Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 14
Ameaça


Notas iniciais do capítulo

Olá o/

Estou tentando manter uma maior frequência, espero que estejam gostando :3

Boa leitura!



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Lucy esperava que fosse frio, ainda mais pelo nome do lugar, mas não imaginava que fosse tanto. Durante todo o trajeto, manteve em seus braços, abraçando-o Happy com força, por medo do gatinho congelar ou se perder se voasse por aí.

A estação de trem estava fazia e tinha apenas uma vendinha. O único item que a interessou foi um pequeno livro turístico sobre Snowball, nele, descobriu que cidade não existia mais, pois foi dominada pela neve. Apenas algumas casas ainda poderiam ser vistas, além de destroços.

O livro também dizia que o lugar tinha um Templo feito de neve e gelo, mas a localização era um mistério, só os ex-moradores do local sabiam onde ele ficava. Andar sem orientação no meio daquela neve toda podia ser perigoso, mas Lucy estava disposta a tentar.

— Happy, entra aqui — disse, abrindo os botões de seu casaco.

O exceed não pensou duas vezes, acomodou-se, deixando apenas a cabeça, com touca, de fora. O caminho foi cansativo e congelante. Não estava nevando, isso não facilitava a caminhada, pois qualquer mínimo passo fazia a loira afundar alguns centímetros na neve.

— Isso é uma geladeira gigante — murmurou Happy. — Estou me sentindo um peixe no congelador.

— Eu também...

Poucos minutos depois, a casa logo pôde ser vista, ela era a única em pé naquele lugar, dificilmente estariam errados. Para a felicidade dos dois, os membros do Conselho não estavam mais ali, por isso podiam olhar a vontade, sem correrem o risco de serem descobertos.

— Entramos? — Happy olhou com receio para o lugar.

— Acho melhor não. Tenho a sensação de que nem deveríamos estar aqui... Não tenho coragem de entrar e saber que foi aqui que... — calou-se, não querendo terminar a frase.

— E o tal Templo, Lucy?

— Vamos procurar! Essa é nossa melhor opção.

Rodeando a casa, sempre mantendo-se alguns metros afastada, Lucy começou a andar em linha reta, porém alguém a impediu. Em pé, na sua frente, a mesma senhora da loja a encarava com cara de poucos amigos.

— Esse é meu último aviso. Saíam do meu caminho — disse calma, derramando o líquido de uma garrafinha no chão.

Lucy tentou ir para trás, sem sucesso. Seu pés estavam presos na neve.

— Nós iremos embora se a senhora nos soltar.

— Com prazer — sorriu macabra, batendo o pé com força.

Tudo começou a tremer e, quando menos esperavam, uma luz os cegou. A única coisa que puderam ver depois, foi a escuridão.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

A loira levantou sem paciência, aquela era a segunda vez que encontrava a senhora e ela fazia a mesma coisa. Por que ela queria tanto impedi-los de ir mais a fundo nas investigações? O que tinha de tão importante naquele Templo que eles não podiam ver?

— Onde vocês estavam?

— O quê? — Lucy virou-se assustada, dando de cara com o Mestre que a olhava com os olhos semicerrados. — Mestre... O que o senhor faz aqui?

— Erza e Gray foram até a guilda. Eles me disseram que acordaram e vocês dois não estavam, então vim e fiquei esperando.

— Ah! Então...

— Vocês foram em Snowball, não é? Entraram na casa?

— Fomos, mas não entramos. Algo me dizia para não entrar.

— Fizeram bem — suspirou aliviado. — Se um mísero fio de cabelo seu, ou pelo do Happy, caísse no chão, vocês se tornariam suspeitos na hora.

— Deus me livre, Mestre. Nós apenas queríamos ver o tal Templo de Snowball.

— Templo?

— O senhor não sabia?

— Não. Tem um Templo lá?

— Sim, olha — tirou o pequeno livro do bolso, abrindo na página que mostrava a foto do lugar.

