Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou
Notas iniciais do capítulo
Olá o/
Estou tentando manter uma maior frequência, espero que estejam gostando :3
Boa leitura!
Lucy esperava que fosse frio, ainda mais pelo nome do lugar, mas não imaginava que fosse tanto. Durante todo o trajeto, manteve em seus braços, abraçando-o Happy com força, por medo do gatinho congelar ou se perder se voasse por aí.
A estação de trem estava fazia e tinha apenas uma vendinha. O único item que a interessou foi um pequeno livro turístico sobre Snowball, nele, descobriu que cidade não existia mais, pois foi dominada pela neve. Apenas algumas casas ainda poderiam ser vistas, além de destroços.
O livro também dizia que o lugar tinha um Templo feito de neve e gelo, mas a localização era um mistério, só os ex-moradores do local sabiam onde ele ficava. Andar sem orientação no meio daquela neve toda podia ser perigoso, mas Lucy estava disposta a tentar.
— Happy, entra aqui — disse, abrindo os botões de seu casaco.
O exceed não pensou duas vezes, acomodou-se, deixando apenas a cabeça, com touca, de fora. O caminho foi cansativo e congelante. Não estava nevando, isso não facilitava a caminhada, pois qualquer mínimo passo fazia a loira afundar alguns centímetros na neve.
— Isso é uma geladeira gigante — murmurou Happy. — Estou me sentindo um peixe no congelador.
— Eu também...
Poucos minutos depois, a casa logo pôde ser vista, ela era a única em pé naquele lugar, dificilmente estariam errados. Para a felicidade dos dois, os membros do Conselho não estavam mais ali, por isso podiam olhar a vontade, sem correrem o risco de serem descobertos.
— Entramos? — Happy olhou com receio para o lugar.
— Acho melhor não. Tenho a sensação de que nem deveríamos estar aqui... Não tenho coragem de entrar e saber que foi aqui que... — calou-se, não querendo terminar a frase.
— E o tal Templo, Lucy?
— Vamos procurar! Essa é nossa melhor opção.
Rodeando a casa, sempre mantendo-se alguns metros afastada, Lucy começou a andar em linha reta, porém alguém a impediu. Em pé, na sua frente, a mesma senhora da loja a encarava com cara de poucos amigos.
— Esse é meu último aviso. Saíam do meu caminho — disse calma, derramando o líquido de uma garrafinha no chão.
Lucy tentou ir para trás, sem sucesso. Seu pés estavam presos na neve.
— Nós iremos embora se a senhora nos soltar.
— Com prazer — sorriu macabra, batendo o pé com força.
Tudo começou a tremer e, quando menos esperavam, uma luz os cegou. A única coisa que puderam ver depois, foi a escuridão.
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A loira levantou sem paciência, aquela era a segunda vez que encontrava a senhora e ela fazia a mesma coisa. Por que ela queria tanto impedi-los de ir mais a fundo nas investigações? O que tinha de tão importante naquele Templo que eles não podiam ver?
— Onde vocês estavam?
— O quê? — Lucy virou-se assustada, dando de cara com o Mestre que a olhava com os olhos semicerrados. — Mestre... O que o senhor faz aqui?
— Erza e Gray foram até a guilda. Eles me disseram que acordaram e vocês dois não estavam, então vim e fiquei esperando.
— Ah! Então...
— Vocês foram em Snowball, não é? Entraram na casa?
— Fomos, mas não entramos. Algo me dizia para não entrar.
— Fizeram bem — suspirou aliviado. — Se um mísero fio de cabelo seu, ou pelo do Happy, caísse no chão, vocês se tornariam suspeitos na hora.
— Deus me livre, Mestre. Nós apenas queríamos ver o tal Templo de Snowball.
— Templo?
— O senhor não sabia?
— Não. Tem um Templo lá?
— Sim, olha — tirou o pequeno livro do bolso, abrindo na página que mostrava a foto do lugar.
