Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 15
Incertezas


Notas iniciais do capítulo

Olá :3

Capítulo novinho para aquecer o domingo.

Boa leitura!



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Encontrar livros sobre Snowball não foi uma tarefa muito difícil, tinham vários na biblioteca. Bastaram entrar e procurar na letra S que logo encontraram o que precisavam.

— Encontrou algo, Happy?

— Mais fotos do Templo — apontou para o livro. — Parece uma caixa branca, não tem cara de Templo.

— Aqui diz que ele foi feito com neve mágica... Combina com o lugar, mas ainda é estranho.

— Você acha que o Natsu entrou ali, Lucy?

— Não faço ideia, mas se entrou, nós temos que ir lá verificar...

— Eu não quero ver aquela velha maluca de novo.

— Agora ela não pode mais nos encontrar, Happy. Tinha um rastreador no meu pescoço.

— Cruzes, já pensou se tem um em mim? — começou a se olhar.

— Não tem nada, eu já vi.

— Que feio, Lucy. Ficou olhando para mim, enquanto eu dormia — fez cara de desgosto.

— O Mestre quem mandou — defendeu-se.

— Você vai mostrar essa caixa para ele?

— Vou. Não sei o que fazer com ela, talvez ele saiba como abrir.

— Ele está demorando...

— Quem está demorando? — perguntou o Mestre, já sentando ao seu de Lucy, com um dos livros na mão.

— AH! Mestre, o senhor pegou mania de aparecer do nada igual o Happy?

— Talvez — riu levemente. — Não parece ter muitas informações nesses livros... Eu avisei o Conselho sobre o Templo, mas nada foi encontrado até agora.

— Ainda tem gente lá investigando?

— Sim, eles montaram um pequeno acampamento para analisar as pistas.

— Não vimos ninguém quando a gente foi lá...

— Estão afastados, esperando para ver se a dona da casa aparece.

— Espertos... Nós vamos tentar achar o tal Templo? — perguntou esperançosa.

— Vamos, mas não agora. Acho melhor esperarmos eles saírem de lá.

— Entendo. Quase que eu me esquecia, achamos isso na casa do Natsu — mostrou a caixinha.

— Interessante... Espera, está trancada... Não tinha nenhuma chave com ela?

— Não, só achamos caixa e olha que reviramos a casa inteira.

— Entendo... O certo seria entregar para o Conselho, mas duvido que nos digam o que tem aqui se conseguirem abrir.

— O que fazemos?

— Deixarei a caixa na minha sala, guardada. Por enquanto, é o que posso fazer.

— Parece que voltamos para a estaca zero... — murmurou Happy.

— Não se preocupem, vamos encontrar quem está por trás de tudo isso, mas temos que ser pacientes. Bem, agora tenho que voltar. Avisem-me se encontrarem algo.

— Pode deixar, Mestre — disse Lucy.

Poucos minutos depois de Makarov sair da biblioteca, Lucy já havia guardado todos os livros em seus respectivos lugares.

Saíram do lugar sem pressa, estava na hora do almoço, mas ambos mantinham-se firmes, sem fome alguma. Mesmo assim, Lucy insistiu para que passassem em um mercado para comprar uma lasanha pronta, sua vontade de cozinha estava zero naquele momento.

Chegaram em casa melancólicos, ao mesmo tempo que sentiam-se em paz estando ali, odiavam saber que Natsu não voltaria.

Ignorando ao máximo esses pensamentos, Lucy colocou a lasanha no micro-ondas e esperou. A falta de informações a consumia. Chegou até a pensar que o Mestre pudesse estar tentando os enganar, para que não voltassem em Snowball.

— Ele nunca faria isso... Faria? — perguntou para si mesma.

O apito do micro-ondas logo a tirou de seus devaneios, quebrando sua linha de raciocínio. Deixaria esse pensamento longe, por enquanto.

— Happy, está pronto!

— Aleluia — sentou-se na mesa, com um peixe nas mãos.

— Onde arranjou esse peixe?

— Na geladeira — apontou com a patinha. — Lucy estranha.

— Estranho é você, fica comendo peixe gelado — disse, servindo um copo de suco para o gatinho.

— É gostoso de qualquer jeito! Com lasanha fica melhor ainda.

— Se você diz — riu.

Estranhamente, na primeira garfada, a fome deu o primeiro “Oi!”. Toda aquela tensão estava tirando seu foco, ao ponto da loira ignorar as próprias necessidades, para continuar procurando por respostas que nunca apareciam.

Comeu tão rápido quanto um Dragon Slayer, nem percebendo o olhar de surpresa que o exceed lançava para si. O mesmo decidiu não dizer nada, apenas concentrou-se novamente na sua comida, comendo tranquilamente, observando a loira o esperando.

— Lucy — balançou a patinha, na frente do rosto da loira.

— Sim?

— Terminei. O que fazemos agora?

— Que tal um jogo de tabuleiro?

