Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou
Notas iniciais do capítulo
Olá, pessoinhas :3
Quero aproveitar esze espaço para agradecer quem está acompanhando e comentando a fic. Muito obrigada
Boa leitura!
Lucy continuava olhando para a cozinha sem acreditar no que viu. Um ladrão teria sido milhões de vezes menos impactante e bem mais fácil de lidar. Passados trinta minutos do ocorrido, a loira ainda estava no mesmo lugar, pensando no que aconteceu.
— Era só o que me faltava, agora estou delirando… Ou será que não? — sussurrou para si mesma. — Eu preciso ligar para alguém!
Correndo até a sala, Lucy pegou a lácrima de comunicação o mais rápido que conseguiu e ligou para Erza. A ruiva logo atendeu, estranhando a expressão transtornada da loira.
— Lucy, o que aconteceu?
— Erza… Eu vi.
— Viu?
— Vi.
— O que você viu?
— Um fantasma.
— Fantasma? — perguntou surpresa.
— O fantasma do Natsu.
— Lucy… — duvidou.
— Estou falando sério. Eu estava no meu quarto e ouvi um barulho na cozinha. Quando fui lá, ele estava parado, sorrindo para mim.
— Você deveria dormir um pouco, Lucy.
— Mas…
— Depois conversamos — desligou, sem esperar resposta.
— Ela deve achar que estou ficando maluca…
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— Mestre — Erza entrou na sala, sem nem sequer bater na porta.
— Erza? Aconteceu alguma coisa? — Gray estranhou a ação da ruiva.
— Gray? Que bom que também está aqui! Preciso contar algo.
— Sente-se minha filha, você está muito nervosa. Respire e me conte o que aconteceu.
— A Lucy me ligou, ela disse que estava em casa, quando ouviu um barulho e foi verificar.
— Invadiram a casa dela também? — Gray arregalou os olhos.
— Não. Ela me contou que era um fantasma. Um fantasma do Natsu.
— O quê?
— Aconteceu algo na missão de vocês que mexeu com ela? — perguntou o Mestre, tentando entender a situação.
— Não. Tudo ocorreu tranquilamente, nada de diferente. Fizemos nosso trabalho e até fomos em um festival.
— O senhor acha que ela pode estar delirando? — perguntou Gray, já imaginando a resposta.
— É uma possibilidade… — Makarov respirou fundo, antes de continuar — Eu não queria ter que tomar essa medida, mas não tenho outra escolha. Lucy está proibida de sair de casa, seja para uma simples missão ou para investigar sobre o caso.
— Essa é a melhor escolha, Mestre? — a ruiva não gostava da ideia, mas seguiria o que fosse mandado.
— Por enquanto, sim. Lucy está muito fixada em descobrir logo o culpado por tudo o que vem acontecendo, isso está abalando o psicológico dela.
— Quanto tempo devemos mantê-la lá? — Gray queria argumentar, mas apenas aceitou a situação.
— Até Polyusica voltar. Ainda não consegui contato com ela para avisar sobre o Natsu…
— Lucy vai odiar saber disso — a ruiva já imaginava a reação da loira.
— Não temos alternativa, ela vai ter que entender. Pelo menos com todos vocês juntos, as chances de um novo ataque é menor. Peguem suas coisas e vão lá ficar com a Lucy.
— Sim, senhor — disseram em uníssono.
— Muito bem! Sobre o que estávamos conversando antes, Gray. Foi levado mais alguma coisa da sua casa, além da poção?
— Não.
— Então foi mesmo a dona da loja… Não podemos arriscar voltar lá, vou ignorar o ocorrido até ter mais informações.
— O Conselho disse algo novo?
— Ainda não, eles vão começar a colher nossos depoimentos. Disseram apenas para manter Happy e Lucy por perto para serem interrogados, por serem os mais próximos do Natsu.
— Quando?
— Se duvidar, devem estar lá agora mesmo interrogando algum deles.
— Melhor esperarmos, depois vamos até à casa dela — disse Erza, preparando-se para sair. — Pegarei minhas coisas.
— Eu também — o moreno seguiu a ruiva.
— Tenham cuidado, meus filhos.
— O senhor pode ficar tranquilo, Mestre — acenou, saindo da sala.
