Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 19
Um caminho


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Lucy saiba que estava sonhando, pois, não era nada normal ver porcos dando cambalhota em sua cama.

Olhou ao redor, curiosa. Fora os porcos, tudo parecia normal. Levantou com cuidado, temendo ser atacada, embora nada ali fosse real. Não ouviu nenhum barulho desde o início, isso queria dizer que estava sozinha ali.

Aventurou-se a sair de casa, deparando-se com uma Magnólia completamente diferente. Seu apartamento estava isolado em uma colina rodeada de rosas.

— Bonito, não? — ouviu a voz do rosado.

— Natsu.

— Senti sua falta, Luce — sorriu como de costume.

— O que faz aqui?

— Não sei, o sonho é seu, eu só estou de passagem — riu. — Você é estranha, Luce.

— Você que é seu idiota — retrucou, correndo para abraçá-lo.

— Oe, Lucy. Por que está chorando?

— Sinto sua falta.

— Vai ficar tudo bem.

— O que aconteceu com você em Snowball?

— Não faço ideia… Minhas memórias estão embaralhadas, talvez seja porque não sou real…

— Eu não tinha parado para pensar nesse lado…

— Viu? Você é estranha mesmo — gargalhou. — Não sei o que aconteceu, mas acho que logo você terá as respostas que tanto quer — sorriu, confortando-a.

— Sério?

— Claro, você é a Luce, afinal. Confia em mim?

— Sempre.

— Então siga em frente! Agora tenho que ir, outro sonho me chama — sorriu animado. — Estou pegando fogo!

— Idiota — sorriu, enxugando as lágrimas. — Foi bom te ver de novo.

— Você me verá mais vezes, Luce, tenha certeza disso — acenou, despedindo-se.

— Assim espero…

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Acordar bem tinha se tornado algo raro para a loira, mas era isso que aconteceu naquela manhã. Sonhar com Natsu lhe deu esperança de que tudo fosse melhorar aos poucos. Na noite anterior, Happy tinha tido a ideia de colocar todos os colchões na sala e todos concordaram, por isso levantou-se com cuidado para não acordar os amigos.

Depois de fazer sua higiene matinal, começou a preparar o café da manhã sem preocupação. Cantarolou algumas músicas, até que tudo estivesse pronto.

— Viu um passarinho? — perguntou Erza, saindo do banheiro.

— Tive um sonho bom — sorriu animada.

— Natsu?

— Sim. Foi bom vê-lo de novo, mesmo sendo em sonho.

— Concordo.

— Preciso comprar pão — disse, olhando os armários.

— Deixa que eu compro — Erza saiu em disparada, para impedir o avanço da loira.

— Ok… O que deu nela? — perguntou para si mesma.

— Viu, Gray? Eu disse que a Lucy fala sozinha, ela é doida — riu com gosto.

— Birutinha — o moreno concordou.

— Parem de me zoar e me ajudem aqui — pediu, tacando duas luvas no moreno. — O bolo vai queimar, não posso deixar de mexer a cobertura.

Antes que a loira falasse de novo, Gray tirou o bolo do forno e colocou na mesa para esfriar. Não demorou muito para tudo ficar pronto. Erza logo chegou com os pães, alguns frios e uma expressão de tristeza.

— Não tinha bolo de morango — explicou, antes que perguntassem.

— A doida dos bolos — disse Happy, esquecendo que estava de frente para Erza.

— Repete — olhou-o com raiva.

— Lucy… SOCORRO! — começou a voar, fugindo da ruiva que corria atrás de si.

Alheios ao que acontecia, pois, já consideravam uma situação normal, Lucy e Gray começaram a tomar café como se nada estivesse acontecendo.

Lucy contou o que aconteceu em sua última missão, falando do medo que Erza botou nos pobres cozinheiros da lanchonete e de como Happy ficou rosa quando encostou nas tais bolinhas.