— Oba! Eu vou buscar.

Lucy riu com a empolgação do exceed. Talvez não fosse tão ruim se distrair um pouco.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Makarov olhou para o papel em sua mão com atenção. Não tinha duvida alguma de que estava lendo uma ameaça.

— Você fez bem em voltar, meu filho. Algo assim não pode ser ignorado.

— O que faço agora, Mestre?

— Faça exatamente o que já foi combinado. Se aparecer alguém tentando te convencer se algo, duvide e ignore.

— Certo. O senhor já decidiu o que vai fazer com a Lucy e o Happy?

— Erza levará os dois em uma missão hoje a noite, se quiser ir com eles eu não irei impedir, embora acho melhor que fique.

— Irei ficar, por garantia.

— Deu tempo de fazer algum teste com a poção?

— Sim, ela fixa no azul claro quando congelo. Eu ia esquentar ela, quando ouvi as batidas na porta... O senhor suspeita que o que foi usado no Natsu possa ser parecido com isso?

— Tenho quase certeza. Quando estimulada, a poção congela ou descongela. Provavelmente o clima ajudou a impedir que Natsu quebrasse o efeito, embora eu duvide...

— Entendo...

— Gray, preciso de sua ajuda em algo...

— No que, Mestre?

— Snowball tem um Templo, o qual nenhum membro do Conselho achou até o momento. Eu sei que é arriscado, mas quero que você vá até lá, disfarçado.

— Onde fica o tal Templo?

— Ninguém sabe, a baixa temperatura atrapalha quem tenta encontrá-lo. Por isso quero que você vá, o frio e a neve não serão problema.

— Realmente.

— Leve uma lácrima e me ligue assim que ligar, depois a mantenha ligada, quero saber tudo nos mínimos detalhes. Coloquei uma peruca e roupas que você não usa com frequência. Não fale com ninguém que encontrar, isso se encontrar alguém.

— Pode contar comigo, Mestre.

— Certo. Tenha cuidado e lembre-se do que conversamos, não confie em ninguém.

— O senhor não tem com o que se preocupar.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

— Vamos logo, Lucy. É uma missão simples — insistiu a ruiva, tentando ser paciente com a amiga.

— Eu tenho que continuar tentando buscar pistas, Erza — respondeu a loira, largada em sua cama desde que ela e Happy terminaram de jogar.

— Lucy...

— Eu tenho que descobrir o que aconteceu... Por que fizeram isso com ele, Erza? — perguntou chorando.

— Eu não sei — respondeu com a voz embargada. — Agora precisamos ser fortes e seguir a vida, logo o mistério será solucionado.

— Por isso eu preciso ficar, para ajudar.

— Pelo que eu saiba, já tem muita gente envolvida nas investigações. Você está se esquecendo de viver sua vida! Quando você tem que pagar o aluguel?

— MEU DEUS! Eu esqueci do aluguel, tenho que pagar ele semana que vem.

— Vai arriscar perder a casa? — alfinetou, sabendo que ela cederia.

— Jamais. Happy, pegue suas coisas que vamos sair em uma missão.

— Sério? Não quero — retrucou com preguiça, largado no sofá.

— Se eu não for nessa missão, ficarei sem casa e sem dinheiro para comprar peixe.

— Quando saímos? — levantou-se o mais rápido que pôde, voando até o quarto da loira.

— Hoje mesmo. Espero vocês na estação, estejam lá às oito em ponto. Senão... — ameaçou com cara de brava.

— Estaremos lá — tranquilizou a loira.

— Ótimo. Pegarei minhas coisas — disse, saindo da casa pela janela.

— Ela nunca muda.

— Lucy, você está precisando mesmo de dinheiro...

— Por quê?

— Olha isso, está comprando roupas com tão pouco pano — balançou uma das roupas íntimas da loira.

— HAPPY! GUARDA ISSO AÍ!

— Eu deveria era jogar fora, isso aqui não deve cobrir nada — continuou alfinetando.

— Eu vou te tacar dentro de uma mala.

— Parei — levantou os bracinhos, em sinal de rendição. — Não tem o que arrumar.

— Verdade, eu sempre deixo uma mala pronta para casos de emergência. Que horas são?

— Sete e cinquenta.

— Melhor corrermos, se quisermos continuar vivos — arregalou os olhos, pegando a mala.

— Medrosa.

— Olha quem fala — murmurou, abrindo a porta do apartamento.

A última coisa que Lucy queria naquele momento era sair para uma missão. Queria descobrir o que aconteceu com Natsu para assim, quem sabe, conseguir dormir em paz. Desde o ocorrido, tentava ocupar a cabeça com a busca por pistas, mesmo sua vontade sendo deitar e chorar, até que a dor passasse.

Sabia que deveria ser forte, principalmente por Happy que estava sempre cabisbaixo. Nunca conseguiria preencher o vazio que a morte de Natsu deixou em suas vidas, mas tentaria deixar as coisas melhores.