— Assim espero…
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Lucy abraçava o travesseiro com toda sua força. Duvidava que estivesse delirando, , o fantasma tinha sido bem real para si. Pretendia ficar a tarde inteira ali, isolada, porém, a pessoa que batia em sua porta parecia não se importa com isso.
Levantando-se receosa, a loira largou o travesseiro e foi até a porta de entrada, parando em sua frente.
— Quem é?
— James, nos falamos ontem.
— Ah! Pode entrar, fique à vontade — abriu a porta, dando passagem para o homem.
— Obrigado. Vim em uma má hora?
— Não — negou, indicando o sofá para o homem poder sentar. — Aceita alguma coisa?
— Não, obrigado. Quero apenas fazer algumas perguntas.
— Certo. Qual a primeira pergunta? — olhou para James, curiosa.
— Vocês e Natsu faziam missões juntos com frequência? — perguntou sem rodeios, tirando um caderno de dentro de uma pasta preta.
— Quase toda semana.
— Ele vinha apresentando alguma mudança de comportamento?
— Sim. Depois de uma missão, Natsu passou a andar desconfiado, sempre olhando para os lados, principalmente quando passávamos na frente de algum beco.
— Ele disse alguma coisa?
— Não, ele sempre dizia que estava tudo bem.
— Alguma perseguição?
— Não que eu me lembre…
— Sonhos estranhos?
— Sim, muitos. Por várias vezes ele ficava estranho quando dormia. Tínhamos dificuldade para acordá-lo, parecia que estava em transe. Uma vez ele acordou assustado, parecia que tinha tido um pesadelo.
— E depois desse pesadelo?
— Ele ficou frio, parecia não se importar com o que acontecia ao seu redor. Virou um Natsu que eu nunca tinha visto, deixou de sorrir e brincar, parecia que escondia algo.
— Achou algo de estranho?
— Apenas os bilhetes que o Mestre já deve ter mostrado para o senhor. Fora isso, não encontramos mais nada.
— Foram à casa dele depois do ocorrido?
— Sim.
— Então você tem a chave do lugar.
— Tenho sim.
— O exceed estava com ele quando ele sumiu?
— Não, Happy estava comigo. O combinado era que os dois fossem juntos para buscar os cogumelos, mas ele foi sozinho, deixando Happy para trás sem dizer nada.
— Entendo… Agora, conte-me sobre a senhora da Rua Pedra.
— Bem, ela parece bem experiente com fogo e gelo.
— Por que foi até a casa dela?
— O primeiro bilhete que encontrei com Natsu tinha as coordenadas para a casa dela, eu fui lá com Happy para descobrir o que era.
— Encontraram algo?
— Apenas a dona do lugar, elas nos expulsou antes que pudéssemos voltar ao local. Tipo uma magia de teletransporte.
— Voltaram lá depois?
— Sim, Mestre Makarov foi com a gente da última vez. Ele achou uma poção, mas não adiantou muito já que foi roubada…
— Só ela mora naquele local?
— Parece que sim, é um lugar bem deserto…
— Qual foi o último contato que você teve com essa senhora?
— Quando eu e Happy fomos até Snowball.
— Vocês foram em Snowball? — perguntou surpreso.
— Sim, mas não nos aproximamos da casa onde Natsu foi encontrado. Nós queríamos apenas ver o Templo de lá.
— Você sabe que esse Templo que os livros dizem ter, foi encontrado? — atentou-se para a reação da loira.
— Não. Ele foi? — olhou-o surpresa.
— Sim, mas só os destroços dele.
— Oh! Eu achava que ele estivesse inteiro.
— Estava, a perícia disse que ele caiu recente. Algo como uma explosão.
— Natsu…
— É o que suspeitamos. Onde encontraram a senhora?
— Quando estávamos a caminho do Templo. Ela nos impediu de avançar.
— Por quê?
— Não faço ideia. É como se ela não quisesse que nós continuemos procurando por pistas.
— Você tem ciência de que está se arriscando, não é?
— Tenho, mas não me importo. Quero ajudar no que for preciso, da forma que eu conseguir.
— Admiro sua determinação. Tenho apenas mais uma pergunta.
— …
— Por que você matou Natsu Dragneel?
Lucy o olhou abismada, jurando que estava em algum tipo de pegadinha. Como alguém poderia acusá-la assim tão facilmente, ainda mais depois de tudo o que contou.
— Eu não matei o Natsu, jamais teria coragem de fazer mal para ele — respondeu em alerta.