— Seria engraçado fazer uma pegadinha com essas bolinhas, pena que tenhamos que ir até lá comprar — sugeriu Gray, já imaginando que tipo de armadilha faria.

— Eu comprei algumas — levantou-se, indo até à cozinha e pegando os potinho com algumas dentro. — Olha! Eu usei elas para o bolo ficar rosa.

— Essas coisinhas aí conseguem tingir os pelos de um gato?

— Sim.

— Por que você comprou isso, Luxy? Está querendo me deixar rosa de novo? Sua cruel — começou a fazer drama.

— Oh! Podemos inventar alguma brincadeira com elas — sugeriu Erza, parando a perseguição e sentando-se na cadeira.

— O que vocês pretendem fazer? — perguntou Lucy, receosa pela resposta.

— Iremos brincar de algum jogo qualquer. Quem perder, pinta o cabelo com uma bolinha e ficará responsável por pagar o jantar.

— Achei interessante. Eu não vou perder — Gray sorriu animado, antecipando a vitória.

— É o que veremos.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

A noite já dava os primeiros indícios, quando Gray saiu do apartamento de Lucy com o cabelo completamente rosa. Tinha sido decidido que jogariam uma simples partida de um jogo de tabuleiro e ele acabou perdendo primeiro.

Primeiro passaria em casa, para pegar o dinheiro que havia esquecido, depois iria em um restaurante para comprar a comida.

Andou calmamente até chegar em sua residência. Não sentia medo de estar ali, pois, sabia que ninguém invadiria de novo já que não estava com nenhuma poção. Entrou sem acender as luzes e subiu a escada, indo até seu quarto.

Logo na primeira porta do guarda-roupa, encontrou sua carteira e saiu, deixando a camisa para trás sem perceber. Desceu com preguiça, estranhando a luz da cozinha acesa.

— Eu não acendi isso aí… Acendi? — perguntou-se, entrando no lugar.

Ninguém parecia ter estado ali no último dia, apesar disso, um envelope em cima da mesa dizia o contrário.

— De novo… — pegou o envelope, abrindo-o.

 

“O tempo acabou, não tem mais volta.

Não tente fugir, pois eu o encontrarei.

Onde a chuva mais cai, esse é o lugar”.

 

Gray largou a carta como se ela estivesse pegando fogo. Entendeu o que a carta queria dizer, aquilo era um chamado para a cidade de Água Azuli, conhecida por chover vinte e quatro horas por dias, durante o ano inteiro.

A dúvida se deveria ir ou não o consumiu, mas não queria ficar parado, apenas esperando as coisas caírem do céu. Tomando uma decisão arriscada, o moreno deixou um bilhete e foi até o restaurante mais próximo. Encomendou alguns pratos, pagou e pediu que fossem entregues no apartamento de Lucy.

Depois, rumou até a estação de trem. Sabia que o que pretendia fazer era perigoso, porém, queria e iria tirar toda aquela história a limpo. Apenas torcia para voltar com vida.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Lucy e Erza não podiam acreditar na demora do moreno. Assim que a comida chegou. Happy serviu-se rapidamente e, tão logo acabou, dormiu no sofá. Ao contrário do exceed, as duas resolveram esperar.

O problema é que Gray não chegava. Ligaram para ele, sem resposta. Cogitaram até ir ao restaurante para saber que horas ele passou ali.

— Erza-san, Lucy-san? — alguém chamou na porta.

— Juvia — Lucy reconheceu a voz e foi até a porta, abrindo-a. — Juvia, o que aconteceu? — perguntou, quando a azulada a abraçou, chorando.

— O Gray-sama…

— Não, não me diga que…

— Onde ele está, Juvia? — perguntou Erza, temendo a resposta.

— Ele sumiu. Juvia foi até a casa dele, a janela estava aberta, mas ele não atendia. Então, Juvia pulou e entrou, tinha um bilhete na mesa

— Que bilhete?

