, nunca tinha ido até àquele lugar antes.

Olhando para trás, viu uma casa não muito grande. As paredes pretas lhe davam arrepios, parecia que algo, ou alguém, escondia-se ali, apenas para observá-la. A porta era a única coisa branca, destacando-se. Estava aberta, como se a convidasse para entrar.

Lucy hesitou. Não sabia o que a aguardava lá dentro, mesmo assim deu o primeiro passo, a curiosidade era mais forte do que seu medo.

— Estou em um sonho, certo? O que pode acontecer de ruim? — riu de si mesma, entrando na casa.

A porta fechou-se atrás de si, impedindo-a de sair. Dentro, a casa era completamente escura, sem nenhuma lâmpada ou vela para iluminar. A loira deu passos curtos, temendo tropeçar no desconhecido. Quando estava quase encostando na parede, a luz acendeu.

A sala estava completamente vazia, sem móveis, tapetes ou qualquer decoração. Apenas um grande “quadrado” de madeira.

— Estranho… — murmurou, tateando as paredes.

Por sorte, ou azar, um pedaço da madeira afundou com o toque da loira, revelando uma pequena abertura com um botão vermelho.

— Seja o que Deus quiser — apertou o botão sem pensar duas vezes.

Ao lado da abertura, uma porta azul surgiu, a qual Lucy logo abriu para ver o que tinha dentro. Estranhamente, a entrada levou-a novamente para o lado de fora da casa.

— O que está acontecendo aqui? — reclamou, entrando na casa de novo e repetindo o processo, obtendo o mesmo resultado. — Só pode ser sacanagem…

— Repetir o que já foi feito, muita piada — ouviu uma voz masculina.

— Quem está aí?

— Não ligue para mim, sou apenas um mero observador. Vá! Reveja seus passos.

Receosa, Lucy decidiu seguir o que a voz tinha lhe dito. Entrou novamente na casa e seguiu até a parede, para que a luz acendesse. Dessa vez, não tateou a parede, mas sim o chão. Pisou com força em alguns pontos, deu pulinhos em outros, até uma nova abertura surgir.

O botão também era vermelho e, dessa vez, uma porta azul surgiu no chão. Lucy olhou com dúvida, mesmo assim abriu-a e olhou. Lá embaixo, viu um lago.

Pulou, tampando a respiração antes de afundar. Subiu para a superfície e nadou até a beirada. Um pouco mais para a frente, viu a mesma casa novamente.

— Deve ser algum tipo de pegadinha... — resmungou, espremendo as roupas encharcadas.

Em passos longos, entrou na casa pela quarta vez. Como se estivesse em uma “fase reiniciada”, suas roupas voltaram a ficar secas do nada. Ignorando esse fato, a loira fez os mesmos passos de antes, dessa vez, ativando as duas portas.

O feito surtiu efeito, pois uma terceira porta, da mesma cor das anteriores, surgiu no teto, com uma corda.

— Virou gincana… É cada sonho que eu tenho.

Sem muitas alternativas, a loira subiu com a ajuda da corda, abrindo a porta e se segurando nas beiradas para não cair.

A nova sala parecia um porão inutilizado há anos. Por onde passava, as pegadas da loira fixavam marcadas na poeira, teias de aranhas cobriam o teto e, de novo, não havia nada no local.

Aproximando-se da única janela, Lucy olhou para fora e, sem surpresa, conseguiu visualizar a casa preta que tinha entrado, mas ela estava bem diferente.

As janelas quebradas, a porta caída e parte do telhado destruído. Parecia que havia acontecido alguma luta ali.

— Foi uma luta divertida — ouviu uma voz próxima a si.

— Hum? Natsu?

— Olá, Luce. O que faz por aqui?

— Pergunto o mesmo. Como entrou?

— Pela porta — apontou para trás, onde antes não havia uma porta. — E você?

— Uma porta no chão.

— Não tem nada no chão, Luce estranha.

— Mudou de ideia quanto a missão?

— Missão?

— É, a de invadir uma guilda das trevas.

— Aquela? — apontou para a janela.

— Essa mesmo. Foi uma boa luta, pena que foi tão curta.

— Só você mesmo…

— Já que está aqui… Vem comigo — não esperou resposta, puxando a loira pelo braço.

— Para onde?

— Você já vai ver.

Deixando-se ser guiada, Lucy passou a reparar no Natsu de seu sonho. Sua aparência era igual ao Salamander que conhecia tão bem. O sorriso inconfundível, a alegria contagiante e a animação extrema. A única diferença estava na falta do seu cachecol.

— Natsu?

— Hã?

— Onde está seu cachecol?

— Como assim, Luce? Está com o Happy, você mesma o deixou com ele antes de ser presa.

— O quê? — arregalou os olhos, parando de andar. — Como você sabe disso?

— Não sei, apenas falei o que me veio na cabeça — sorriu, coçando a cabeça.. — Olha — apontou para a frente, onde estava uma caverna.

— O que tem ali?

— Os cogumelos que o Mestre mandou eu vir buscar.

— Natsu…

— Eu só não lembro se era o vermelho ou o amarelo — virou a cabeça, confuso.

— O que é aquilo? — apontou para uma montanha. — Ela não estava ali antes.

— Ah! Essa é a uma das montanhas daquela missão que fizemos na cidade Três Montanhas.

Lucy arregalou os olhos, parecia que estava revendo todos os lugares por onde Natsu passou antes de desaparecer.

— Cassandra já deve estar preocupada com a minha demora…

— O que ela quer de você, Natsu? — arriscou.

— Ela está me ajudando. Alguém perigoso está atrás de mim, Cassandra prometeu me ajudar, ela vai me levar para Snowball.