— Impressionante! Seria interessante ir até lá para saber mais... — olhou admirado para o livro. — Conseguiram chegar até lá?

— Não... Aquela senhora nos impediu e mandou a gente para casa, de novo — respondeu cabisbaixa.

— Isso quer dizer que tem algo lá e... Lucy, fica parada.

— Tem um bicho em mim? — arregalou os olhos.

— Não é um bicho, parece um rastreador — aproximou-se da loira, olhando o pescoço da mesma com atenção. — No lado esquerdo do seu pescoço.

— Aqui? — colocou a mão no lugar, sentindo uma bolinha. — Quando colocaram isso aqui? — assustou-se ao tirá-lo do lugar.

O pequeno rastreador tinha o tamanho de uma pintinha, passando despercebido com facilidade. Na parte de trás, uma luzinha vermelha piscava toda vez que alguém dizia algo.

— Resolvido — o Mestre pegou o rastreador e o amassou com seus dedos. — Veja se não tem nenhum no Happy.

— Sim.

Enquanto Lucy olhava o gatinho, que ainda estava dentro de seu casaco, em busca de algo, Makarov observou com mais atenção o objeto em sua mão. Dentro, tinha um pontinho branco que ele logo descobriu o que era: magia encolhedora.

Rapidamente, transferiu um pouco de sua magia para o pontinho, vendo-o crescer, transformando-se em uma lácrima quadrada, onde passava as imagens dos últimos lugares em que Lucy esteve.

— Nada aqui, Mestre.

— Veja isso — apontou para a lácrima. — Você está sendo rastreada desde a primeira vez em que foi à Rua Pedra.

— Ela sabe que estivemos lá com o senhor... Droga. Será que ela derrubou uma poção mais inofensiva só para perdermos tempo?

— É possível... Informarei os responsáveis pela investigação sobre isso. Agora, quero que vão até à biblioteca de Magnólia e investiguem mais sobre o tal Templo — pediu. — Encontro vocês lá. Até daqui a pouco — despediu-se.

— Até — sorriu. — Droga... O que vou fazer com essa caixa agora? — perguntou-se, tirando ela de dentro do casaco. — Tenho que pensar em outra alternativa...

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Makarov saiu pensativo do apartamento de Lucy, pois sabia o quanto ela e Happy estavam desesperados em busca de respostas. O problema estava na forma como eles agiram. Investigar algo que já tinha investigadores oficiais, poderia ser considerado como “desvio de atenção”.

Agora, o que ele menos queria era mais problemas para seus filhos.

— James, tenho um novo lugar para vermos — disse pela lácrima. — Voltaremos para Snowball.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Gray estava na sala do Mestre o esperando, assim como ele pediu, antes de sair para esperar Lucy e Happy voltarem.

Por mais estranho que pudesse parecer, sentia-se observado. A teoria de que ele pudesse ser o próximo alvo, não o assustava, muito pelo contrário. Sua determinação estava no máximo, andava sempre atento aos arredores, evitando qualquer pessoa estranha que encontrasse.

O Mestre queria que ele ficasse na guilda a maior parte do tempo, isso o manteria seguro e fora de problemas, porém, o moreno estava odiando ficar apenas parado, esperando as respostas caírem do céu. Queria e iria ajudar como pudesse.

A morte de Natsu tinha o abalado mais do que imaginavam. O rosado fazia uma falta enorme, a guilda nunca mais tinha sido a mesma sem a presença dele. As brigas tão frequentes, a bagunça generalizada, as risadas e brincadeiras... Tudo sumiu no momento em que receberam a notícia.

— Muito bem! Sei que você não gosta de ficar preso em um mesmo lugar, mas é necessário — disse o Mestre, entrando na sala.

— Eu sei... Lucy e Happy voltaram?

— Sim. Os dois estavam em Snowball.