Aquela hora, a estação estava praticamente vazia. Poucas pessoas entravam para comprar suas passagens. Ofegante, a loira passou ao lado de Erza que já os esperava com sua pilha de malas e os bilhetes na mão.

— Prontos?

— Sim.

Entraram no trem sem pressa e escolheram a primeira cabine vazia que encontraram, acomodando-se. O trem logo começou a se mover, fazendo o silêncio reinar entre o trio. Happy, entediado, dormiu no colo da loira que também dava indícios de sonolência.

O corpo pesava, sedento por algumas horas sono. Lucy tentou resistir ao máximo, mas o cansaço mais forte de que si. Dando-se por vencida, a loira aconchegou-se melhor no banco e fechou os olhos, logo dormindo.

Erza observou a amiga com tristeza, pois sabia o quanto a mesma estava sofrendo, mesmo que não demonstrasse abertamente. Desde o começo acompanhava de perto o sofrimento da loira.

A missão em si não tinha nada de mais, era apenas uma desculpa para tirar Lucy e Happy de casa, na esperança que deixassem de pensar um pouco em tudo que estava acontecendo. Enquanto isso, Makarov cuidaria de verificar e receber qualquer nova informação.

O pedido dizia que estavam precisando de duas garçonetes em uma lanchonete. A cidade da missão ficava a três horas de Magnólia, tempo suficiente para que os três pudessem descansar um pouco.

Seguindo o exemplo, Erza também deixou o sono dominar, dormindo calmamente.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Dormir era o que mais queria, mas não importava em quantas posições se deitava, o sono não chegava para o moreno. A carta que tinha recebido ficou em sua mente sem que percebesse.

A viagem para Snowball tinha ficado para o dia seguinte, por isso ainda estava em casa. Pretendia descansar antes da busca, embora não estivesse conseguindo. Os pensamentos o atormentavam a cada mísero segundo

Gray levantou-se cansado e frustrado, pois sabia que, muito provavelmente, passaria a noite inteira acordado. Desceu a escada e seguiu até a cozinha, onde pegou um copo e encheu de água.

— Duas horas da manhã — observou o relógio na parede. — Daqui a pouco amanhece e eu aqui, acordado sem motivo.

— Nada acontece sem motivo, criança — ouviu uma voz feminina, atrás da janela da cozinha.

— Quem disse isso? — aproximou-se em alerta, recebendo o silêncio como resposta.

Respirando fundo, Gray deixou o copo na pia e apagou a luz. Quando começou a subir a escada para voltar ao seu quarto, o moreno ouviu uma risadinha e logo a porta de entrada explodiu.

— Ice Make Shield — criou uma parede de gelo, protegendo-se dos pedaços de madeira.

— Bem pensado, meu jovem — ouviu a voz de novo.

— Onde? — olhou ao redor, confuso.

— Onde você menos espera. Agora que já peguei o que queria, não preciso mais ficar aqui, obrigada por cuidar do meu brinquedinho — disse a voz risonha.

— Você não vai levar nada — Gray piscou, pois estava tudo branco. — Isso não faz sentido — arregalou os olhos, vendo que a porta tinha voltado ao normal.

Esfregando os olhos, o moreno achou que pudesse estar delirando devido à falta de horas de sono. Ignorando o fato, mesmo desconfiado, subiu a escada até seu quarto. Assim que estava prestes a voltar para a cama, percebeu que o vidro com a poção que Makarov lhe deu, havia sumido.

— Eu deixei aqui, tenho certeza — procurou nas gavetas do criado-mudo. — Espera... A voz disse que pegou o que queria. Como ela entrou no meu quarto se estava lá embaixo comigo?

A dúvida aumentava casa vez mais, fazendo a situação ter ainda menos sentido. Gray sentou na cama, olhando o travesseiro sem interesse, quando viu um pequeno bilhete e o abriu com pressa.

 

“Sendo sincera, fico feliz que não tenha usado minha obra-prima, isso poderia custar muito caro. Não queremos que outra vida se perca, certo?

Divirta-se, brincando de detetive”.

 

— Estão brincando com a gente! Isso não vai ficar assim, mas não vai mesmo!

Decido em fazer algo sobre o ocorrido, Gray foi até seu guarda-roupa. Tirou uma mochila de dentro e começou a enchê-la com o necessário. Roupas, toalha, desodorante e um kit de primeiros-socorros. Pretendia sair de casa, para ficar em outro lugar seguro.

— Isso deve bastar, espero evitar mais visitas inesperadas — colocou a mochila nas costas e partiu sem rumo, mas com um único objetivo: sair de casa o mais rápido possível, sem que fosse percebido.

— Esses jovens só me divertem — Margareth riu, observando o rumo tomado pelo moreno. — Crianças teimosas...


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Notas finais do capítulo

Essa Margareth está sempre aprontando. Quem irá contra ela?

Nos vemos no próximo!



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