Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 18
Interrogatório


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas :3

Quero aproveitar esze espaço para agradecer quem está acompanhando e comentando a fic. Muito obrigada

Boa leitura!



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Lucy continuava olhando para a cozinha sem acreditar no que viu. Um ladrão teria sido milhões de vezes menos impactante e bem mais fácil de lidar. Passados trinta minutos do ocorrido, a loira ainda estava no mesmo lugar, pensando no que aconteceu.

— Era só o que me faltava, agora estou delirando… Ou será que não? — sussurrou para si mesma. — Eu preciso ligar para alguém!

Correndo até a sala, Lucy pegou a lácrima de comunicação o mais rápido que conseguiu e ligou para Erza. A ruiva logo atendeu, estranhando a expressão transtornada da loira.

— Lucy, o que aconteceu?

— Erza… Eu vi.

— Viu?

— Vi.

— O que você viu?

— Um fantasma.

— Fantasma? — perguntou surpresa.

— O fantasma do Natsu.

— Lucy… — duvidou.

— Estou falando sério. Eu estava no meu quarto e ouvi um barulho na cozinha. Quando fui lá, ele estava parado, sorrindo para mim.

— Você deveria dormir um pouco, Lucy.

— Mas…

— Depois conversamos — desligou, sem esperar resposta.

— Ela deve achar que estou ficando maluca…

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

— Mestre — Erza entrou na sala, sem nem sequer bater na porta.

— Erza? Aconteceu alguma coisa? — Gray estranhou a ação da ruiva.

— Gray? Que bom que também está aqui! Preciso contar algo.

— Sente-se minha filha, você está muito nervosa. Respire e me conte o que aconteceu.

— A Lucy me ligou, ela disse que estava em casa, quando ouviu um barulho e foi verificar.

— Invadiram a casa dela também? — Gray arregalou os olhos.

— Não. Ela me contou que era um fantasma. Um fantasma do Natsu.

— O quê?

— Aconteceu algo na missão de vocês que mexeu com ela? — perguntou o Mestre, tentando entender a situação.

— Não. Tudo ocorreu tranquilamente, nada de diferente. Fizemos nosso trabalho e até fomos em um festival.

— O senhor acha que ela pode estar delirando? — perguntou Gray, já imaginando a resposta.

— É uma possibilidade… — Makarov respirou fundo, antes de continuar — Eu não queria ter que tomar essa medida, mas não tenho outra escolha. Lucy está proibida de sair de casa, seja para uma simples missão ou para investigar sobre o caso.

— Essa é a melhor escolha, Mestre? — a ruiva não gostava da ideia, mas seguiria o que fosse mandado.

— Por enquanto, sim. Lucy está muito fixada em descobrir logo o culpado por tudo o que vem acontecendo, isso está abalando o psicológico dela.

— Quanto tempo devemos mantê-la lá? — Gray queria argumentar, mas apenas aceitou a situação.

— Até Polyusica voltar. Ainda não consegui contato com ela para avisar sobre o Natsu…

— Lucy vai odiar saber disso — a ruiva já imaginava a reação da loira.

— Não temos alternativa, ela vai ter que entender. Pelo menos com todos vocês juntos, as chances de um novo ataque é menor. Peguem suas coisas e vão lá ficar com a Lucy.

— Sim, senhor — disseram em uníssono.

— Muito bem! Sobre o que estávamos conversando antes, Gray. Foi levado mais alguma coisa da sua casa, além da poção?

— Não.

— Então foi mesmo a dona da loja… Não podemos arriscar voltar lá, vou ignorar o ocorrido até ter mais informações.

— O Conselho disse algo novo?

— Ainda não, eles vão começar a colher nossos depoimentos. Disseram apenas para manter Happy e Lucy por perto para serem interrogados, por serem os mais próximos do Natsu.

— Quando?

— Se duvidar, devem estar lá agora mesmo interrogando algum deles.

— Melhor esperarmos, depois vamos até à casa dela — disse Erza, preparando-se para sair. — Pegarei minhas coisas.

— Eu também — o moreno seguiu a ruiva.

— Tenham cuidado, meus filhos.

— O senhor pode ficar tranquilo, Mestre — acenou, saindo da sala.