— Impossível… — murmurou, surpresa.

— Disse algo?

— Você não escutou? — perguntou.

— Não. Parece que estou ficando meio surdo — riu despreocupado.

— A situação fica mais estranha a cada segundo…

— Combina com você, estranha — alfinetou.

Ignorando o que foi dito, Lucy se aproximou da caverna e viu sua vista escurecer aos poucos.

— Você vai acordar, mas não se preocupe, Luce.

— Natsu…

— Tudo vai ficar bem — sorriu, sumindo na frente dela.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Lucy acordou mais perdida do que nunca. O sonho que teve não tinha feito nenhum sentido em sua cabeça, parecia apenas uma mistura dos acontecimentos de um modo bem aleatório. Sentiu como se tivesse conversado com o Natsu do passado, antes de ser levado por Cassandra.

A hora da janta já tinha passado, mas ela não resistiu ao sono e resolveu dar uma cochilada antes da fuga e olha o resultado: um sonho estranho e nada a ver.

— Lucy? — sussurrou Lina.

— Já passaram? — perguntou, aproximando-se da parede.

— Os guardas acabaram de passar. Você não viu?

— Eu estava dormindo…

— Eu também, mas acordei com o barulho.

— Chegou a hora. Preparada?

— Como nunca antes.

A loira não perdeu tempo, pegou o colchonete e colocou a mão pela pequena abertura, logo pegando o canivete. Sem rodeios, cortou as duas pulseiras, sentindo sua magia fluir livremente pelo corpo.

Com um pouco de esforço, Lucy começou a liberar um pouco de magia para chamar Virgo.

— Abra-te, portão da donzela, Virgo! — sussurrou.

— Punição, Princesa? — perguntou Virgo, no mesmo tom, estregando as outras chaves para a loira.

— Obrigada! Você pode abrir um buraco naquela parede, depois um no chão para que possamos passar, por favor?

— Sim!

Com extrema habilidade, Virgo fez um buraco na parede para Lina passar, depois começou a cavar até a sala de arquivos, pois ela já sabia que Lucy queria passar lá antes de fugir.

— Vamos, Lina?

— Agora não tenho mais como voltar atrás… E os buracos?

— Virgo os tampará.

— Então, vamos!

Descendo pelo buraco, Lucy e Lina seguiram Virgo. Conforme avançavam, todo o caminho era fechado novamente, acabando com qualquer prova. Andaram devagar, para não fazerem barulho. Podia ser de noite, mas ainda haviam guardas fazendo a ronda.

Quando chegou na sala de arquivos, Virgo cavou para cima, abrindo passagem para as duas loiras passarem.

— Deve estar no L — sugeriu Lucy, aproximando-se de um armário.

— Todos tem as mesmas letras — Lina abriu uma gaveta, sem sucesso.

— É esse o papel, Princesa? — Virgo retirou um papel de uma pasta.

— Esse é a minha acusação… Aqui está dizendo que eu falsifiquei provas para acusar outra pessoa, só pode ser sacanagem…

— Típico. Sempre inventam coisas para a pessoa pegar mais anos de prisão — respondeu Lina indignada. — Achei o meu! — sorriu animada.

— Tudo pronto para fugirmos. Virgo!

— Sim! Princesa! — desceu, continuando o buraco.

— Eles escreveram que estou presa por ter falado mal do Conselho, muita cara de pau — resmungou Lina

— Sinceros, mas é uma acusação bem sem sentido.

— Realmente…

— Princesa, o caminho até a floresta já está pronto.

— Obrigada, Virgo.

— Punição?

— Hoje não, pode voltar — sorriu, vendo a rosada desaparecer.

— Como ela sabe o caminho? — perguntou Lina.

 — Assim que peguei as chaves, eu já falei para ela o caminho.

— Impressionante, as chaves são como comunicadores.

— Exatamente. Agora, a liberdade nos espera — sorriu animada.

— Sim!

As duas loiras desceram pelo túnel e seguiram para a esquerda. Ao fundo, conseguiam ouvir alguns passos se afastando.

— Não temos a noite toda, Bunny Girl — ouviu Gajeel resmungar.

— Apressado — Lucy sussurrou.

— Eu ouvi!

— Nós já chegamos — apareceu na borda do buraco.

— Quanta demora — o moreno ajudou as duas loiras a subirem.

— Parece que estou vendo duplicado — Lily esfregou os olhos, estranhando o fato de estar vendo duas loiras.

— Essa é minha nova amiga, Lina. Lina, esses são Lily e Gajeel.

— Prazer! — sorriu, recebendo um aceno dos dois.

— Seria estranho se você não tivesse feito algum amigo ali dentro — Gajeel riu.

— Podemos ir? Logo vão perceber que elas saíram — Lily estava afoito.

— Sim! Já deu de Conselho por hoje. Espero que não se importem de caminhar, não podemos pegar trens.

— Caminhar é bem melhor do que ficar aqui — disse Lucy.

— Antes que eu esqueça, Levy fez isso — Lily entregou uma sacola média para Lucy. — São marmitas — sorriu.

— Só a Levy-chan para fazer isso. Obrigada, Lily — sorriu agradecida.

— Em condições normais eu esperaria até vocês duas comerem, mas não podemos perder . Sinto cheiros diferentes não muito longe — alertou Gajeel.

— Podemos comer andando, só não queremos continuar aqui — explicou, entregando uma das marmitas para Lina que agradeceu.

— Então, preparem-se. Vai ser um longo caminho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Será que nossa querida Lucy vai conseguir chegar ao ponto de encontro sem ser pega?
Veremos no próximo capítulo.

Até lá!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Espectro Flamejante" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.