Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou
Notas iniciais do capítulo
Olá o/
Olha quem chegou, o capítulo novo.
Boa leitura!
A lanchonete estava o puro caos. Pedidos eram pulados, outros eram colocados junto de comandas erradas. Ninguém parecia entender o que estava acontecendo, mas tentavam ao máximo fingir normalidade para não alarmar nenhum cliente. Pelo menos Lucy e Happy tentavam, porque Erza ficava a cada minuto mais nervosa.
— Cadê o pedido da mesa três? — perguntou Erza, estranhando a demora.
— Sua amiga levou — respondeu uma mulher morena, arrumando outro prato.
— Eu levei o quatro — Lucy entrou na cozinha com uma bandeja vazia.
— ESQUECERAM O TRÊS — a ruiva gritou com raiva.
— Erza…
— Nem estão seguindo a ordem, Lucy.
— Surtou — sussurrou Happy, divertindo-se com a reação.
— O pedido três já vai sair, por que não leva os outros primeiro?
— Lucy.
— Sim?
— Cadê o pedido cinco? — perguntou, respirando fundo.
— É…
— EU VOU…
— Vai levar o sete — interrompeu a amiga, colocando a bandeja nas mãos dela. — Boa entrega — empurrou a ruiva para fora da cozinha.
— Admiro sua coragem, Lucy — Happy começou a rir.
— Você está querendo morrer? Imagina se a Erza vê você rindo — alertou.
— Eu coloco a culpa em você!
— HAPPY!
— Pedido três pronto — avisou a mesma moça. — Agora é o sete.
— Cinco — corrigiu a loira, incrédula com o quão perdidos estavam todos os três cozinheiros.
— Isso, cinco.
— São seus parentes, Lucy?
— Por quê? — perguntou, com receio.
— Eles são estranhos — riu.
— Happy, faz um favor pra mim?
— O quê?
— Espera o pedido cinco e leva na mesa do cliente, se não quiser que eu arranque seu lindo bigode — sorriu macabra.
— Aye! — afastou-se.
— Francamente! — saiu da cozinha, indo entregar o pedido.
— Lucy? — chamou Dona Camélia. — Um homem deixou esse bilhete para você.
— Hum? — pegou o papel, começando a ler.
“Encontre-me na barraca de pastel, durante o Festival Rosa. Preciso da sua ajuda com o caso sobre a morte do Dragneel.
Venha sozinha”.
— …
— Um admirador?
— Quem me dera! Dona Camélia… — respondeu receosa.
— Está tudo bem, menina?
— Sim, está sim. Vou voltar ao meu trabalho — saiu, voltando para a cozinha, esquecendo de entregar o pedido que estava em sua bandeja.
— Ela não está nada bem…
— A Lucy? — perguntou Erza, aproximando-se devagar.
— Ela mesma, parece tão tristinha.
— Lucy perdeu alguém muito importante, vai demorar até ela voltar a se sentir confortável.
— Entendo… Você aceitou o trabalho só para que vocês ocupassem a cabeça, né?
— Sim. Ficar remoendo o que aconteceu estava acabando com ela e com Happy.
— Achei uma escolha sábia. Bom, tenho que resolver alguns problemas, cuidem da lanchonete até eu voltar, por favor.
— Pode ficar despreocupada, Dona Camélia — sorriu.
— Obrigada, volto logo.
— Erza, preciso de ajuda — Lucy surgiu na porta da cozinha, parecendo assustada.
— O que aconteceu?
— Vem ver, não posso mostrar aqui.
Totalmente em alerta, a ruiva seguiu em passos rápidos para a cozinha. Esperava ver alguma explosão, ou coisas voando, mas o que viu, quase a fez rir.
Em cima da bancada, Happy olhava-se com os olhos arregalados. A mesma cozinheira de antes, acabou escorregando do nada e derrubou todas as bolinhas rosas que carregava em um potinho. Por azar, as bolinhas voaram e caíram exatamente na cabeça do azulado.
A cor rosa logo espalhou-se, colorindo todo o pelo antes azul.
— Agora sou um exceed rosa — choramingou. — Luxy.