— Assim espero…

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Lucy abraçava o travesseiro com toda sua força. Duvidava que estivesse delirando, , o fantasma tinha sido bem real para si. Pretendia ficar a tarde inteira ali, isolada, porém, a pessoa que batia em sua porta parecia não se importa com isso.

Levantando-se receosa, a loira largou o travesseiro e foi até a porta de entrada, parando em sua frente.

— Quem é?

— James, nos falamos ontem.

— Ah! Pode entrar, fique à vontade — abriu a porta, dando passagem para o homem.

— Obrigado. Vim em uma má hora?

— Não — negou, indicando o sofá para o homem poder sentar. — Aceita alguma coisa?

— Não, obrigado. Quero apenas fazer algumas perguntas.

— Certo. Qual a primeira pergunta? — olhou para James, curiosa.

— Vocês e Natsu faziam missões juntos com frequência? — perguntou sem rodeios, tirando um caderno de dentro de uma pasta preta.

— Quase toda semana.

— Ele vinha apresentando alguma mudança de comportamento?

— Sim. Depois de uma missão, Natsu passou a andar desconfiado, sempre olhando para os lados, principalmente quando passávamos na frente de algum beco.

— Ele disse alguma coisa?

— Não, ele sempre dizia que estava tudo bem.

— Alguma perseguição?

— Não que eu me lembre…

— Sonhos estranhos?

— Sim, muitos. Por várias vezes ele ficava estranho quando dormia. Tínhamos dificuldade para acordá-lo, parecia que estava em transe. Uma vez ele acordou assustado, parecia que tinha tido um pesadelo.

— E depois desse pesadelo?

— Ele ficou frio, parecia não se importar com o que acontecia ao seu redor. Virou um Natsu que eu nunca tinha visto, deixou de sorrir e brincar, parecia que escondia algo.

— Achou algo de estranho?

— Apenas os bilhetes que o Mestre já deve ter mostrado para o senhor. Fora isso, não encontramos mais nada.

— Foram à casa dele depois do ocorrido?

— Sim.

— Então você tem a chave do lugar.

— Tenho sim.

— O exceed estava com ele quando ele sumiu?

— Não, Happy estava comigo. O combinado era que os dois fossem juntos para buscar os cogumelos, mas ele foi sozinho, deixando Happy para trás sem dizer nada.

— Entendo… Agora, conte-me sobre a senhora da Rua Pedra.

— Bem, ela parece bem experiente com fogo e gelo.

— Por que foi até a casa dela?

— O primeiro bilhete que encontrei com Natsu tinha as coordenadas para a casa dela, eu fui lá com Happy para descobrir o que era.

— Encontraram algo?

— Apenas a dona do lugar, elas nos expulsou antes que pudéssemos voltar ao local. Tipo uma magia de teletransporte.

— Voltaram lá depois?

— Sim, Mestre Makarov foi com a gente da última vez. Ele achou uma poção, mas não adiantou muito já que foi roubada…

— Só ela mora naquele local?

— Parece que sim, é um lugar bem deserto…

— Qual foi o último contato que você teve com essa senhora?

— Quando eu e Happy fomos até Snowball.

— Vocês foram em Snowball? — perguntou surpreso.

— Sim, mas não nos aproximamos da casa onde Natsu foi encontrado. Nós queríamos apenas ver o Templo de lá.

— Você sabe que esse Templo que os livros dizem ter, foi encontrado? — atentou-se para a reação da loira.

— Não. Ele foi? — olhou-o surpresa.

— Sim, mas só os destroços dele.

— Oh! Eu achava que ele estivesse inteiro.

— Estava, a perícia disse que ele caiu recente. Algo como uma explosão.

— Natsu…

— É o que suspeitamos. Onde encontraram a senhora?

— Quando estávamos a caminho do Templo. Ela nos impediu de avançar.

— Por quê?

— Não faço ideia. É como se ela não quisesse que nós continuemos procurando por pistas.

— Você tem ciência de que está se arriscando, não é?

— Tenho, mas não me importo. Quero ajudar no que for preciso, da forma que eu conseguir.

— Admiro sua determinação. Tenho apenas mais uma pergunta.

— …

— Por que você matou Natsu Dragneel?

Lucy o olhou abismada, jurando que estava em algum tipo de pegadinha. Como alguém poderia acusá-la assim tão facilmente, ainda mais depois de tudo o que contou.

— Eu não matei o Natsu, jamais teria coragem de fazer mal para ele — respondeu em alerta.