— Desculpe, não se sinta ofendida. Essa é a pergunta chave para qualquer investigação, sou obrigado a fazê-la.
— Ah! Entendi. — suspirou aliviada. — Funciona?
— Nem sempre, embora criminosos em potencial sempre neguem milhões de vezes.
— Interessante…
— Agora tenho que continuar meu trabalho, peço que não saia de Magnólia pelos próximos dias — pediu sério. — Precisamos que todos os interrogamos permaneçam no mesmo lugar, para facilitar caso precisemos perguntar mais alguma coisa.
— Pode deixar, estarei por aqui caso precisem.
— Perfeito. Obrigado pela atenção, senhorita Heartfilia.
— Eu quem agradeço, o senhor está nos ajudando muito — sorriu, abrindo a porta para que James pudesse sair. — Tchau!
— Tchau! — despediu-se, descendo a escada.
— Homem estranho — Happy apareceu atrás da loira.
— Happy, você voltou tão rápido.
— Um pouco. Quem é ele?
— Membro do Conselho. Ele veio me interrogar.
— VOCÊ VAI SER PRESA? — gritou desesperado.
— O quê? Ele só me fez perguntas, eu não vou ser presa só por ter sido investigada.
— Eu vou? Sou muito lindo para ser preso — começou a fazer drama.
— Happy, tenha dó.
— Chegamos — Erza pulou a janela, sem fazer cerimônias.
— O que tem para comer nessa casa? — Gray largou a mochila e foi para a cozinha.
— Ei! Posso saber o que significa isso?
— Vamos morar com você por um tempo, ordens do Mestre — disse Erza, tirando um pedaço de bolo de morango de uma caixa de isopor.
— Por quê?
— Parece que todos estão sendo interrogados, temos que ficar em Magnólia — disse Gray.
— Ah! É verdade… Eu já fui.
— Sério? E como foi?
— Normal. Eu contei tudo o que sabia e só. As memórias ainda estão frescas na minha cabeça… — respondeu triste.
— Quem será o próximo? — Erza tentou tirar o foco da amiga. — O Happy?
— DEUS ME LIVRE! — respondeu o gatinho, e-se debaixo de uma almofada. — Eu não quero ser preso igual a Lucy.
— Ameaçaram te prender? — Gray arregalou os olhos, largando as peças de roupa pela casa da loira.
— Não, o Happy quem está inventando. Gato maluco!
— Como você está Gray? Voltou para cada depois do ocorrido? — perguntou a loira.
— Estou muito bem, passei a última noite com a Juvia Voltei para casa agora pouco para pegar mais algumas roupas, tudo estava normal.
— Sério? Que estranho!
— O que você esperava?
— Um ataque, não uma invasão. Graças a Deus que não aconteceu nada de mais. Fico feliz por isso — sorriu tranquila. — Você não deveria continuar com ela? Ela pode ficar preocupada.
— Ela sabe que estou aqui.
— Serei atacada — arregalou os olhos, fazendo todos rirem.
— O papo está muito bom, mas temos um problema — Happy saiu de debaixo da almofada e sentou-se no sofá.
— O quê?
— Estou com fome.
— Novidade nenhuma — revirou os olhos.
— Lucy má, quer me deixar morrer de fome.
— Eu trouxe pizzas congeladas, liga o forno — Erza abriu a caixa de isopor de novo.
— O que mais tem aí? — perguntou animado.
— Refrigerantes, chocolates, bolo de morango e… morangos.
— Isso não é um caixa, é um portal para alguma geladeira. Talvez a do mercado — o moreno riu.
— O que disse? — virou-se com raiva.
— Nada, Erza linda do meu coração. Vou ligar o forno — afastou-se rapidamente.
— Eu também — Happy aproveitou a chance.
— E você Lucy?
— Eu? Vou ajudar eles — levantou-se do sofá, passando rápido pela ruiva.
— Que maravilha, fiquei sozinha… Bom, não tão sozinha — sorriu para seu amado bolo.
— Maluca — disse Happy baixinho.
— Doida — completou Gray.
— E mortal — Lucy não ficou de fora.
Os três se olharam e começaram a rir. Os dias que passariam juntos com certeza seriam inesquecíveis, talvez não fosse tão difícil quanto imaginavam manter a loira dentro do apartamento e fazê-la esquecer do que viu.
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Até a próxima!