— Impressionante! Seria interessante ir até lá para saber mais... — olhou admirado para o livro. — Conseguiram chegar até lá?
— Não... Aquela senhora nos impediu e mandou a gente para casa, de novo — respondeu cabisbaixa.
— Isso quer dizer que tem algo lá e... Lucy, fica parada.
— Tem um bicho em mim? — arregalou os olhos.
— Não é um bicho, parece um rastreador — aproximou-se da loira, olhando o pescoço da mesma com atenção. — No lado esquerdo do seu pescoço.
— Aqui? — colocou a mão no lugar, sentindo uma bolinha. — Quando colocaram isso aqui? — assustou-se ao tirá-lo do lugar.
O pequeno rastreador tinha o tamanho de uma pintinha, passando despercebido com facilidade. Na parte de trás, uma luzinha vermelha piscava toda vez que alguém dizia algo.
— Resolvido — o Mestre pegou o rastreador e o amassou com seus dedos. — Veja se não tem nenhum no Happy.
— Sim.
Enquanto Lucy olhava o gatinho, que ainda estava dentro de seu casaco, em busca de algo, Makarov observou com mais atenção o objeto em sua mão. Dentro, tinha um pontinho branco que ele logo descobriu o que era: magia encolhedora.
Rapidamente, transferiu um pouco de sua magia para o pontinho, vendo-o crescer, transformando-se em uma lácrima quadrada, onde passava as imagens dos últimos lugares em que Lucy esteve.
— Nada aqui, Mestre.
— Veja isso — apontou para a lácrima. — Você está sendo rastreada desde a primeira vez em que foi à Rua Pedra.
— Ela sabe que estivemos lá com o senhor... Droga. Será que ela derrubou uma poção mais inofensiva só para perdermos tempo?
— É possível... Informarei os responsáveis pela investigação sobre isso. Agora, quero que vão até à biblioteca de Magnólia e investiguem mais sobre o tal Templo — pediu. — Encontro vocês lá. Até daqui a pouco — despediu-se.
— Até — sorriu. — Droga... O que vou fazer com essa caixa agora? — perguntou-se, tirando ela de dentro do casaco. — Tenho que pensar em outra alternativa...
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Makarov saiu pensativo do apartamento de Lucy, pois sabia o quanto ela e Happy estavam desesperados em busca de respostas. O problema estava na forma como eles agiram. Investigar algo que já tinha investigadores oficiais, poderia ser considerado como “desvio de atenção”.
Agora, o que ele menos queria era mais problemas para seus filhos.
— James, tenho um novo lugar para vermos — disse pela lácrima. — Voltaremos para Snowball.
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Gray estava na sala do Mestre o esperando, assim como ele pediu, antes de sair para esperar Lucy e Happy voltarem.
Por mais estranho que pudesse parecer, sentia-se observado. A teoria de que ele pudesse ser o próximo alvo, não o assustava, muito pelo contrário. Sua determinação estava no máximo, andava sempre atento aos arredores, evitando qualquer pessoa estranha que encontrasse.
O Mestre queria que ele ficasse na guilda a maior parte do tempo, isso o manteria seguro e fora de problemas, porém, o moreno estava odiando ficar apenas parado, esperando as respostas caírem do céu. Queria e iria ajudar como pudesse.
A morte de Natsu tinha o abalado mais do que imaginavam. O rosado fazia uma falta enorme, a guilda nunca mais tinha sido a mesma sem a presença dele. As brigas tão frequentes, a bagunça generalizada, as risadas e brincadeiras... Tudo sumiu no momento em que receberam a notícia.
— Muito bem! Sei que você não gosta de ficar preso em um mesmo lugar, mas é necessário — disse o Mestre, entrando na sala.
— Eu sei... Lucy e Happy voltaram?
— Sim. Os dois estavam em Snowball.
— Previsível. O que faremos com eles?