— Esse — entregou para a ruiva

 

“Juvia, sei que será você quem encontrará esse bilhete. Se você está lendo isso, eu já não estou mais em Magnólia. Avise a todos que eu volto logo, não precisam se preocupar.

Cuide-se”.

 

— Ele não fez isso — disse Lucy incrédula, abraçando a amiga.

— Sim, ele fez. Esse idiota — a ruiva amassou o papel com raiva.

— Vai ficar tudo bem, Juvia. Vamos encontrar o Gray.

— Juvia está com medo… Gray-sama disse que ficaria aqui com você, pois o Mestre mandou. Juvia ficou tranquila sabendo que ele estaria seguro…

— Ele deve ter recebido alguma carta, você encontrou algo lá?

— Não, Juvia viu apenas o bilhete do Gray-sama.

— Por que pulou a janela se você tem a chave da casa dele?

— Juvia esqueceu desse detalhe…

— Temos que avisar o Mestre — Erza mudou de assunto.

— Eu já estou aqui — disse alguém atrás da porta.

— Mestre? — abriu a porta.

— Juvia me avisou — explicou. — Por que ele saiu do apartamento?

— Ele foi comprar o jantar — respondeu Lucy. — O jantar chegou, mas ele não…

— Ele deve ter recebido mais algum aviso e foi averiguar sozinho… Quantas vezes eu falei para ele ficar em casa e não se envolver?

— Vamos atrás dele?

— Eu iria se soubesse por onde começar a procurar, minha filha. Duvido que Gray tenha ido para Snowball, provavelmente mandaram outra localização para ele.

— Gray-sama — Juvia voltou a chorar.

— Vai ficar tudo bem, Juvia. O Gray logo vai voltar, vamos rezar por ele, certo? — Lucy sorriu carinhosa, animando a amiga.

— Sim…

— Por enquanto, vamos esperar até amanhã. Se ele não der nenhum sinal até meio-dia, começaremos as buscas. Agora descansem, boa noite — despediu-se.

— Boa noite — responderam.

— Vem, Juvia. Vamos comer algo para podermos dormir e esperar pelo Gray — Lucy levou-a até a cozinha. — Ele vai voltar, são e salvo. Tenho certeza disso.

A animação esperada para aquele momento descontraído, não existia mais. As três mulheres comeram em silêncio, cada uma presa em seus próprios pensamentos. Enquanto Juvia pensava no pior, Erza e Lucy tentavam ser mais positivas.

No mesmo silêncio, as garotas aprontaram-se para dormir. Como Juvia não esperava passar a noite, Lucy emprestou um de seus pijamas para a azulada que foi para o banheiro, agradecida.

— Por que o Gray tem que ser tão impulsivo? — resmungou Erza.

— Sabe… Eu entendo o lado dele. A cada dia que passa temos mais perguntas e nenhuma resposta. É frustrante…

— Concordo, mas temos que ser pacientes.

— Juvia acha que procurar respostas sem rumo só torna tudo mais difícil…

— Irei dar um cascudo bem-dado naquela cabeça oca, quando ele voltar — disse Erza, fazendo as duas rirem.

— Então… Prontas para dormir?

— Então… — Juvia começou, mas não conseguiu continuar.

— Vem cá, Juvia — Erza chamou, sentada em um dos colchões que ainda estava na sala. — Coloca a cabeça no meu colo.

Juvia obedeceu, deitando no local indicado.

— Agora a Lucy vai contar uma história para a gente — sorriu animada.

— EU? — perguntou aflita, mas logo arrependeu-se ao ver a expressão no rosto da ruiva. — Isso mesmo! Eu!

Lucy não perdeu tempo em começar a contar a primeira história que apareceu em sua mente. Ninguém sabe ao certo em que ponto ela parou, mas com certeza o plano de Erza funcionou e, menos de vinte minutos depois, todas estavam esparramadas, dormindo calmamente e recuperando suas energias para o dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo :3



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