— Previsível. O que faremos com eles?

— Como assim?

— O senhor sabe que eles vão insistir na investigação até descobrirem algo. Receio que eles se afundem nisso...

— Pretendo fazê-los sair em uma missão. Nada muito difícil, mas vai impedi-los de continuar caçando pistas por um tempo — explicou. — Pelo menos, é o que espero... Agora, sobre você...

— Terei que ficar preso dentro de casa?

— Jamais. Apenas quero que redobre sua atenção, além de que preciso sua ajuda com algo.

— O que seria?

— Isso — mostrou um fraco com um líquido que variava entre laranja e azul claro. — Você se lembra das poções que mostrei para você e Erza? Eu as misturei em um único frasco.

— Certo, mas o que o senhor quer que eu faça?

— Quero que me ajude em alguns testes. Ela não é forte ao ponto de congelar uma pessoa, então não se preocupe — explicou. — O certo seria elas se cancelarem e virarem uma mistura neutra, mas não foi isso que aconteceu.

— Ainda não entendi onde o senhor quer chegar...

— O Natsu foi congelado. Ele era Dragon Slayer do fogo, isso não faz sentido! — disse indignado. — Quero saber se uma magia externa consegue cancelar o efeito da poção.

— Entendo...

— Leve-a para casa e tente congelar a parte laranja, acredito que a parte azul vai te ajudar. Amanhã, você me conta o resultado. Tudo bem?

— Sim. Pode deixar comigo, velhote!

— Perfeito. Tenha cuidado por onde anda — alertou. — Por enquanto, ainda não estamos sozinhos.

— O senhor não precisa se preocupar. Até amanhã, velhote!

— Até, meu filho — despediu-se, vendo-o sair da sala.

Descendo a escada, o silêncio o incomodou. A maioria olhava para o nada, os que falavam, conversavam baixinho, aos sussurros. O clima pesado deixava tudo ainda mais triste, todos ali esperavam por respostas, por mais que elas demorassem.

Tentando ignorar a sensação de vazio, Gray saiu da guilda com a poção na mão. O Líquido ainda alternava as cores, como se estivesse travando um a batalha eterna contra si mesmo.

A curiosidade sobre os efeitos, fez com que o moreno corresse pela rua, querendo chegar em casa o mais rápido possível. Desviou das pessoas com habilidade, logo vendo sua casa. Nunca agradeceu tanto por morar a poucos minutos da guilda.

Abriu a porta e entrou, acendendo a luz da sala e logo jogando-se no sofá. Concentrou-se em congelar o frasco com lentidão, pois queria ver claramente o que aconteceria.

Rapidamente, o líquido ficou inteiramente azul, voltando ao normal apenas quando ele deixou de congelar.

— Estranho... Será que foi isso que aconteceu com o esquentado? — perguntou para si mesmo. — E se eu esquentar no fogão?

A ideia pareceu inteligente na sua cabeça, nem sequer pensou se o frasco quebraria com o calor. Quando estava prestes a ligar o fogão, alguém bateu em sua porta, deixando-o em alerta.

Tomando todo o cuidado do mundo, Gray abriu a porta com tudo, pronto para lutar caso necessário, mas a única coisa que encontrou foi um envelope no chão. Desconfiado, olhou para os lados em busca de alguém, antes de pegar o envelope e voltar para dentro, trancando a porta.

Dentro do envelope tinha um saquinho com uma pequena lupa, além de uma carta amarela com letras minúsculas.

“Deixar as perguntas sem respostas é melhor do que arriscar e encontrar a morte.

O destino já está selado, gelo e fogo terão o mesmo fim. Não tente fugir, eles vão te encontrar, quando você menos esperar.

O tempo está passando mais rápido do que deveria e a tendência é que tudo piore, cada vez mais.

Tenha paciência, logo será sua vez.”

— Uma ameaça. O Mestre precisa saber disso.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês no próximo o/



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