— Nós vamos dar um jeito de tirar isso de você, Happy. Eu só não sei como…
— Dona Camélia deve saber como tirar isso dele — disse Erza, analisando o exceed. — Pelo menos é um tom bonito de rosa.
— Erza — choramingou de novo.
— Pelo menos ficou bonitinho, Happy — Lucy riu.
— Malvada, eu não quero ficar rosa para sempre.
— Voltei, tudo bem por aqui? — perguntou, mas logo parou. — Meu Deus! O que aconteceu? — Dona Camélia arregalou os olhos.
— Desculpa, Dona Camélia. Eu escorreguei e derrubei as bolinhas no gatinho — a cozinha olhou-a cabisbaixa.
— Tudo bem, Mary. Eu sei como tirar o rosa dele.
— Sério? — Happy voou animado.
— Sim, vem comigo.
— Aye!
— Esse é o pedido cinco? — perguntou Erza, ignorando o ocorrido.
— Sim — respondeu Mary.
— Ótimo. Vamos voltar ao trabalho, Lucy.
— Ok…
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Duas horas depois.
Fechando as portas do lugar, Lucy começou a ficar cada vez mais preocupada. Fazia duas horas que Dona Camélia tinha saído com Happy e ainda não havia retornado.
Confiava na senhora, apesar de conhecê-la há tão pouco tempo, seu receio estava na dúvida se o exceed voltaria, ou não, para sua cor original. Por mais que a cor não tivesse ficado tão estranha, preferia o azul natural dos pelos do gatinho.
— Eles estão demorando — murmurou.
— Ficou doida, já está até falando sozinha — ouviu a voz do exceed.
— Happy! — virou-se para a porta, vendo o azulado em sua cor original. — Funcionou.
— Aye! Dona Camélia me deu banho com umas folhas estranhas, elas tinham cheiro de meia suja — explicou, fazendo careta.
— São as folhas da mesma árvore onde colhemos as bolinhas rosas.
— As bolinhas rosas crescem em árvores? — Lucy a olhou curiosa.
— Sim. Pena que não podemos comer puras… Enfim, agora vocês três estão livres para aproveitar o festival e, depois, voltarem para casa.
— Passou tão rápido…
— Verdade. Agradeço a ajuda, vocês são uns amores. Venham me visitar quando tiverem um tempinho — sorriu agradecida, entregando a recompensa para a loira.
— Voltaremos sim!
— Foi divertido — Happy voou alegre.
— Bolo de morango? — perguntou a ruiva, com os olhos brilhando.
— Bolo de morango — respondeu a loira, vendo a animação da amiga.
— Vamos logo — agarrou o exceed e o braço da loira. — Até mais, Dona Camélia — despediu-se, arrastando os dois.
— Até, meus jovens — sorriu, acenando para eles.
Os dois mal conseguiram falar algo durante o percurso, Erza parecia um trem de tão rápido que andava. Em questão de minutos, chegou à pousada, arrastando-os escada acima, até o quarto.
Sem dizer uma palavra, a ruiva pegou uma muda de roupa e entrou no banheiro, cantarolando uma música qualquer.
— O que um bolo de morango não faz, né?
— Ela é doida — sussurrou.
Trinta minutos foi o tempo necessário para que todos estivessem devidamente arrumados para explorar o festival. Achar o lugar certo não foi muito difícil, bastou seguirem as luzes e logo estavam no meio da multidão.
Barracas de comida, tendas de bugigangas, brinquedos e competições. Tudo estava espalhado pela cidade, tinha entretenimento para todas as idades. Todos vestiam rosa, inclusive os três.
Lucy lembrou-se do bilhete e pensou em como despistaria os amigos. Aproveitou que Erza estava focada em escolher um delicioso bolo de morango e saiu de fininho. Por sorte, Happy estava tão entretido quanto a ruiva, interessado em provar do bolo também.
Misturando-se com a multidão rosa, a loira sentiu-se completamente perdida. Demorou até que encontrasse a barraca de pastel, pois, ela estava lotada de clientes. Olhou ao redor, curiosa, tentando descobrir quem havia a chamado ali.
— Lucy Heartfilia — chamou um homem.
— Sim, você é… ?