— Desculpe, não se sinta ofendida. Essa é a pergunta chave para qualquer investigação, sou obrigado a fazê-la.

— Ah! Entendi. — suspirou aliviada. — Funciona?

— Nem sempre, embora criminosos em potencial sempre neguem milhões de vezes.

— Interessante…

— Agora tenho que continuar meu trabalho, peço que não saia de Magnólia pelos próximos dias — pediu sério. — Precisamos que todos os interrogamos permaneçam no mesmo lugar, para facilitar caso precisemos perguntar mais alguma coisa.

— Pode deixar, estarei por aqui caso precisem.

— Perfeito. Obrigado pela atenção, senhorita Heartfilia.

— Eu quem agradeço, o senhor está nos ajudando muito — sorriu, abrindo a porta para que James pudesse sair. — Tchau!

— Tchau! — despediu-se, descendo a escada.

— Homem estranho — Happy apareceu atrás da loira.

— Happy, você voltou tão rápido.

— Um pouco. Quem é ele?

— Membro do Conselho. Ele veio me interrogar.

— VOCÊ VAI SER PRESA? — gritou desesperado.

— O quê? Ele só me fez perguntas, eu não vou ser presa só por ter sido investigada.

— Eu vou? Sou muito lindo para ser preso — começou a fazer drama.

— Happy, tenha dó.

— Chegamos — Erza pulou a janela, sem fazer cerimônias.

— O que tem para comer nessa casa? — Gray largou a mochila e foi para a cozinha.

— Ei! Posso saber o que significa isso?

— Vamos morar com você por um tempo, ordens do Mestre — disse Erza, tirando um pedaço de bolo de morango de uma caixa de isopor.

— Por quê?

— Parece que todos estão sendo interrogados, temos que ficar em Magnólia — disse Gray.

— Ah! É verdade… Eu já fui.

— Sério? E como foi?

— Normal. Eu contei tudo o que sabia e só. As memórias ainda estão frescas na minha cabeça… — respondeu triste.

— Quem será o próximo? — Erza tentou tirar o foco da amiga. — O Happy?

— DEUS ME LIVRE! — respondeu o gatinho, e-se debaixo de uma almofada. — Eu não quero ser preso igual a Lucy.

— Ameaçaram te prender? — Gray arregalou os olhos, largando as peças de roupa pela casa da loira.

— Não, o Happy quem está inventando. Gato maluco!

— Como você está Gray? Voltou para cada depois do ocorrido? — perguntou a loira.

— Estou muito bem, passei a última noite com a Juvia  Voltei para casa agora pouco para pegar mais algumas roupas, tudo estava normal.

— Sério? Que estranho!

— O que você esperava?

— Um ataque, não uma invasão. Graças a Deus que não aconteceu nada de mais. Fico feliz por isso — sorriu tranquila. — Você não deveria continuar com ela? Ela pode ficar preocupada.

— Ela sabe que estou aqui.

— Serei atacada — arregalou os olhos, fazendo todos rirem.

— O papo está muito bom, mas temos um problema — Happy saiu de debaixo da almofada e sentou-se no sofá.

— O quê?

— Estou com fome.

— Novidade nenhuma — revirou os olhos.

— Lucy má, quer me deixar morrer de fome.

— Eu trouxe pizzas congeladas, liga o forno — Erza abriu a caixa de isopor de novo.

— O que mais tem aí? — perguntou animado.

— Refrigerantes, chocolates, bolo de morango e… morangos.

— Isso não é um caixa, é um portal para alguma geladeira. Talvez a do mercado — o moreno riu.

— O que disse? — virou-se com raiva.

— Nada, Erza linda do meu coração. Vou ligar o forno — afastou-se rapidamente.

— Eu também — Happy aproveitou a chance.

— E você Lucy?

— Eu? Vou ajudar eles — levantou-se do sofá, passando rápido pela ruiva.

— Que maravilha, fiquei sozinha… Bom, não tão sozinha — sorriu para seu amado bolo.

— Maluca — disse Happy baixinho.

— Doida — completou Gray.

— E mortal — Lucy não ficou de fora.

Os três se olharam e começaram a rir. Os dias que passariam juntos com certeza seriam inesquecíveis, talvez não fosse tão difícil quanto imaginavam manter a loira dentro do apartamento e fazê-la esquecer do que viu.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!



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