— Como assim?
— O senhor sabe que eles vão insistir na investigação até descobrirem algo. Receio que eles se afundem nisso...
— Pretendo fazê-los sair em uma missão. Nada muito difícil, mas vai impedi-los de continuar caçando pistas por um tempo — explicou. — Pelo menos, é o que espero... Agora, sobre você...
— Terei que ficar preso dentro de casa?
— Jamais. Apenas quero que redobre sua atenção, além de que preciso sua ajuda com algo.
— O que seria?
— Isso — mostrou um fraco com um líquido que variava entre laranja e azul claro. — Você se lembra das poções que mostrei para você e Erza? Eu as misturei em um único frasco.
— Certo, mas o que o senhor quer que eu faça?
— Quero que me ajude em alguns testes. Ela não é forte ao ponto de congelar uma pessoa, então não se preocupe — explicou. — O certo seria elas se cancelarem e virarem uma mistura neutra, mas não foi isso que aconteceu.
— Ainda não entendi onde o senhor quer chegar...
— O Natsu foi congelado. Ele era Dragon Slayer do fogo, isso não faz sentido! — disse indignado. — Quero saber se uma magia externa consegue cancelar o efeito da poção.
— Entendo...
— Leve-a para casa e tente congelar a parte laranja, acredito que a parte azul vai te ajudar. Amanhã, você me conta o resultado. Tudo bem?
— Sim. Pode deixar comigo, velhote!
— Perfeito. Tenha cuidado por onde anda — alertou. — Por enquanto, ainda não estamos sozinhos.
— O senhor não precisa se preocupar. Até amanhã, velhote!
— Até, meu filho — despediu-se, vendo-o sair da sala.
Descendo a escada, o silêncio o incomodou. A maioria olhava para o nada, os que falavam, conversavam baixinho, aos sussurros. O clima pesado deixava tudo ainda mais triste, todos ali esperavam por respostas, por mais que elas demorassem.
Tentando ignorar a sensação de vazio, Gray saiu da guilda com a poção na mão. O Líquido ainda alternava as cores, como se estivesse travando um a batalha eterna contra si mesmo.
A curiosidade sobre os efeitos, fez com que o moreno corresse pela rua, querendo chegar em casa o mais rápido possível. Desviou das pessoas com habilidade, logo vendo sua casa. Nunca agradeceu tanto por morar a poucos minutos da guilda.
Abriu a porta e entrou, acendendo a luz da sala e logo jogando-se no sofá. Concentrou-se em congelar o frasco com lentidão, pois queria ver claramente o que aconteceria.
Rapidamente, o líquido ficou inteiramente azul, voltando ao normal apenas quando ele deixou de congelar.
— Estranho... Será que foi isso que aconteceu com o esquentado? — perguntou para si mesmo. — E se eu esquentar no fogão?
A ideia pareceu inteligente na sua cabeça, nem sequer pensou se o frasco quebraria com o calor. Quando estava prestes a ligar o fogão, alguém bateu em sua porta, deixando-o em alerta.
Tomando todo o cuidado do mundo, Gray abriu a porta com tudo, pronto para lutar caso necessário, mas a única coisa que encontrou foi um envelope no chão. Desconfiado, olhou para os lados em busca de alguém, antes de pegar o envelope e voltar para dentro, trancando a porta.
Dentro do envelope tinha um saquinho com uma pequena lupa, além de uma carta amarela com letras minúsculas.
“Deixar as perguntas sem respostas é melhor do que arriscar e encontrar a morte.
O destino já está selado, gelo e fogo terão o mesmo fim. Não tente fugir, eles vão te encontrar, quando você menos esperar.
O tempo está passando mais rápido do que deveria e a tendência é que tudo piore, cada vez mais.
Tenha paciência, logo será sua vez.”
— Uma ameaça. O Mestre precisa saber disso.
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Vejo vocês no próximo o/