— James, membro do Conselho Mágico. Estou ajudando seu Mestre com a investigação sobre o caso do Dragneel.
— Ah! Sim. Em que posso ajudar?
— Podemos ir para um lugar mais afastado?
— Claro.
— Ótimo, siga-me.
Virando-se de costas, James enfiou-se no meio das pessoas, guiando Lucy até um parque, um pouco afastado do festival. Receosa, a loira decidiu não falar nada, apenas esperou para saber o que ele queria de si.
— Natsu Dragneel era muito próximo de você?
— Sim… — respondeu cabisbaixa.
— Sinto muito.
— Tudo bem… O que quer saber?
— Bem… Você era uma das pessoas mais próxima do Dragneel, imagino que deva conhecer bem seus hábitos e comportamento.
— Sim.
— Estou aqui em nome do Conselho Mágico para interrogá-la. Tudo bem para você?
— Faço o que for preciso para ajudar — disse, determinada.
James olhou para a loira com surpresa, pois, esperava que ela fosse negar o pedido.
— Ótimo. Primeira pergunta: … ?
— LUXY! — ouviram o grito de Happy ao longe.
— Melhor esperarmos até amanhã. Estarei em Magnólia — afastou-se sem pensar duas vezes.
— Espera — chamou, sem sucesso. — Droga…
— Sua estranha, você me assustou.
— Desculpa, eu só queria ficar um tempo sozinha — mentiu. — Vamos voltar para o festival?
— Aye, sir!
Lucy abraçou o gatinho e começou a caminhar em direção das barracas. Por fora, mostrava seu entusiasmo com o evento, mas por dentro, sua cabeça girava, tentando entender o que acontecia.
Durante o festival, Lucy não viu James de novo, o que só atiçou mais ainda sua curiosidade. Happy a arrastou pro várias barracas, fazendo com que se esquecesse dos problemas por alguns minutos.
O passeio durou pouco, pois, logo começou a chover muito forte e todos passaram a correr para suas casas. Os três magos não foram diferentes, seguiram para o hotel o mais rápido possível, rindo do ocorrido.
— Agora sou um gato molhado — resmungou Happy, enxugando-se com uma toalha.
— Eu não esperava que fosse começar a chover tão de repente — disse Lucy, rindo dos pelos arrepiados do azulado.
— Parece que levei um choque — olhou-se no espelho.
— Vem, deixa que eu te ajudo — pegou o exceed no colo e começou a pentear seus pelos.
— Pelo menos eu consegui aproveitar meu delicioso bolo — Erza sorriu, terminando de secar o cabelo.
— Nós vamos voltar para Magnólia amanhã?
— Sim, não temos mais o que fazer por aqui. Agora vou dormir, boa noite.
— Boa noite.
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No dia seguinte.
Chegar em casa era tão bom que Lucy mal entrou e já se jogou no sofá. Sentiu saudades de seu apartamento, mesmo passando apenas dois dias fora.
— Lucy, eu vou visitar a Charlie. Tudo bem?
— Claro, Happy. Aproveite seu passeio — sorriu carinhosa.
— Aye! Vou comprar um peixe para ela — voou feliz, saindo pela janela.
— Tem horas que ele é muito fofo.
Aproveitando o tempo sem nada para fazer, Lucy decidiu arrumar as roupas de volta no guarda-roupa. Levou pouca coisa, então não demorou mais do que cinco minutos para tirar tudo. A loira estava quase terminando, quando ouviu um barulho na cozinha.
Em alerta, Lucy pegou seu chicote e abriu devagar a porta do quarto, colocando só a cabeça para fora. Seus olhos arregalaram com o que viu. Na frente de seu fogão, algo laranja mexia-se lentamente.
Aproximou-se com calma, tentando não fazer barulho. O ser logo virou para si, assustando-a. Diante de si, estava um fantasma laranja. Seu coração logo acelerou ao reconhecê-lo.
O fantasma não disse nada, apenas a olhou sorridente e desapareceu em questão de segundos. A única coisa que Lucy conseguiu fazer foi ajoelhar no chão e sussurrar o nome de quem tinha acabado de ver.
— Natsu…
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Até o próximo!